Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE CASCAIS
As novidades gastronómicas
na vila à beira-mar – dos pratos
tradicionais à comida do mundo
Cascais
sabe a novo
Na vila, há novos restaurantes
com sabores únicos, dos pratos
tradicionais às carnes suculentas
e à cozinha do mundo. Um roteiro
com partida junto à praia capaz
de saciar todos os apetites
S U S A N A L O P E S F A U S T I N O slopes@visao.pt
MARCOS BORGA
A
A vista e a proximidade do mar não são o familiar de Cascais, com uma loja de roupa de
único atrativo para quem se senta à mesa do praia e o Sup com Alma, um centro de atividades
restaurante Emma. No paredão de Cascais, ligadas ao mar.
resvés o areal da Praia da Conceição, esta Deixando a praia para trás, seguimos rumo
concessão há muito que é um ponto de encontro ao Bairro Amarelo – Restaurant District Cascais.
dos cascalenses e de quem gosta de conviver São cerca de dez minutos a pé, em passo
à volta de boa comida. O ambiente informal moderado, até encontrarmos as três ruas que
e a carta, em que há propostas para partilhar, compõem esta iniciativa – Nova da Alfarrobeira,
como os peixinhos da horta (€5), o choco frito Alexandre Herculano e Afonso Sanches –,
com maionese de coentros (€8) ou o filete de todas fechadas ao trânsito e preenchidas com
robalo com esmagada de batata e espinafres esplanadas sobre o piso pintado de amarelo. À
(€12), primam pela frescura dos produtos (o hora do jantar, as mesas ao ar livre do mexicano
peixe é do mar) e pela apresentação. “Somos Malacopa, instalado na Rua Afonso Sanches,
um restaurante com vista para o mar, mas estão compostas, mas o espírito festivo e a
com preços acessíveis”, diz André Simões de música convidam a entrar. Na sala, frases em
Almeida, que conhece este lugar como ninguém néones cor de rosa dão o mote à refeição:
(a concessão está na família desde 1999). Neste “comida, daquela que nenhum mexicano se
verão, transformou-o no primeiro beach club pode queixar”, dizem os cinco sócios e amigos,
HAYLEY KELSING
A sobremesa O Coal, dedicado às carnes proprietários, por exemplo, do Hotel Albatroz –,
de morango grelhadas, tem a marca de Vasco gosta de desenvolver projetos originais, baseados
nas tendências da restauração. No Kappo, tem
com chantilly Simões de Almeida, dono do como sócios João Maria Trocado e o chefe de
de soja do
Kappo, o
Moules & Gin. “No início dos anos cozinha Tiago Penão que, depois de ter passado
restaurante de 90, nos meus 15-16 anos, isto era pelo restaurante Midori, em Sintra, e pelo Praia
alta-cozinha a zona da moda, o nosso ponto no Parque, em Lisboa, se fixou em Cascais. O
japonesa de encontro”, conta restaurante é uma viagem ao Japão, nos sabores
liderado pelo e na forma delicada com que recebe os clientes.
chefe de A alta-cozinha japonesa é praticada ao estilo
cozinha Tiago omokase, que significa qualquer coisa como
Penão “ficar nas mãos do chefe”. Escolha-se o balcão, o
risoto de trufa e sete molhos feitos na casa, melhor lugar para se apreciar a técnica, a frescura
entre os quais, o Coal, um demi-glace clássico. do produto e o resultado, que pode ser saboreado
Os torresmos caseiros, no couvert, e o tutano à carta, com sugestões como suimono de amêijoa
grelhado, nas entradas, merecem uma prova. (€8), edomae nigirizushi (8 peças, €32) ou
No Bairro Amarelo estão 12 restaurantes, mas tempura de ouriço-do-mar (€10), mas também
fora deste circuito há novidades a merecer visita em menus de degustação. O Danketsu (€90)
e paladar apurado. Falamos do Kappo, um caso inclui momentos como o chawamushide de milho
sério de alta-cozinha japonesa “e já a apontar (uma espécie de pudim) e oito nigiris ao estilo
para a Estrela Michelin”, diz, entusiasmado, André edomae, em que se usam peixes conservados
Simões de Almeida, um dos responsáveis, cuja com sal e vinagre. A este, juntam-se o Omokase,
experiência não se fica pelo Emma, na praia. ao almoço (€75), e o Saikai (€50), ao jantar.
