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AULA 1 - Jefté sacrificou ou não sua filha?

Antes de tirarmos conclusões apressadas, deixe-nos dar uma olhada mais íntima na passagem.
Quanto terminarmos, descobriremos que Jefté não fez um voto apressado e tolo, e que ele não
ofereceu a sua filha como um holocausto. Isto vai contra algumas antigas interpretações desta
história.

Alguns comentaristas afirmaram que Jefté viveu em tempos difíceis e que, indubitavelmente, foi
influenciado por ideias pagãs, as quais incluíam sacrifícios humanos e suborno aos deuses, a fim
de se conseguir seus favores. De acordo com esta antiga visão, Jefté deu vazão a estas ideias
pagãs e, por isso, deve ser menosprezado.

Entretanto, examinando esta narrativa de perto, podem ser percebidas oito questões no contexto
que, tomadas em conjunto, conduzem-nos para longe daquela suposição de que Jefté sacrificou a
sua filha.

Em primeiro lugar, Jefté não era um homem precipitado. Jurar que você sacrificará qualquer pessoa
que saia de sua casa para o encontrar pode ser precipitado. Porém, Jefté já tinha provado aos
anciãos de Israel e ao rei dos Amonitas que era um homem cauteloso.

Um pouco antes, Jefté não atendeu prontamente o pedido dos anciãos para se tornar o líder de
Israel, mas, cuidadosamente, os questionou a fim de descobrir, primeiramente, os seus motivos e
intenções. Ele também não se precipitou na batalha, mas enviou mensageiros aos Amonitas em
uma tentativa de encontrar uma alternativa diplomática em vez da guerra, para pleitear a justiça da
causa de Israel.

Segundo, em suas discussões com os Amonitas, Jefté demonstrou sua familiaridade com as
Escrituras. Seguramente, então, ele devia ter conhecimento de que Levítico 18.21 e Deuteronômio
12.29-32 proíbem o oferecimento de sacrifícios humanos – especialmente seus próprios filhos –
como uma abominação diante de Deus. Em adição, Juízes 11 está colocado em um contexto de
reforma. Israel, incluindo Jefté, tinha se arrependido e voltado para – não para longe – o Deus vivo.

Terceiro, quando Jefté fez o seu voto, o Espírito de Deus estava sobre ele. O Espírito o inspiraria
a fazer um voto que contrariasse tão claramente a Escritura revelada pelo próprio Espírito? Isso é
difícil de acreditar, desde que a Palavra e o Espírito nunca contradizem um ao outro. Também é
difícil acreditar que Israel tivesse seguido a Jefté como um líder se ele tivesse desobedecido a
Escritura de forma tão notória e se tivesse, de fato, sacrificado a sua filha.

Quarto, olhemos mais de perto Juízes 11.31, que diz: “quem primeiro da porta da minha casa me
sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do SENHOR, e eu o
oferecerei em holocausto”.

Uma possível opção para essa tradução é lembrar que holocausto em hebraico nem sempre
significa sacrifício-sangrento. A palavra hebraica também pode significar “total dedicação”. Neste
caso, o voto de Jefté teria sido: quem sair da porta da minha casa “será do SENHOR, e eu o
oferecerei para uma completa dedicação ao SENHOR”.

Outra questão de tradução nos impede de entender a passagem corretamente. O último verso de
Juízes 11 diz que as filhas de Israel iam anualmente para “lamentar” a filha de Jefté. A palavra
traduzida aqui como “lamentar” não é traduzida deste modo em nenhum outro lugar na Bíblia.

Ao invés disso, ela é entendida como “ensaiar” ou “comemorar”. Assim, as filhas de Israel não
lamentaram a morte da filha de Jefté. Elas comemoraram sua dedicação ao serviço de Deus, o qual
envolvia a submissão total do seu coração.

Quinto, depois de derrotar os Amonitas e encontrar a filha, Jefté teve bastante tempo para ponderar
acerca do que faria. Ele concedeu à sua filha dois meses para que ela lamentasse a sua virgindade.
Você não acha que, se realmente Jefté pretendesse sacrificar a sua filha, os sacerdotes de Siló
teriam vindo até ele durante aquele tempo a fim de o lembrarem da proibição divina relativa a
sacrifício humano?

