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análise das demonstrações contábeis e

financeiras

Brasília-DF.
Elaboração

Ronaldo Cardoso Garcia Filho

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

Apresentação................................................................................................................................... 5

Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa...................................................................... 6

Introdução...................................................................................................................................... 8

Unidade i
conceitos introdutórios................................................................................................................ 9

Capítulo 1
Fundamentos da Contabilidade e dos Custos.................................................................. 9

Capítulo 2
Fundamentos da Análise................................................................................................... 15

Unidade iI
Análise de liquidez.......................................................................................................................... 23

Capítulo 3
Indicadores de Liquidez.................................................................................................... 25

Unidade iII
Análise de atividade......................................................................................................................... 33

Capítulo 4
Indicadores de Atividade.................................................................................................. 33

Unidade iV
Análise de solvência e endividamento.......................................................................................... 38

Capítulo 5
Indicadores de Solvência e Endividamento.................................................................... 38

Unidade V
análise de rentabilidade ou lucratividade.................................................................................... 44

Capítulo 6
Indicadores de Rentabilidade........................................................................................... 44

Unidade VI
Análise das imobilizações.............................................................................................................. 46

Capítulo 7
Indicadores de Imobilização........................................................................................... 46
Unidade vII
Análise de cobertura...................................................................................................................... 49

Capítulo 8
Cobertura de Juros........................................................................................................... 49

Capítulo 9
EBITDA ou LAJIDA.................................................................................................................. 51

Unidade VIII
Análise da taxa de retorno........................................................................................................... 53

Capítulo 10
Indicadores – Taxa de Retorno........................................................................................ 54

Unidade IX
Alavancagem.................................................................................................................................. 60

Capítulo 11
Indicadores de Alavancagem.......................................................................................... 60

Unidade X
fluxo de caixa................................................................................................................................ 65

Capítulo 12
Fluxo de Caixa – Modelos................................................................................................ 69

Unidade XI
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura................................... 77

Capítulo 13
Análise Horizontal............................................................................................................. 77

Capitulo 14
Análise Vertical ou Estrutural.......................................................................................... 80

Capítulo 15
Balanced Scorecard e o Efeito Tesoura........................................................................ 84

Para (não) Finalizar..................................................................................................................... 112

Referências................................................................................................................................... 114
Apresentação
Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de to rná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

6
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para não finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

7
Introdução
Segundo o que consta na Lei no 6.404/1976, as Demonstrações Contábeis e Financeiras são o conjunto
de informações que devem ser obrigatoriamente divulgadas, anualmente, pela administração de
uma sociedade por ações. Representa a sua prestação de contas aos sócios e acionistas.

Para o IBRACON (NPC 27), são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial
e financeira, em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo
nessa data e mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe
são confiados.

Com os assuntos abordados neste Caderno, pretendemos oferecer a você, cursista, a oportunidade
de aprofundar seus estudos, mediante a análise de indicadores da área de Contabilidade e Custos,
assim como ampliar sua compreensão das diversas concepções acerca das Demonstrações Contábeis
e Financeiras.

Bom estudo! Aproveite!

Objetivos
»» Aprofundar os conhecimentos teóricos sobre a disciplina em pauta.

»» Propiciar uma visão mais ampla sobre Análise das Demonstrações Contábeis e
Financeiras.

»» Atender às necessidades cada vez mais exigentes dos profissionais financeiros.

»» Permitir aos alunos um conhecimento mais amplo e crítico sobre o assunto.

8
conceitos Unidade i
introdutórios

Capítulo 1
Fundamentos da Contabilidade e dos
Custos

Contabilidade
Patrimônio: Conjunto de bens, direitos e obrigações suscetíveis de avaliação econômica, vinculadas
a uma entidade.

Bem: Tudo aquilo que satisfaz as necessidades humanas e pode ser avaliado economicamente.

Classificação dos bens:

»» Tangíveis: São os bens corpóreos, concretos ou matérias – possuem existência


física, ou seja, existem como coisa ou objeto.

Exemplos: imóveis, veículos, móveis e utensílios e outros.

»» Intangíveis: São os bens incorpóreos, abstratos ou imateriais – não possuem


existência física, porém representam uma aplicação de capital indispensável aos
objetivos da empresas, e cujo valor reside em direitos de propriedade que são
legalmente conferidos aos seus possuidores.

Exemplos: direitos sobre marcas, patentes, direitos autorais, ponto comercial, fundo de
comércio, ações ou quotas do capital de outras empresas e outros.

Contas: Representam os registros de entrada e saída da mesma natureza ou espécie identificada


por um título que qualifica os elementos do patrimônio, dividindo-se em:

»» Contas Patrimoniais – São aquelas que representam a situação estática, isto é, o


Patrimônio (elementos ativos e passivos) que são os bens, direitos e obrigações.

»» Contas de Resultado – São aquelas que representam a situação econômica, as


variações patrimoniais, isto é, as contas que alteram o patrimônio líquido – receitas
e despesas.

9
UNIDADE I │ conceitos introdutórios

Regime de Caixa e Regime de Competência – Metodologia utilizada para o registro da receita


e despesa. Quando a ênfase for o recebimento e o pagamento, propriamente dito, o regime será o
de caixa. No entanto, caso o escopo seja o fato gerador, independentemente do recebimento ou do
pagamento, o regime considerado será o da competência.

Classes de Contas: Na forma da Lei no 6.404/1976, são duas as classes de contas patrimoniais: as
do ativo e as do passivo.

Grupos de Contas1: subdivisões das classes de contas:

Ativo (Classe).

Grupos.

I) Ativo Circulante.

II) Ativo Não Circulante, composto por:

»» Ativo Realizável a Longo Prazo;

»» Investimentos;

»» Imobilizado;

»» Intangível.

Passivo (Classe).

Grupos.

I) Passivo Circulante

II) Passivo Não Circulante

III) Patrimônio Líquido, dividido em:

»» Capital Social;

»» Reservas de Capital;

»» Ajustes de Avaliação Patrimonial;

»» Reservas de Lucros;

»» Ações em Tesouraria;

»» Prejuízos Acumulados.

1 A Lei no 11.941, de 27/5/2009, deu nova classificação aos grupos de contas.

10
conceitos introdutórios│ UNIDADE I

Essa é uma classificação recente que veio com ênfase no modelo internacional de lei societária.
Podemos observar que a Lei n0 11.638/2007, alterada pela Lei nº11.941/2009, suprimiu do Patrimônio
Líquido as Reservas de Reavaliação, tendo em vista não ser uma prática internacionalmente aceita.
No lugar dela, surge Ajustes de Avaliação Patrimonial que consiste em classificar as contrapartidas
de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em
decorrência da sua avaliação de preço de mercado. Isso traz o conceito de “Fair Value” ou
“Valor Justo” que determina que as transações – compra e venda – ocorram com valores correntes,
isto é, valor de mercado.

Além disso, outra novidade surge na ciência contábil atual. É o conceito de Impairment Teste –
Redução ao Valor Recuperável de Ativos, ou seja, é o teste de recuperabilidade que consiste em nova
avaliação dos bens tangíveis e intangíveis, tendo em vista que o registro do valor líquido contábil se
encontra maior do que o valor de mercado.

As mudanças trazem aos contabilistas novas incumbências, pois, periodicamente, a empresa deverá
avaliar os itens que compõem o ativo e o passivo. Assim, por exemplo, um bem do imobilizado
possui sua vida útil atrelada diretamente à depreciação, cujos critérios deverão ser constantemente
revisados e ajustados.

Cabe, ainda, enfatizar que foi excluída do novo cenário a conta Lucros Acumulados. Esse
procedimento visa a obrigar a destinação de lucro.

Essas alterações vieram ao encontro da convergência com os padrões internacionais de Contabilidade,


chamado de International Financial Reporting Standars (IFRS) e do International Accounting
Standards (IAS).

A separação dos grupos, em circulante e não circulante, deve-se ao fato de que todos os itens
patrimonias possuem valores. Logo, são conversíveis em moeda, diferenciando-se, somente, no
tocante aos prazos. Menor prazo – próximos 12 meses – circulante; maior prazo – não circulante.

Cuidado: Para a Lei no 6.404/1976, o Patrimônio Líquido é um grupo de contas da


classe do Passivo. Doutrinariamente, no entanto, o Patrimônio Líquido difere do
Passivo, ou seja:

»» Patrimônio Líquido: conjunto de contas não exigíveis, não têm natureza


de dívidas.

»» Passivo: contas que representam os valores exigíveis (dívidas).

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UNIDADE I │ conceitos introdutórios

Subgrupo de Contas: subdivisões dos grupos de contas

Exemplos:

Ativo (Classe)
Circulante (Grupo)

»» Disponibilidades (Caixa e Equivalente de Caixa)

»» Valores a Receber

»» Impostos a Recuperar
Subgrupos

»» Instrumentos financeiros, inclusive derivativos

»» Estoques

»» Despesas de Exercícios Seguintes

Contas: representação dos elementos patrimoniais ou de resultado

Exemplos:

Ativo (Classe)

Circulante (Grupo)
Caixa e Equivalente de Caixa (Subgrupo)

»» Caixa

»» Banco Conta Movimento


Contas
»» Numerários em Trânsito

»» Aplicações de Resgate Imediato

Subconta: último nível de detalhamento das contas

Exemplos:

Ativo (Classe)

Circulante (Grupo)

Caixa e Equivalente de Caixa (Subgrupo)

Caixa (Conta)

Bancos Conta Movimento (Conta)

12
conceitos introdutórios│ UNIDADE I

»» Banco A

Subcontas »» Banco B

»» Banco C

Custos

Definições
A Ciência Contábil apresenta terminologias que podem levar os alunos a interpretarem seus
significados de formas diferentes. Assim, com o intuito de padronizar essas nomenclaturas,
conceituaremos, seguindo os preceitos estabelecidos pelo Professor Eliseu Martins, em Contabilidade
de Custos, algumas palavras e expressões:

»» Gasto – Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um


produto ou de um serviço qualquer, representado por entrega ou promessa de
entrega de ativos (normalmente dinheiro). Esse conceito é extremamente amplo
e se aplica a todos os bens e serviços recebidos, como, por exemplo: gastos com a
compra de matérias-primas, mão de obra, honorários de diretoria e outros.

»» Investimento – Gasto ativado tendo um ativo como contrapartida. Portanto,


corresponde à aquisição de bens ou serviços que se incorporam ao patrimônio. Na
compra de um ativo, em virtude de seu aumento, temos um investimento.

»» Custo – Gastos relativos ao consumo de bens ou ao uso de serviços utilizados


na produção de outros bens e serviços. Logo, custo também é um gasto, só que
reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de
produção – bens e serviços – para fabricação de um produto ou execução de um
serviço.

»» Despesas – Bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção


de receitas. Portanto, a comissão de um vendedor, por exemplo, é um gasto que se
torna imediatamente uma despesa. Ocorrem externamente ao processo produtivo.
As despesas lançam-se diretamente às contas de resultado, ou seja, reduzem o
Patrimônio Líquido e têm a característica de representar sacrifícios no processo de
obtenção de receitas.

»» Despesas Operacionais – Gastos necessários à manutenção da atividade da


empresa – atividade-fim.

»» Receita – Entrada de elementos para o ativo sob a forma de dinheiro ou de direitos


a receber, correspondente normalmente à venda de bens ou serviços.

13
UNIDADE I │ conceitos introdutórios

»» Receitas Operacionais – Receitas provenientes do objeto de exploração da


empresa – atividade-fim.

»» Desembolsos – Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode


ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada
ou não do gasto.

»» Perdas – Bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária. Não


se confundem com despesas, muito menos com custo, exatamente pela sua
característica de anormalidade e involuntariedade. Não é um sacrifício feito com
a intenção de obtenção de receita. Podemos citar, como exemplos, as perdas com
incêndio, obsoletismo de estoques, furtos de equipamentos.

»» Ganhos – Resultado líquido favorável resultante de transações ou eventos não


relacionados às operações normais da entidade.

»» Encargos – Ônus, em geral, determinado pela legislação, como é o caso dos


encargos FGTS e INSS.

»» Importação – Expressão utilizada quando a empresa se utiliza do sistema de


custos adotado por outra empresa.

»» Custo de oportunidade – “A vantagem potencial de que se abre mão quando


uma alternativa é escolhida em vez de outra.” (GARRISON e NOREEN 2001, p.
39). O Custo de Oportunidade não costuma ser representado nos registros da
contabilidade, mas o gerente não pode deixar de considerar esse custo em sua
tomada de decisão.

Para melhor entendimento, podemos citar a seguinte situação: João, funcionário de uma
empresa, trabalha meio expediente e recebe R$150,00 por semana. Resolve viajar em
uma determinada semana, então, o valor que deixará de receber nessa semana será o
Custo de Oportunidade.

14
Capítulo 2
Fundamentos da Análise

Demonstrações Contábeis

Reclassificação das Contas


Para tanto, quando constatada a relevância do registro, ajusta-se os demonstrativos,
principalmente, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, procedendo
a uma nova classificação das contas para se chegar a um ativo – denominado ativo real. Isso é
importante para evitar distorções na situação econômico-financeira da empresa. Se uma empresa
resolve vender um imóvel – registrado no imobilizado –, deve-se classificar no Ativo Circulante.
Isso melhorará a situação financeira da empresa. Contudo, a alienação de imobilizado não é algo
que demonstra recebimento imediato. Dessa forma, a melhor recomendação é a reclassificação no
Realizável a Longo Prazo, tornando, assim, a situação mais real de liquidez a curto prazo. (MARION
2009).

Diante disso, o analista deve ter cuidado com as seguintes contas:

a) Títulos Descontados ou Duplicatas Descontadas – Classificada como redutora de


Duplicatas a Receber no Ativo Circulante. O analista deve reclassificar Duplicatas Descontadas
no Passivo Circulante, em virtude de haver ainda o risco de a empresa ter de arcar com o valor
registrado quando o cliente não quitar a dívida no banco. A não reclassificação causa distorções,
veja no exemplo a seguir.

Situação 1

Ativo Circulante – 600,00 Passivo Circulante – 300,00


Duplicatas a Receber – 100,00 –
Duplicatas Descontadas – (100,00) Patrimônio Líquido – 300,00
Total – 600,00 Total 600,00

A relação entre Ativo Circulante e Passivo Circulante (600,00/300,00) será de 2, ou seja, para cada
R$1,00 de dívida a empresa possui R$2,00.

Situação 2

Ativo Circulante – 600,00 Passivo Circulante – 300,00


Duplicatas a Receber – 100,00 Duplicatas Descontadas – 100,00
– Patrimônio Líquido – 300,00
Total 700,00 Total 700,00

15
UNIDADE I │ conceitos introdutórios

A relação entre Ativo Circulante e Passivo Circulante [600,00/(300,00+100,00)] será de 1,5, ou


seja, para cada R$1,00 de dívida a empresa possui R$1,50.

Podemos constatar que a reclassificação da conta melhor espelha a realidade da empresa.

b) Despesa de Exercício Seguinte – Classificada no Ativo Circulante como antecipação de


pagamentos cujos fatos geradores ainda estão por vir, mas que não se converterão em espécie.
Geralmente, esses valores são irrelevantes, mas quando se demonstrarem relevantes em relação
ao Ativo Circulante, eles devem ser excluídos desse grupo e reclassificado no Patrimônio Líquido,
subtraindo o seu valor.

Situação 1:

Caixa – 600,00 Passivo Circulante – 500,00


Duplicatas a Receber – 100,00
Despesas de Exercício Seguinte – Patrimônio Líquido – 300,00
100,00
Total Ativo Circulante – 800,00 Total 800,00

A relação entre Ativo Circulante e Passivo Circulante (800,00/500,00) será de 1,6, ou seja, para
cada R$1,00 de dívida a empresa possui R$1,60.

Considerando que despesa de exercícios seguintes demonstra ser relevante (mais do que 10% do
Ativo Circulante, é recomendável a reclassificação dessa conta.

Situação 2:

Caixa – 600,00 Passivo Circulante – 500,00


Duplicatas a Receber – 100,00 Patrimônio Líquido – 300,00
Despesas de Exercício Seguinte –
(100,00)
Total Ativo Circulante – 700,00 Total 700,00

A relação entre Ativo Circulante e Passivo Circulante (700,00/500,00) será de 1,4, ou seja, para
cada R$1,00 de dívida a empresa possui R$1,40.

No entanto, devemos reiterar que, na maioria das vezes, por apresentar valor irrelevante, essa
reclassificação não é realizada.

Por fim, reclassificar consiste observar algumas contas que, por serem relevantes, podem trazer
distorções à conclusão da análise. Mas isso se processa, apenas, em papéis de trabalho, em nada
modificando a rotina de escrituração e elaboração de demonstrações financeiras da companhia.

16
conceitos introdutórios│ UNIDADE I

Trabalhos de Análise – Cautela


A Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras é uma técnica que consiste em utilizar vários
indicadores – extraídos da aplicação de modelos matemáticos – para mostrar a situação econômica
e financeira da empresa e auxiliar os seus gerentes na emissão de parecer e tomada de decisão.

Entretanto, segundo Gitman (1997), antes de apresentar os índices financeiros propriamente ditos,
o analista deve ter as seguintes preocupações:

1. Um único índice financeiro não fornece informações suficientes para se julgar o


desempenho global de uma empresa. Somente quando um grupo de índices for
avaliado é que se podem fazer julgamentos razoáveis. Se o objetivo da análise
for examinar apenas certos ambientes específicos da situação financeira de uma
empresa, então um ou dois índices poderão ser suficientes.

2. As demonstrações financeiras, quando comparadas, devem ser da mesma data ou


mês de encerramento; caso contrário, os efeitos de sazonalidade podem levar a
conclusões e decisões errôneas.

3. É preferível usar demonstrações financeiras auditadas para fins de análise de


índices financeiros. Se as demonstrações não forem auditadas, não há razão para se
crer que os dados ali contidos reflitam a verdadeira situação financeira da empresa.

4. Os dados financeiros que estão sendo comparados devem ter sido elaborados com
os mesmos critérios. O uso de tratamentos contábeis diferentes – especialmente
com relação a estoques e depreciação – pode distorcer os resultados das análises
dos índices financeiros, independentemente do tipo de análise utilizado, se cross-
sectional ou série temporal.

“Análise cross-sectional é a comparação de índices financeiros de diferentes empresas


em um mesmo instante; envolve a comparação de índices da empresa com os
correspondentes da principal empresa do setor ou com as médias da indústria”
(GITMAN, 1997, p. 103).

O objetivo da análise cross-sectional é “conseguir retirar informações necessárias


para a tomada de decisões pela comparação dos índices investigados com índices-
padrão” (LEV, 1974).

“Análise série-temporal é a avaliação do desempenho financeiro da empresa ao


longo do tempo, utilizando a análise financeira baseada em índices” (GITMAN 1997,
p. 105).

5. Quando os índices financeiros de uma empresa são comparados com os de outra, ou


com os da própria empresa ao longo do tempo, os resultados podem ser distorcidos
devido à inflação. Ela pode fazer com que os valores contábeis dos estoques e
dos ativos depreciáveis sejam muito diferentes dos seus verdadeiros valores.

17
UNIDADE I │ conceitos introdutórios

Adicionalmente, as baixas contábeis do custo dos estoques e da depreciação podem


diferir dos seus valores verdadeiros e, assim, distorcer os lucros. Esses efeitos
inflacionários geralmente têm maior impacto quanto maiores forem as diferenças
nas idades dos ativos das empresas que estão sendo comparadas. Sem ajustes,
a inflação tende a fazer com que as empresas mais antigas (ativos mais antigos)
pareçam ser mais eficientes e lucrativas que as empresas mais novas (ativos mais
novos). Obviamente, devemos tomar cuidado ao comparar índices de empresas
mais antigas com os das mais novas ou da própria empresa em um longo período
de tempo.

Contextos Externos
Primeiramente, devemos ressaltar que, antes do analista iniciar seu trabalho de cálculos, ele deve
providenciar um esboço do contexto em que a empresa está inserida, a fim de respaldar o parecer
emitido, verificando:

Quais documentos devem embasar a Análise Contábil:

»» Demonstrações Contábeis.

»» Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis.

»» Pareceres do Conselho Fiscal.

»» Relatórios do Conselho de Administração e da Diretoria.

»» Pareceres de Auditores Independentes.

»» Informações sobre empresas do mesmo setor.

»» Outras informações que se fizerem necessárias.

Quais características devem ser estudadas, no tocante à:

a) Análise de Cenário

»» A descrição da empresa.

»» O segmento econômico em que atua.

»» As maiores concorrentes.

»» As políticas governamentais que afetam o segmento.

»» A performance global da empresa indicando total de ativos e patrimônio líquido.