Com família ligada à gestão hoteleira – foram “Diferenciamo-nos de toda a oferta existente em
EMMA
RESTAURANTE
Luís X
Rodrigues, R. Frederico
Arouca, Praia
chefe da Conceição,
de cozinha Cascais
no Pereira > T. 21 486 5138
(à esquerda); > ter-dom
10h-22h
Trem Velho,
um clássico
renovado COAL
(em cima); X
e a sala do Av. Afonso
Mâide, Sanches, 54,
na Torre Cascais
> T. 21 246 2895
(ao lado)
D.R.
> seg-dom
12h30-24h
I N Ê S B E L O ibelo@visao.pt
> assim-assim
MANTEIGARIA EM ALVALADE
MANTEIGA
A fábrica de pastéis de nata (os
melhores de Lisboa?) abriu uma loja
em Alvalade. Todos os dias, das 8h às
20h, saem fornadas quentinhas, no
número 44 da Avenida 31 de Janeiro,
anunciadas pelo tocar do sino
LUIS FERRAZ
um novo restaurante, com
duas ementas distintas.
Aos almoços e jantares, o
Maat Kitchen Fine Fusion
Cavalariça Lisboa
Dining oferece uma cozinha
de autor e mediterrânica.
Arroz no forno com jarret de
À carga
cordeiro cozinhado no fogo
(€46/2 pessoas), magret de
pato em teriyaki fumado, pak
choi na brasa, cogumelos
e azeite de trufa (€23) e
Da Comporta para a capital, o restaurante de Bruno Caseiro e Filipa porco bísaro confitado, puré
Gonçalves é um pop-up de longa duração com uma cozinha de técnica de alho-francês e abóbora
(€22) destacam-se nos
que potencia o sabor de cada produto pratos de carne. Já nos
sabores de mar, o lombo
Em dezembro de 2020, parte up que, entretanto, se prolongou no de bacalhau, grão, legumes
da equipa do Cavalariça, na tempo e ainda não tem data de término grelhados e cremoso de
Comporta, galopou em (é aproveitar). Com escola feita nas coentros (€24) é uma boa
aposta. Nas sobremesas,
grande estilo até Lisboa. cozinhas londrinas, em que se conta a
há chocolate em quatro
Instalou-se no extinto do chefe Nuno Mendes, aqui trabalha-
texturas (€8) e ananás dos
restaurante Optimista, na se sobre a máxima “encontrar bom Açores na grelha com gelado
Rua da Boavista, manteve a estética produto e aplicar boas técnicas”, resume chá verde Gorreana (€8),
original do espaço e apresentou uma Bruno Antunes, o braço-direito da entre outras opões. Entre as
carta 99% diferente da que servia na dupla no restaurante de Lisboa. duas refeições principais, o
casa-mãe, sempre assente numa Para provar neste menu, há focaccia, restaurante transforma-se
cozinha sazonal, em que os produtos brioche, manteiga envelhecida (a fazer no Riverside Bar & Bistro,
são trabalhados com as mais variadas lembrar um queijo cremoso) e azeite com uma ementa para
técnicas. Pandemia oblige, o restaurante (€5); snacks de uma ou duas dentadas, partilhar, exemplo dos ovos
fechou passadas algumas semanas e como o de gamba-rosa, limão e pele rotos trufados com presunto
reabriu no verão, com um menu de de galinha (€7) ou o de batata soufflé, (€13) e do ceviche do mar,
sabores mais frescos. Semelhanças com brandade de pescada e azeitona cogumelos recheados com
o restaurante da Comporta? A qualidade (€6,50); há uma entrada de tomate- menta, limão e presunto
da cozinha, a partilha de alguns coração-de-boi grelhado, migas, (€11). Nas noites de quinta
fornecedores biológicos, o pão caseiro curgete e uma granita (€11) e outra a sábado, entre as 21h e a
de massa mãe e fermentação lenta e o imperdível de tortellini de galinha, salsa 1h da manhã, há animação
brioche com parfait de aves e chutney e queijo da ilha de São Jorge (€11,50); e musical com DJ residentes.