Sexto, mesmo se o voto de Jefté tivesse sido precipitado, Levítico 5.4-5 lhe oferecia a possibilidade
de se arrepender de tal voto em Levíticos 27 a possibilidade de Jefté redimir a sua filha mediante
o pagamento de um resgate. Mesmo assim, Jefté recusou essas opções.
Sétimo, quando a filha de Jefté foi lamentar por dois meses, ela não lamentou a sua morte iminente,
mas sim a sua virgindade perpétua (Juízes 11.38).

Finalmente, note que Jefté é recomendado em vez de ser repreendido na Escritura. Ele governou
sobre Israel durante outros seis anos. E 1 Samuel 12.11 menciona Jefté como um dos que
mantiveram Israel a salvo. Samuel teria recomendado Jefté se ele tivesse sacrificado a própria
filha? Mais importante, Hebreus 11.32 menciona Jefté como um herói da fé em lugar de uma figura
pagã desprezível.

Em conclusão, então, Jefté não prometeu matar sua filha, mas a dedicou ao serviço de Deus, o
que envolveu o desafio notável da sua virgindade perpétua. É o que diz o versículo 39, que ele
levou a cabo o seu voto, mas não adiciona, “e ela morreu”. Ao invés disso, diz que, “ela jamais foi
possuída por varão”. Jefté cumpriu o seu voto assim porque a sua filha viveu o resto da vida como
uma virgem.

Fonte: http://www.escolacharlesspurgeon.com.br/nav/pregacoes/texto.cshtml?categoria=em-
foco&id=18
AULA 2 - O que significa “Culto racional”? Rm. 12:2

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

O verso completo do ensino de Paulo diz o seguinte: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias
de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o
vosso culto racional” (Romanos 12:1). Paulo faz um apelo, um chamado àqueles irmãos (Rogo-
vos) para que se atentem (pelas misericórdias de Deus), ou seja, que tenham em mente o
reconhecimento daquilo que Deus fez por eles.

Esse reconhecimento deve gerar uma ação concreta. E essa ação é explicada por Paulo contendo
uma atitude central muito importante: o sacrifício. Da mesma forma que Cristo se sacrificou para
nos trazer a vida eterna, espera-se que os servos de Cristo também tenham esse amor sacrificial
em tudo que fazem. É a ideia de carregar a cruz ensinada por Jesus!

Paulo explica como é esse sacrifício. Primeiro ele é uma apresentação do corpo a Deus
(Apresenteis o vosso corpo…). Isso requer consagração, que é quando nos “separamos” de forma
especial para agradar a Deus. É uma escolha de honrar a Deus através do corpo. Através do corpo
podemos “honrar” o pecado, fazendo suas vontades.

Mas Paulo fala aqui de alguém que se sacrifica para honrar a Deus, para ser um servo consagrado
ao Senhor. Não temos aqui a ideia de “culto” dentro de uma igreja somente, mas a vida como um
todo sendo um culto. Cristo apresentou-se diante de Deus como Servo consagrado para se
sacrificar por nós.

O servo de Cristo também, agora, conhecendo a fundo o Senhor Jesus, apresenta-se para viver
consagrado e honrando a Deus, mesmo tendo de enfrentar sacrifícios para isso (luta contra o
pecado).
Na continuação de como é esse sacrifício, Paulo revela três qualidades presentes nele, a saber,
(1) vivo, (2) santo e (3) agradável a Deus. Vivo nos indica um sacrifício vigoroso, ou seja, com
desejo, com força, algo que fazemos de todo o coração a Deus. Santo indica um sacrifício especial,
consagrado, separado especialmente para Deus.

