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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância

Fisiologia de Exercícios

Isabel Augusto Víctor


Código: 708184599

Curso: Licenciatura em Educação Física


Disciplina: Fisiologia de Exercícios
Ano de Frequência: 4º

Nampula
Maio
2021
1

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
2

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice

Introdução..................................................................................................................................4

Fisiologia de exercícios..............................................................................................................5

Aspectos históricos da fisiologia de exercícios..........................................................................5

Efeitos fisiológicos agudos e crónicos.......................................................................................6

Mecanismos de contracção muscular.........................................................................................7

O estímulo à contracção muscular.............................................................................................8

Funcionamento e funções das hormonas....................................................................................9

Importância regular de actividade física..................................................................................10

Capacidade aeróbica e anaeróbia dos exercícios.....................................................................11

Conclusão.................................................................................................................................12

Bibliografia..............................................................................................................................13
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Introdução
As actividades ou exercícios físicos que realizamos em diferentes situações da vida
(quotidiana, laboral, recreativa), assim como os programas de exercício com fins de saúde e
sobretudo o desporto competitivo em diferentes idades e níveis de competição, requerem
liberação energética leve, moderada ou intensa, dependendo da duração e da intensidade do
exercício e da relação carga do exercício-descanso, frequência da actividade, estado de saúde,
idade e condição física atuais do indivíduo.
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Fisiologia de exercícios
A fisiologia do exercício é o estudo da adaptação aguda e crónica da ampla gama de
condições aperfeiçoadas pelo exercício físico. É uma área do conhecimento científico que
estuda como o organismo se adapta fisiologicamente ao estresse agudo do exercício físico e
ao estresse crónico do treinamento físico.

Actualmente, existem diversas universidades que oferecem pós-graduação nesta área,


portanto, o conteúdo de estudo é bastante vasto. Os peritos no campo incluem principalmente
os graduados em Educação Física, os quais têm-se desenvolvido bastante na área em virtude
do potencial de auxílio aos atletas a alcançar um melhor desempenho a partir de descobertas
em bioquímica, endocrinologia, função cardiopulmonar, hematologia, biomecânica, fisiologia
do músculo-esquelético, a função do sistema neuroendócrino e nervoso, em nível central e
periférico.

Aspectos históricos da fisiologia de exercícios


O termo fisiologia vem do grego "physis" = natureza, função ou funcionamento e "logos" =
palavra ou estudo. Assim, a Fisiologia caracteriza-se como o ramo da Biologia que estuda as
múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas dos seres vivos. Ela se utiliza dos
conceitos da física e da química para explicar como ocorrem as funções vitais dos diferentes
organismos e suas adaptações frente aos estímulos do meio ambiente.

Nesse contexto, a Fisiologia do Exercício (também chamada de Fisiologia do Esforço ou da


Actividade Física) é uma área do conhecimento derivada da disciplina-mãe Fisiologia, que
estuda como as funções orgânicas respondem e se adaptam ao estresse imposto pelo exercício
físico (JOYER & SALTIN, 2008; WILMORE & COSTILL, 2010). Em outras palavras, a
Fisiologia do Exercício estuda os efeitos agudos e crónicos do exercício físico sobre a
estrutura e a função dos diversos sistemas orgânicos. Em complemento, a Fisiologia do
Exercício investiga também a interacção entre os diferentes efeitos do exercício físico e a
influência dos estressores ambientais (PATE & DURSTINE, 2004).