de laranja – o único prato com lugar nos pratos principais, por exemplo, um S.P.
X
R. da Boavista, 86 Lisboa > T. 21 346 0629 > qua-sáb 12h30-15h, 19h-22h30
CHEF KIKO
X
Vários locais do Chiado > Lisboa
> 11-17 out > grátis, mediante
inscrição > www.e-chiado.pt
X
R. José Falcão, 199, Porto > ter-dom 18h-2h
LUCÍLIA MONTEIRO
Montana Shop Porto
Cheia de lata
A marca catalã, pioneira na pintura em spray para graffiti, abriu uma loja a dois passos da estação
de metro da Trindade. Um paraíso para os artistas de rua – e não só
Saltam logo à vista as mil e uma cores ocupam a estante de alto a baixo. Outro bestseller Depois dos
das latas de spray para graffiti, assim é a gama Hardcore (a primeira da Montana), ateliers para
que se entra na Montana Shop Porto. “mais brilhante, de alta pressão e com preços crianças,
Inaugurada em abril, um ano depois mais acessíveis (€3,50 cada)”. As latas mais a loja vai
do previsto (pandemia oblige), numa recentes são as das linhas Water Based (à base começar a
rua sem saída que vai dar à estação de de água) e Pro, que garante “efeitos especiais” organizar
metro da Trindade – já com chapas pintadas por como mármore, azulejo, cromado ou metalizado. workshops
para ado-
artistas de rua como Mr. Dheo, Fedor, Mesk, Mas há outros produtos como marcadores
lescentes e
Oaktree –, a loja tem sido um paraíso para os (procurados por ilustradores), vernizes,
adultos, uma
amantes de muralismo, graffiti, desenho, primários ou zincos (indicados para trabalhos vez por mês.
ilustração e outras artes. “Portugal sempre foi um de pintura caseira), cadernos, roupa da MTN, Neste sábado,
mercado importante para a Montana”, explicar- revistas e livros sobre artistas como Banksy, a 9 (10h30-
nos-á Marta Ferreira, a gerente que foi comercial dupla Moses & Taps ou Futura. 12h30, €25),
da marca durante cinco anos e conseguiu A sustentabilidade é uma preocupação da é destinado
convencer o catalão Jordi Rubio – fundador da marca; daí que a loja conte com um bar com a famílias.
Montana (MTN), em 1994, em Barcelona –, a comida vegan, a cargo do alemão Matthias
abrir uma loja própria no Porto (até então, tinha Tholen, café de especialidade da Combi e batidos
um franchisado em Lisboa). com as cores das tintas. Marta Ferreira só
As tintas mais procuradas, diz Marta, são lamenta que o Porto “não tenha nenhuma parede
as da linha MTN 94 “de baixa pressão e mate”, livre para os artistas”. A bem da arte pública.