Nós o fazemos por escolha, por amor. Agradável nos indica algo que fazemos com aceitação, boa
vontade, amor e não como que obrigados, com fingimento. Como podemos observar, temos aqui
Deus esperando de nós uma resposta extremamente positiva, com todo o nosso ser respondendo
a Sua grandiosa misericórdia derramada em nosso favor. A tudo isso Paulo dá o nome de culto
racional: “…que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1).
AULA 3 – Que liberdade é essa? 1 Co. 3:17

Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

A liberdade que vem através de Cristo (Gl 5.1) é, acima de tudo, libertação da condenação e
escravidão do pecado (vv. 7-9; Rm 6.6,14; 8.2; Ef 4.22-24; Cl 3.9,10) e do domínio total de Satanás
(At 26.18; Cl 1.13; 1 Pe 5.8).

(1) A verdadeira libertação começa quando o crente se une a Cristo (At 4.12; Ef 1.7) e recebe o
Espírito Santo. A libertação da escravidão espiritual é mantida através da presença contínua do
Espírito Santo no crente, e pela obediência deste à orientação do Espírito (Rm 8.1ss; Gl 5.18; cf.
Jo 15.1-11).

(2) A liberdade proporcionada por Cristo não é uma liberdade para o crente fazer o que quer (1 Co
10.23,24), mas para fazer o que deve (Rm 6.18-23). A liberdade espiritual nunca deve ser usada
como pretexto para o mal, nem como justificativa para conflitos (Tg 4.1,2; 1 Pe 2.16-25). A liberdade
cristã deixa o crente livre para servir a Deus (1 Ts 1.9) e ao próximo (1 Co 9.19), segundo a justiça
(Rm 6.18ss.). Agora somos servos de Cristo (1 Co 7.22; Rm 1.1; Fp 1.1), vivendo para agradar a
Deus, pela graça (Rm 5.21; 6.10-13)
AULA 4 – Que tesouro é esse? 1 Co. 3:17

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus,
e não da nossa parte.

(1) Paulo começa o Capítulo 4 de 2 Coríntios falando sobre o ministério que eles (Paulo e seus
companheiros) têm, que vem de Deus e que, por isso, eles, mesmo diante de muitas lutas, não
desfalecem: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
desfalecemos” (2 Coríntios 4:1).

Pelo contrário, eles trabalham para que tenham um ministério santo, correto diante de Deus, focado
na mensagem do Senhor (2 Coríntios 4:2). Paulo considera que muitos não têm dado ouvidos à
mensagem proclamada, não porque ela não esteja sendo manifestada, pregada entre eles, mas
porque essas pessoas têm andado pelo caminho do maligno e, por isso, estão distantes da luz (2
Coríntios 4:3-4).

(2) Agora Paulo fala algo importante que nos ajudará a entender sobre os tesouros em vasos de
barro: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos
como vossos servos, por amor de Jesus” (2 Coríntios 4:5). Aqui Paulo quer deixar claro suas
motivações e o foco de sua mensagem.

Note que ele sente a necessidade de mostrar que as pregações realizadas por eles, as mensagens
proclamadas (e também seu conteúdo) não são pregações focadas no homem, mas em Cristo. E
que a mensagem não é humana, mas vem de Deus. Na sequência, diz: “Temos, porém, este
tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Coríntios
4:7).

(3) Agora conseguiremos entender melhor o que Paulo quer nos mostrar. Vejamos:

Este tesouro: é o evangelho. É essa a mensagem que é o centro da pregação deles, que tem
Cristo como seu conteúdo principal. No verso anterior Paulo falou da ação desse tesouro: “Porque
Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2 Coríntios 4:6).

Nesse verso vemos como o evangelho age, trazendo luz e transformação, mudando o
conhecimento das pessoas sobre Deus através do Senhor Jesus Cristo. De fato, Paulo tem razão!
Eles carregavam um tesouro inigualável para compartilhar! Alguém poderia pensar: Um tesouro tão
grande só poderia ser carregado por um recipiente de igual grandeza e preciosidade! Mas não é
bem assim que Paulo enxerga. Vejamos:

Vasos de barro são os portadores do evangelho, aqueles que o pregam, que o anunciam. A
ideia dessa figura é mostrar a fragilidade humana, sua fraqueza natural em contraste com a
grandeza do tesouro que carregam em suas vidas para compartilhar. O barro não é dos materiais
mais fortes e nobres para se fazer um objeto para carregar algo de valor!