»» Eventos subsequentes que possam afetar positiva ou negativamente os negócios da


empresa.

18
conceitos introdutórios│ UNIDADE I

b) Análise Econômica

»» A situação do patrimônio líquido.

»» Fatores que determinam a variação do patrimônio líquido.

»» Políticas de constituição de reservas.

»» Políticas de distribuição de dividendos.

»» Grau de imobilização do patrimônio líquido.

»» Grau de endividamento – a participação do capital de terceiros.

»» Origens dos recursos.

»» Garantias oferecidas aos credores.

c) Análise Financeira

»» Capacidade de pagamento.

»» Disponibilidades para saldar dívidas.

»» Liquidez.

»» Rentabilidade financeira.

»» Necessidade de investimento em giro.

»» Dinâmica do capital de giro.

d) Conclusão

»» Situação da empresa comparando seu desempenho com as principais concorrentes.

»» Opiniões sobre o desempenho econômico-financeiro da empresa.

»» Recomendações sobre possíveis diretrizes a serem adotadas para manter o


desempenho atual ou para reverter a situação da empresa.

»» Menção a possíveis limitações de escopo ocorridas na coleta de dados, na qualidade


das demonstrações e nas informações complementares.

»» Apreensão de que a maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo e não


leva em consideração ao risco, enquanto a maximização da riqueza – a preferida
– está vinculada ao longo prazo e ao respectivo risco, pois os acionistas almejam
maiores retornos.

19
UNIDADE I │ conceitos introdutórios

Despesas
Despesas precisam ser bem administradas, pois são gastos que não implicam a produção de outros
bens, embora sejam necessários ao funcionamento da entidade. Assim, o consumo de matéria-
prima é custo porque contribuiu para a formação de outros bens. Os serviços de telefonia utilizados
pela área de vendas não contribuem para formação de outros bens, mas são necessários à geração
de resultados.

Assim, os custos ativados nos estoques guardam, intrinsecamente, reserva de valor. As despesas
não. Por isso, é necessário identificar possíveis excessos de despesas que estejam contribuindo
negativamente para o resultado, sem produzir receitas. Um exemplo é o uso abusivo dos telefones
da empresa para fins particulares.

Limitações da Análise por Indicadores


Os relatórios de análise só produzirão conclusões eficientes se os dados e as demonstrações
elaborados e apresentados pelas empresas apresentarem as seguintes características: confiabilidade,
tempestividade, compreensibilidade e comparabilidade.

Confiabilidade

A utilidade da informação está na dependência de ser ela confiável. Entende-se que o seu grau de
confiabilidade depende de que sejam produzidas livres de erros relevantes e de forma a representar,
fielmente, a real situação da companhia e os eventos que atingiram seu patrimônio. Fundamenta-se,
portanto, na veracidade e pertinência de seu conteúdo. Para viabilizá-la, é necessário um sistema de
controles contábeis eficientes e bem acompanhados.

Tempestividade

Liga-se ao princípio da oportunidade, portanto à integridade do registro do patrimônio e das suas


mutações, que devem ser registradas de imediato e com a extensão correta, independentemente das
causas que as originaram.

Em decorrência, desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser
feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência, compreendendo os
elementos quantitativos e qualitativos, e contemplando os aspectos físicos e monetários.

Compreensibilidade

As demonstrações devem ser elaboradas de tal forma que sejam prontamente entendidas pelos
usuários. Mas cuidado: não se pode utilizar o pretexto de que as ocorrências sobre o patrimônio são
demasiadamente complexas para excluir informações dos demonstrativos contábeis, que deverão
refletir a inteireza dos fatos contábeis, segundo critérios de relevância e materialidade.

As informações são ditas relevantes quando podem vir a influenciar as decisões dos usuários,
seja pela reavaliação do impacto de eventos passados presentes ou futuros sobre o patrimônio,

20
conceitos introdutórios│ UNIDADE I

seja por trazer a necessidade de corrigir avaliações anteriores, ou mesmo quando trazem apenas
confirmações. Por isso, a relevância requisita a apresentação de toda informação que possa vir a
ajudar no processo de tomada de decisão.

A relevância das informações concerne à sua natureza e à sua materialidade, que é uma característica
geral que leva à mensuração. Mas ela também se liga ao grau de agregação de dados. Liga-se, portanto
à significância de valor e às descrições suficientemente importantes para influenciar julgamentos
razoáveis.

Comparabilidade

Deve-se possibilitar a comparação das demonstrações contábeis de uma empresa ao longo do


tempo, a fim de identificar tendência de desempenho e de condição financeira. Em razão disso, as
demonstrações do período devem ser publicadas com a indicação dos montantes apresentados no
exercício anterior.

Também deve ser possível aos usuários comparar demonstrações de diferentes empresas de modo a
permitir conclusões relativas, por exemplo, ao custo de oportunidade de investimentos.

Para tornar possível a comparabilidade, devem ser informados as políticas contábeis e os princípios
adotados para a elaboração das demonstrações financeiras, incluindo, se for o caso, informações
sobre mudanças de critérios contábeis que possam ter ocorrido (por exemplo, mudanças de critério
de avaliação de investimentos permanentes, passando do método de custo para a equivalência
patrimonial).

A comparabilidade liga-se à consistência que diz respeito ao uso de procedimentos de mensuração


semelhantes para itens afins nas demonstrações de uma entidade, em um dado período, e à
uniformização de procedimentos nas diversas empresas. Exige-se consistência para que os dados
sejam, de fato, comparáveis.

Considerações de Natureza Não Financeira


Ao elaborar o relatório de análise, deve-se levar em conta, em relação às informações analisadas:

»» o grau de aderências aos princípios contábeis;

»» a responsabilidade social da companhia;

»» a responsabilidade ambiental da entidade;

»» a qualidade das informações prestadas;

»» a transparência dos relatórios apresentados pela administração.

Um instrumento de natureza não financeira a ser considerado para fins de análise é o Balanço Social.
Esse instrumento de informações tem a finalidade de informar como a empresa está adaptada

21
UNIDADE I │ conceitos introdutórios

ao ambiente em que está inserida e deve ser divulgado a partir de dados de responsabilidade da
empresa em quatro vertentes:

»» Balanço Ambiental: demonstra a postura da empresa frente às questões ambientais.


Por exemplo: há empresas que só investem em “carteiras verdes”: fundos de
investimentos em ações de empresas com preocupações ecológicas.

»» Balanço de Recursos Humanos: demonstra o perfil da força de trabalho e a forma


de abordagem do trabalho. Por exemplo: remuneração dos empregados, planos de
benefícios e até restrições de investimento em empresas que exploram o trabalho
infantil.

»» Balanço do Valor Adicionado: mostra como a empresa contribuiu para o


desenvolvimento econômico da região em que está inserida.

»» Benefícios e Contribuições à Sociedade em Geral: mostra como a empresa se


comporta ao ser requisitada pela sociedade, diante de seus desafios.

Análise de Tendências
A análise de tendência parte de dados passados para projetar possíveis resultados futuros, faz a
leitura prospectiva dos números, e só é efetuada após a conclusão da análise:

a) do Balanço Patrimonial;

b) da Margem de Segurança;

c) do Retorno do Investimento;

d) da Rentabilidade;

e) da Criação de Valor da Empresa (EVA);

f) do Risco Empresarial;

g) dos Ciclos Financeiros e Operacionais;

h) de Valor da Empresa.

A partir desses dados são elaborados demonstrativos de resultados do período projetado


(orçamentado) e o fluxo de caixa descontado. Faz-se, então, a análise de tendências do investimento
ou do projeto.

22
Análise de Unidade iI
liquidez

A Análise de Liquidez faz-se por meio de indicadores estáticos, com a intenção de se chegar a
conclusões sobre a capacidade de pagamento das exigibilidades de uma empresa. Por eles, os credores
potenciais avaliam o risco de novas concessões de crédito, e os atuais verificam a possibilidade de
não recebimento de empréstimos ou financiamentos que anteriormente concederam em favor da
empresa avaliada. Mas, é preciso ressaltar que o analista das demonstrações só forma suas convicções
após a avaliação completa dos dados, isto é, não antes de aplicar todas as técnicas: análises vertical,
horizontal e por quocientes.

Análise por Quocientes – É o método de análise das demonstrações financeiras


de uso mais corriqueiro. Trata-se da forma mais indicada para tirar conclusões
sobre solvência, rotação e rentabilidade. Em seu desenvolvimento, poderão
ser comparados, inclusive, elementos retirados de demonstrações financeiras
diferentes, porém, elaboradas em uma mesma data. Indicador de quociente é o
resultado obtido da divisão de duas grandezas. Contudo, o importante é ir além, isto
é, analisar o que ele significa e se esse resultado é bom ou ruim.

Análise Vertical e Horizontal – Marion (2009, p.10), define essas análises da seguinte
forma:

“Quando fazemos a divisão de uma grandeza por outra (=1500/1000), nossos olhos
leem no sentido vertical, daí chamamos de Análise Vertical, considerando dados de
um mesmo período (ou de mesmo ano).

Quando comparamos os indicadores de vários períodos (vários semestres, anos...),


analisamos a tendência dos índices. Nesse caso, chamamos de Análise Horizontal,
pois nossos olhos leem no sentido horizontal. Por exemplo:

Índice
Contas a Receber = Ano 2000 Ano 2001 Ano 2002

Contas a Pagar = 1,50 1,46 1,39

A tendência desse índice é piorar. Assim, fizemos uma Análise Horizontal.”

Essas técnicas de indicadores são utilizadas em Análises das Demonstrações


Contábeis.

23
UNIDADE II │ análise de liquidez

Cabe ressaltar que há aspectos importantes a serem considerados na análise, pois os indicadores
não fornecem maiores considerações, são eles:

»» Primeiramente, a qualidade dos itens. Os estoques estão superavaliados? São


obsoletos? Os títulos a receber são totalmente recebíveis? O indicador por si só não
responde a essas perguntas. Por isso o analista deve ficar atento.

»» Outro parâmetro importante é a sincronização entre recebimentos e pagamentos.


Os recebimentos ocorrerão em datas anteriores ou posteriores aos pagamentos?
Isso é fundamental porque o indicador não confronta as datas de recebimentos e
pagamentos. Assim, a empresa pode – apesar do resultado demonstrado com o
indicador ser favorável – estar em apuros, em virtude dos pagamentos estarem com
vencimentos mais próximos do que os recebimentos.

24
Capítulo 3
Indicadores de Liquidez

As Análises de Liquidez são muito difundidas e de aplicação bastante usual em instituições


financeiras e empresas em geral. Apresentam-se em quatro indicadores básicos:

Liquidez Corrente (LC).

Liquidez Imediata (LI).

Liquidez Seca (LS).

Liquidez Geral (LG).

Índice de Liquidez Corrente – ILC


A Liquidez Corrente mostra a capacidade de pagamento de curto prazo da empresa e, teoricamente,
o risco de crédito será maior à medida que a liquidez seja menor. Todavia, o cálculo desse índice
parte de uma posição estática (data de encerramento do balanço), sendo, portanto, passível de
distorções quanto à realidade. A rigor, ela indica quanto existe de Ativo Circulante para cada unidade
monetária de dívida assumida no curto prazo, junto a terceiros. Portanto, avalia a capacidade de
pagamento de dívidas de curto prazo, usando bens e valores circulantes.

Assim: Liquidez Corrente é representada pela fórmula:

AC
LC =
PC

Sendo:

AC = Ativo Circulante

PC = Passivo Circulante

Da aplicação dessa fórmula pode resultar:

Igual a 1 – Representando R$1,00 de AC para cada R$1,00 de PC;

Menor que 1 – O AC não atende às exigências do que deve ser pago no PC;

Maior que 1 = O AC é mais do que suficiente para cobrir obrigações do PC.

Exemplo:

25
UNIDADE II │ análise de liquidez

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Circulante 200 Circulante 160

Caixa e Equivalência de Caixa 25 Fornecedores 60

Créditos a Receber 85 Salários a Pagar 30

Títulos e Valores Mobiliários 60 Empréstimos Obtidos 70

Estoques 30

Não Circulante 250 Não Circulante 60

Realizável a Longo Prazo 40 Patrimônio Líquido 230

Imobilizado 210
Total 450 Total 450

200
LC =
160

LC = 1,25 ou 125%

Conclui-se que a empresa tem ativos circulantes mais que suficientes para cobrir suas dívidas de
curto prazo, na razão de R$1,25 de ativos para cada R$1,00 de exigibilidades.

Teoricamente, índice de liquidez corrente superior a 1,0 é positivo. Mas, tudo depende do ramo da
atividade empresarial. Por exemplo, um ILC 0,8 é insuficiente para a indústria, mas pode não ser
para uma empresa de transporte coletivo, pois essa não apresenta duplicatas a receber, em face de
não vender a prazo, nem tampouco apresenta mercadorias nos estoque. Dessa forma, seu Ativo
Circulante não apresenta dois itens que “engordam” esse grupo na indústria e no comércio.

Nesse caso, a melhor alternativa para que o analista constate se o indicador de 0,8 é razoável ou não,
é utilizar o conceito de índice-padrão, que consiste em comprar o indicador apresentado com as das
diversas empresas do ramo de atividade.

Índice de Liquidez Imediata – ILI


Mede o nível de recursos mantidos em Caixa e Equivalência de Caixa para fazer frente a pagamentos
imediatos, isto é, mostra o percentual de dívidas de curto prazo que a empresa tem condições de
liquidar imediatamente.

Instituições que trabalham com volumes vultosos de operações à vista precisam cuidar para que
suas disponibilidades sejam suficientes para garantir seu funcionamento regular e ao mesmo tempo
minimizar a manutenção de valores nessas contas, uma vez que são ativos de reduzida rentabilidade.

26
análise de liquidez │ UNIDADE II

Obviamente as instituições evitam trabalhar com volumes elevados de disponibilidades,


principalmente quando operam em contextos inflacionários. A liquidez imediata ou instantânea
deve ser apenas a suficiente para fazer frente aos pagamentos imediatos. Excedentes devem ser
aplicados. O Índice de Liquidez Imediata é representado pela seguinte fórmula:

Caixa e Equivalência de
ILI = Caixa
PC

Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Circulante 140 Circulante 120

Caixa e Equivalência de Caixa 10 Fornecedores 20

Banco C/ Movimento 20 Salários a Pagar 40

Créditos a Receber 100 Empréstimos Obtidos 60

Estoques 10

Não Circulante 160 Não Circulante 30

Realizável a Longo Prazo 35 Patrimônio Líquido 150

Imobilizado 125
Total 300 Total 300

Nesse caso, as disponibilidades são a soma das contas Caixa e Bancos.

30
ILI = = 0,25 ou 25%
120

Portanto, para essa empresa é possível quitar, instantaneamente, 25% das dívidas circulantes.

Índice de Liquidez Seca – ILS


Demonstra a porcentagem das dívidas de curto prazo em condições de serem liquidadas mediante
a utilização dos itens monetários do Ativo Circulante de maior liquidez, isto é, sem depender dos
estoques sobre os quais a empresa não tem tanta capacidade de interferir em sua realização, pois
são itens sujeitos a condições de mercado – poder aquisitivo, taxas de juros e outros.

27
UNIDADE II │ análise de liquidez

AC - Estoque
ILS =
PC

Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Circulante 100 Circulante 150

Caixa e Equivalência de Caixa 10 Fornecedores 20

Créditos a Receber 20 Salários a Pagar 40

Títulos e Valores Mobiliários 30 Empréstimos Obtidos 90

Estoques 40

Não Circulante 100 Não Circulante 10

Realizável a Longo Prazo 20 Patrimônio Líquido 40

Imobilizado 80
Total 200 Total 200

Diante de tais informações, a Liquidez Seca seria:

100 - 40
LI =
150

LS = 0,4 ou 40%

O resultado apresentado é menor que um (1,00). Isso significa que essa empresa depende da
realização de seus estoques para ampliar sua capacidade de pagamento de curto prazo.

Às vezes, um Índice de Liquidez Seca baixo não representa situação financeira desfavorável. Como
exemplo, podemos citar um supermercado, porque possui investimentos elevados em estoques e
não apresenta duplicatas a receber em virtude de só vender à vista. Nesse caso, o resultado deverá
ser baixo. Diante disso, devemos nos utilizar, igualmente, do artifício dos índice-padrão, a fim de
constatar se o resultado encontrado é melhor ou pior do que o mercado.

Por fim, não podemos deixar de enfatizar que o Índice de Liquidez Seca é apreciado porque os
estoques, que podem ser manipulados, perecíveis, obsoletos, são suprimidos dos cálculos.

ATENÇÃO! Para o cálculo do Índice de Liquidez Seca, alguns autores suprimem também as
aplicações de recursos em despesas de exercícios seguintes (despesas antecipadas), uma vez que se
trata de um grupo de contas cuja destinação é a transformação em despesa à medida que ocorre o

28
análise de liquidez │ UNIDADE II

seu fato gerador, ou seja, não são valores que se traduzirão em capacidade de pagamento, pois não
se convertem em moeda. Nesse caso, passaríamos à seguinte fórmula:

AC - Estoques - Despesas Antecipadas


ILS =
PC

Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Circulante 100 Circulante 150

Caixa e Equivalência de Caixa 10 Fornecedores 20

Créditos Antecipados 40 Salários a Pagar 40

Títulos e Valores Mobiliários 40 Empréstimos Obtidos 90

Estoques 10

Não Circulante 100 Não Circulante 10

Realizável a Longo Prazo 20 Patrimônio Líquido 40

Imobilizado 80
Total 200 Total 200

Nesse caso, a Liquidez Seca seria:

100 - 40 - 10
LS =
150

LS = 0,333 ou 33,33%

Logo, desconsideradas as despesas de exercícios seguintes, a capacidade de pagamento de curto


prazo dessa empresa se resume a 1/3 do total das dívidas circulantes.

Índice de Liquidez Geral – ILG


Revela a liquidez considerando a totalidade dos ativos realizáveis e dos passivos exigíveis. É usado
como medida de segurança financeira de longo prazo. Tem-se, por ideal, que não seja inferior à
unidade. Caso se apresente com valores inferiores a 1, significa que a empresa tem ativos permanentes
financiados com capital de terceiros, o que pode trazer dificuldades financeiras no longo prazo.

AC + ARLP
ILG =
Capital de Terceiros

29
UNIDADE II │ análise de liquidez

Sendo:

ARLP = Ativo Realizável em Longo Prazo

Capital de Terceiros = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

Cabe ressaltar que o Realizável a Longo Prazo pode apresentar contas com grande dificuldade de
realização na prática, como, por exemplo, determinados direitos oriundos de precatórios. Quando
isso ocorrer, devemos suprimir esses registros do cálculo do Índice de Liquidez Geral.

Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Circulante 100 Circulante 130

Caixa e Equivalência de Caixa 20 Fornecedores 20

Créditos a Receber 40 Salários a Pagar 40

Estoques 40 Empréstimos Obtidos 70

Não Circulante 100

Realizável no Longo Prazo 20

Contas a Receber 10 Não Circulante 20

Empréstimos Concedidos 10 Patrimônio Líquido 50

Imobilizado 80
Total 200 Total 200

Com base em tais informações, a liquidez geral seria:

100 + 20
LG =
130 + 20

LG = 0,8 ou 80%

Assim, essa empresa não tem bens e direitos, de curto e longo prazos, suficientes para cobrir as
dívidas assumidas no passivo circulante e não circulante. Logo, há valores do ativo permanente
financiados com capitais de terceiros (o PL é de apenas R$50,00 e não cobre o AP de R$80,00).
Assim, considerando-se exclusivamente as informações acima, se não sobrevierem novos fatos,
a empresa poderá ter que se desfazer de parte de seu ativo permanente para saldar suas dívidas
integralmente.

30
análise de liquidez │ UNIDADE II

Variação do Capital Circulante Líquido (CCL)


ou Capital de Giro Líquido (CGL)
A variação do Capital Circulante Líquido liga-se à Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos (DOAR)2, agora elaborada para fins gerenciais e não mais por imposição legal, e se
correlaciona com a liquidez de curto prazo da empresa. Também chamada de “Fluxo de Fundo”, essa
demonstração deriva, basicamente, de uma análise das variações ocorridas na posição financeira da
empresa (ativos e passivos circulantes), cuja diferença representa o “Capital Circulante Líquido”.

Esse demonstrativo permite a identificação dos fluxos financeiros que aumentam ou reduzem o
Capital Circulante Líquido, indicando suas origens (operações que elevam o Capital Circulante
Líquido) e aplicações (operações que diminuam o Capital Circulante Líquido).

O CCL corresponde à diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante

CLL = AC – PC

O Capital Circulante Líquido pode apresentar diversas configurações, conforme modelo de estudo
proposto por Assaf Neto e Tibúrcio Silva (2002, p.17)3.