As origens da Fisiologia do Exercício se confundem com os primórdios da Medicina e da


prescrição da actividade física com fins terapêuticos no tratamento de doenças e manutenção
das boas condições de saúde. Porém, somente no final do século 19 é que a Fisiologia do
Exercício começou a surgir como uma área de interesse académico-científico. O primeiro
livro específico da área foi publicado em 1889 pelo pesquisador francês Fernand LaGrange
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intitulado "Physiology of Bodily Exercise" (WILMORE & COSTILL, 2010). É interessante


destacar que a contribuição europeia para a evolução da Fisiologia do Exercício prosseguiu
nos anos seguintes. O dinamarquês August Krogh (1920), o britânico Archibald V. Hill
(1922) e o alemão Otto Meyerhof (1922) receberam o Prêmio Nobel por suas pesquisas na
fisiologia da musculatura esquelética e do metabolismo energético. Nos anos 30, os
escandinavos Erik Hohwu-Christensen, Erling Asmussen e Marius Nielsen avançaram o
conhecimento sobre as propriedades mecânicas do músculo-esquelético e o controle da
temperatura corporal em exercício. Christensen foi o mentor de Per-Olof Astrand, o qual
obteve grande destaque nos anos 50-60 com investigações relacionadas à aptidão física,
saúde e resistência aeróbia. Ambos, Christensen e Astrand, foram mentores do sueco Bengt
Saltin, que juntamente com Jonas Bergstrom, no final dos anos 60, impulsionaram a
aplicação da biopsia para o estudo da estrutura e da bioquímica muscular. Esta técnica
permitiu aos fisiologistas do exercício compreender melhor o metabolismo energético e o
efeito do tipo de fibra muscular no desempenho físico dos atletas.

Efeitos fisiológicos agudos e crónicos


A realização de qualquer exercício físico pressupõe o estabelecimento de uma situação de
sobrecarga para o sistema cardiovascular. A actividade física traduz-se na existência de um
aumento de substâncias nutritivas e no aumento do aporte de oxigénio necessário para os
músculos activos. Secundariamente, aumentam também os níveis de anidrido carbónico e de
metabólicos, os quais precisam ser eliminados. Para responder a isso, é necessária uma série
de ajustes no sistema cardiovascular e em sua inter-relação com os diferentes órgãos e
sistemas do corpo

 Reacção aguda ao exercício

A resposta biológica às cargas do treinamento denomina-se reacção aguda. É quando


estudamos o modo como o corpo responde a um treinamento individual, como caminhar,
trotar em uma pista, nadar, correr sobre uma esteira ergo métrica ou realizar uma repetição de
força máxima com peso, como no halterofilismo.
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 Adaptações crónicas durante o exercício

Quando se realizam seis meses ou mais de treinamento de forma individualizada, sistemática


e progressiva, ocorrem modificações importantes no organismo, como as que ocorrem nos
sistemas cardiorrespiratório, endócrino-metabólico, imunológico e músculo-esquelético.

Tais modificações estão relacionadas aos seguintes princípios:

-Individualidade (incluindo herança genética)

-Especificidade do treinamento (com predomínio aeróbio, anaeróbio ou misto)

-Relação entre volume e intensidade

-Progressão da carga

-Manutenção (a perda é reversível)

Mecanismos de contracção muscular


A contracção muscular refere-se ao deslizamento da actina sobre a miosina nas células
musculares, permitindo os movimentos do corpo.

As fibras musculares contêm os filamentos de proteínas contrateis de actina e miosina,


dispostas lado a lado. Esses filamentos se repetem ao longo da fibra muscular, formando o
sarcômero.

Na contracção das fibras musculares esqueléticas, ocorre o encurtamento dos sarcômeros: os


filamentos de actina “deslizam” sobre os de miosina, graças a certos pontos de união que se
formam entre esses dois filamentos, levando á formação da actomiosina.

Para esse deslizamento acontecer, há a participação de grande quantidade de dois elementos


importantes: íons Ca ++ e ATP. Nesse caso cabe à molécula de miosina o papel de “quebrar”
(hidrolisar) o ATP, liberando a energia necessária para a ocorrência de contracção.
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Resumidamente, a actividade de contracção muscular pode ser representada por

O estímulo à contracção muscular


A musculatura lisa é controlada pelos nervos do sistema nervoso autónomo. As divisões
simpáticas e parassimpática atuam sobre a actividade da musculatura lisa dos órgãos
digestivos e excretores.