No entanto, o uso da figura mostra exatamente que aquilo que deve ser valorizado é o tesouro que
está dentro desses “vasos de barro” e não os vasos em si. O tesouro é maior do que o recipiente!
Mas Deus, por Sua graça, faz com que, mesmo os vasos de barro, com toda sua fragilidade,
consigam cumprir sua missão de levar tão grande tesouro!
AULA 5 – Por que Deus mostrou uma amendoeira a Jeremias?

Jr. 1:11 e 12

Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo
uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha
palavra para cumpri-la.

A amendoeira tem flores de um branco-rosado, ficando completamente florida na Palestina em


janeiro, e seus frutos aparecem em março ou abril. A amendoeira é a primeira árvore a florescer no
final do inverno e isto indica que a mudança de estação está chegando. É como se ela vigiasse a
chegada da primavera.

Se a amendoeira espera a parte final do inverno para começar a brotar indicando a chegada da
primavera, Deus também espera o tempo adequado para cumprir suas promessas iniciando um
novo tempo em nossas vidas. Ele estabelece tempos na trajetória de nossas vidas para cumprir
aquelas coisas que destinou a nós.

Outro fato interessante é que Deus usa uma linguagem profética simbólica, ou seja, Ele usa um
símbolo (a vara de amendoeira) para deixar uma mensagem clara para o profeta: Eu cumpro o que
prometo! Eu sou fiel! Eu estou atento as mudanças de tempos e estações! Eu estou pronto para
agir no tempo que Eu determinei! “E a palavra do Senhor veio a mim: ‘O que você vê, Jeremias?’
‘Vejo o ramo/a vara de uma amendoeira’, respondi. O Senhor me disse: ‘Você viu bem, pois estou
vigiando para que a Minha palavra se cumpra’”.

Aqui há um trocadilho hebraico. “Amendoeira” é “shaqed”, e “vigiar/velar” é “shaqad”. O que


marcava o início da primavera na Palestina era o florescer da amendoeira. Era a primeira árvore a
despertar para a nova estação. Ela “vigiava” os afazeres do povo. Então, de forma ilustrativa, Deus
estava dizendo assim para Jeremias: “Como esta árvore vigia, Eu vigiarei também”.
O nome hebraico para amendoeira é “shoked” que significa vigilante. Portanto, Deus usa de uma
linguagem simbólica para demonstrar um dos seus atributos mais enfatizado na Bíblia, que é a
fidelidade, o fato de agir no tempo certo, nunca estar atrasado. Deus não dorme, é vigilante e
cumpre sua palavra! E também se Deus é vigilante como a amendoeira, nós também devemos ser
vigilantes como Ele. Devemos vigiar nossas atitudes, vigiar contra o pecado, vigiar o que falamos
e vigiar para não cairmos nas armadilhas do inimigo.
AULA 6 – Deus só está presente onde estão 2 ou 3 reunidos em Seu
Nome? Mt. 18:20

“Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles”.

Se você observar os versos 15 a 20, verá que eles tratam de um processo de disciplina na igreja.
Eles falam de uma busca de reconciliação de dois irmãos, onde um pecou contra o outro (v.15). O
primeiro passo dessa reconciliação é uma conversa pessoal como vemos no verso 15. Diante de
uma negativa de reconciliação, era necessário avançar com mais alguns passos a serem feitos.

O verso 16 mostra que, pela lei dos judeus, havia a necessidade de, no mínimo, duas ou três
pessoas para que um depoimento de uma questão tivesse validade. Isso se dava se a conversa de
forma pessoal não desse resultado para a resolução da questão (V. 15).

Veja que o texto ainda prevê o caso dessa pessoa não escutar nem esses dois ou três que estão
ali tentando ajudar a resolver a causa. Nesse caso a questão deveria ser tratada com a igreja. (V.
17).