Veja como essas configurações podem ser assim ilustradas:

6. Quando o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante:

AC > PC = CCL Positivo ou Próprio

O resultado mostra excesso do Ativo Circulante sobre o Passivo Circulante, representando uma
folga financeira de curto prazo.

7. Se o Passivo Circulante ultrapassar os valores realizáveis a curto prazo:

AC < PC = CCL Negativo ou de


Terceiros

8. Se inexiste Capital Circulante Líquido:

AC = PC = CLL Nulo

Cabe ressaltar que as fórmulas supracitadas demonstram a apuração do Capital Circulante Líquido
– CCL e acarretam consequências diretas na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
– DOAR, quais sejam:

»» Quando ocorrer AUMENTO do CCL, seja por aumento do Ativo Circulante ou por
redução do Passivo Circulante, estaremos diante de uma ORIGEM.

»» Quando ocorrer REDUÇÃO do CCL, seja por redução do Ativo Circulante ou por
aumento do Passivo Circulante, estaremos diante de uma APLICAÇÃO.
2 A Lei nº 11.638, de 28/12/2007, alterou o art. 176 da Lei nº 6.404/1976, suprimindo a obrigatoriedade da DOAR.
3 ASSAF NETO A; SILVA C.A.T. Administração do Capital de Giro. Atlas, 2002, p. 17.

31
UNIDADE II │ análise de liquidez

RESUMINDO:

CCL = AC – PC
ORIGEM DE RECURSOS
CCL = AC – PC

CCL = AC – PC
APLICAÇÃO DE RECURSOS
CCL = AC – PC

Capital Circulante – também chamado de Capital de Giro – corresponde aos


recursos aplicados em ativos que giram e se transformam constantemente dentro
do ciclo operacional. Como o próprio nome dá a entender, o Capital Circulante fica
circulando dentro da empresa e, a cada vez que sofre transformação em seu estado
patrimonial, produz reflexo na contabilidade.

Até se transformar em dinheiro novamente, o valor inicial do capital circulante vai


sofrendo acréscimos a cada transformação, de modo que, quando o capital retornar
ao “estado de dinheiro”, ao completar o ciclo operacional, deverá ser maior do que
o valor inicial.

Grupos de Comparação
Há situações dentro da análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras que permitem a
realização de comparações. Dentre essas, podemos destacar o Capital Circulante Líquido e o Índice
de Liquidez.

Capital Circulante Líquido (CCL) e Liquidez Corrente (LC):

CCL = AC – PC

LC = AC/PC

Então, empresa com CCL positivo apresenta LC>1,00. Se encontrarmos CCL negativo, terá LC<1,00.
Se o CCL for nulo, a LC será igual a 1,00.

32
Análise de Unidade iII
atividade
Esse indicador tem por objetivo mostrar em quanto tempo – dias, meses – a empresa leva, em
média, para trocar seu estoque, receber suas vendas e pagar suas compras.

O resultado da operação pode dar indícios interessantes, pois quanto maior for a velocidade de
recebimento de vendas e de troca do estoque, melhor tenderá ser a eficiência. Todavia, para as
compras, quanto mais lento for o pagamento, melhor será o resultado, desde que não haja atrasos
no processo.

Capítulo 4
Indicadores de Atividade

Rotação de Estoques – RE ou Giro de Estoques


– GE
Esse indicador, também conhecido por Giro de Estoques, permite saber o número de vezes que a
empresa repôs, integralmente, seus bens de revenda, em período considerado. Sua fórmula combina
informações retiradas da demonstração do resultado do exercício (Custo da Mercadoria Vendida –
CMV) e do Balanço Patrimonial (Estoque de Mercadorias).

CMV Estoque Inicial + Estoque Final


RE = EM =
EM 2

360
PMRE =
RE

Onde:

CMV = Custo de Mercadorias Vendidas

EM = Estoque Médio

PMRE = Prazo Médio de Rotação de Estoque


UNIDADE III │ análise de atividade

Combinando as duas fórmulas pode-se identificar esse prazo de forma direta:

360
PMRE = EM x 360
CMV ou PMRE =
CMV
EM

Muller e Antonik (2008) chamam atenção quando dizem que o giro de estoque alto não significa
eficiência, pois estoque muito pequeno (giro alto) pode indicar: dificuldades para entregar o pedido
e falta de caixa.

Assim, a melhor análise para constatar a eficiência operacional da rotação de estoques é comparando
com outras empresas.

Balanço Patrimonial da Exercícios


Companhia Siracusa 2007 2008
Ativo
Circulante
240 360
Caixa e Equivalente de
Caixa 20 100

Duplicatas a Receber 80 100

Estoque de Mercadorias 140 160

Não Circulante 260 240

Realizável em Longo 160 100


Prazo
100 140
Imobilizado
Total 500 600
Passivo
Circulante 120 200

Fornecedor 40 50

Salários a Pagar 30 70

Empréstimos a Pagar 50 80

Não Circulante 180 100

Patrimônio Líquido 200 300


Total 500 600

34
análise de atividade │ UNIDADE III

Demonstrativo do Resultado do Exercício da Companhia Siracusa em 31/12/2008

(+) Receita Operacional Bruta 1.450,00


Vendas à Vista 370,00
Vendas a Prazo 1.080,00
(–) Deduções sobre ROB (50,00)
(=) Receita Operacional Líquida 1.400,00
(-) Custo da Mercadoria Vendida (600,00)
(=) Lucro Operacional Bruto 800,00

360
Rotação de Estoques =
CMV

600
Rotação de Estoques = = 4 vezes ao ano
150

140 + 160
Onde Estoque Médio = = 150
2

360
Prazo Médio de Rotação de Estoques = = 90 dias
4
Logo, essa empresa renova seus estoques a cada 90 dias, isto é, quatro vezes ao ano.

Prazo Médio de Recebimento de Vendas –


PMRV
Indica, em média, quantos dias a empresa espera para receber suas vendas. É calculado pela seguinte
fórmula:

360 Dias X Duplicatas a Receber


PMRV =
Vendas Brutas

Prazo Médio de Pagamento de Compras –


PMPC
Indica, em média, quantos dias a empresa demora para pagar suas compras:

360 Dias X Fornecedores


PMPC =
Compras

Onde: Compras CMV = EI + C – EF

35
UNIDADE III │ análise de atividade

Há atributos importantes sobre a Análise de Atividade, tais como:

»» O resultado da equação [PMRV + PMRE] fornece um resultado bem próximo do


ciclo operacional, pois, em média, mostra quantos dias os estoques levam para
serem vendidos, mais o prazo de recebimento das vendas.

»» O ideal para a empresa é que a soma do Prazo Médio de Renovação de Estoques


(PMRE) com o Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) seja igual ou
inferior ao Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC).

PMRE + RV
≤1
PMPC

Para melhor compreensão, vamos ao exemplo:

PMRE = 20 dias

PMRV = 44 dias

PMPC = 80 dias

20+44
= 64/80
80

= 0,80, isso representa uma Posição Relativa – Favorável.

Portanto, a meta da empresa é buscar sempre esse indicador menor que 1. Contudo, nem sempre é
fácil a obtenção desse resultado.

Sobre os aspectos dos Índices de Atividade, Marion (2008, p.109), assim pronuncia:

a) Quando falamos em Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV), não


estamos considerando apenas as vendas a prazo, mas o total de vendas. Se uma
empresa vende 50% a prazo (e o restante à vista), com prazo de faturamento
em torno de 60 dias, o PMRV deverá girar em torno de 30 dias (50% X 60 dias).
Se quisermos trabalhar com prazo médio de recebimento de vendas a prazo,
teremos muitas dificuldades, pois nem sempre (quase nunca) encontraremos
discriminado o total das vendas a prazo. O mesmo esquema é válido para
compras.

b) O total de vendas a ser utilizado para o cálculo do PMRV é a Receita Bruta,


deduzida de Devoluções, por um lado (incluindo IPI, ICMS etc.), e o total
de Duplicatas a Receber, ou outro (sem excluir Provisão para Devedores
Duvidosos e Duplicatas Descontadas). Assim, seremos consistentes na mesma
base de cálculo...

36
análise de atividade │ UNIDADE III

Índices de Atividades e Situação Financeira


Os Índices de Atividades (PMRE, PMRV e PMPC) são analisados em conjunto, a fim de mostrar a
situação favorável ou desfavorável da empresa.

Vejamos: Se uma empresa possui:

PMRE = 20 dias

PMRV = 44 dias

PMPC = 80 dias

Logo, teríamos:

(64/80) = 0,8, isto é, <1 (favorável). O resultado mostra um Ciclo Operacional (20 + 44) = 64 dias,
enquanto o PMPC = 80 dias, ou seja, há uma folga financeira de 16 dias. A empresa procederá a
venda, receberá e aguardará 16 dias para quitar suas compras com o fornecedor.

Contudo, admitamos, agora, que o prazo de pagamento passasse para 50 dias. Nesse caso, teríamos:

(64/50) = 1,28, isto é, >1 (desfavorável). O resultado mostra um Ciclo Operacional (20 + 44) = 64
dias, enquanto o PMPC = 50 dias, ou seja, a empresa teria que pagar seu fornecedor 14 dias antes de
receber por suas vendas, representando uma Necessidade de Capital de Giro.

Por fim, com o intuito de solidificar esses conhecimentos o gráfico a seguir ilustra bem os conceitos
aprendidos.
Figura 1 – PMRE, PMRV e o PMPC.

Ciclo Operacional

PMRE PMRV

Compra Venda Recebimento


de Clientes

Ciclo Financeiro

PMPC

Compra Pagamento a Fornecedor

37
Análise de
solvência e Unidade iV
endividamento
A Análise de Solvência e Endividamento revela a capacidade de pagamento conforme as possibilidades
do ativo devendo se basear:

»» no Índice de Solvência Geral;

»» no Índice de Endividamento;

»» na Garantia do Capital Próprio ao Capital.

Capítulo 5
Indicadores de Solvência e
Endividamento

Índice de Solvência – ISG


Mostra a capacidade de pagamento em relação ao total das exigibilidades (capitais de terceiros)
considerando o ativo total, tendo o cuidado de não considerar os itens que não se realizarão em
moeda (despesas antecipadas). O objetivo é constatar se há presença ou não de Passivo a Descoberto,
ou seja, quando o Ativo é insuficiente para saldar as dívidas do patrimônio, o que caracterizaria a
insolvência. Assim, caso o Índice de Solvência Geral apresente resultado menor que um, indicará
Patrimônio Líquido negativo, logo, um “Passivo a ser Descoberto”.

Ativo Total
IS =
PC + PÑC

Onde:

PC = Passivo Circulante

PÑC = Passivo não Circulante


análise de solvência e endividamento │ UNIDADE IV

Exemplo:

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo
Circulante 150 Circulante 120

Caixa e Equivalente de Caixa 20 Fornecedores 50

Créditos a Receber 90 Empréstimos Obtidos 70

Estoques 40

Não Circulante 250 Não Circulante 40

Realizável em Longo Prazo 50 Patrimônio Líquido 240

Imobilizado 200
Total 400 Total 400

Observados os dados do balanço, teríamos:


400
Índice de Solvência Geral =
120+ 40

Índice de Solvência Geral = 2,5

Dessa forma, podemos concluir que o ativo é capaz de cobrir até duas vezes e meia o total das
dívidas já assumidas.

Endividamento
O Endividamento nada mais é do que uma alavancagem financeira no tocante à utilização de
recursos de terceiros para financiar atividades de uma empresa. A grande questão é constatar
quando uma linha de financiamento pode ser viável ou não, haja vista que não existe uma fórmula
geral que forneça o nível ótimo de endividamento, pois as consequências devem ser observadas de
forma individualizada, ou seja, de empresa para empresa, de atividade para atividade e de contextos
macroeconômicos para contextos macroeconômicos.

A estrutura de capital de uma empresa delimita o risco a que ela está submetida, pois quanto maior
for a presença de capital de terceiros nessa estrutura, maior será o risco dela não cumprir com as
suas obrigações de pagamento, em virtude do volume dessas dívidas e das possíveis variações das
taxas de juros.

39
UNIDADE IV │ análise de solvência e endividamento

Uma boa alternativa é estabelecer um confronto entre a estrutura de capital que está sendo analisada
com outras empresas semelhantes. Isso pode ser uma base confiável de avaliação e permitir maior
auxílio para justificar alterações na estrutura de capital.

No que concerne ao endividamento, Assaf Neto (2003) adverte que, apesar de uma alavancagem
financeira favorável permitir boas taxas de rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido, poderá a
empresa se ver em dificuldades financeiras, pois se tornará dependente da renovação do empréstimo
ou da obtenção de recursos para saldar a dívida.

Por outro lado, Marion (2009) adverte que não há dúvida de que, principalmente, em época
inflacionária, é apetitoso trabalhar mais com Capital de Terceiros que com Capital Próprio.

Essa tendência é acentuada quando a maior parte do Capital de Terceiros é composta de “circulantes
não onerosos”, isto é, exigíveis que não geram encargos financeiros explicitamente para a empresa
(não há juros: fornecedores, impostos, encargos sociais a pagar e outros).

Diante disso é que há a presença de fórmulas indicando índices de endividamento, a fim de orientar
o gestor se a empresa está sob riscos.

Sobre o endividamento, podemos encontrar algumas definições importantes, quais


sejam:

“A situação de endividamento de uma empresa indica o montante


de recurso de terceiros que está sendo usado, na tentativa de
gerar lucros” (GITMAN, 1997, p. 115).

“O analista financeiro preocupa-se mais com as dívidas de longo


prazo porque elas comprometem a entidade com pagamentos
por vários anos” (GITMAN, 2005).

“Também são os indicadores de endividamento que nos informam


se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos
dos proprietários” (Marion, 2002, p. 104).

“Em relação à qualidade da dívida, a proporção favorável seria


de maior participação de dívidas a Longo Prazo, propiciando
à empresa tempo maior para gerar recursos que saldarão os
compromissos” (MARION, 2002 p. 106).

Cabe ressaltar, além disso, o que menciona Marion (2008, p. 93):

empresas que recorrem a dívidas como um complemento dos


Capitais Próprios para realizar aplicações produtivas em seu Ativo
(ampliação, expansão, modernização etc). Esse endividamento
é sadio, mesmo sendo um tanto elevado, pois as aplicações
produtivas deverão gerar recursos para saldar compromisso
assumido;

40
análise de solvência e endividamento │ UNIDADE IV

empresas que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas


que estão vencendo. Por não gerarem recursos para saldar
seus compromissos, elas recorrem a empréstimos sucessivos.
Permanecendo esse círculo vicioso, a empresa será séria candidata
à insolvência; consequentemente à falência.

Portanto, a utilização de recursos de terceiros na formação dos ativos das empresas pode alterar sua
alavancagem.

Alavancagem Financeira, segundo Gitman, é “definida como a capacidade da


empresa em usar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações
no lucro antes dos juros e dos imposto de renda sobre o lucro por ação”.

Segundo outros autores, em resumo e interpretando-os, a alavancagem financeira


acontece, positiva, quando os capitais de terceiros de longo prazo produzem efeitos
positivos sobre o patrimônio líquido.

Diante disso, podemos destacar os seguintes indicadores de endividamento:

a) Endividamento Geral: este índice mede a proporção de ativos totais financiada pelos credores
da entidade. Quanto mais alto for este índice, maior o valor relativo de capital de outros investidores
usados para gerar lucros na empresa, (GITMAN, 2005).

Capital de Terceiros
Índice de Endividamento Geral = ILG =
Ativo Total

Quanto mais alto esse índice, maior o grau de endividamento da entidade e mais elevado seu grau
de alavancagem financeira.

b) Endividamento: este índice é obtido por meio da relação entre o capital de terceiros e o capital
próprio. O índice pode também ser definido pela relação das dívidas de curto ou longo prazo com o
patrimônio líquido. (ASSAF NETO 2002).

Capital de Terceiros
Índice de Endividamento = IE =
Capital Próprio (PL)

Este indicador demonstra o quanto à entidade tomou de empréstimo para cada R$1,00 de capital
próprio aplicado, ou seja, revela a parcela do ativo que foi financiada com recursos de terceiros. Por
decorrência, mostra o volume de recursos próprio que financiam o ativo e permite conclusões sobre
a maior ou menor dependência de capitais de terceiros.

41
UNIDADE IV │ análise de solvência e endividamento

Exemplo:

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo
Circulante 150 Circulante 300

Não Circulante 350 Não Circulante 200

Realizável no Longo Prazo 150 Patrimônio Líquido 100

Imobilizado 200
Total 500 Total 500

Capital de Terceiros 400


Índice de Endividamento Geral = =
Ativo 500

Quociente de Endividamento = 0,8

Observe que, no cálculo do Índice de Endividamento Geral, interessam à empresa quocientes


inferiores à unidade. No caso como o demonstrado, a empresa apresenta ativos suficientes para
arcar com o endividamento geral.

Participação de Capital de Terceiros sobre


Recursos Totais (Quantidade) – PCTRT
Mostra o montante de dívidas de curto prazo em relação ao montante de capitais de terceiros e
próprio.

Capital de Terceiros
P PCTRT =
Capital de Terceiros + PL

Composição do Endividamento – CE

Diz respeito à qualidade da dívida ao precisar o percentual de obrigações de curto prazo com que a
empresa opera, naquele momento, em relação ao volume total de exigibilidades. Assim:

PC
CE =
PC + PÑC

42
análise de solvência e endividamento │ UNIDADE IV

Exemplo:

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo
Circulante 240 Circulante 120

Não Circulante 260 Não Circulante 180

Realizável Longo Prazo 160 Patrimônio Líquido 200

Imobilizado 100
Total 500 Total 500

120 + 180 300


a) Composição da PCTRT = = 0,6 ou 60%.
120 + 180 + 200 500
Composição da Participação de Capital de Terceiros sobre Recursos Totais = 0,6 ou 60%,

Portanto, 60% dos Recursos Totais originam-se de Capitais de Terceiros, ou seja, 60% do Ativo é
financiado por Capitais de Terceiros.

120
b) Composição de Endividamento=
120 + 180
Composição de Endividamento= 0,4 ou 40%.

Portanto, 40% das dívidas dessa empresa vencem em curto prazo.

Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros – GCPCT.

Capital Próprio
GCPCT =
Capital de Terceiros

Utilizando o exemplo do balanço anterior, temos:


120 + 180 300
GCPCT = = 0,60
120 + 180 + 200 500

Assim, podemos concluir que para cada R$1,00 de Capital de Terceiros há R$0,60 de Capital
Próprio como garantia.

43
análise de
rentabilidade ou Unidade V
lucratividade

Capítulo 6
Indicadores de Rentabilidade

Há um grande número de indicadores medindo a rentabilidade da empresa, relacionando o retorno


com o Capital Próprio (PL), Ativo e Vendas.

Assim, essa análise tem por objetivo mostrar a relação existente entre as diversas formas de lucro,
com o volume da Receita Operacional Líquida (ROL). Portanto, podemos mencionar os seguintes
indicadores:

Margem Bruta – MB: demonstra a margem de lucro bruto em relação à receita líquida de
vendas, ou seja, indica o percentual que sobra das vendas após pagamento do Custo de Mercadorias
Vendidas (CMV).

Lucro Bruto
MB =
Vendas Líquidas

Margem Operacional – MO: revela o tamanho do lucro operacional em relação às vendas


líquidas, ou seja, para cada R$1,00 vendido quanto a empresa ganha de Lucro Operacional.

Lucro Operacional
MO =
Vendas Líquidas

Da Análise da Margem Operacional – MO


Um modelo mais preciso de se chegar a uma rentabilidade com maior rigor, adota a seguinte ideia:
a margem operacional (MO) é o quociente obtido pela divisão entre o Lucro Operacional e a Venda
Líquida. Porém, esse lucro operacional, segundo Silva (2007: 116)4 deve ser considerado no seu
valor ajustado pela incidência do imposto de renda (IR).

4 SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura e análise de balanço. São Paulo: Atlas, 2007.
análise de rentabilidade ou lucratividade │ UNIDADE V

Assim:

Lucro Operacional após dedução do IR


MO =
Vendas Líquidas

Margem Líquida – ML: mostra o percentual de lucro líquido que a empresa foi capaz de produzir,
em comparação com a receita líquida de venda, isto é, qual o valor que resta, após dedução de todas
as despesas – inclusive IR – de cada real de venda realizada.

