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Revisão: Parto prematuro, fatores de risco e prevenção

Camila Duarte Lage


Camilla Tozi Francischetto
Danielle Lopes da Silva
Deboráh Fonseca Lacorte
INTRODUÇÃO
O parto é a expulsão do feto para o mundo exterior por meio das vias genitais,
este é o chamado de parto normal, ou por uma incisão na parede abdominal
(laparotomias) e uma incisão na parede uterina (histerotomia) o parto cesáreo.
Na Antiguidade, só existia um tipo de parto, o normal, vaginal, natural ou
fisiológico, considerado também um evento cultural e social. Nessa época, até
o século XVII, aproximadamente, o parto acontecia em ambiente domiciliar e
familiar, as mulheres pariam seus filhos por experiências vivenciadas e
passadas de mãe para filha ou por parteiras.
(https://www.redalyc.org/pdf/5057/505750948005.pdf)

Dentre os partos naturais existem os partos vaginais cirúrgicos – que ocorrem


geralmente nos hospitais com intervenções médicas como aplicação de
anestesia, ocitocina (hormônio sintético que induz as contrações uterinas) ou
até mesmo episiotomia (corte vaginal); e os partos vaginais naturais –
praticamente sem intervenções.Acrescente-se, ainda, que o parto normal pode
ser realizado em variadas posições, como de cócoras, deitada ou utilizando
uma cadeira de parto, bem como pode ser realizado na água, dentro de uma
banheira adequada.As maternidades possuem mais recursos de assistência
para a mãe e o recém-nascido, embora haja quem prefira ter o bebê em
domicílio.
 
Vale ressaltar que nem sempre o parto normal é possível, ocasião em que se
recomenda a cesariana, para garantir segurança à mãe e ao bebê. A operação
consiste em um corte na parede abdominal e no útero, de onde o bebê é
retirado, com posterior sutura desta abertura com pontos. Por ser uma cirurgia,
a recuperação da mãe é mais lenta do que a do parto normal. 

Destarte, o tipo de parto mais adequado é aquele que oferece melhores


condições e segurança tanto para a mãe quanto para o bebê, situações a
serem avaliadas durante o pré-natal para uma decisão conjunta entre o médico
e o casal. Entretanto, alguns fatores de risco e complicações podem surgir e
antecipar o trabalho de parto antes da 37ª semana de gestação, o que
caracteriza o parto prematuro.
Apesar dos avanços da perinatologia nos últimos anos, a prematuridade
continua sendo a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal,
representando um dos maiores desafios para a obstetrícia atual. (Ramos, HAC;
Cuman, RN. Fatores de Risco para a prematuridade: Pesquisa documental.
Esc Anna Nery Rev Enferm abrjun; 13 (2): 297-30, 2009/
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2011/v25n4/a3056.pdf) Segundo uma
pesquisa feita em santa catarina o parto prematuro apresenta-se como um dos
mais sérios problemas encontrados em mulheres durante a gestação, tanto em
países desenvolvidos como em desenvolvimento. (Cascaes, AM et al.
Prematuridade e fatores associados no Estado de Santa Catarina, Brasil, no
ano de 2005: análise dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos
Vivos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(5):1024-1032, mai 2008)
Considerando que o parto prematuro é a principal causa de mortalidade
neonatal e que cerca de 75% são decorrentes de trabalho espontâneo e essa
intercorrência é considerado um problema de saúde pública, o objetivo do
presente artigo é pesquisar a respeito das hipóteses que contribuem para esse
problema obstétrico, de como a estabelecer cuidados para prevenir ou
minimizar essas ocorrências.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão narrativa que analisou artigos científicos
publicados em sites de pesquisa eletrônica, os critérios de seleção utilizados
levaram em conta: a) a data da publicação entre os anos de 2000 e 2021; b) os
fatores de risco mais atuantes na intercorrência referida; c) a apresentação de
texto completo sobre o assunto em foco. Foram empregadas as palavras-chave
parto prematuro, principais fatores de risco. O levantamento foi realizado entre
os meses de abril e maio de 2021. Foram encontrados 105 trabalhos e o
estudo foi baseado em 10 artigos. A exclusão dos achados ocorreu por
delimitação do tema, já que a pesquisa localizou abordagens mais amplas do
que os fatores de risco, mas que guardavam relação com os mesmos. Os
resultados foram agrupados por similaridade do assunto respectivo, dando
enfoque nas causas mais importantes para a ocorrência do parto prematuro.