disponíveis em 217 cores (€3,80 cada), que Florbela Alves
X
Tv. Alferes Malheiro, 83, Porto > T. 22 208 2870 > ter-sáb 10h-19h
X
Salão Brazil > Lg. do Poço, 3,
Coimbra > T. 239 837 078 > 7 out,
qui 21h30 > €12 > Passos Manuel
Desde a estreia, em 2016, o conjunto de convidados de diversas > R. de Passos Manuel, 37, Porto >
T. 22 203 4121 > 8 out, sex 20h30
Iminente já passou por áreas artísticas e os moradores e > €12
cinco cidades de quatro associações locais de quatro bairros
países, num total de nove lisboetas (Alta de Lisboa, Bairro do
Norton Lisboa
edições com mais de 300 Rego, Vale de Alcântara e Vale de
artistas portugueses e Chelas), cujos resultados – filmes,
internacionais, o que torna este performances, instalações ou
festival um grande evento de intervenções no espaço público – vão Editado no início do ano
expressão da cultura urbana à escala ser apresentados no decorrer do passado, Heavy Light
global. Isso acontece também, e Festival. Quanto à música, como é marcou o regresso da
especialmente, pelo modo como a habitual, haverá um pouco de tudo, banda de Castelo Branco
criatividade e o entretenimento se num cartaz distribuído por quatro aos discos, com um álbum
entrelaçam na programação resultante dias e três palcos. Destaque para os exemplarmente pop, mas
da parceria curatorial entre o concertos de Victor Torpedo, Plutónio, ao mesmo tempo intimista
Iminente, o artista Alexandre Farto Scúru Fitchádo, Shaka Lion ou DJ e adulto, cuja apresentação
(mais conhecido como Vhils) e o Ride, na quinta, 7; CelesteMariposa, ao vivo foi adiada devido à
coletivo Underdogs. Isso mesmo volta Emir Kusturica & The No Smoking pandemia. Agora, os Norton
a acontecer neste ano no novo espaço Orchestra, Ricardo Toscano, Julinho estão de volta aos palcos
da Matinha, em Marvila, na zona KSD, Batida, Dino D’Santiago ou Paus, para o mostrarem aos fãs,
oriental de Lisboa, onde a música na sexta, 8; Da Chick, Tekilla, Prétu, em três concertos que se
iniciam na quarta, em Lisboa,
continua a ser o principal chamariz Slum Village, Silverio ou Branko, no
e que os levarão também ao
para um fervilhante cartaz, que inclui sábado, 9; e, ainda, David Bruno,
Porto (Auditório do CCOP, a
também exposições, conversas sobre Pedro Mafama, EU.CLIDES, Jorge 14) e ao Fundão (no Sons à
temáticas sociais e urbanas, Palma, Jon Luz e Ana Moura, no Sexta, a 15).
performances e projetos próprios, domingo, 10. Os bilhetes são limitados:
como a iniciativa Os Bairros, apenas 2 250 diários e 250 passes
X
resultante da colaboração entre um gerais. Miguel Judas Teatro Maria Matos > Av. Frei
Miguel Contreiras, 52, Lisboa > T. 21
362 1648 > 13 out, qua 21h > €10
X
Matinha > Marvila, Lisboa > festivaliminente.com > 7-10 out, qui-dom 17h30 > €18 a €55 (passe)
Válvula Lisboa
O espetáculo que
juntou o autor,
ilustrador e
performer visual
António Jorge
Gonçalves ao rapper
e ativista Flávio
Almada (aka LBC
Soldjah) regressa
ao LU.CA, onde se
estreou em 2019.
Válvula, que andou
pelo País, passou
por Moçambique e
JOÃO TUNA
Cabo Verde, volta
ao “questionamento
da cidade, do
espaço público e
X
Teatro Carlos Alberto > R. das Oliveiras, 43, Porto > 22 340 1900 > 7-16 out, qua-sáb 19h, dom 16h > €10
X
Teatro do Bairro Alto > R. Tenente Raul Cascais, 1A, Lisboa > T. 218 758 000 > 7-12 out, qui, sex e ter
18h30 e 21h30, sáb-dom, 17h e 20h30 > €12
os 38 anos, aos
60 agarrou nas
Após o fim da exposição que “retratos” do atelier feitos por Arpad: esferográficas e criou
colocou 17 obras de Vieira da cadeira, óculos, flores que evocam Matisse. seres ancestrais,
Silva (1908-1992) ao lado de Compreendidas entre 1940 e 1980, as geometrias, homens
nomes significativos da arte pinturas recordam o processo criativo da de perfis e pés
contemporânea portuguesa, artista: a sua escolha de cores por estações fortes, canídeos
igualmente abrigados no acervo (vermelhos, no inverno; azuis-verdes, no fantasmagóricos.