Lucro Líquido
ML =
Vendas Líquidas

Exemplo:

DRE da Cia. Sicarusa 31/12/2008


(+) Receita Operacional Bruta 3.000,00
(–) Deduções Abatimentos e Impostos (500,00)
(=) Receita Operacional Líquida 2.500,00
(–) Custo da Mercadoria Vendida 1.300,00
(=) Lucro Operacional Bruto 1.200,00
(+) Receitas Operacionais 700,00
(–) Despesas Operacionais 400,00
(=) Lucro Operacional Líquido 1.500,00
(+) Outras Receitas 850,00
(–) Outras Despesas (350,00)
(=) Lucro antes da CSLL e IR 2.000,00
(–) CSLL (180,00)
(=) Lucro ou Prejuízo antes do IR 1.820,00
(–) Imposto de Renda (IR) (300,00)
(=) Lucro Líquido do Exercício 1.520,00

Assim, a partir dos dados da Companhia Siracusa, temos:


1200
Margem Bruta: = 0,48 ou 48%.
2.500
1500
Margem Operacional: = 0,60 ou 60%.
2.500

1520
Margem Líquida: = 0,60 ou 60%.
2.500

45
Análise das Unidade VI
imobilizações
A Análise das Imobilizações objetiva verificar se o ativo permanente tem respaldo no patrimônio
líquido da empresa, isto é, se está parcialmente financiado com recursos de terceiros de longo e/ou
em curto prazo. Pode-se dizer que o uso de capitais de terceiros de curto prazo financiando o ativo
permanente sugere uma situação potencial de insolvência.

Capítulo 7
Indicadores de Imobilização

Imobilização do Capital Próprio – ICP


É recomendável que a Imobilização do Capital Próprio tenha como resultado até uma unidade.
Isso acontecendo demonstrará que os capitais de terceiros são suficientes para financiar o Ativo
Permanente.

De outro modo, caso o resultado indique valores superiores a um (1,00), fornecerá a informação de
que recursos de terceiros estão financiando o Ativo Permanente. Assim, é importante avaliar, nessa
hipótese, se os Passivos Circulantes estão lastreados no Ativo Permanente. Para isso, basta utilizar
a seguinte fórmula:

Imobilizado
ICP =
Patrimônio Líquido

Imobilização do Capital de Longo Prazo ou


Recursos Não Correntes – ICLP ou RÑC
Resultado:

Imobilizado
ICLP =
PL + PÑC
análise das imobilizações │ UNIDADE VI

Maior que 1 = os capitais de longo prazo não são suficientes para financiar todo o AP. Assim, há
valores circulantes participando do financiamento do permanente.

Menor que 1 = o ativo permanente é integralmente financiado por capitais de longo prazo.

Igual a 1 = os capitais de longo prazo são suficientes para financiar o AP, sem sobras.

Exemplo no 1:

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo
Circulante 140 Circulante 120

Caixa 10 Fornecedores 20

Banco c/ Movimento 20 Salário a Pagar 40

Créditos a Receber 80 Empréstimos Obtidos 60

Estoques 30

Não Circulante 160 Não Circulante 30

Realizável no Longo Prazo 25 Patrimônio Líquido 150

Imobilizado 135
Total 300 Total 300

135
1. Imobilizações do Capital Próprio – ICP = = 0,9
150

O resultado mostra uma situação almejada pelas companhias, pois significa que a empresa não
depende de capitais alheios para lastrear seu Ativo Permanente.

Exemplo no 2:

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo
Circulante 90 Circulante 150

Não Circulante 310 Não Circulante 50

Realizável no Longo Prazo 50 Patrimônio Líquido 200

Imobilizado 260
Total 400 Total 400

47
UNIDADE VI │análise das imobilizações

260
1.Imobilizações do Capital Próprio – ICP = = 1,3
500
O resultado mostra um valor superior a 1,00. Isso exige mais detalhamento para avaliar se a
imobilização está ocorrendo com valores passivos respaldados no permanente. Assim, vamos
utilizar a fórmula da ICLP.
260
2.Imobilizações de Capital de Longo Prazo (ICLP ou IRNC) = = 1,04
50 + 200
Conclusão:

Essa empresa utiliza Recursos Circulantes para financiar seu Ativo Permanente.

48
Análise de Unidade vII
cobertura

Capítulo 8
Cobertura de Juros

Os indicadores de cobertura revelam a capacidade da empresa em cobrir despesas


financeiras e o risco de inadimplência decorrente da dependência de capitais de
terceiros.

Esse indicador financeiro pode assumir mais de uma fórmula, pois dependerá do tipo de informação
almejada.

Cobertura de Juros – CJ

Lucro Operacional
CJ =
Despesas Financeiras

Indica a capacidade de a empresa produzir lucros operacionais, suficientes ou não, para suportar os
encargos financeiros decorrentes das operações de financiamento.

Os valores desejáveis devem ser maiores que R$1,00. Se ocorrerem valores inferiores a R$1,00 (um),
isso significará que a capacidade operacional da empresa de produzir lucros não está comportando
o custo do endividamento.

Por essa fórmula chega-se, também, ao número de vezes em que o lucro da empresa pode cobrir
as despesas, permitindo ao analista identificar em que proporção eventuais reduções no lucro não
comprometem a remuneração devida a terceiros.

Portanto, quanto maior for o quociente resultante da relação lucro operacional/despesas financeiras
maior será a segurança dos credores em relação aos capitais disponibilizados à empresa.
UNIDADE VII │análise de cobertura

Cobertura de Juros

Lucro Operacional + Depreciação + Amortização + Exaustão


CJ =
Despesas Financeiras

Observe a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (parcial) por onde se chega ao


Lucro Operacional:

Receita Operacional Bruta:

(–) Deduções e Abatimentos sobre a ROB.

(=) Receita Operacional Líquida.

(–) Custos da Mercadoria Vendida.

(=) Lucro ou Prejuízo Operacional Bruto.

(+) Outras Receitas Operacionais.

(–) Despesas Operacionais (entre as quais os Encargos de Depreciação, Amortização e


Exaustão).

(=) Lucro ou Prejuízo Operacional.

Assim, sabe-se que a depreciação é uma das despesas operacionais que reduz o lucro operacional.
Porém, ao ser registrada, a despesa de depreciação tem como contrapartida uma conta retificadora
de ativo permanente (depreciação acumulada). Ou seja, a depreciação é uma despesa que não implica
desembolso. Portanto, ao reduzir o lucro operacional, essa despesa não compromete a capacidade
de pagamento das empresas. O mesmo se aplica à Amortização e à Exaustão.

Em razão disso, essa segunda fórmula parte do princípio de que a Depreciação, a Amortização e a
Exaustão devem ser acrescidas ao lucro operacional, para mostrar a real capacidade da empresa
para cobrir suas despesas financeiras.

50
Capítulo 9
EBITDA ou LAJIDA

Os indicadores de cobertura são construídos a partir do conceito de EBITDA5. No Brasil, é


conhecido com o mesmo significado, podendo, todavia, utilizar a sigla Lajida – Lucro antes dos
Juros, Impostos, Depreciações, Exaustões e Amortizações. Destaca-se como sendo um verdadeiro
indicador de desempenho da atividade essencialmente operacional. Os especialistas aconselham
que esse deve ser o primeiro indicador a ser observado, pois, se a empresa não tem capacidade de
gerar receitas de modo a financiar as atividades operacionais, não deve dar sequência às demais
análises.

Trata-se, portanto, de uma ferramenta criada com a pretensão de indicar a capacidade de um


empreendimento gerar lucro operacional. Logo, o Ebitda é calculado adicionando-se as Despesas
de Depreciação, Amortização e Exaustão aos Lucros, antes dos juros e impostos:

LLE
(+) Juros e Despesas Financeiras.

(+) Impostos sobre a renda.

(+) Depreciações.

(+) Amortizações.

(+) Exaustões.

(=) EBITDA.

EBITDA LAJIDA
Earnig Lucro

Before Antes dos

Interest Juros (encargos financeiros)

Taxes Impostos sobre a renda

Depletion, Depreciation Depreciação

Amortization Amortização e Exaustão

O uso do Ebitda se disseminou nos Estados Unidos pelos idos anos 1970. Inicialmente, era
encarado como uma medida temporária a despertar interesse enquanto as jovens empresas
5 Do inglês Earnings Before Interests, Daxes, Depreciation, Depletion and Amortization.

51
UNIDADE VII │análise de cobertura

construíam infraestrutura que as levaria a florescer em longo prazo. Era útil porque – ao excluir
os juros devidos sobre os empréstimos para a implantação do negócio e a depreciação dos ativos –
dava aos investidores um número que melhor representava seu desempenho.

De acordo com Byrnes e Lowry (2002, p. 38), por funcionar como uma medida da capacidade de
geração de caixa operacional que exclui contas que não implicam desembolso como as depreciações,
amortizações e exaustões, o Ebitda despertou o interesse dos investidores, que o julgavam livre de
manipulações. Essa visão fez com que muitas empresas americanas passassem a chamar atenção
para esse indicador, como uma forma de atrair a confiança do mercado.

É importante contextualizar o Ebitda no Brasil. A disseminação do uso desse indicador no país


se iniciou no começo dos anos 1990, conforme relato de Gradilone (2002, p. 93), e tornou-se mais
evidente a partir do ano de 1997, quando a desvalorização do real frente ao dólar, ocorrida em
janeiro daquele ano, refletiu-se nos resultados das empresas que tinham dívidas contraídas em
moeda americana. Nas palavras de Ico e Braga (2000, p. 6), “em cena entrou o indicador financeiro
(...) extraído da contabilidade, Ebitda ou Lajida, que leva em conta o desempenho operacional e
deixa de lado o chamado resultado financeiro, considerado o Calcanhar de Aquiles das empresas
nos tempos de pós-desvalorização”. Num paralelo com a ideia inicial que amparou a sua criação
nos Estados Unidos, eram idênticas as razões que demandaram seu uso, embora, no caso brasileiro,
sua divulgação não esteja determinada, necessariamente, por razões de maturidade do negócio.
Também, vale ressaltar, que ele não faz parte da demonstração de resultado determinada pela
legislação societária brasileira, sendo divulgado a parte.

De acordo com White et al. (1996, p. 179), o Ebitda tem uso constante na condição de medida
de caixa operacional...”porém há que se ressaltarem as limitações a que está sujeito, pelo fato de
ignorar: a) variações nos métodos contábeis; e b) serviços da dívida e outros requisitos fixos das
dívidas (...).”

Quanto ao primeiro aspecto ignorado, pode-se usar como exemplo o modelo de Demonstração
de Resultados do Exercício (DRE) adotado no Brasil. Pela simples descrição do Ebitda, pode-se
observar que o valor por ele expresso não condiciona o resultado líquido da empresa. Ou seja, uma
empresa pode apresentar prejuízo líquido do exercício com Ebitda positivo. Isso porque o indicador
Margem EBITDA é calculado pelo lucro operacional, antes das despesas financeiras, depreciação,
e impostos, dividido pela receita operacional líquida. Calcular o valor do Ebitda das empresas não
é tarefa fácil, porque as publicações não trazem dados suficientes que permitam observar a forma
como fora calculada.

EBITDA
Margem EBITDA =
Receita Operacional Líquida

52
Análise da taxa Unidade VIII
de retorno
Ao afirmarmos que uma empresa “A” teve um lucro de um bilhão, enquanto a empresa “B” teve
um lucro de cem mil, isso deixa claro que a primeira se trata de uma grande empresa, enquanto a
segunda é de pequeno porte. No entanto, pouca informação é fornecida no sentido de esclarecer
qual é a capacidade de cada uma em gerar resultados.

Por conta disso, surge a metodologia de comparar o lucro com outros parâmetros que guardam
relação diretamente com ele. Dessa forma, os gestores possuem relevantes informações para melhor
tomada de decisões.

Segundo Marion (2009), quando comparamos o lucro com ativo, ou lucro com patrimônio líquido,
devemos considerar dois aspectos, quais sejam:

Muitos conceitos de lucro poderão ser utilizados: Lucro Líquido, Lucro


Operacional, Lucro Bruto etc. É imprescindível que o numerador seja
coerente com o denominador. Se utilizarmos o Lucro Líquido no numerador,
utilizaremos o Ativo Total no denominador. Utilizando o Lucro Operacional
no numerador, utilizaremos Ativo Operacional no denominador, e assim
sucessivamente.

Tanto o Ativo quanto o Patrimônio Líquido, utilizados no denominador para


cálculo da Taxa de Retorno, poderiam ser o médio. A razão é que nem o Ativo
Final nem o Ativo Inicial geraram o resultado, mas a média do Ativo utilizado
no ano. Idem para o Patrimônio Líquido.

Assim, análise da taxa de retorno está atrelada ao capital empregado, ou seja, ao percentual obtido
pelo lucro do período em relação ao investimento realizado (ativo), sabendo-se, ainda, que:

»» Retorno é o lucro obtido pela empresa.

»» Investimento é toda aplicação realizada pela empresa com o objetivo de obter lucro
(retorno).
Capítulo 10
Indicadores – Taxa de Retorno

Taxa de Retorno sobre o Investimento (TRI) ou Return On Investment (ROI)

Lucro Líquido
Taxa de Retorno sobre o Investimento (TRI) =
Ativo Total Médio

Onde:

Ativo Total Inicial + Ativo Total Final


Ativo Total Médio =
2

Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL)

Lucro Líquido
TRPL=
Patrimônio Líquido

A TRPL tem por finalidade mostrar a capacidade da empresa em proporcionar aos sócios o retorno
sobre capital aplicado, de tal forma que o sócio possa comparar com outras possibilidades de
investimentos.

Vejamos o seguinte exemplo:

Uma empresa tem um patrimônio líquido avaliado em R$28.000,00 e num determinado exercício
social gerou um lucro líquido do exercício de R$5.600,00. Nesse caso, a taxa de Rentabilidade do
Capital Próprio seria:

5.600 X 100
Rentabilidade do Capital Próprio: = 20%
28.000

A se perpetuar esses valores médios tanto no capital próprio como no lucro líquido do exercício, isso
demonstrará que o sócio, em cinco exercícios, obterá 100% do valor investido.

Comparada a outros indicadores, essas taxas trazem boas informações aos gerentes. Vamos imaginar
que a Excepcional Ltda. obteve um lucro de 150.000, cujo Balanço Patrimonial foi o seguinte:

Ativo Passivo
Circulante 180.000 Circulante 140.000
Não Circulante 800.000 Patrimônio Líquido 840.000
Total 980.000 Total 980.000

Diante disso, o Presidente da Empresa verifica a possibilidade de obter um crédito junto a uma
instituição financeira de 800.000. O Contador da Empresa, após avaliar todas as possibilidades,

54
análise da taxa de retorno │ UNIDADE VIII

constata que, caso aplique 500.000 no Ativo Circulante e 300.000 no Ativo não Circulante, poderá
obter um lucro líquido de 60.000.

Assim, no contexto apresentado, o dono dessa empresa deve realizar o empréstimo?

Vamos a análise da nova situação que ora se apresenta:

Ativo Inicial Final Passivo Inicial Final


Circulante 180 + 500 680 Passivo Circulante 140 + 800 940
Não Circulante 800 + 300 1.100 Patrimônio líquido 840 + 0 840
Total 980 1.780 Total 980 1.780

Anterior ao Posterior ao
Administrador Fórmula Resultado
Empréstimo Empréstimo

Liquidez AC/PC 180/140 = 128% 680/940 = 72% Piorou

Endividamento PC/ Ativo


140/980 = 14% 940/1780 = 52% Piorou
Geral Total
(150 + 60)/1.780
Rentabilidade LL/Ativo 150/980 = 15% Piorou
= 11%

Em contrapartida aos dados acima trabalhados, a análise da Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido
(TRPL) = LL/PL, obteve uma evolução, pois saiu do patamar de 17% (150.000/840.000) para 25%
(210.000/840.000), representando uma melhora no payback da empresa e, por isso, podendo
entusiasmar o dono da empresa no fechamento do empréstimo.

Contudo, olhando pela análise gerencial, não só a liquidez e a rentabilidade a diminuíram, como o
endividamento aumentou, características que inviabilizam o empréstimo.

Payback é período de recuperação do investimento inicial. O objetivo é calcular


o número de anos necessários para os proprietários igualarem o montante do
investimento realizado. Se o prazo de recuperação for um período aceitável, então o
projeto será efetivado, caso contrário, será descartado.

Cabe ressaltar que investimento consiste na saída imediata de dinheiro. Isso implica
na espera de recebimentos que compensem essa saída ao longo do tempo. O
payback consiste, justamente, no cálculo desse tempo (em número de períodos,
sejam meses ou anos) necessário à recuperação do investimento realizado.

Imaginemos que o Sr. Pedro Henrique deseje adquirir um veículo para executar
entregas de mercadorias, cujo investimento será de R$80.000,00. O Sr. Pedro
Henrique já tem 10 empresas contratadas para a realização do serviço, cujo valor
mensal, de cada empresa, é de R$2.000,00. Dessa forma, em 4 meses, ele terá
reembolsado o valor investido.

Payback= R$80.000,00 = 4 meses.

55
UNIDADE VIII │análise da taxa de retorno

A fórmula da TRI é fruto da confrontação entre "Margem de Lucro" e "Giro do Ativo".

Margem de Lucro – representa quanto, na realidade, sobra de cada venda retirando todas as
despesas envolvidas no processo, inclusive, o imposto de renda. Obviamente que, quanto maior a
margem, maior representará o indicador. Em contrapartida, devemos enfatizar que margem menor
estimula mais vendas, pois o preço final do produto será menor. Isso acarretará em mais venda,
mais produção e mais empregos. A Margem de Lucro é conhecida como Lucratividade, que
indicará quanto que a empresa aufere em centavos para cada real vendido, cujo cálculo é obtido por
intermédio da fórmula a seguir:

Lucro Líquido
Margem de Lucro =
Vendas

Giro do Ativo – tem por finalidade mostrar a capacidade da empresa em gerar vendas utilizando
seus ativos. Sabendo-se que para vender mais, terá que produzir mais. Esse indicador representa a
Produtividade e é calculado por meio da fórmula a seguir:

Vendas
Giro do Ativo =
Ativo Total

Quem aufere mais na margem, ganha no preço. Quem ganha mais no giro ganha no volume
(quantidade) de vendas. O confronto entre a Margem e o Giro fornece a Taxa de Retorno de
Investimento (TRI).

A fórmula da TRI é fruto da confrontação entre “Margem de Lucro” e “Giro do Ativo”.

Vejamos:

Margem de Lucro X Giro de Ativo

Lucro Líquido X Vendas


Vendas X Ativo Total

É possível que empresas tenham a mesma TRI, porém com Margem e Giro diferentes.

Exemplos:

Empresa A - TRI 16% = 0,16 X 1,0

Empresa B - TRI 16% = 0,08 X 2,0

Empresa C - TRI 16% = 0,2 X 0,8

Isso demonstra o escopo que cada empresa deverá priorizar para almejar determinada TRI. Umas
optarão pelo giro, outras pela margem. No entanto, a escolha está diretamente vinculada aos ramos
de atividades. Empresas que exigem grandes investimentos têm dificuldades em grandes giros.

56
análise da taxa de retorno │ UNIDADE VIII

Por isso – para atingir uma boa TRI – devem optar pela margem. Como exemplo, podemos citar
empreendimentos em infraestrutura.

É possível planejar os indicadores – Margem e Giro – desde que a empresa saiba quanto deseje
obter de TRI. Por exemplo, se uma empresa planeja uma TRI de 30% e sabe que o Giro total de seu
ativo ocorrerá em 2 anos, a sua margem pode ser calculada da seguinte forma:

Giro em 2 anos, então 50% para cada ano.

TRI = Giro X Margem =

30% = 0,5 X Margem

Margem = 60%

Portanto, para que a Taxa de Retorno de Investimento (TRI) alcance os 30%, a empresa deverá
trabalhar com uma margem de 60%, considerando um giro total de ativos de 2 anos.

A Exame – Melhores e Maiores, na edição de 2001, fez uma relação entre 13 empresas com Taxa
de Retorno de Investimento em torno de 10%, cujas margens e giros se apresentavam de formas
diferentes.

57
UNIDADE VIII │análise da taxa de retorno

Empresas Margem Giro TRI


1. Telesp 54,2% x 0,19 = 10,4%
2. Rhodia Nordeste 29,8% x 0,30 = 8,8%
3. Votorantim 28,3% x 0,35 = 9,8%
4. Suzano 18,3% x 0,51 = 9,3%
5. Açonorte 13,2% x 0,72 = 9,5%
6. Brahma 8,4% x 1,22 = 10,2%
7. Petroflex 6,9% x 1,55 = 10,7%
8. Arapuã 4,7% x 2,09 = 9,8%
9. Goodyear 3,6% x 2,16 = 7,8%
10. Sé Supermercado 3,2% x 3,31 = 10,7%
11. Cooxupé 2,9% x 3,35 = 9,6%
12. Sto. Amaro
2,4% x 4,27 = 10,3%
(Veículos)
13. Atlantic 1,6% x 6,03 = 9,7%

Podemos constatar que as empresas com maiores margens estão relacionadas a grandes
investimentos. Portanto, a adoção dos indicadores de Margem e Giro dependerão, sobremaneira,
do ramo de atividade empresarial e do planejamento na obtenção da TRI.