DESENVOLVIMENTO
A prematuridade é decorrente de circunstâncias diversas e imprevisíveis, em
todos os lugares e classes sociais. Acarreta às famílias e à sociedade em geral
um custo social e financeiro de difícil mensuração. Exige da estrutura
assistencial capacidade técnica e equipamentos nem sempre disponíveis. Afeta
diretamente a estrutura familiar alterando as expectativas e anseios que
permeiam a perinatalidade. É difícil avaliar os componentes que influenciam e
são influenciados pelo complexo processo do nascimento prematuro.
(https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
81452009000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)
Estudos epidemiológicos têm identificado diversos fatores de risco para a
prematuridade, tais como, tipo de parto, cor da pele, idade da mãe, condições
sócio-econômicas, fumo, estado civil, tipo de ocupação da mãe, estado
nutricional e alteração de peso inadequados da mãe . Outros autores citam
também fatores de ordem genética; exposição a substâncias tóxicas e
assistência pré-natal ausente ou tardia.(
https://www.scielo.br/pdf/csp/v24n5/09.pdf)
fatores possivelmente associados ao parto pré-termo: realização do número
mínimo de consultas de pré-natal, vacinação contra o tétano e hepatite B,
ocorrência de infecção do trato geniturinário ou alguma comorbidade durante a
gestação, etilismo, tabagismo, realização de atividades físicas vigorosas,
realização de exames trimestrais da rotina pré-natal e história prévia de
prematuridade.
Os artigos se relacionam na hora considerar os fatores de risco pois em todos
os fatores de riscos considerados foram praticamente os mesmos

Recentemente também foi associado como fator de risco para o parto


prematuro COVID-19, segundo um estudo realizado no chile Entre os pacientes
com COVID-19, foi observada uma tendência de aumento do risco de parto
prematuro em comparação com aqueles sem a doença, com o aumento do
risco sendo significativo naqueles com sintomas e ainda mais significativo se
eles tivessem doença grave. (https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?
script=sci_abstract&pid=S0717-75262020000700009&lng=en&nrm=iso)