do colecionador Ilídio Pinho, regressa-se a verão), as suas composições de influência A frase do título
um zoom intimista, centrado nas abstrações musical, a preparação. “Estamos perante desta exposição,
e linhas baléticas de Vieira e nas paisagens uma pintura mental, por vezes metálico- resultante de uma
interiores de Arpad Szenes (1897-1985). eifelliana, uma arquitetura pictórica investigação de três
Escreve Isabel Carlos que este núcleo de construída como uma encruzilhada urbana anos, foi escolhida
obras de Maria Helena Vieira da Silva é vista de cima e de longe ou de dentro do pela curadora
representativo das suas linhas temáticas e esqueleto da cidade”, explica Isabel Carlos. Andreia Magalhães
expressivas, “as bibliotecas, as cidades, os “Vieira, que teve aulas de Anatomia e que nos escritos soltos do
azulejos, os labirintos, as tramas e teias e, gostava mais de desenhar os ossos do que artista que escreveu
de um modo mais lato, o espaço, a luz e a os músculos, olha para a cidade do mesmo versos nas obras e
perspetiva”. A pintura mais antiga de Vieira modo que olhou enquanto estudante para cartas constantes
da Silva na exposição é de 1941: Sem Título, o corpo humano, interessa-lhe mais o à mulher. Um
acervo de arte bruta
têmpera sobre cartão, um quadriculado osso do que a carne, mais a omoplata do
internacionalmente
intenso e descontínuo, em que se afundam que o braço, mais a estrutura e a malha
valorizado e
figuras humanas, e que a curadora remete urbana do que as casas e o reboco ou as fascinante. S.S.C.
para a soturnidade dos sete anos de exílio superfícies. O osso da pintura moderna.”
vividos pelo casal no Brasil. E aqui estão Sílvia Souto Cunha
X
Centro de Arte Oliva
> R. da Fundição, 240,
X São João da Madeira > T.
Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva > Pç. das Amoreiras, 56-58, Lisboa > T. 21 388 0044 > 7 out-16 jan, qua- 256 004 190 > 9 out-20
dom 10h-18h > €5 mar, ter-dom 10h-12h30
14h-17h30 > €2
CAROLE BETHUEL
após um bem-sucedido
percurso por festivais de
cinema (incluindo um prémio
em Berlim), chega finalmente
às salas portuguesas.
X
De Julia Ducournau, com Agathe Rousselle, Vincent Lindon > 108 minutos
Oliveira e José
Cardoso Pires
Filmin Jazz
My Name is Pauli Murray Amazon Prime Video A plataforma de streaming
X
Disponível na plataforma de streaming
LUCÍLIA MONTEIRO
Casa da Companhia Porto
O peso da História e a leveza do presente
O novo boutique-hotel de cinco estrelas da cidade ocupa um edifício emblemático
da Rua das Flores, onde funcionou a Real Companhia Velha. Uma reabilitação surpreendente
Há quem diga que a Região Demarcada cujo ocre das paredes confere um convidativo A reabilitação
do Douro, delimitação territorial feita calor mediterrânico, uma das primeiras pistas da manteve
em 1756, foi definida numa das salas da decoração do arquiteto de interiores Paulo Lobo, parte das
Casa da Companhia. O nome revela as a conjugar tradição com modernidade. Ali se tem características
ligações ao universo do vinho do Porto, acesso ao restaurante, distribuído por quatro originais, desde
nomeadamente à Real Companhia salas, todas com decoração distinta, e pormenores a fachada
Velha, já que esta funcionou como sede da como velhos, e volumosos Diários do Governo ou aos tetos
empresa desde o século XVIII. No entanto, as garrafas antigas de vinho do Porto. Numa delas, abobadados do
origens do edifício são mais longínquas e fronteira à cozinha, a interação com a equipa é piso inferior.