Assim, quando duas ou mais pessoas se reúnem no nome de Jesus, em obediência à Sua palavra,
têm a autoridade vinda de Deus para a solução de questões (V. 18). O foco desse texto é a solução
de uma “demanda” entre irmãos na igreja. Isso mostra que Deus está no meio do Seu povo,
conferindo-lhe sabedoria e autoridade, quando estes se reúnem em Seu nome.

Assim, a presença de Deus, junto com a obediência das pessoas na condução da disciplina ao
irmão que precisa rever sua posição errada, confere autoridade naquilo que eles estão fazendo.
Esse é o significado focado nesse texto. A presença de Jesus confere validação à atividade judicial
da igreja no tratamento da demanda.

Porém, não vejo nada de errado em pensar nesses dois ou três reunidos como a igreja de Jesus
reunida com Ele abençoando-a e agindo no meio dela, pois Ele está ali. O que está errado é achar
que isso é uma regra que estipule que Deus está presente apenas onde temos dois ou mais
reunidos em Seu nome. É importante que fique claro que esse não é o significado do texto discutido
dentro do contexto apresentado na Bíblia.
AULA 7 – Existe anjo da guarda? Mt. 18:10

“Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos
no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus.”

Na passagem de Mateus 18.10 Jesus está falando do cuidado vigilante de Deus pelos “pequeninos”
através dos anjos. A quem Jesus se refere por “pequeninos” tem sido debatido pelos estudiosos,
já que o termo pode ser tomado literalmente (crianças) ou figuradamente (os discípulos). Talvez a
última possibilidade deva ser a preferida, já que Jesus usa regularmente “pequeninos” para se
referir aos discípulos (Mt 10.42; 18.6; Mc 9.42; Lc 17.2).

A passagem não está ensinando que cada crente ou criança tem seu próprio “anjo da guarda”,
como era crido popularmente entre os judeus na época da igreja primitiva.

Fazia parte desta crença que o “anjo guardião” poderia tomar a forma do seu protegido (cf. At
12.15). Ela simplesmente expressa o cuidado geral de Deus por seu povo através dos anjos.

Quem era Leviatã? Jó. 41:1

Poderás tirar com anzol o leviatã, ou ligarás a sua língua com uma corda?

O Leviatã era um animal literal? Um dinossauro, crocodilo ou baleia?

Alguns estudiosos defendem que as referências ao Leviatã devem ser entendidas como literais.
Sob esse aspecto, alguns sugerem que realmente se trata do crocodilo, outros defendem ser uma
grande baleia ou algum tipo de mostro marinho, e, outros, um animal já extinto, talvez um
dinossauro.

O Salmo 104:26, menciona o Leviatã num contexto que parece ser definitivamente literal, ao afirmar
que Deus criou o mar para que inúmeros seres, grandes e pequenos, incluindo o Leviatã, pudessem
habitar, ou seja, nesse texto o Leviatã é descrito como sendo uma criatura criada por Deus.
Dessa forma, não há dúvida que o Leviatã pode se referir a um animal literal. Alguns estudiosos
também argumentam que o Leviatã de Jó 41 deve ser entendido dessa mesma maneira

Agora a pergunta que deve ser feita é: Qual seria esse animal? Embora a palavra “crocodilo”
apareça em algumas traduções, pelo que é dito nas duas passagens mencionadas acima,
dificilmente o Leviatã seja uma menção ao crocodilo, a menos que, como já dissemos, ocorra o uso
de hipérbole. Caso seja, de fato, o crocodilo, talvez os autores bíblicos então estavam se referindo
aos crocodilos do Nilo.

O texto de Jó descreve o Leviatã como sendo uma criatura muito grande, que possui uma força
descomunal, com uma pele extremamente resistente e que expelia fogo de sua boca (Jo 41:18-
35).

Com base nessa descrição, alguns intérpretes sugerem que o Leviatã fosse um tipo de dinossauro
marinho. Sobre o fato de ele cuspir fogo, alguns também recorrem a estudos que levantam a
possibilidade de algumas espécies de dinossauros terem tido a capacidade de armazenar um
composto químico inflamável que era expelido como um mecanismo de defesa, talvez algo
semelhante ao besouro-bombardeiro.
AULA 8 – Que tipo de agulha Jesus se referiu? Lc. 18:25

Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no
reino de Deus.