Método ou Fórmula Du Pont


Este método visa verificar o comportamento de todos os itens que colaboram para a formação
da TRI, por meio de análises do Balanço Patrimonial – Giro do Ativo – e da Demonstração do
Resultado do Exercício – Margem de Lucro. Isso propiciará compilar a produtividade (Giro do
Ativo) e a lucratividade (Margem de Lucro) de forma concomitante.

A idealização do modelo Du Pont é para que todos os itens participantes e colaboradores para a
formação da TRI possam ser analisados, em um único quadro, item a item. Marion (2009) descreve
este método de acordo com o esquema a seguir:

58
análise da taxa de retorno │ UNIDADE VIII

Figura 2. O Método Du Pont estruturado.

Custo dos Despesa de


Prod. Vendidos Vendas
+ +
Despesas Despesas
Operacionais Administrativas
+
Despesas
Vendas + Financeiras
Lucro –
Líquido Despesas não
Margem Outras Operacionais
÷ Custo Total Despesas
Líquida +
Vendas Provisão
Disponível p/IP
Taxa de +
Retorno
x +
Ativo Duplicatas a
Vendas Circulante Receber Outras
Giro ÷ + +
Realizável a
Estoques
Ativo Total Longo Prazo
Investimentos
+ +
Ativo Imobilizado
Permanente
+
Diferido

Fonte: Marion, 2009, p.158

59
Alavancagem Unidade IX

Capítulo 11
Indicadores de Alavancagem

Alavancagem financeira é uma medida de eficiência na aplicação de recursos obtidos


junto a terceiros e consequentes reflexos na ampliação ou redução do retorno dos
capitais próprios.

Um fator determinante para a identificação da vantagem ou desvantagem da


utilização de capitais de terceiros são as despesas financeiras. Os ganhos da operação
devem compensar os juros.

Grau de Alavancagem Financeira (GAF)

LLE
PL
GAF = LLE +
DF
Ativo

Onde:

LLE = Lucro Líquido do Exercício.

PL = Patrimônio Líquido.

DF = Despesas Financeiras (encargos financeiros).

Perceba que o numerador da fórmula da alavancagem é o retorno sobre o Patrimônio Líquido, e que
o denominador é o retorno do investimento acrescido das despesas financeiras.
alavancagem │ UNIDADE IX

Na aplicação dessa fórmula, conclui-se que:

GAF>1,00 – Alavancagem positiva. O uso de capital de terceiros favorece a rentabilidade do ativo.

GAF=1,00 – A utilização de capital de terceiros não altera a rentabilidade do investimento.

GAF<1,00 – A utilização de capital de terceiros reduz a rentabilidade do investimento.

Considerações Sobre Alavancagem Financeira


O ativo da empresa é o conjunto de bens e direitos da companhia e deve ser registrado contabilmente
com a indicação das fontes de recursos que lhe deram origem. Os ativos podem ser financiados com
capital próprio, com capital de terceiros, ou com os dois.

Os capitais de terceiros que financiam os ativos podem ser classificados em:

a) Passivos não Onerosos.

b) Passivos Onerosos.

Passivos Não Onerosos


Também chamados de Passivos de Funcionamento, não costumam provocar, pelo menos não de
forma explícita, encargos financeiros. São inerentes à atividade da empresa.

Exemplos: Fornecedores, Salário a Pagar, Aluguéis a Pagar, Dividendos a Pagar, Impostos a


Recolher, Provisão para o Imposto de Renda e CSLL.

Passivos Onerosos
Também chamados de Passivos de Financiamento, sempre acarretam encargos financeiros.
Exemplos: Empréstimos a pagar de curto e longo prazo, Debêntures emitidas (a pagar),
Financiamentos a pagar.

Para melhor compreensão, devemos saber que:

Ativo Líquido é obtido pela diferença entre o Ativo Total e os Passivos não Onerosos.

Ativo Total.

(-) Passivos não Onerosos.

(=) Ativo Líquido.

Esse é o montante que a empresa investiu, nela própria, em termos efetivos, pela ação deliberada de
aplicar recursos próprios ou de buscar recursos junto ao sistema financeiro ou mercado.

61
UNIDADE IX │alavancagem

Grau de Alavancagem Operacional (GAO)


Mede a eficiência obtida quando a preocupação é a gestão dos custos e despesas fixos realizada sob
o propósito de aumentar a rentabilidade.

Os estudos da alavancagem operacional visam compreender como o uso de ativos operacionais pode
aumentar o lucro operacional antes dos juros e dos impostos sobre a renda. Na verdade, a intenção
é identificar se o aproveitamento dos custos e despesas fixas trazem a possibilidade de se produzir
acréscimo percentual no lucro operacional, antes dos juros e impostos sobre a renda, maior que o
acréscimo percentual obtido nas vendas.

É, portanto, uma medida de eficácia operacional, pois com a alavancagem operacional deseja-se
identificar aumentos nos lucros decorrentes pela melhor diluição dos custos fixos entre os bens de
venda, de forma que, mesmo que o incremento de venda não seja tão grande, ainda assim possam
gerar lucros maiores. Isso se liga à visibilidade econômica da empresa.

Para sua compreensão, serão usados os conceitos de custos (despesas) fixos e variáveis, sob a ótica
do custeio direto ou variável.

Custo fixos
São aqueles que não sofrem alterações de valor em razão de modificação na quantidade produzida,
embora possam sofrer alteração de valor em razão de outras circunstâncias, como, por exemplo,
reajustes contratuais. Exemplo: aluguéis de fábrica, depreciação de máquinas pelo método linear e
outros, mão de obra com salário fixo mensalista. No caso do sistema de custeio direto ou variável, as
despesas fixas entram juntamente com os custos fixos no mesmo ponto de sua demonstração, depois
de se chegar à margem de contribuição. Portanto, o tratamento dos custos e despesas fixos, nesse
sistema, é o mesmo. São exemplos de despesas fixas: encargos de financiamentos para aquisição
de bens de produção, salário e honorários do pessoal da administração, depreciação da área de
administração e outros.

Custos Variáveis
Ligam-se diretamente à quantidade e, portanto, sofrem alteração de valor quando a produção oscila.
Ex: consumo de matéria-prima, mão de obra remunerada pela produção. As despesas variáveis
também oscilam em razão da quantidade produzida e têm o tratamento contábil no mesmo ponto
que os custos variáveis, antes da apuração da margem de contribuição. Ex: comissões de vendedores,
fretes sobre vendas e outros.

Custo Total = Custos Fixos + Custos Variáveis


Uma vez feita essa distinção, a alavancagem evidenciará como uma oscilação na quantidade
produzida refletirá no lucro operacional da empresa.

62
alavancagem │ UNIDADE IX

Empresas que têm alta participação de custos fixos na composição do custo total representam
alto grau de alavancagem operacional. Se a participação percentual dos custos fixos no custo total
demonstrar tendência de queda, a alavancagem operacional também tenderá a cair, podendo
colocar a empresa em situação de risco de insolvência.

Variação % no LOL
GAO =
Variação Percentual nas Vendas

Onde:

LOL = Lucro Operacional Líquido.

De outro modo:

LOLf – LOLi
GAO= LOLi
ROLf – ROLi
ROLi

Onde:

LOL = Lucro Operacional Líquido.

ROL = Receita Operacional Líquida.

f = Final.

i = Inicial.

O resultado obtido mostra o aumento ou redução provocada no lucro operacional pelo aumento das
vendas.

Exemplo:

Suponha duas empresas semelhantes que apresentem as seguintes séries temporais de dados
organizados sob a ótica do custeio direto ou variável:

Demonstração pelo custeio CIA.


CIA. Y
direto ou variável X
Receita Operacional Líquida das
(+) $200 100% $ 200 100%
Vendas e Serviços
(–) Custos variáveis $(50) 25% ($110) 55%
(–) Despesas variáveis $(10) 5% ($ 30) 15%
(=) Margem de contribuição $140 70% $ 60 30%
(–) Custos fixos $(100) ($ 30)
(–) Despesas fixas $ (20) ($ 10)
(=) Lucro operacional $ 20 $ 20

63
UNIDADE IX │alavancagem

Nesse caso a CIA. X tende a ter uma situação mais favorável que a CIA. Y, em razão da alta participação
dos custos fixos no custo total, que favorecem sua alavancagem operacional.

Para melhor compreensão dessa afirmação, suponha que as duas empresas experimentem um
aumento de vendas na proporção de 20%.

Demonstração pelo custeio CIA.


CIA. Y
direto ou variável X
Receita Operacional Líquida das
(+) $ 240 100% $ 240 100%
Vendas e Serviços
(–) Custos variáveis $ (60) 25% ($132) 55%
(–) Despesas variáveis $ (12) 5% $ (36) 15%
(=) Margem de contribuição $ 168 70% $ 72 30%
(–) Custos fixos $(100) ($ 30)
(–) Despesas fixas $ (20) ($ 10)
(=) Lucro operacional $ 48 $ 32

Como calcular ao grau de alavancagem operacional (GAO)?

Variação Percentual no Lucro Operacional


GAO=
Variação Percentual na Receita de Venda

48 – 20
20
GAO CIA. X = = 20/28 dividido por 40/200 = 5600/800 = X =7
240 – 200
200

Isso significa que, para cada 1% de acréscimo no nível de atividade de X, ela consegue um acréscimo
de rentabilidade de 7% no lucro operacional. Lembre-se de que, esse acréscimo de rentabilidade é
proporcionado pela melhor distribuição dos custos fixos entre as unidades produzidas e vendidas.

32 – 20
20
GAO CIA Y = = 12/20 dividido por 40/200 = 2400/800 = X =3
240 – 200
200

Conclusão: A Cia. Y possuía inicialmente situação mais desfavorável à alavancagem e por isso indicou
que para cada 1% de acréscimo em seu nível de atividade, ela consegue um acréscimo de rentabilidade
de 3% no lucro operacional. Lembre-se: esse acréscimo de rentabilidade é proporcionado pela
melhor distribuição dos custos fixos entre as unidades produzidas e vendidas, porém, ele não tinha
participação tão significativa no custos total, quanto à primeira empresa.

64
fluxo de caixa Unidade X
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) era facultativa. Contudo, hoje, por força da Lei nº
11.638/2007, esse demonstrativo passou a ser obrigatório para todas as companhias abertas e para
as companhias fechadas, cujo patrimônio líquido, na data do balanço, seja superior a dois milhões
de reais.

O Brasil resolveu adotar obrigatoriamente a DFC, em face da seguinte evolução histórica:

»» 1976 – Brasil, por força da Lei n0 6.404/1976, obriga a Demonstração de Origens e


Aplicação de Recursos (DOAR);

»» 1985 – Canadá substitui a DOAR pela DFC;

»» 1987 – EUA substitui a DOAR pela DFC;

»» 1992 – IASB6 substitui a DOAR pela DFC;

»» 2007 – O Brasil adota o mesmo procedimento.

A importância da DFC é que ela se apresenta como sendo uma das mais importantes ferramentas
na gestão financeira, conforme afirma Zdanowcz (1998:19): “O fluxo de caixa é o instrumento
que permite ao administrador financeiro a planejar, organizar, coordenar, dirigir e
controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período.”

Isso porque os demonstrativos: Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício,


Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração de Origens e Aplicação de
Recursos não fornecem detalhadamente a situação do caixa e equivalente de caixa da instituição
no presente, nem tampouco no futuro. Assim, é importante destacar o papel da Demonstração do
Fluxo de Caixa – DFC.

A Demonstração do Fluxo de Caixa utiliza a denominação equivalente de caixa


como uma ampliação ao caixa. Logo, equivalente de caixa é todo investimentos
de alta liquidez, com grande facilidade em conversão em dinheiro ou similar e de
pouca ou rara possibilidade pelo não recebimento. Portanto, as disponibilidades
compreendem não só o caixa – valores depositados em conta bancária –, mas
também os valores em equivalentes de caixa.

6 O IASB (International Accounting Standards Board) é a organização internacional sem fins lucrativos que publica e atualiza
as Normas Internacionais de Contabilidade em Língua Inglesa. O IASB foi criado em 10 de abril de 2001, na estrutura do IASC
(International Accounting Standards Committee). Ele assumiu as responsabilidades técnicas do IASC a partir dessa data. A
criação do IASB teve objetivo de melhorar os anteriores pronunciamentos contábeis internacionais (IAS) emitidos pelo IASC.
UNIDADE X │fluxo de caixa

Na realidade a DFC permite a comparação do Contas a Receber x Contas a Pagar. Quando a


comparação é feita com os valores já recebidos e pagos, temos, aí, o fluxo de caixa realizado, e
quando a comparação é feita com valores a receber e a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.

Figura 3 – O Fluxo de Caixa é o produto final da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar.

Contas a
Receber
Fluxo de
Caixa
Contas a
Pagar
Caixa Bancos Aplicações

Fonte: (Sá, 1998:10)

Devemos entender que os dados extraídos na DFC, comparados com outros demonstrativos
financeiros, orientam os interessados em determinar:

»» a transformação do lucro contábil (apurado pelo regime de competência) em caixa;

»» a possibilidade ou não da empresa arcar com as dívidas assumidas;

»» a capacidade de gerar caixa, essencialmente, nos resultados operacionais.

É importante entender que as atividades empresarias estão agrupadas na DFC em naturezas, quais
sejam: Operações, Investimentos e Financiamentos.

Atividades de Operações – São aquelas relacionadas diretamente ao negócio da empresa e são


executadas com a finalidade de proporcionar um retorno adequado para o investimento feito pelos
proprietários. São atividades refletidas em contas integrantes da Demonstração do Resultado do
Exercício que geram lucrou ou prejuízo operacional. Podem ser agrupadas da seguinte forma:

Entrada de Recursos

»» recebimentos, à vista, de mercadorias, serviços e produtos, bem como recebimento


das duplicatas das vendas a prazo;

»» recebimentos de juros sobre empréstimos concedidos e sobre aplicações financeiras


em outras entidades, bem como dos dividendos de participações em outras
sociedades;

»» recebimentos que não tenham origem nas transações demarcadas como atividades
de investimento ou financiamento.

66
fluxo de caixa │ UNIDADE X

Saída de Recursos

»» pagamentos, à vista, a fornecedores objeto de sua atividade fim, além dos


fornecedores de compras a prazo;

»» pagamento de despesas da atividade fim da empresa, por exemplo, aluguéis, salários


e outros;

»» pagamento de encargos sociais e seus respectivos acessórios (multas).

Atividades de Investimento – São aquelas referentes às decisões de aplicação de recursos em


caráter temporário ou permanente, com a finalidade de subsidiar as atividades operacionais. São
classificadas no Balanço Patrimonial em Investimentos temporários ou imobilizado. Da mesma
forma, podemos reunir em:

Entrada de Recursos

»» recebimento do principal dos empréstimos concedidos (os juros recebidos destes


empréstimos são classificados como atividade operacional);

»» recebimento pela venda de participações em outras empresas;

»» recebimento pela venda de ativo imobilizado.

Saída de Recursos

»» concessão de empréstimos a outras empresas;

»» aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas;

»» aquisição de ativo imobilizado.

Atividades de Financiamentos – Refletem os efeitos das decisões tomadas sobre a forma de


financiamento das atividades de operações e de investimentos. São atividades classificadas no
Balanço Patrimonial como Passivo Financeiro ou Patrimônio Líquido, como, por exemplo, os
discriminados abaixo:

Entrada de Recursos

»» recebimento oriundo de realização de capital social;

»» recebimento oriundo de empréstimos financeiros obtido no mercado de curto ou


longo prazo.

Saída de Recursos

»» pagamento de dividendos;

»» pagamento pelo resgate de ações da própria empresa;

67
UNIDADE X │fluxo de caixa

»» pagamento do principal dos empréstimos financeiros obtidos – os juros são


classificados como atividade operacional.

Para Assaf Neto e Silva (1997, p. 35) “(...) o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os
ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa
em determinado intervalo de tempo”.

Portanto, a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) informa os valores – dinheiro – que entraram
e saíram, bem como o resultado apurado, segregados em fluxos das operações, dos financiamentos
e dos investimentos. Isso permite aos gerentes melhores condições de viabilizar um planejamento
financeiro mais próximo da realidade, principalmente em período inflacionário, quando não é
aconselhável o excesso de recursos no caixa.

A importância desse demonstrativo é muito grande, pois mostra a situação atual das previsões de
recebimentos e pagamentos. Por conta disso, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa, atualmente, é
uma demonstração contábil-financeira obrigatória e pode ser obtido por meio dos modelos Direto
e Indireto. Esses modelos, diferenciam-se, na forma, mas possuem a mesma essência, ou seja,
caminham por percursos diferentes, mas chegam ao mesmo destino.

Figura 4. Método Direto x Método Indireto

Entradas Operacionais Lucro Líquido


+/ –

Método Direto

Método Indireto

Ajustes
Saídas Operacionais =

Geração Interna de Caixa


+/ –

Gestão Operacional de Caixa

Fluxo Operacional
+/ –

Geração Não Operacional de Caixa

Variação do Disponível
Fonte: (Sá, 1998:36)

68
Capítulo 12
Fluxo de Caixa – Modelos

Fluxo de Caixa Indireto


No modelo Indireto, há percepção mais clara dos fatores que contribuem para a redução do caixa.
Origina-se do lucro ou prejuízo do exercício, conseguido por meio do princípio da competência, até
chegar ao valor que foi convertido em caixa. Por conta disso é chamado de método da conciliação, já
que concilia o lucro líquido ao caixa. Para que possamos chegar nesse valor é necessário identificar
situações díspares entre o resultado e o caixa. Por exemplo, as vendas a prazo, haja vista que,
nesse caso, debitamos clientes e creditamos receita, ou seja, o lançamento traz consequência para
o resultado, sem que tenha ocorrido ingresso no caixa. Da mesma forma, devemos entender as
despesas a prazo e outros casos. O modelo procura visualizar todas essas possibilidades. O fluxo de
caixa indireto é similar à DOAR o que exige dos usuários conhecimento mais profundo da Ciência
Contábil.

Modelo Indireto – Estrutura

Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais


Resultado Líquido.

(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa.

(+) Depreciação.

(+) Amortização.

(+) Exaustão.

(+) Constituição da PDD.

(–) Ganhos de Capital.

(+) Perda de Capital.

(-) Aumento dos Estoques.

(+) Redução dos Estoques.

(+) Aumento de Passivos.


UNIDADE X │fluxo de caixa

(–) Redução de Passivos.

(+) Despesas Financeiras de Longo Prazo.

(–) Receitas Financeiras de Longo Prazo.

(–) Receita Resultado Positivo de Equivalência Patrimonial.

(+) Despesa Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial.

(=) Caixa Líquido das Atividades Operacionais.

Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos


(+) Alienação de imobilizado.

(+) Alienação de investimentos.

(–) Aquisição de imobilizado.

(–) Aquisição de investimentos.

(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos.

Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos


(+) Integralização de capital.

(+) Juros recebidos de empréstimos.

(+) Empréstimos tomados.

(+) Aumento do capital social.

(–) Pagamento de leasing (principal).

(–) Pagamentos de lucros e dividendos.

(–) Juros pagos por empréstimos.

(–) Pagamentos de empréstimos/debêntures.

(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos.

(=) Aumento ou redução de Caixa Líquido.

70
fluxo de caixa │ UNIDADE X

No tocante às contas patrimoniais, genericamente, podemos, no modelo indireto,


raciocinar da seguinte forma:

Aumento do AC, acarreta diminuição na DFC:

Redução do AC, acarreta aumento na DF.

Aumento do PC, acarreta aumento na DFC.

Redução do PC, acarreta diminuição na DFC.

Fluxo Direto
Fundamenta-se em demonstrar os ingressos e as saídas de dinheiro das principais atividades
operacionais, por exemplo, recebimento de vendas dos produtos e serviços, pagamento de
fornecedores, salários e impostos.

Modelo Direito – Estrutura

Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais


Recebimentos de clientes.

Dividendos recebidos.

Juros recebidos.

Recebimentos por reembolso de seguros.

Recebimentos de lucros de subsidiárias.

Pagamentos a fornecedores.

Pagamentos de salários e encargos.

Imposto de renda pago.

Juros pagos.

Outros recebimentos ou pagamentos líquidos.

Caixa Líquido das Atividades Operacionais


Fluxo de caixa das atividades de investimentos.

71
UNIDADE X │fluxo de caixa

Alienação de imobilizado.

Alienação de investimentos.

Aquisição de imobilizado.