“As pessoas
remontam a 1592, sendo este um dos mais antigos privilegiada. Quanto à carta, assinada pelo chefe
procuram
da Rua das Flores. A reabilitação, assinada pelo Duarte Batista, aposta em sabores e produtos
cada vez
arquiteto Pedro Gomes Fernandes, manteve parte portugueses, com influência mediterrânica mais edifícios
das características originais, desde a fachada aos e internacional. No bar, onde também servem históricos”,
tetos abobadados do piso inferior. “As pessoas refeições, há uma forte oferta de vinhos acredita
procuram cada vez mais edifícios históricos”, e de cocktails. Bernardo
acredita Bernardo Sampaio, diretor do hotel, Subindo a escadaria central de granito, acede- Sampaio, diretor
aberto em julho, pertencente a um grupo de -se aos 40 quartos, elegantes e confortáveis, os do hotel aberto
investimento canadiano. Mas a intervenção mais convidativos com vista fabulosa para a zona em julho
também teve soluções arrojadas, nomeadamente histórica ou com jardim interior. A circular entre
nas duas piscinas, uma exterior, com vista para a os diferentes blocos do hotel, com três frentes
Sé, e outra interior, oferta rara na Baixa do Porto. para as ruas das Flores, Vitória e da Ferragem,
Além do spa, com rituais à base de uva e algas, percebe-se como o engenho arquitetónico
o hotel dispõe de banho turco, sauna e ginásio. disfarçou a sua dimensão. Um pequeno grande
A entrada principal dá acesso a um pátio, hotel, no coração da cidade. Joana Loureiro
X
R. das Flores, 69, Porto > T. 22 976 1020 > a partir de €144
Leonor Keil
A bailarina
e coreógrafa volta
ao CCB, em novembro,
Lisboa para interpretar Maputo Moçambique
Apaixonada por Lisboa, onde vive, Paradoxos de Alice, Foi a cidade onde viveu dos 4 aos
adora perder-se em longos passeios um espetáculo para a 10 anos e da qual guarda vivências
a pé e descobrir
escobrir coisas novas. “É
cidade que
ue me atafulha, preenche
É uma infância, a partir dos significativas. “A
A experiência
exp ficou
gravada no modo de olhar as coisas,
e submerge,
erge, sem nunca me irritar.” livros de Lewis Carroll frente”, confessa.
de seguir em frente”
Na verdade,
ade, às vezes, Leonor precisa deseja regressar em
Maputo, aonde dese
de sair para voltar a olhar e ficar S U S A N A S I LVA O L I V E I R A breve, mostrou-lhe, recorda, novos
“embevecida
ecida com os recantos, scoliveira@visao.pt caminhos. “Muita co coisa vem dali.”
diversidade,
ade, arquitetura dos bairros...”
Leitura Os Rapazes
R
de Nicke
Nickel,
l, de
Whitehead,
Colson Whit tehead,
foi o últimoo livro
que leu. “É É uma
triste,
história trriste,
sobrevivência,
de sobreviv vência,
entre dois a amigos
negros n
reformatório,
re
refo
efo
num
f rmattório,
Sri Lanka
na
aAAmérica
Amméric
mé ca dos Viajou pelo país em 2015, durante três
anos
ano
os 60”
s6 0” semanas, e apaixonou-se.
apaixono “É incrível
como as diversas rereligiões coabitam,
criando cor, diversidade
diversid e dinâmicas
distintas.” Conta ainda
ain que, apesar
do aparente caos, de trânsito e de
pessoas, “é tudo muito
mu calmo, sem
stresse”.