Esta narrativa bíblica também se encontra em Marcos 10.17.22 e Lucas 18.18-23, e nos conta a
história de certo jovem rico que se encontrou com Jesus e lhe indagou: "Bom Mestre, que hei de
fazer para herdar a vida eterna?". Depois de uma rápida conversa e da proposta final de Jesus para
que o jovem vendesse todos os seus bens e os entregasse aos pobres, a Bíblia diz que o jovem
"retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades". A conclusão de Jesus diante dessa atitude
é a que encontramos no texto em estudo.

Há indicação de que "camelo" seria uma espécie de "corda" ou "cabo". Alguns manuscritos bíblicos
verteram a palavra kámelos (animal, literal), por kámilos (corda ou cabo). Os que defendem esta
tradução, obviamente entendem que kámelos é uma tradução errada do grego original. Entretanto,
conforme afirma Russel Champlin, esta versão "teve por finalidade diminuir a impossibilidade do
ato". Esse primeiro significado, então, é precário, pois no texto original grego não consta kámilos,
mas kámelos (animal).

Há também uma sugestão de que a palavra "agulha" se referia às portas de Jerusalém. Neste
caso, declara um autor franciscano: "Jesus [...] compara o rico que quer entrar no reino do céu ao
camelo que tem de atravessar o fundo de uma agulha [...] e lembrava o que os camelos que
chegavam de regiões distantes carregados de fardos e preciosidades precisam fazer, às portas de
Jerusalém, para que entrassem na cidade: tinham de se curvar quase até o chão ou depor a carga".

No entanto, "agulha", no texto original grego, não se refere a nenhuma espécie de porta e,
tampouco, há exatidão, por parte dos estudiosos, sobre a existência de tais portas em Jerusalém.

O sentido é literal. Não queremos aqui tratar a riqueza como algo mau em si mesmo, apenas
queremos destacar as palavras de Jesus, que disse: "... quão difícil é, para os que confiam nas
riquezas, entrar no reino de Deus!" (Mc 10.24; grifo nosso). Há na Bíblia vários relatos de pessoas
ricas que serviram e seguiram a Jesus.

No entanto, o que o Senhor deixa evidente no texto é o apego exagerado às riquezas, da parte do
jovem, com a adição de uma atitude egoísta, pois o mesmo "pesaroso desta palavra [de Jesus],
retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades".

O apóstolo Paulo não fala que o dinheiro é a raiz de todos os males, mas, sim, "o amor ao dinheiro":
"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" (1Tm 6.10; grifo nosso).

A lição que Jesus quis dar é que o ser humano deve usufruir de seus bens em conformidade com
a vontade divina, para não se tornar escravo de suas posses e abandonar o seu próximo. "Ninguém
pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e
desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom" (Mt 6.24).
AULA 9 – O que significa “cão”? Ap. 22:15

Dentre os que ficarão de fora da cidade celestial é mencionado "os cães" como um grupo excluído
da presença de Deus.

No caso, "os cães" estão num sentido figurado e não está relacionado ao animal que conhecemos.

A expressão "ficarão de fora os cães" escrita em Apocalipse 22 está relacionada a imoralidade, a


pessoas levianas que tem prazer na destruição, na corrupção e na violência:

"Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes
assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães e os
feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a
mentira” (Ap 22:14,15).

Uma peculiaridade deste versículo é o termo estar no plural "os cães" não "o cão". Assim como os
cães salvagens, muitas pessoas aproveitam do fato de estarem em grupo para agirem de forma
descontrolada e violenta.

Vale lembrar que os religiosos utilizaram da mesma tática para conspirar contra Jesus (Mateus
12:14). Sempre em grupos, incitando as multidões com o objetivo de tirar a vida do Messias (Marcos
3:6; Lucas 11:53-54; João 19:5-7). A figura "dos cães" em relação à morte de Cristo foi profetizada
por Davi em um dos seus salmos:

Cães me rodearam!