Aquisição de investimentos.

Caixa Líquido das Atividades de Investimentos.

Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos


Integralização de capital.

Juros recebidos de empréstimos.

Empréstimos tomados.

Aumento do capital social.

Pagamento de leasing (principal).

Pagamentos de lucros e dividendos.

Juros pagos por empréstimos.

Pagamentos de empréstimos/debêntures.

Caixa Líquido das atividades de financiamentos.

Aumento ou redução de Caixa Líquido.

Saldo de Caixa – Inicial.

Saldo de Caixa – Final.

Por fim, destaca-se que não há modelo (direto e indireto) melhor ou pior. O que muda de um modelo
para o outro é o fluxo das operações, os demais fluxos são iguais. Tudo depende da necessidade dos
dados a serem analisados.

É necessário entender que – não obstante a importância – a DFC apresenta limitações no tocante
ao lucro e aos custos dos produtos da empresa, pois a sua elaboração é pelo regime de caixa e não
de competência. Logo, para entendimento e análise ampla das informações, o usuário deve utilizar
o conjunto de demonstrações disponíveis.

Objetivando absorção dos conceitos supracitados, elaboraremos a DFC dos fatos abaixo:

1) Integralização de capital em dinheiro – R$10.000,00.

72
fluxo de caixa │ UNIDADE X

2) Aquisição de computadores à vista – R$5.000,00.

3) Prestação de serviços à vista – R$8.000,00.

4) Prestação de Serviços a prazo – R$2.000,00.

5) Pagamento de Salários – R$1.000,00.

6) Aluguéis ainda não pagos – R$1.500,00.

7) Formação da Provisão de Devedores Duvidosos – 3% de clientes.

8) Depreciação de Computadores – 20%.

Lançamentos:

1) D – Caixa 2) D – Computadores
C – Capital Social – 10.000,00 C – Caixa – 5.000,00

3) D – Caixa 4) D – Clientes
C – Vendas – 8.000,00 C – Vendas – 2.000,00

5) D – Salários 6) D – Aluguéis
C – Caixa – 1.000,00 C – Aluguéis a Pagar – 1.500,00

7) D – Despesas com Provisão


C – Provisão de Devedores Duvidosos – (3% de 2.000,00) – 60,00

8) D – Despesas com Depreciação


C – Depreciação Acumulada (20% de 5.000,00) – 1.000,00

Apuração do Resultado do Exercício

Total de Débitos (despesas) – Salários 1.000,00

Aluguéis 1.500,00

Despesas com Provisão 60,00

Despesas com Depreciação 1.000,00

Total 3.560,00

Total de Créditos (receitas) – Vendas 10.000,00

Total 10.000,00

73
UNIDADE X │fluxo de caixa

Resultado – Lucro de R$6.440,00 (10.000,00 – 3.560,00).

Balanço Patrimonial

Ativo 17.940,00 Passivo 17.940,00

Circulante 13.940,00 Circulante Aluguéis a pagar 1.500,00

Caixa 12.000,00

Clientes 2.000,00

Provisão Dev. Duvidosos (60,00).

Patrimônio Líquido 16.440,00

Não Circulante 4.000,00 Capital Social 10.000,00

Imobilizado 5.000,00 Lucro 6.440,00

Depreciação (1.000,00).

Demonstração do Fluxo de Caixa

Modelo Direto

1 – Fluxo das Operações 7.000,00

Recebimento de receitas 8.000,00

Pagamento de despesas (1.000,00)

2 – Fluxo de Investimentos 5.000,00

Aquisição de Computadores (5.000,00)

3 – Fluxo de Financiamento 10.000,00

Integralização de Capital 10.000,00

4 – Variação de Caixa e Equivalentes 12.000,00

Saldo Final 12.000,00

(-) Saldo Inicial 0

5 – Saldo Final de Caixa e Equivalente de Caixa 12.000,00

(-) Saldo Inicial 0

(=) Variação 12.000,00

74
fluxo de caixa │ UNIDADE X

Modelo Indireto

1 – Fluxo das Operações 7.000,00

Lucro Líquido do Exercício 6.440,00

Provisão Devedores Duvidosos 60,00

Depreciação 1.000,00

Aumento do AC (clientes) (2.000,00)

Aumento do PC (aluguéis a pagar) 1.500,00

2 – Fluxo de Investimentos 5.000,00

Aquisição de Computadores 5.000,00

3 – Fluxo de Financiamento 10.000,00

Integralização de Capital 10.000,00

4 – Variação de Caixa e Equivalentes 12.000,00

Saldo Final 12.000,00

(-) Saldo Inicial 0

5 – Saldo Final de Caixa e Equivalente de Caixa 12.000,00

(-) Saldo Inicial 0

(=) Variação 12.000,00

Fluxo de Caixa Residual


Medida líquida de disponibilidades que é exclusivamente dos sócios. Ou seja, é o valor que sobra do
caixa para os proprietários depois de liquidadas todas as obrigações de diferentes naturezas.

Análise do Fluxo De Caixa

Fluxo de Caixa das Operações


Cobertura de Dívidas =
PC + PÑC

Fluxo de Caixa das Operações


Cobertura de Investimentos =
Fluxo de Caixa de Investimentos

75
UNIDADE X │fluxo de caixa

Fluxo de Caixa das Operações


Retorno de Caixa sobre Vendas =
ROL

Fluxo de Caixa das Operações


Retorno do Fluxo de Caixa sobre o Ativo =
Ativo

Fluxo de Caixa das Operações


Fluxo de Caixa sobre o Lucro =
LLE

Valor Atual das Entradas de Caixa


Índice de Lucratividades =
Ativo Líquido

76
análise horizontal,
vertical, balanced Unidade XI
scorecard e o
efeito tesoura

Capítulo 13
Análise Horizontal

A Análise Horizontal busca identificar a evolução dos diversos elementos patrimoniais e de resultados
ao longo de um determinado período de tempo. É, basicamente, um processo de Análise Temporal
da evolução dos elementos patrimoniais e/ ou de resultados, de forma a expressar a relação entre o
valor de uma conta ou grupo de contas, no exercício base para a comparação, e o valor apurado na
data que se quer comparar. Essa data base pode ser fixa ou móvel. Assim:

10 ano da série temporal .............. 100%

Cada ano seguinte ......................... X

BASE Ano-Base Percentual Ano Comparado Percentual Ano Comparado Percentual


FIXA Atribuído Identificado Identificado
2006 2007 2008
Vendas R$10.000,00 100% R$8.000,00 80% R$13.000,00 130%
LLE* R$4.000,00 100% R$2.000,00 50% R$5.000,00 125%

*Lucro Líquido do Exercício

Análise Temporal das vendas 2007/2006:

10.000,00......................................100

8.000,00.......................................X

8.000,00 x 100
X= x = 80%
10.000,00

8.000,00 x 100
X= x = 130%
10.000,00
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

O valor encontrado significa que as vendas em 2007 tiveram um decréscimo em relação ao ano
anterior, que pode ser assim comprovado:

% de Evolução = Índice encontrado – 100%.

% de Evolução = 80% – 100% = – 20%.

Análise Temporal das Vendas 2008/2006:

10.000,00 .............. 100.

13.000,00 .............. X.

13.000,00 x 100
X= x = 130%
10.000,00

% de Evolução = Índice encontrado – 100.

% de Evolução = 130% – 100% = 30%.

Nesse caso, a conclusão é que as vendas de 2008 superaram o volume de vendas de 2006 e
apresentarem uma situação favorável de 30%.

Quanto ao lucro 2007/2006:

4.000,00 .............. 100.

2.000,00 .............. X.

2.000,00 x 100
X= x = 50%
4.000,00

% de Evolução = Índice encontrado – 100%.

% de Evolução = 50% – 100% = – 50%.

Análise Horizontal em Base Móvel


Nessa análise, a comparação é feita com os resultados do ano imediatamente anterior.

Ano Anterior .............. 100%.

Ano Atual .............. X.

% de Evolução = Número-Índice – 100%.

78
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

– SÉRIE TEMPORAL ANÁLISE HORIZONTAL (AH)


2005 2006 2007 2008 AH 05/06 AH 06/07 AH 07/08
AC
1.000 4.000 3.000 2.400 400% 75% 80%

Análise Temporal do Ativo Circulante em Base Móvel 2006/2005.

1.000 .............. 100.

4.000 .............. X.

4.000 x 100
X= x = 400%
1000

% Evolução = 400% – 100%.

% Evolução = 300%.

Análise Temporal do Ativo Circulante em Base Móvel 2007/2006.

4.000 .............. 100.

3.000 .............. X.

3.000 x 100
X= x = 75%
4000

% Evolução = 75% – 100%.

% Evolução = – 25%.

Nesse caso, houve redução de 25% do Ativo Circulante, considerando o valor do exercício financeiro
anterior.

Análise Temporal do Ativo Circulante em Base Móvel 2008/2007.

3.000 .............. 100.

2.400 .............. X.

2.400 x 100
X= x = 80%
3000

% Evolução = 85% – 100%.

% Evolução = – 20%.

Observe que, se considerarmos a evolução temporal, a partir do segundo ano, o Ativo Circulante
sofreu redução por dois anos consecutivos.

79
Capitulo 14
Análise Vertical ou Estrutural

Determina a participação de cada elemento que compõe as demonstrações financeiras, em relação


ao total de que é parte. O instrumento utilizado para a comparação é a porcentagem e os dados são
extraídos de uma mesma demonstração financeira.

Valor do Elemento x 100


Percentual de Participação =
Valor Total

Valor do Elemento: é o que se pretende analisar.

Valor Total: é o valor-base (ou de referência) para o cálculo dos percentuais.

As bases mais adotadas são:

No Balanço Patrimonial:

Sintéticas: Total da Classe.

Analíticas: Total da Classe, Total do Grupo, Total do Subgrupo.

Bases Sintéticas no Balanço Patrimonial:

Verifica o percentual representativo do grupo de contas na classe em que é forte.

Exemplo:

Ativo Circulante x 100


Total do Ativo

Bases Analíticas no Balanço Patrimonial:

Verifica o percentual representativo:

do subgrupo no grupo de contas em relação ao grupo;

da conta no subgrupo, grupo ou classe;

da subconta na conta, no subgrupo, no grupo ou na classe.

Exemplo:

Disponibilidade x 100
Ativo Circulante

80
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

Na Demonstração do Resultado do Exercício:

Sintéticas: Comparam-se os resultados em relação à receita líquida das vendas e serviços (ROL).

Exemplo:

Lucro Operacional x 100


Receita Operacional Líquida (ROL)

Analíticas: Comparam-se as contas em relação ao grupo a que pertençem ou à receita líquida de


vendas.

Exemplo:

Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) x 100


Receita Operacional Líquida (ROL)

Na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados:

Sintéticas: Os componentes dessa demonstração são comparados ao saldo à disposição da


Assembleia-Geral Ordinária (AGO).

Análise Vertical Analítica


Como se pode inferir, a Análise Vertical Analítica efetiva-se por mera aplicação de regra de três:

Total da Classe ou do Grupo............100%

Conta Analítica .................................X

ATIVO 1990 – 100%


Circulante 30.000,00

Caixa 10.000,00 1. 10% 3. 33,33%

Duplicatas a Receber 20.000,00 2. 20% 4. 66,66%

Não Circulante 70.000,00

Realizável no Longo Prazo 20.000,00

Imobilizado 50.000.00
TOTAL 100.000,00 100%

81
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

1. A Conta Caixa em relação à Classe de Contas (Ativo):

100.000............100%.

10.000.............X.

10.000 x 100
x= x = 10%
100.000

2. A Conta Duplicatas a receber em relação à Classe de Contas do Ativo:

100.000............100%

20.000.............X

20.000 x 100
x= x = 20%
100.000

3. A Conta Caixa em relação ao grupo do Ativo Circulante:

30.000.............100%.

10.000.............X.

10.000 x 100
x= x = 33,33%
30.000

4. A Conta Duplicatas a Receber em relação ao grupo do Ativo Circulante:

30.000............100%.

20.000 ...........X.

20.000 x 100
x= x = 67,67%
30.000

2. Análise Vertical Sintética:

Total da Classe ou do Grupo 100%.

Subgrupo ou Grupo X.

82
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

ANÁLISE DA
ATIVO 1990
ESTRUTURA
Circulante 30.000,00 1. 30%

Caixa 10.000,00

Duplicatas a Receber 20.000,00

Não Circulante 70.000,00

Realizável no Longo Prazo 20.000,00 2. 20%

Imobilizado 50.000.00 3.30%


TOTAL 100.000,00 100%

1. Ativo Circulante = 100.000............100%.

30.000.............X.

X = 30% – Relação do Ativo Circulante em relação ao Total do Ativo.

2. Ativo Realizável a Longo Prazo = 100.000...........100%

20.000...........X

X = 20% – Relação do Ativo Realizável a Longo Prazo em relação ao Total do Ativo.

3. Ativo Imobilizado = 100.000............100%

50.000............X

X = 50% – Relação do Ativo Permanente em relação ao Total do Ativo.

83
Capítulo 15
Balanced Scorecard e o Efeito Tesoura

Balance Scorecard
O Conceito Balance Scorecard, que, numa interpretação literal, se traduz como cartão de marcação
balanceado, na verdade, abarca um modelo de monitoramento de estratégias de avaliação de
desempenho e gestão de riscos, proposto por Kaplan e Norton.

O objetivo desse modelo é unir a visão estratégica com as etapas de execução e controle de processo
de gestão empresarial.

O Balanced Scorecard indica os segmentos de mercado passíveis de competição e os possíveis


clientes a conquistar. Permite apresentar uma visão de futuro e a forma como se chegar até ele.

Muitos, equivocadamente, têm a ideia de que o Balanced Scorecard é uma ferramenta reservada
a contadores. No entanto, está mais voltado para executivos e administradores da empresa, pois
permite avaliar às operações, processos de produção, objetivos, produtos e clientes, apontando,
dessa forma, se está de acordo com o Planejamento Estratégico da Instituição.

Segundo Padovese, “a proposta de Norton e Kaplan parte do pressuposto de que as empresas


constroem metas estratégicas, porém, desenvolvem um sistema de acompanhamento para o dia a
dia das empresas e dos gestores divisionais”.

O Conceito de Balanced Scorecard baseia-se na premissa de que “o que não é medido, não
é gerenciado”. Portanto, como os administradores dos centros de custos não podem se furtar à
prestação de responsável de contas (accountablity) devem ter à sua disposição medidas de avaliação
de desempenho que favoreçam a identificação dos resultados da área sob seu controle.

Segundo os autores da proposição, uma empresa que se deseje implantar um sistema de Balanced
Scorecard deve agir em duas etapas:

I – elaborar e difundir o Balanced Scorecard;

II – elaborar e acompanhar os indicadores de desempenho que serão utilizados.

O desempenho de uma empresa que atua sob tal perspectiva é medido em relação ao alcance de
seus objetivos financeiros, mas, também, em relação à satisfação dos clientes, ao ponto ótimo de
aproveitamento dos seus processos internos da empresa e do crescimento proporcionado pela
informação.

Acredita-se que as pessoas se motivem por resultados.

84
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

O Balanced Scorecard possibilita uma visão sistêmica dos resultados ao medir o desempenho da
empresa desde o nível operacional até o estratégico. Geralmente, essas medidas são apresentadas
dentro dos relatórios gerenciais avaliados pelos usuários das informações contábeis.

Enfoques do Balanced Scorecard:

a) financeiro – liga-se à visão de lucro como medida de eficácia operacional;

b) no cliente – a satisfação do cliente é garantia de continuidade da empresa;

c) nos processos do negócio – há que se difundir objetivos e metas a serem cumpridos pelos
setores da empresa;

d) no aprendizado e no crescimento – o investimento em capital intelectual e humano assegura


maior capacidade de atingir metas e objetivos.

Processos de Balanced Scorecard:

1. Tradução da Visão – a missão da empresa deve ser de compreensão dos gestores


da instituição. Diretrizes estratégicas devem ser aceitas por todos os gestores e
facilmente convertidas em ações.

2. Comunicação e comprometimento – a instituição que utiliza bem as tecnologias


da informação consegue traduzir mais facilmente os planos operacionais que espera
ver executados.

3. Planejamento de negócios – as empresas devem integrar planos comerciais


e financeiros de forma a otimizar os recursos alocados, segundo prioridades
estabelecidas em planejamento.

4. Feedback e aprendizado – os resultados obtidos devem alimentar o planejamento


ao permitir aos gestores visualizar gargalos de custos, ou outras formas de
desperdícios de recursos. Assim, a empresa se aperfeiçoa constantemente.

Efeito Tesoura
Há o Efeito Tesoura quando a empresa aumenta excessivamente suas vendas, sem a devida
correspondência no capital de giro. Em princípio, tem-se a ideia de quanto mais se vende, mais se
obtém resultados positivos. Entretanto, isso não é verdade, pois se não houver disponibilidade em
tesouraria para a manutenção operacional em virtude do incremento das vendas, poderá acarretar
grandes dificuldades financeiras a ponto de poder levar à falência. Isso porque uma empresa que
possui saldo em tesouraria insuficiente ou negativo necessitará tomar recursos de curto prazo no
sistema financeiro para arcar com os novos compromissos assumidos – despesas operacionais ou
não, em virtude do aumento da produção –, com taxas de juros elevadas. Diante disso, as despesas
financeiras elevar-se-ão a um patamar insuportável que poderá comprometer a empresa.

85
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

Efeito Tesoura = T/NCG

Se o índice crescer negativamente, em exercícios seguidos, estará caracterizado o efeito tesoura.

Exemplo:

Ano T NCG N(NCG)


2003 500 900 0,55
2004 (500) 1.800 (0,27)
2005 (1.300) 2.00 (0,65)

Como o indicador T/NCG está crescendo negativamente, ao longo dos anos, a empresa está
sofrendo o Efeito Tesoura (OLIVER). Portanto, chamamos de Efeito Tesoura a presença crescente e
sistemática de saldos negativos de tesouraria.

Realize uma revisão dos principais pontos tratados nesta disciplina, por intermédio
de questões retiradas de concursos, cujos gabaritos se encontram ao final dos
exercícios.

Julgue as questões se Verdadeiro ou Falsa


1. (CLDF/2006)

Na reclassificação das contas para efeito de análise, é usual incluírem-se duplicatas


descontadas no passivo, e não como conta redutora do ativo. Com essa providência,
altera-se o quociente de liquidez corrente, mas não o capital circulante líquido.

2. (CLDF/2006)

Considere-se que a composição do endividamento (CE) seja dada por um quocoente que
relaicona as obrigações da entidade com terceiros, de acordo com a fórmula CE = [PC/
(PC+ PNC)] X 100, em que PC é o passivo circulante e o PNC é o passivo não circulante.
Então, independentemente de outros fatores, quanto mais próximo de 100% for o valor
de CE, maior será a dificuldade da entidade em honrar seus compromissos.

86
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

3. TRANSPETRO

Uma empresa apresentou em dois exercícios consecutivos, os seguintes resultados:

ITENS 2004 2005


Receitas de Vendas 50.000,00 100.000,00
Custos das Vendas 25.000,00 50.000,00
Lucro Bruto 25.000,00 50.000,00
Despesas Operacionais 15.000,00 25.000,00
Lucro Operacional (antes de juros e Imposto de 10.000,00 25.000,00
Renda)

Com base nos dados acima, é correto afirmar que a alavancagem operacional da empresa
é de:

a) 1,25

b) 1,5

c) 1,75

d) 2,00

e) 2,5

4. (FCC)

A Cia. Estrela possui as seguintes contas patrimoniais, dentre outras, com valores em
reais:

Fornecedores 1.500
Salários a Pagar 1.200
Contas a Receber (120 dias) 2.500
Empréstimos a Curto Prazo 1.500
Empréstimos a Controladas 2.500
Caixa e Equivalente de Caixa 2.500
Estoques 3.000
Impostos a Pagar 900

I. Tendo como base essas informações, a necessidade de capital de giro é R$

a) 1.200,00

b) 1.600,00

c) 1.900,00

87
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

d) 2.100,00

e) 2.900,00

II. Com base nos conhecimentos em índice de liquidez corrente (LC) e capital circulante
líquido (CCL) e a correlação entre esses, podemos afirmar que:

a) Quando o CCL é positivo, a LC é < que 1.

b) Quando o CCL é negativo, a LC é > que 1.

c) Quando o CCL é descoberto, a LC é > que 1.

d) Quando o CCL é próprio, a LC é > que 1.

e) Quando o CCL é nulo, o AC é maior que o PC.

III. A Taxa de Retorno sobre Investimentos da empresa é de 14,3%. O payback será de:

a) 4 anos.

b) 5 anos.

c) 6 anos.

d) 7 anos.

e) 8 anos.