No entanto, o tecido muscular liso também pode ser estimulado a funcionar pela distensão da
parede do órgão. É o que acontece, por exemplo, quando o bolo alimentar está passando pelo
tubo digestivo. A distensão causada pelo aumento na parede intestinal provoca uma resposta
de contracção na musculatura lisa dessa parede. Como resultado, gera-se uma onda de
peristaltismo, que impulsiona o alimento “para frente”.

Por outro lado, a musculatura estriada, na maior parte das vezes, fica sob controlo voluntário.
Ramos nervosos se encaminham para o tecido muscular e se ramificam, atingindo células
musculares individuais ou grupos delas.

Cada ponto de junção entre uma terminação nervosa e a membrana plasmática da célula
muscular corresponde a uma sinapse. Essa junção é conhecida pelo nome de placa motora. O
impulso nervoso propaga-se pelo neurónio e atinge a placa motora. A membrana da célula
muscular recebe o estímulo. Gera-se uma corrente eléctrica que se propaga por essa
membrana, atinge o citoplasma e desencadeia o mecanismo de contracção muscular.

Conceito de hormonas

As hormonas são os mensageiros químicos que são segregados directamente no sangue, que a
leva aos órgãos e aos tecidos do corpo para exercer suas funções. Há muitos tipos de
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hormonas que actuam em aspectos diferentes de funções corporais e de processos. Alguma


destes inclui:

 Revelação e crescimento

 Metabolismo dos alimentos

 Função sexual e crescimento e saúde reprodutivos

 Função e humor cognitivos

 Manutenção da temperatura corporal e da sede

Funcionamento e funções das hormonas


As hormonas ou harmónios são segregados em quantidades muito pequenas na corrente
sanguínea. Assim sendo, podem ser produzidas por um órgão ou em determinadas células do
órgão. São libertadas e transportadas directamente pelo sangue. A sua função é exercer uma
acção reguladora (indutora ou inibidora) em outros órgãos ou regiões do corpo. Em geral
trabalham devagar e agem por muito tempo, regulando o crescimento, o desenvolvimento, a
reprodução e as funções de muitos tecidos, bem como os processos metabólicos do
organismo.

Os harmónios ligam-se aos receptores localizados sobre a superfície da célula ou no seu


interior, sendo que a ligação de uma hormona a um receptor acelera, reduz ou altera a função
celular de uma outra maneira, controlando a função de órgãos inteiros. Alguns hormonas
afectam somente um ou dois órgãos (eg. hormona estimulante da tireóide), enquanto outros
afectam todo o organismo (eg. hormona tiroidiano).

Podemos também citar como exemplo a insulina, que controla a razão e a maneira pela qual a
glicose é utilizada pelo corpo. Outras hormonas incluem as sexuais, os corticoesteroides, a
adrenalina, a tiroxina, e a hormona do crescimento. Em plantas, os harmónios são conhecidas
como factores de crescimento.

Alguns dos harmónios mais conhecidos são os que regulam as funções sexuais dos
mamíferos (a testosterona e o estrogénio) e as que regulam o nível de glicose no sangue
(como a insulina).
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Importância regular de actividade física


As actividades físicas geram uma grande quantidade de benefícios para o nosso corpo e
também para nossa mente. É por isso que a prática dessas actividades é tão recomendada por
todos os profissionais de saúde. A seguir, listaremos alguns dos benefícios já reconhecidos a
respeito da importância das actividades físicas:

 A actividade física previne o desenvolvimento de doenças crónicas,


como hipertensão e diabetes.

 As actividades físicas controlam os níveis de colesterol.

 A actividade física pode ser uma importante aliada no tratamento da depressão e


ansiedade.

 A actividade física melhora o condicionamento muscular e também


cardiorrespiratório.

 A actividade física provoca uma série de mudanças no organismo, tais como o ganho
de massa muscular, que está directamente relacionado com a melhora da auto-estima.

 A actividade física é importante para o controle de peso.

 Actividade física melhora dores e diminui a incapacidade funcional.