Um bando de homens maus me cercou!

Perfuraram minhas mãos e meus pés (Salmos 22:16)

A Bíblia é clara, este grupo de pessoas - se não houver um verdadeiro arrependimento - já estão
condenadas e ficarão de fora da eterna presença de Deus.
AULA 10 – Jonas morreu no ventre do peixe?

Vejamos duas hipóteses antitéticas a respeito do herói bíblico mais popular das crianças do mundo
inteiro, o Profeta Jonas:

I- RAZÕES PARA CRERMOS QUE JONAS NÃO MORREU

1.1 A Bíblia em nenhum lugar diz que morreu.

1.2 Lucas 11.30 diz que Jonas no ventre do “grande peixe” foi um sinal para os ninivitas.

1.3 Jesus, em Mateus 12.40-42 diz que “Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande
peixe”. Jesus diz “esteve” não disse que tenha sido morto.

1.4 Jonas orou lá dentro e pediu livramento e Deus atendeu a sua oração, fazendo aquele mamífero
marinho “vomitá-lo” nas areias da praia mais próxima (no “Ponto Euxino”, cf conta o historiador
Flávio Josefo, em sua “História dos Hebreus”, CPAD, p. 236 – 4ª edição - 2000).

1.5 Ele esteve perto da morte, embora dentro de uma “cova” de carne de um animal marinho. “...
mas Tu, Senhor, fizeste subir da cova a minha vida”. (Jonas 2.6).

1.6 A primícia dos que morrem, teria que ser e é Jesus. Se Jonas tivesse morrido, ele (Jonas), e
não Jesus, seria essa primícia dos mortos ou primogênito dentre os mortos. A primogenitura dentre
os mortos é JESUS, repita-se e não Jonas. (Embora muitos exegetas veem primogenitura como
um título especial e não o fato de se levantar primeiro da sepultura).

1.7 A morte que gerou outras vidas (“o grão de trigo caído na terra”), conforme João 12.24, foi a de
Jesus e não a de Jonas! Pode-se entender então, que Jonas não morrera!)
1.8 O que ocorreu com Jonas foi um milagre de Deus, não a morte! Milagre por livrá-lo sem morte,
num lugar escuro, com pouquíssima entrada de oxigênio, fétido, úmido, quente e solitário!

O seu pequeno livro profético do Velho Testamento demonstra que Deus realizou várias proezas
ou sinais e milagres extraordinários e, dentre eles o reaparecimento de Jonas depois de ser
engolido pelo tal “monstro marinho”.

II- RAZÕES PARA CRERMOS QUE JONAS REALMENTE MORREU

2.1 Nenhum ser humano suporta mais de 03 minutos sob a água – lembrou-me o veterinário
interlocutor.

2.2 Seria uma identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Um sinal para
conversão dos ninivitas. (Que estes, estando mortos espiritualmente, poderiam ressuscitar! Aliás
este é o escopo principal da mensagem bibliocêntrica: a ressurreição espiritual de cada indivíduo
que venha a crer em Cristo e na eficácia de Sua expiação a seu favor!)

2.3 Nem todos os homens santos e profetas da Bíblia se identificaram em todos os pontos com
Jesus. A identificação de Jonas com Jesus se deu pelo fato de ter sido ele um mensageiro como
o foi Jesus (com a diferença de que Jonas entregou sua mensagem contra a sua própria vontade,
embirrado!). Vemos ainda a identificação de Jonas com Jesus nos atos da morte, sepultamento e
ressurreição! Jesus emergiu do “seio da terra”; Jonas, do ventre do “grande peixe”.

2.4 Morrer, ser sepultado e ressuscitado por Deus, e sair do ventre (ou seio) da terra são doutrinas
bíblicas.

2.5 Para alguns, só a morte explica o fato de Jonas ter ficado sem oxigênio no estômago do “grande
peixe”, tendo sido conduzido à morte, após 03 minutos submerso num ambiente confinado e sem
ar, gerando uma rápida asfixia!

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