5. Questões do Tribunal de Justiça do Pará/2006

Para a administração financeira, o objetivo econômico das empresas é a maximização


de seu valor de mercado, pois, dessa forma, estará sendo aumentada a riqueza de seus
proprietários (acionistas de sociedade por ações ou sócios de outros tipos de sociedades).

Masakazu Hoji. Administração financeira. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 21 (com
adaptações).

I. Julgue se Verdadeiro ou Falso as questões abaixo:

1) Na busca da maximização do valor da empresa, o administrador financeiro deve


procurar investir em ativos que apresentem os menores riscos.

2) Na utilização do regime de competência para apurar o resultado econômico e avaliar


a rentabilidade de suas operações, as organizações consideram as receitas no momento
do recebimento do recurso financeiro resultante de um negócio.

3) Ativo Circulante, passivo circulante, ativo realizável de longo prazo e passivo não
circulante são informações utilizadas no cálculo do índice de liquidez geral.

88
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

4) Considerando a hipótese de que os dados abaixo tenham sido extraídos das demonstrações
financeiras de uma organização, então é correto afirmar que seu índice de liquidez seca é
superior a 1,30.

Ativo Total R$100.000,00


Ativo Circulante R$40.000,00
Caixa R$3.000,00
Estoques R$9.000,00
Passivo Total R$50.000,00
Passivo Circulante R$25.000,00

II. Ao efetuar o recolhimento da COFINS, apropriada em conta específica de passivo, a


empresa influenciará o índice de liquidez corrente.

6. SERPRO – Especialização: Recursos Logísticos (Economia/


Administração 2005 – UnB

A rede de restaurantes popular Comabem, situada em uma capital de estado brasileiro,


e composta de 7 unidades, contratou João como gerente financeiro, visando abrir novas
filiais em cidades próximas, além de reestruturar as unidades existentes.

Com base na situação hipotética apresentada acima, julgue-os:

I. Diferentemente da contabilidade, João deve adotar o princípio do regime de


competência, que reconhece as receitas no momento da venda e as despesas, quando
incorridas.

II. Considere que João não necessitará recorrer a financiamento externo para as reformas
dos restaurantes. Nesse caso, é correto concluir que a empresa fará uso da retenção de
lucros para o reinvestimento na empresa (lucros retidos).

7. DOCAS/PA (2006) Contador

Ao se classificar item no Ativo Circulante disponível, conclui-se que este é o item de maior
liquidez do ativo. Assim, ao se calcular o índice de liquidez imediata, o Ativo Circulante
não classificado como disponível deverá ser desconsiderado. Quanto maior for o valor
do Ativo Circulante disponível melhor será o índice de liquidez imediata, mantendo-se o
valor do passivo constante. Essa afirmativa é falsa ou verdadeira?

8. TJDFT (2006) Administrador

I. Na aplicação dos recursos da organização, com o objetivo de obter os melhores


retornos de capital, o administrador financeiro deve procurar alternativas que ofereçam
ou o menor risco ou o maior retorno.

II. A análise dos valores registrados no Ativo Circulante e no passivo circulante permite
avaliar a capacidade de uma empresa saldar suas dívidas de curto prazo.

89
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

9. TST (2008) Técnico Judiciário

Pedro, técnico em administração e orçamento de uma empresa de pequeno porte —


Zetamix — que fornece material de escritório para algumas instituições públicas do
Distrito Federal (DF), trabalha com fluxo de caixa dividido por oito semanas. Na quarta-
feira passada, ele tomou conhecimento de que não ocorreu a venda de um lote de material,
cuja entrada no fluxo estava prevista para o dia anterior. Ele prontamente retificou o
fluxo de caixa, retirando essa previsão. Ao final do bimestre, ele fará o próximo relatório
para entregar ao administrador financeiro da empresa.

O fluxo de caixa de uma instituição é uma ferramenta que demonstra de forma antecipada
as entradas e saídas de recursos, com a finalidade de permitir ao administrador a tomada
de decisões referentes à disponibilidade de caixa.

A partir dessas informações e com base na situação hipotética descrita e nos princípios
que norteiam a administração financeira, julgue os itens seguintes:

I. Pedro não agiu corretamente ao retificar imediatamente o fluxo de caixa quando soube
que a venda do lote de material não se concretizara, pois, como o próximo relatório será
elaborado ao final do bimestre, esse procedimento fará com que o gestor perca a visão
global de todo o processo de entrada e saída de recurso.

II. A emissão do relatório de fluxo de caixa deve ser uma rotina normal da empresa;
assim, visando auxiliar a tomada de decisões pelo administrador financeiro, em vez de
apresentar o relatório das oito próximas semanas apenas ao final do bimestre, seria mais
adequado que Pedro o disponibilizasse semanalmente.

III. A falta de controle do movimento do caixa da empresa acarreta problemas como


o desconhecimento do volume correto e da origem dos recebimentos, bem como do
volume e do destino dos pagamentos.

IV. Em instituições muito complexas, como, por exemplo, a prefeitura de uma cidade
de grande porte, o fluxo de caixa é uma ferramenta administrativa dispensável para o
planejamento financeiro, pois a variedade de atividades operacionais envolvidas impede
o lançamento adequado das entradas e saídas de recursos correspondentes a essas
atividades.

V. A gestão financeira pode ser definida como um conjunto de ações e procedimentos


administrativos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das atividades
financeiras da empresa, cujo objetivo é melhorar os resultados apresentados pela empresa
e aumentar o valor do patrimônio por meio da geração de lucro líquido proveniente das
atividades operacionais.

VI.Um plano de contas eficiente deve apresentar dados contábeis que reflitam com
clareza a natureza operacional, administrativa e legal da instituição. No plano de contas

90
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

da empresa Zetamix, contas a receber deve ser registrado no passivo, enquanto contas a
pagar deve ser registrado no ativo.

VII. Nas decisões a respeito dos investimentos da empresa, o administrador financeiro


deve considerar o risco, fator que pode comprometer significativamente os resultados
esperados. Nesse sentido, e com o objetivo de maximizar os valores aplicados, o
administrador financeiro deve optar pelos investimentos que apresentam os menores
riscos entre as opções disponíveis.

VIII. Considere-se as informações da empresa Zetamix apresentadas na tabela a seguir.

Ativo total R$350.000,00.

Ativo Circulante R$55.000,00.

Caixa R$6.000,00.

Estoques R$9.000,00.

Passivo total R$47.000,00.

Passivo circulante R$25.000,00.

Nessa situação, o índice de liquidez seca da empresa é superior a 1,7.

10. ANATEL (2009) Especialista em Regulação

Com base nos conceitos e aplicações da contabilidade comercial e da análise econômico-


financeira, julgue os seguintes itens.

Para as companhias abertas, além da apresentação e publicação de demonstração das


origens e aplicações de recursos, passou a ser obrigatória também a demonstração do
fluxo de caixa, nesse caso, porém, apenas quando o patrimônio líquido exceder R$2
milhões.

11. ANTAQ (2009) Técnico em Regulação

No que se refere a administração financeira, julgue os itens seguintes:

I. Os índices de liquidez evidenciam o prazo de renovação dos elementos patrimoniais,


dentro de determinado período de tempo.

II. A análise vertical tem a finalidade de evidenciar, por meio dos períodos, a evolução
dos itens das demonstrações contábeis.

91
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

12. STJ (2008) Técnico Administrativo

Julgue os itens a seguir, que versam acerca de noções de administração financeira:

I. Para se obter um resumo financeiro dos resultados das operações da organização


durante um período específico, deve-se utilizar o balanço patrimonial.

II. Uma organização que adota o regime de competência reconhece as receitas e despesas
apenas quando ocorrem entradas e saídas efetivas do caixa da organização.

13. Companhia Estadual de Habitação Popular (CEHAP) – 2008 – Contador

Uma empresa possui margem de lucro bruto na ordem de 40%. Caso o valor da receita
bruta aumente 20% e o custo das mercadorias vendidas sofra decréscimo de 5%, a nova
margem bruta de lucro será de:

A) 55%.

B) 52,5%.

C) 45%.

D) 42,5%.

14. Companhia Estadual de Habitação Popular (CEHAP) (2008 ) Assistente


Administrativo

Com relação à administração financeira nas empresas, a afirmativa é verdadeira ou falsa?

Em um dado momento, uma empresa que gera lucro pode estar em dificuldade financeira
por não gerar caixa.

15. MCT (2008) – Assistente Administrativo

Com relação a administração financeira, julgue os itens que se seguem.

I. A administração do capital de giro de uma empresa é uma atividade cotidiana que


assegura que os recursos sejam suficientes para continuar a operação, visando evitar
interrupções dispendiosas.

II. O impacto do controle de estoque na produtividade da empresa é desprezível.

16. UEPA (2008) – Agente Administrativo

A obtenção e a aplicação de recursos financeiros são objetos da administração financeira.


Com relação a esse assunto, julgue os itens a seguir.

92
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

I. O responsável pelas finanças de uma empresa que tenha recebido a incumbência de


informar aos dirigentes o prazo de retorno de algumas operações, para atender a essa
demanda, deve calcular os índices de liquidez correspondentes.

II. Financiamento é o conjunto de atividades relacionadas à captação de recursos a serem


utilizados nas atividades de uma organização.

III. Os recursos aplicados pelas empresas são classificados como ativo e registrados do
lado esquerdo do balanço patrimonial.

IV. É correto classificar a compra de ativo imobilizado como atividade de investimento.

V. Se uma organização reconhece as receitas de uma operação no momento da venda,


então é correto afirmar que essa organização adota o regime de caixa para apuração do
resultado econômico.

17. Analista Ministerial Especializado (2006) Contador – Tocantins

Julgue os itens seguintes, acerca da análise das demonstrações contábeis, de uma


empresa comercial.

Ativo Ano I – Ano II –


R$ R$
Disponível 250 980
Estoques 800 2.000
Material de Consumo 320 650
Salários Antecipados 110 60
Seguros Antecipados 70 90
Realizável a Longo Prazo 800 140
Veículos 2.000 2.100
Equipamentos 1.200 2.200
Terrenos 800 800
Depreciação Acumulada -600 -820
Ativo Total 5.750 8.200
Passivo + Patrimônio Líquido Ano I – Ano II –
R$ R$
Salários a Pagar 800 100
Fornecedores 110 90
Energia a Pagar 80 79
Telefone a Pagar 32 91
Encargos a Pagar 42 40
Empréstimos Bancários 88 430
Passivo não Circulante 100 140
Capital Social 3.000 3.000
Lucros ou Prejuízos Acumulados 1.000 3.980
Reservas 498 250

93
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

Total Passivo + Patrimônio 5.750 8.200


Líquido
Conta Ano I – Ano II –
R$ R$
Receita de Vendas 11.210 7.100
- Deduções -2.100 -800
= Receita Líquida de Vendas 9.110 6.300
- Custo de Mercadoria Vendida -6.500 -2.000
= Lucro Bruto 2.610 4.300
- Despesas Operacionais -1.410 -1.320
Despesa de Salário -800 -900
Despesa de manutenção -400 -140
Despesa de depreciação -120 -220
Despesa administrativa -90 -60
Lucro Operacional 1.200 2.980

I. O índice de liquidez corrente do ano I é maior do que o índice de liquidez corrente do


ano II.

II. O índice de liquidez imediata do ano II é maior do que o índice de liquidez corrente
do ano I.

III. O índice de endividamento do ano II é menor do que o índice de endividamento do


ano I.

IV. O capital circulante líquido do ano I é maior do que o capital circulante líquido do
ano II

V. O giro do estoque do ano II é menor do que 1,5.

VI. O índice de liquidez seca do ano I é menor do que o índice de liquidez imediata de II.

VII. O índice de liquidez corrente do ano I é inferior ao índice de liquidez seca do ano II.

Conta Saldo R$
Abatimento sobre Compras 200
Abatimento de Vendas 320
Desconto de Compras 400
Seguro sobre Compras 410
Fretes sobre Vendas 750
Devolução de Vendas 800
Fretes sobre Compras 1.200
Despesas de Exaustão 1.447
Despesas Antecipadas de Seguros 1.500
Despesa de depreciação 1.580
Despesa antecipada de salários 2.400

94
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

Receita de Serviços 2.500


Despesas antecipadas de aluguel 3.220
Empréstimos a pagar 4.470
Aplicações financeiras 5.296
Debêntures emitidas 6.650
Receita antecipada de serviços 7.440
Estoque em 31/1 12.000
Compras de Mercadorias 13.800
Estoque em 1/1 50.000
Receita de Vendas 65.800

Com base no conjunto de contas hipotéticas apresentado acima, julgue os itens seguintes.

VIII. O valor da receita líquida de vendas é menor do que R$68.000,00.

IX. As contas de ativo totalizam R$12.446,00.

X. A margem bruta é maior do que 32,5%.

XI. A margem operacional apurada é maior do que 23,5%.

18. IGPREV/PA – 2005 – Assistente Administrativo

Uma administração financeira eficiente deve ter como principal missão a obteção de um
conjunto de recursos apropriados, o controle dos custos e dos prazos a fim de financiar,
a todo momento, os investimentos necessários para atingir os objetivos da organização.

(FAUS, Josep. Administração financeira de curto prazo: análise e diagnóstico. In:


Administração de empresas: análise contábil e financeira. Nova Cultural, 1988, p. 50.).

A administração financeira relaciona-se com diferentes áreas de conhecimento. Essas


interseções são por vezes de fácil identificação e outras vezes nem sempre se distinguem
facilmente. Acerca dessas possibilidades de relação e demais conceituações básicas
pertinentes ao tema abordado no texto acima, julgue as questões abaixo:

I. Apesar da atuação em campos bastante estreitos, a administração financeira diferencia-


se da contabilidade por utilizar o regime de competência, enquanto esta última utiliza o
regime de caixa para reconhecer as receitas e despesas que, efetivamente, representam
entradas e saídas de recursos.

II. Enquanto o contador volta sua atenção para a coleta e a apresentação dos dados
financeiros, o administrador financeiro analisa os demonstrativos contábeis, o
desenvolvimento de dados adicionais para a tomada de decisão, com base também em
suas avaliações acerca do risco e dos retornos inerentes.

III. Os ganhos de capital referem-se à diferença positiva ou negativa entre o preço de


venda de um ativo e o seu preço de compra.

95
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

IV. O índice de liquidez corrente é um índice financeiro que mede a capacidade da


empresa em satisfazer suas obrigações de curto prazo. Por esse motivo, exclui-se do seu
cálculo os valores referentes ao estoque por ser o ativo de menor liquidez.

19. FUNAG (2005) Administrador

Com base nos conceitos de análise vertical e horizontal, na análise dos demonstrativos
financeiros e principais instrumentos de contabilidade, julgue os seguintes itens.

I. A principal função da análise vertical é observar a estrutura dos diversos componentes


de um demonstrativo, avaliando-se proporções entre ativos e passivos, receitas e
despesas, grupos de custos e centros de resultados.

II. Os principais demonstrativos contábeis incluem o balanço patrimonial, o


demonstrativo de origem e aplicação de recursos, a demonstração de resultados do
exercício, o livro caixa e o resumo das operações financeiras.

III. Um dos objetivos da análise horizontal é medir a evolução de determinado agregado


no tempo.

IV. Na prática, o capital de giro, por ser um conceito abstrato, não tem como ser
determinado contábil e(ou) financeiramente. Ele é apenas uma medida empírica e uma
estimativa grosseira das necessidades de financiamento de determinada organização ou
projeto.

Ativo Total 90.000


Ativo Circulante 35.000
Caixa 2.000
Estoque 6.000

Passivo Total 60.000


Passivo Circulante 18.000

Os dados apresentados na tabela — valores em reais (R$) — foram extraídos do balanço


patrimonial de uma empresa. Com base nesses dados, julgue os itens subsequentes.

V. O índice de liquidez corrente, que mede a capacidade da empresa de pagar suas dívidas
de curto prazo, é de 1,5.

VI. O índice de liquidez seca é de 1,61.

20. Município de Boa Vista – 2004 – Analista de Nível Superior

Na análise econômico-financeira de empresas, são tradicionalmente utilizados diversos


índices, que são aplicados aos demonstrativos contábeis das empresas. Com base nessa
prática, julgue os itens subsequentes.

96
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

I. Empresas saudáveis do ponto de vista financeiro devem apresentar valores quase


idênticos do índice de liquidez corrente e do índice de liquidez geral.

II. Quanto menor o valor do índice de liquidez corrente, melhor a situação da empresa.

III. Quanto maior o valor do índice de margem líquida, melhor a situação da empresa.

IV. A diferença entre o índice de margem líquida e o índice de rentabilidade do ativo é


que o primeiro avalia o retorno sobre o lucro líquido, e o segundo avalia o retorno sobre
o capital total investido.

V. A avaliação de um índice só pode ser efetuada com segurança mediante a comparação


com padrões estatisticamente apurados que permitam verificar como a empresa está
em relação às demais do setor. Empresas de setores diferentes, como uma criadora de
softwares e uma siderúrgica, tendem a ter índices muito diversos, dada a composição de
seus ativos.

Julgue os itens seguintes, referentes a conceitos básicos de administração financeira.

VI. Uma das razões pelas quais os mercados financeiros existem é a necessidade de as
pessoas ajustarem seu consumo intertemporal.

VII. Os mercados financeiros não proporcionam meios para a realização de testes


adequados à tomada de decisões de investimento.

21. DFTRANS (2008) Contador

Acerca da influência de tributos no patrimônio e dos indicadores das empresas, julgue


os itens a seguir.

I. Ao apurar o imposto de renda de pessoa jurídica, a empresa pode optar pelo seu
pagamento ou por sua apropriação. No caso do pagamento imediato, a redução do índice
de liquidez corrente será imediata. Caso a empresa opte pela apropriação, o índice de
liquidez corrente será acrescido no momento do registro.

A respeito da utilização de índices para a análise econômico-financeira, julgue os itens


subsequentes.

II. Ao utilizar o índice de solvência, não se considera o volume de recursos disponível no


patrimônio líquido da empresa. Desse modo, a análise restringe-se a recursos econômicos
e obrigações de curto e longo prazo.

III. A utilização do índice de liquidez geral proporciona a visualização da quitação de


todas as obrigações da empresa de curto e longo prazo em função de seus recursos
econômicos também de curto e longo prazo. Assim, é possível determinar se a empresa
possui recursos suficientes para quitar todas as suas obrigações, desconsiderando-se a
possibilidade de comercializar seu ativo fixo.

97
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

22. DFTRANS (2008) Técnico de Contabilidade

Com relação a orçamento e finanças, julgue os itens subsequentes.

I. O índice de cobertura de juros mede a capacidade da empresa de arcar com suas


obrigações anuais com as instituições fornecedoras de créditos. Para a apuração desse
índice, considera-se o lucro, sem os impostos, dividido pelo montante de encargos de
juros anuais.

II. O índice de lucro líquido para com os ativos totais mensura a taxa de retorno do lucro
apurado em relação aos ativos totais da empresa.

III. A demonstração de fluxos de caixa evidencia a movimentação financeira da empresa


em determinado período. Em sua estrutura, é possível verificar as origens e aplicações
dos recursos dessa empresa, especialmente porque nessa empresa se evidencia variação
do capital circulante líquido da empresa.

23. Assembleia Legislativa/ES (2006) Contador

O Balanço Patrimonial da CIA ALFA é apresentado a seguir:

CIA ALFA – BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/2005


ATIVO PASSIVO
Circulante 7.680 Circulante 13.270
Realizável a Longo Prazo 4.830 Não Circulante 2.700
Imobilizado 12.850 Patrimônio Líquido 9.390
Total 25.360 Total 25.360

Com base nesses dados, pode-se afirmar que o índice de imobilização de recursos não
correntes da CIA é:

A) 58;

B) 83;

C) 106;

D) 137;

E) 170.

24. SGA/AC (2006) – Técnico em Gestão Pública

A manutenção da competitividade das empresas brasileiras diante da concorrência


em ambiente globalizado requer de seus administradores novas formas de atuação,
como o domínio cada vez maior das técnicas de gestão financeira, além do profundo
conhecimento de seu mercado de atuação.

98
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

Tendo o texto acima apenas como referência inicial, com base nas noções de administração
financeira, julgue os itens abaixo.

I. O risco faz parte das decisões de investimento e cabe ao administrador financeiro aplicar
os recursos da organização para que o retorno seja condizente com o risco incorrido.

II. Do ponto de vista gerencial, a venda de ativo imobilizado é classificada como atividade
operacional.

III. No passivo, são registrados os resultados das decisões referentes à forma de


financiamento das atividades das organizações.

IV. Quando a receita é reconhecida no momento da entrada do recurso na empresa, está-


se falando de apuração do resultado por meio do regime de caixa.