Diferença entre actividade física e exercício físico

Actividade física é qualquer movimento feito pela musculatura que resulta em gasto
energético.

Exercícios físicos são actividades sistematizadas, com sequência de movimentos para


alcançar um objectivo, geralmente ligado à saúde ou estética.

Actividade física Exercício físico

Definição Qualquer movimento feito pelos Actividade que, além do gasto energético,
músculos do corpo que tenha como proporciona maior aptidão física e atlética,
resultado o gasto de energia em resultando em maiores índices de saúde.
valores superiores ao gasto em Também utilizado para recreação e fins
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repouso. estéticos.

 Andar;  Musculação;
Exemplos
 Correr;  Futebol;

 Dançar;  Natação;

 Subir e descer escadas.  Artes marciais.

Fonte: Adaptado

Capacidade aeróbica e anaeróbia dos exercícios


No exercício aeróbico o oxigénio funciona como fonte de queima dos substratos que
produzirão a energia transportada para o músculo em actividade. O exercício aeróbico é um
exercício de longa duração, serve para melhorar articulações gastas, contínuas e de baixa,
moderada e alta. Estimula a função dos sistemas cardinal e vascular e também o
metabolismo, porque aumenta a capacidade cardíaca e pulmonar para suprir de energia o
músculo a partir do consumo do oxigénio (daí o nome aeróbico). (Pedro, 2020).

São exemplos de exercícios aeróbicos: Caminhar, correr, andar, pedalar, nadar, dançar, pular,
suavizar, exercitar, brincar. Estes exercícios utilizam vários grupos musculares ao mesmo
tempo. Nestes exercícios, a duração dos movimentos influência mais que a velocidade para
caracterizar se a actividade é suave, moderada ou exaustiva. (FLAVIO, 2020).

O exercício anaeróbico é qualquer actividade física que trabalhe diversos grupos musculares
durante um determinado e constante período de tempo, de forma contínua e ritmada. O treino
anaeróbio melhora significativamente o funcionamento do coração, pulmões e todo o sistema
cardiovascular contribuindo para uma entrega de oxigénio, daí o termo anaeróbico. É um
exercício de alta intensidade e curta duração. Envolve um esforço intenso realizado por um
número limitado de músculos e há produção de ácido láctico. (WILLIAM, 2020)

São exemplos de exercícios anaeróbios: os exercícios de velocidade com ou sem carga, de


curta duração e alta intensidade, como a corrida de cem metros rasos, os saltos, o arremesso
de peso e exercícios de força ou exercícios resistidos, com pesos, como a musculação, que é
um exercício anaeróbico. São actividades breves de alta intensidade nas quais o metabolismo
anaeróbico acontece nos músculos. (JULIANO, 2020).
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Conclusão
Evidentemente, a transferência dos conhecimentos para a prática não é tão simples e depende
de um bom entendimento da área. A simples produção de conhecimento não garante a
melhoria na prática profissional. Muitos dos pesquisadores actuantes na Fisiologia do
Exercício não possuem sua formação de origem na Educação Física ou no Exporte. Ao
mesmo tempo em que isto é interessante para a expansão do conhecimento e da
interdisciplinaridade, cuidado deve ser tomado para que este progresso no sistema de
investigação não distancie a pesquisa em Fisiologia do Exercício dos problemas e
necessidades académicas e profissionais da Educação Física e do Exporte.
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Bibliografia
BORGES-ANDRADE, J.E. Em busca do conceito de linha de pesquisa. Revista de
Administração Contemporânea, 2003.

VRIES, H. History of exercise science. In: HOUSH, T.J.; HOUSH, D.J. (Eds.). Introduction
to exercise science Boston: Allyn & Bacon, 2000.

EHRMAN, J.E.; GORDON, P.M.; VISICH, P.S.; KETEYIAN, S.K. Clinical exercise
physiology Champaign: Human Kinetics, 2009.

JOYER, M.J.; SALTIN, B. Exercise physiology and human performance: systems biology
before systems biology. Journal of Physiology, Bethesda, 2008.

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