Além da COVID-19 outra doença muito relacionada ao parto prematuro são as


infecções, sendo assim segundo um estudo transversal “Dentre os vários
fatores relacionados à prematuridade, a infecção parece ter uma relação mais
estreita, independentemente do sítio de localização. As infecções geniturinárias
são consideradas mais significativas e a vulvovaginite – caracterizadas como
descarga vaginal neste estudo, posto que não houve exames confirmatórios
“(http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2011/v25n4/a3056.pdf) Um outro
estudo descritivo corrobora com essa informação trazendo que “identificou que
das 40 (100%), 21 (52,5%) tinham de 20 a 34 anos. Quando questionadas
sobre a paridade, 24 (60%) eram multigestas. A prematuridade anterior é um
fator de risco muito relevante, 16 (40%) tinham histórico obstétrico de
prematuridade. Em relação à idade gestacional, 10 (25%) mulheres estavam
entre 22 a 27 semanas de gestação. Dos casos que apresentaram alguma
condição clínica associada ao diagnóstico de TPP, a ITU foi a intercorrência
mais incidente, correspondendo a 27 (65%) dos casos.(
http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/5212)
A análise da bibliografia base para a construção da presente revisão, permitiu
constatar que os fatores de risco mais relevantes se diferem em seus
conteúdos nos diferentes estudos, segundo um estudo realizado em um
hospital de santa catarina número de nascidos vivos entre os anos de 1994 e
2005 foi semelhante, porém, os sub-registros de idade gestacional entre 1994 e
1999 foram significativamente superiores aos anos seguintes. A taxa de
prematuridade variou de 0,07% a 0,83% entre 1994 e 1999, e 5,32% a 6,05%
entre 2000 e 2005, segundo o SINASC de Santa Catarina.
(https://www.scielo.br/pdf/csp/v24n5/09.pdf)
Não há uma maneira precisa de estabelecer o momento em que é iniciada a
parturição. Contudo, o início do processo envolve uma seqüência de
modificações da função uterina, que levam o útero a se contrair de modo
coordenado, forçando a dilatação e descida do feto pelo canal do parto.
Quaisquer que sejam os fatores responsáveis pelo desencadeamento do TPP,
a identificação precoce dessas gestantes possibilita a adoção de condutas, que
podem ser agrupadas em duas categorias: as que buscam evitar a ocorrência
do TPP e as que procuram inibi-lo. O sucesso de ambas as estratégias
dependerá da qualidade dos instrumentos de predição e do nosso
conhecimento dos mecanismos patológicos envolvidos nesse processo. Por
isso, são necessários métodos preditivos eficazes, que possam ser utilizados
principalmente para prever a ocorrência do parto antes de 34 semanas, tendo
em vista que esse é o período de maior morbidade e mortalidade perinatal.
(https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
72032000001000006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)
A incidência elevada do parto antes da 34 a e da 37a semana em nossa
casuística confirma o antecedente de que o parto prematuro espontâneo é um
dos maiores fatores de risco para a ocorrência de subseqüente prematuridade.
(https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
72032000001000006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)
O estudo mostrou que o parto prematuro ocorre com frequência entre mulheres
jovens, com situação civil estável, que não trabalham fora de casa e com baixa
renda. Outro ponto observado foi a presença de parto prematuro anterior ou
aborto prévio, além de problemas como bacteriúria, metrorragia, hipertensão
arterial sistêmica e outras doenças que poderiam ter tido um acompanhamento
melhor, diminuindo os riscos de parto prematuro.
(https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/20476)
Obteve maior prevalência entre os casos de prematuridade a baixa
escolaridade, baixo nível socioeconômico, apresentar doenças crônicas, má
assistência ao pré-natal, multigestação, anemia, infecção urinária, descarga
vaginal e rotura prematura das membranas ovulares durante; associando-se
como fator de risco para o parto prematuro. (http://files.bvs.br/upload/S/0101-
5907/2011/v25n4/a3056.pdf)
Os fatores de risco mais incidentes, que são: paridade, prematuridade prévia
em multigestas e idade materna, sendo esta com a segunda maior incidência
em gestantes com idade inferior a 19 anos. Associado a esses fatores, a
intercorrência destacada foi a Infecção do Trato Urinário. (
http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/5212)
Segundo o estudo realizado no Mato Grosso a assistência de pré natal trás um
grande impacto no parto prematuro por isso a mesma deve ser completa e
humanizada, na prevenção de prematuridade em gestantes, dentre as medidas
avaliadas pode-se evitar a prematuridade, através do acesso aos serviços de
saúde, com a realização de pré-natal mínimo, vacinação, exames de rotina,
diagnóstico e tratamento precoce. Esses aspectos foram investigados ao longo
deste trabalho, e mostraram ter eficácia estatística.
( http://www.themaetscientia.fag.edu.br/index.php/RTES/article/view/243)
CONCLUSÃO
Com esse estudo foi possível associar os principais fatores de riscos do parto
prematuro. Na análise dos artigos pôde-se perceber que ainda há muita falta
de estudo relacionados ao parto prematuro e pode-se percebe ainda que o
parto prematuro muitas vezes é um mistério para a obstetrícia. Vê-se a
necessidade de novos estudos saber com precisão realmente as principais
causas do parto prematuro. A infecção urinária foi considerada por diversos
artigos como uma das principais causas da prematuridade, sendo um problema
evitável e com tratamento conhecimento deve-se da a devida importância e
realizar o tratamento e acompanhamento correto. Mas segundo os artigos
analisados a importância do pré-natal de qualidade para prevenção de diversos
fatores de risco, pois sabe-se que é uma das principais fontes para detectar e
garantir que a gestante e o feto tenham acompanhamento para se manterem
saudáveis durante toda a gestação. Além disso a informação passada aos pais,
a segurança trás mais tranquilidade para a prevenção de ter um parto
prematuro por ansiedade. Sendo assim a prematuridade ainda é considerada
como principal causa de mortalidade materna e fetal sem nenhuma anomalia e
assim trazem prejuízos para a vida familiar do sobrevivente. Deve-se ainda ser
considerado não só um problema médico mas também um problema
governamental por ser tratar de um problema de saúde pública que trás vários
problemas sociais.

Referências
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-
72032001000800008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/20476
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
72032000001000006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
https://www.redalyc.org/pdf/5057/505750948005.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2011/v25n4/a3056.pdf
https://www.scielo.br/pdf/csp/v24n5/09.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
81452009000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0717-
75262020000700009&lng=en&nrm=iso
http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/5212
http://www.themaetscientia.fag.edu.br/index.php/RTES/article/view/243

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