25. TJ (2006) Auxiliar Administrativo

Denomina-se administração financeira o conjunto de decisões organizacionais


relacionadas à obtenção e à aplicação de recursos financeiros. Assim, julgue os itens:

I. O índice de liquidez corrente demonstra a capacidade de uma empresa pagar seus


compromissos financeiros de curto prazo.

II. As origens dos recursos da organização são registradas do lado direito do balanço
patrimonial.

III. O desenvolvimento de um novo projeto que não dispõe dos recursos financeiros
necessários à sua execução é objeto de busca de alternativas de aplicação para a
organização responsável pelo projeto.

IV. O valor registrado em estoques é utilizado no cálculo do índice de liquidez seca.

26. MP/TO (2006) Assistente Administrativo

Com relação às noções de administração financeira, julgue os itens que seguem.

I. Entre as atividades empresariais, são consideradas atividades operacionais as que se


relacionam diretamente ao negócio da empresa e as que dão suporte ao negócio.

II. Para planejar e controlar as faltas e as sobras de caixa e para apurar o resultado
financeiro, adota-se o regime de competência.

III. Inflação é o processo generalizado de aumento de preços que gera redução do poder
de compra da população.

IV. Amortização é o período de tempo em que o capital rende juros.

Atribua a letra V para as proposições verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque


a opção que contenha a sequência CORRETA.

99
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

V. De acordo com o art. 176 da Lei nº 6.404/1976, alterada pela Lei nº 11.638/2007,
entre as demonstrações financeiras que a companhia de capital aberto deverá elaborar
ao fim de cada exercício social, com base na escrituração mercantil da companhia, estão:

(___) Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.

(___) Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos, Demonstração do Resultado


do Exercício.

(___) Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado.

A) V, V, V.

B) V, F, V.

C) V, V, F.

D) F, V, V.

E) F, V, F.

VI. Uma determinada empresa apresentou os seguintes saldos contábeis: Vendas $


10.000; Ativo $ 5.000; Lucro Líquido R$1.000. Considerando estas informações o valor
do ROI – Retorno sobre o Investimento é de:

A) 10%.

B) 1,50.

C) 20%.

D) 2,00.

E) 2,50.

27. Águas de Joinville (2008) Analista Econômico e Financeiro II

I. O Índice de Liquidez Geral demonstra a capacidade que um empreendimento tem para


honrar todos os passivos exigíveis, utilizando para isso todos os seus ativos de curto e
longo prazo.

Considerando o Balanço, a seguir, qual é o índice de liquidez geral:

»» Circulante: 120.000.

»» Realizável a Longo Prazo: 40.000.

»» Permanente: 90.000.

100
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

TOTAL ATIVO: 250.000.

»» Circulante: 90.000.

»» Não Circulante: 25.000.

»» Patrimônio Líquido: 135.000.

TOTAL PASSIVO: 250.000.

a) 1,33.

b) 1,60.

c) 1,39.

d) 1,78.

II. O resultado econômico de uma organização difere do seu resultado financeiro. O


resultado financeiro pode ser demonstrado por meio do seu Fluxo de Caixa. Considerando
os dados, a seguir, qual o lucro ou prejuízo da organização no período e o seu resultado de
caixa no mês 01/2008?

Vendas no mês 1/2008.... $ 1.000.000.

»» À vista...............20%.

»» Com prazo de 30 dias.........50%.

»» Com prazo de 60 dias.........20%.

»» Com prazo de 90 dias.........10%.

Custo dos produtos vendidos no mês $ 700.000.

Compras no mês 1/2008...... $ 400.000.

»» À vista...............40%.

»» Com prazo de 30 dias.........35%.

»» Com prazo de 60 dias.........25%.

a) Prejuízo = $ 100.000 / Saldo de caixa = $ 40.000.

b) Lucro = $ 300.000 / Saldo de caixa = ($ 240.000).

c) Prejuízo = $ 100.000 / Saldo de caixa = ($ 240.000).

d) Lucro = $ 300.000 / Saldo de caixa = $ 40.000.

101
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

28. ADEPARÁ (2009) Administrador

Durante as atividades operacionais de uma empresa, há falta de sincronização entre as


entradas e as saídas de caixa. Além disso, a magnitude e a distribuição dos fluxos de caixa
operacionais no tempo não são conhecidas com certo grau de certeza.

Do ponto de vista contábil, a gestão de fluxos de caixa de curto prazo está associada ao

A) fluxo de caixa das atividades operacionais.

B) fluxo de caixa das atividades de investimento.

C) capital de giro líquido.

D) fluxo de caixa das atividades de financiamento.

E) ao indicador encontrado no índice de liquidez corrente.

29. (CGU – 2006)

A empresa Comércio Operacional S/A apresenta os seguintes valores, em 31/12/2005:

Contas Saldos (R$)


Bancos 100.000,00
Fornecedores 170.000,00
Mercadorias em Estoques 180.000,00
Impostos a Recolher 30.000,00
Títulos a Receber 300.000,00
Títulos a Pagar 210.000,00
Investimentos 80.000,00
Capital Social 300.000,00
Ativo Imobilizado 220.000,00
Reservas de Lucro 75.000,00
Lucros Acumulados 45.000,00

Observações:

1 – dos títulos a pagar, R$25.000,00 venceram em 2005, R$115.000,00 vencerão em


2006 e R$70.000,00 vencerão em 2007;

2 – dos títulos a receber, R$45.000,00 venceram em 2005, R$195.000,00 vencerão em


2006 e R$60.000,00 vencerão em 2007;

3 – dos títulos a vencer em 2006, R$50.000,00 acham-se descontados em bancos.

102
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

A análise contábil do balanço patrimonial originário das contas e saldos evidencia um


quociente de liquidez seca ou acid test de:

a) 1,38.

b) 1,15.

c) 1,00.

d) 0,87.

e) 0,85.

30. (FISCAL PA)

Quando o retorno produzido pelo capital de terceiros for superior ao custo financeiro de
sua captação, pode-se afirmar que, nesse caso, ocorreu um(a):

a) imobilização baixa de recursos próprios.

b) baixo nível de endividamento.

c) margem líquida superavitária.

d) alavancagem finaceira favorável.

e) resultado operacional negativo.

31. (AFTN)

Na análise das demonstrações financeiras os processos mais utilizados são:

a) Vertical, por comparação e por diferenças.

b) Vertical, médias móveis e por quocientes.

c) Horizontal, por comparação e vertical.

d) Vertical, horizontal e por quocientes.

e) Por quocientes, horizontal e por projeção.

32. MP/TO (2006) Contador

Ativo Ano I – em R$ Ano II – em R$


Disponível 250 980
Estoques 800 2.000
Material de consumo 320 650
Salários antecipados 110 60
Seguros antecipados 70 90

103
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

Realizável a longo prazo 800 140


Veículos 2.000 2.100
Equipamentos 1.200 2.200
Terrenos 800 800
Depreciação acumulada (600) (820)
Total Ativo 5.750 8.200
Passivo + Patrimônio Ano I – em R$ Ano II – em R$
Salários a pagar 800 100
Fornecedores 110 90
Energia a pagar 80 79
Telefone a pagar 32 91
Encargos a pagar 42 40
Empréstimos bancários 88 430
Passivo não circulante 100 140
Capital social 3.000 3.000
Lucros ou prejuízos acumulados 1.000 3.980
Reservas 498 250
Total Passivo + Patrimônio 5.750 8.200

Conta Ano I – R$ Ano II – R$


Receita de Vendas 11.210 7.100
(-) Deduções de vendas (2.100) (800)
(=) Receita Líquida de Vendas 9.110 6.300
(-) Custo de Mercadorias (6.500) (2.000)
Vendidas
(=) Lucro Bruto 2.610 4.300
(-) Despesas Operacionais (1.410) (1.320)
Salários (800) (900)
Manutenção (400) (140)
Depreciação 120 (220)
Administrativa (90) (60)
(=) Lucro Operacional 1.200 2.980

Diante disso é feita as afirmações abaixo:

I. O índice de liquidez corrente do ano I é maior do que o índice de liquidez corrente do


ano II.

II. O índice de liquidez imediata do ano II é maior do que o índice de liquidez corrente
do ano I.

III.O índice de endividamento do ano II é menor do que o índice de endividamento do


ano I.

104
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

IV. O capital circulante líquido do ano I é maior do que o capital circulante líquido do
ano II.

V. O giro do estoque do ano II é menor do que 1,5.

VI .O índice de liquidez seca do ano I é menor do que o índice de liquidez imediata de II.

VII. O índice de liquidez corrente do ano I é inferior ao índice de liquidez seca do ano II.

Quais os itens são verdadeiros:

a) 1, 3, 5, 6 e 7.

b) 2, 4 e 7.

c) 3, 5 e 6.

d) 3, 4, 5, 6 e 7.

e) 1, 5 e 6.

33. SGA/AC (2006) Contador

Conta Saldo em R$
Despesa de exaustão 65
Despesa de depreciação 80
Despesa Financeira 85
Seguros sobre compras 158
Fretes sobre compras 188
Receita financeira 190
Abatimentos sobre compras 258
Despesas de energia elétrica 422
Despesa antecipada de 748
aluguel
Despesas de vendas 800
Fretes sobre compras 1.140
Receita antecipada 850
Compras de mercadorias 2.257
Despesas de salários 2.500
Impostos sobre vendas 5.176
Seguros antecipados 5.540
Estoque final 5.800
Abatimentos sobre vendas 5.870
Caixa 7.780
Estoque inicial 12.500
Receita de vendas 25.879

105
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

Considerando o conjunto de contas apresentado na tabela acima, assinale a opção


correspondente à margem bruta e margem líquida, respectivamente.

a) 19,06% e 31,33%.

b) 31,33% e 25,03%.

c) 25,03% e 19,06%.

d) 25,03% e 9,06%.

e) 31,33% e 19,06%.

34. (CLDF/2006)

Considerem-se os seguintes dados, em reais, de um ente, em dois anos sucessivos, para


aferição de carga tributária.

Ano 1 Ano 2
PIB 1.500 1.800
Impostos Diretos 180 234
Impostos Indiretos 240 252
Contribuições Sociais 150 180

Nesse caso, é correto concluir que houve aumento de carga tributária do referido ente, e
que esse aumento se deveu, principalmente, aos impostos diretos.

GABARITOS

1. (CLDF/2006)

(verdadeiro).

2. (CLDF/2006)

(verdadeiro).

3. TRANSPETRO

b).

4. (FCC)

I.e).

II.d) Quando o CCL é próprio, a LC é > que 1.

II.d) 7 anos.

106
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

5. Questões do Tribunal de Justiça do Pará/2006

I.1) (falso).

2) (falso).

3) (verdadeiro).

4) (falso – 1,24).

II. (Verdadeiro).

6. SERPRO – Especialização: Recursos Logísticos (Economia/


Administração (2005 – UnB

I. (Falso).

II. (Verdadeiro).

7. DOCAS/PA (2006) Contador

(Verdadeiro).

8. TJDFT (2006) Administrador

I. (Falso).

II. (Verdadeiro).

9. TST (2008) Técnico Judiciário

I. (Falso).

II. (Verdadeiro).

III. (Verdadeiro).

IV. (Falso).

V. (Verdadeiro).

VI. (Falso).

VII. (Falso).

VIII. (Verdadeiro – 1,84).

10. ANATEL (2009) Especialista em Regulação

(Falso).

107
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

11. ANTAQ (2009) – Técnico em Regulação.

I. (Falso).

II. (Falso).

12. STJ (2008) Técnico Administrativo

I. (Falso).

II. (Falso).

13. Companhia Estadual de Habitação Popular (CEHAP) (2008) Contador

B) 52,5%.

14. Companhia Estadual de Habitação Popular (CEHAP) (2008) Assistente


Administrativo

(Verdadeiro).

15. MCT (2008) Assistente Administrativo

I. (Verdadeiro).

II. (Falso).

16. UEPA (2008) Agente Administrativo

I. (Falso).

II. (Verdadeiro).

III Verdadeiro).

IV. (Verdadeiro).

V. (Falso).

17. Analista Ministerial Especializado (2006) Contador – Tocantins

I. (falso – 1150/1152 = 1,34 e 3780/830 = 4,55).

II. (falso – 1,34 e 1,18).

III. (Verdadeiro – 1252/3000 = 0,41 e 970/3000 = 0,32).

IV. (falso – 398 e 2.950).

V. (Verdadeiro – 2000/1400 = 1,42).

108
análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

VI. (Verdadeiro – 750/1152 = 0,65 e 980/830 =1,18).

VII. (Verdadeiro – 1550/1152 = 1,34 e 1780/830 = 2,14).

VIII. (Verdadeiro).

IX. (falso).

X. (falso).

XI. (falso).

18. GPREV/PA (2005) Assistente Administrativo

I. (falso).

II. (verdadeiro).

III. (falso).

IV. (falso).

19. FUNAG (2005) Administrador

I. (verdadeiro).

II. (falso).

III. (verdadeiro.

IV. (falso).

V. (falso – 1,94).

VI. O índice de liquidez seca é de 1,61. (verdadeiro).

20. Município de Boa Vista (2004) Analista de Nível Superior

I. (falso).

II. (falso).

III. (verdadeiro).

IV. (falso).

V. (verdadeiro).

VI. (verdadeiro).

VII. (falso).

109
UNIDADE XI │análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura

21. DFTRANS (2008) Contador

I.(falso).

II.(verdadeiro).

III.(verdadeiro).

22. DFTRANS (2008) Técnico de Contabilidade

I.(verdadeiro).

II.(verdadeiro).

III.(falso).

23. Assembleia Legislativa/ES (2006) Contador

C).

24. SGA/AC (2006) Técnico em Gestão Pública

I.(verdadeiro).

II.(falso).

III.(verdadeiro).

IV.(verdadeiro).

25. TJ (2006) Auxiliar Administrativo

I.(verdadeiro).

II.(verdadeiro).

III.(falso).

IV.(verdadeiro).

26. MP/TO (2006) Assistente Administrativo

I.(verdadeiro).

II.(falso).

III.(verdadeiro).

IV. (falso).

V.B) V, F, V.

VI.C) 20%.

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análise horizontal, vertical, balanced scorecard e o efeito tesoura │ UNIDADE XI

27. Águas de Joinville (2008) Analista Econômico e Financeiro II

I.c ) 1,39.

II. d) Lucro = $ 300.000 / Saldo de caixa = $ 40.000.

28. ADEPARÁ (2009) Administrador

A) fluxo de caixa das atividades operacionais.

29. (CGU – 2006)

e) 0,85. (Verdadeiro).

30. (FISCAL PA)

d) alavancagem finaceira favorável.

31. (AFTN)

d) Vertical, horizontal e por quocientes.

32. MP/TO (2006) Contador

I. (falso – ILC 1 = 1,34 e ILC 2 = 4,55).

II. (falso – ILI 2 = 1,18 e ILC 1 = 1,34).

III. (verdadeiro – 0,13 e 0,27).

IV. (falso – 398,00 e 2.950,00).

V. (verdadeiro – 1,42).

VI. (verdadeiro – (-0,04) e 1,18.

VII. (falso – 1,34 e (-0,26)).

33. SGA/AC (2006) Contador

e) 31,33% e 19,06%.

34. (CLDF/2006)

(falso).

111
Para (não) Finalizar

Não termina aqui sua caminhada. Seu esforço e sua dedicação no estudo dos assuntos aqui abordados
merecem ser destacados.

Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras é um tema muito amplo e que oferece um vasto
campo de informações voltadas para o atendimento às necessidades dos profissionais financeiros.
Procure estar sempre atualizado. Seu sucesso profissional depende muito de seu interesse pelos
estudos.

Deixo-lhe uma valiosa contribuição: o texto a seguir, cuja autoria desconheço, que sintetiza a real
razão de nossa existência:

“FICAR VELHO É OBRIGATÓRIO, CRESCER É OPCIONAL”

No primeiro dia de aula, nosso professor se apresentou aos alunos e nos desafiou a que nos
apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda. Eu fiquei em pé para olhar ao redor
quando uma mão suave tocou meu ombro. Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha
e enrugada, sorrindo radiante para mim, com um sorriso que iluminava todo o seu ser. Ela disse:
Hei, bonitão! Meu nome é Rosa. Tenho oitenta e sete anos de idade. Posso te dar um abraço? Eu ri e
respondi entusiasticamente: – É claro que pode! – Ela me deu um gigantesco apertão. Por que você
está na faculdade em tão tenra e inocente idade? – perguntei. Ela respondeu brincalhona: – Estou
aqui para encontrar um marido rico, casar, ter casal de filhos e então me aposentar e viajar. – Está
brincando – eu disse. Eu estava curioso em saber o que havia motivado a entrar neste desafio com
a sua idade e ela disse: – Eu sempre sonhei em ter estudo universitário e agora estou tendo um!
Após a aula nos caminhamos para o prédio da União dos Estudantes e dividimos um “milkshake”
de chocolate. Nos tornamos amigos instantaneamente. Todos os dias, nos próximos três meses, nós
teríamos aula juntos e falaríamos sem parar. Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela “máquina
do tempo” compartilhar sua experiência e sabedoria comigo. No decurso de um ano, Rosa tornou-se
um ícone no Campus Universitário e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse. Ela adorava vestir-
se bem e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida! No
fim do semestre, nós convidamos Rosa para falar no banquete do futebol. Jamais esquecerei do que
ela nos ensinou. Ela foi apresentada e se aproximou do pódio. Quando ela começou a ler a sua fala
preparada, deixou cair três das cinco folhas o chão. Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou
o microfone e disse simplesmente: – Desculpa-me, estou tão nervosa! Parei de beber por causa da
Quaresma e este uísque está me matando! Eu nunca conseguirei colocar meus papéis em ordem
de novo, então me deixe apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei. Enquanto nós ríamos,
ela limpou sua garganta e começou: – Nós não paramos de amar porque ficamos velhos; nós nos
tornamos velhos porque paramos de amar. Existem somente quatro segredos para continuarmos
jovens, felizes e conseguindo sucesso. Você precisa rir e encontrar humor em cada dia. Você precisa
ter um sonho. Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos tantas pessoas caminhando

112
para não finalizar

por aí que estão mortas e nem desconfiam! Há uma enorme diferença entre ficar velho e crescer.
Se você tem dezenove anos de idade e ficar deitado na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de
produtivo, você ficará com vinte anos de idade. Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar na cama e não
fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e oito anos. Qualquer um consegue ficar mais velho. Isso
não exige talento nem habilidade. A ideia é crescer por meio de sempre encontrar oportunidade na
novidade. Isto não precisa nenhum talento ou habilidade. A ideia é crescer sempre encontrando a
oportunidade de mudar. Não tenha remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem daquilo
que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer. As únicas pessoas que têm medo da
morte são aquelas que têm remorsos. Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente “A Rosa”.

Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária. No fim do ano, Rosa
terminou o último ano da faculdade que começou todos aqueles anos atrás. Uma semana depois da
formatura, Rosa morreu tranquilamente em seu sono. Mais de dois mil alunos da faculdade foram
ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, por meio do exemplo, que nunca é
tarde demais para ser tudo aquilo que você pode ser.”

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Referências
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3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

BRASIL, Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre a sociedade por ações.
Disponívelem:<www.planalto.gov.br/civil03/LEIS/L6404consol.htm_504L>.Acessoem:
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BYRNES, Nanette; LOWRYS, Tom. A different ejardstich forcable. New Yorks: Business
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GARRISON, Ray H.; NORREN, Eric W. Contabilidade gerencial, 9. ed, São Paulo: LTC, 2001

GITMAN, Laurence. J. Princípios da administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra,


1997.

GRADILONE, Cláudio. Para que serve o Ebitda. Revista Exame. São Paulo, n. 16, p. 92-94, ag.
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_____.(Coord.). Contabilidade introdutória. 7.ed. São Paulo: Atlas, 1990.

_____.Teoria da contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.

_____.Análise de balanços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

_____.MARION, José Carlos. Análise de balanços: livro de exercícios. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1986.

KAPLAN, Roberts; NORTON, David P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro:
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LEO, José Antônio; BRAGA, Rosalva Pinto. EBITDA: Lucro ajustado para fins de avaliação
de desempenho operacional. Revista Contabilidade e Informação Conhecimetno e
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MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial, 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995

_____.Análise das demonstrações contábeis, 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

_____.MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das


sociedades por ações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1997.


Referências

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OLIVER, Luciano. Efeito Tesoura. Disponível em: <www.editoraferreira.com.br/publique/


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PADOVEZE, Clóvis Luís. Administração financeira de empresas multinacionais –


abordagem introdutória. s. l.: Thomsom Learning, s.d.

WHITE, G. I., et al. The analysis and use of financial statement. New York: John Wiley and
Sous, 1996.

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