Blade Ru
Runner“É o filme
da minha vida. Houve alturas
em que até sabia
sab os diálogos
de cor. Muito denso, muito
Livrariaa Dentu Zona
ZonaAmadora
Amadora humano onde
humano, ond parece que
nada se passa,
passa mas tudo é
Nesta livraria,
vraria, na Cova da Moura, um intenso”
inten
“sítio suii generis”, diz, encontra livros
de literatura
tura negra, dedicados às
temáticasas e problemáticas culturais
do racismo.
mo. E, tal como diz Vítor
Sanches, s, mentor da Dentu Zona,
nascido e criado no bairro, “só faz
sentido estar naquele lugar”.
Palavras cruzadas
>> H O R IZONTAIS >> 1. Pedaços de louça, telha ou vidro. Género
de moluscos acéfalos hermafroditas que vive encerrado numa concha
bivalve. // 2. Colocar junto a. Instrumento de sopro, com ou sem pistões,
de som estridente. // 3. Molusco marítimo cefalópode, de tentáculos
retráteis. Órgão propulsor de navios e aeroplanos, acionado por motor.
// 4. Toquei o apito. Corda estendida de um navio para o outro para o
rebocar. // 5. Que ou quem tem excesso de peso. // 6. Coisa que prende,
que sujeita. // 7. Rebanho de gado ovino. Aguardente de cereais (cevada,
trigo, aveia). // 8. Grito de dor ou de alegria. Bem dirigido. // 9. Duro como
rocha. Ter tonturas. // 10. Puxaram para cima. Designa repugnância,
admiração, agastamento, alívio, (excl.). // 11. Grupo preponderante.
Grande massa de água salgada que cobre cerca de três quartas partes
da superfície do Globo. >> V ERTICAIS >> 1. Abertura num fruto para
ver se está maduro. Filtraram. // 2. Assuada. Instrumento musical, de
cordas, de sons mais graves do que os da guitarra e de caixa em forma
de 8. // 3. Pássaro tenuirrostro. Tomba. // 4. Pessoa que perdeu o uso
da razão. Animal do grupo dos acarídeos, que inclui os causadores da
sarna do Homem e as carraças dos cães. // 5. Frigir ovos, sem os mexer.
// 6. Guincho. Irídio (s.q.). Terceira nota da escala musical. // 7. Exprime
entusiasmo, ênfase ou apoio. Que perdeu o gume. // 8. Impulsionar o
corpo para se elevar do chão. Usa-se para apresentar algo ou alguém,
geralmente presente ou próximo dos interlocutores. // 9. Trecho musical
para três vozes ou instrumentos. Atuaram. // 10. Mulher que possui
muitos bens. Grande mamífero ruminante, de pescoço muito comprido.
// 11. Deseje. Cortejar.
Cai. // 4. Orate, Ácaro. // 5. Estrelar. // 6. Chio, Ir, Mi. // 7. Olé, Boto. // 8. Saltar, Eis. // 9. Trio, Agiram. // 10. Rica, Girafa. // 11. Ame, Namorar.
Ai, Certeiro. // 9. Rocal, Oirar. // 10. Alaram, Safa. // 11. Maioria, Mar. >> VERTICAIS >> 1. Cala, Coaram. // 2. Apupo, Viola. // 3. Colibri,
>> HORIZONTAIS >>1. Cacos, Ostra. // 2. Apor, Clarim. // 3. Lula, Hélice. // 4. Apitei, Toa. // 5. Obeso. // 6. Braga. // 7. Oviário, Gim. // 8.
LISBON
Ilustração: João Fazenda (Boca do Inferno) e Susa Monteiro
Centro de Documentação: Gesco
Redação, Administração e Serviços Comerciais: Rua da Fonte da Caspolima
– Quinta da Fonte, Edifício Fernão de Magalhães, 8
2770-190 Paço de Arcos – Tel.: 218 705 000
Delegação Norte: Rua Roberto Ivens, 288 - 4450-247 Matosinhos
MARRIOT
Telefone – 220 993 810
OFERTAS INCRÍVEIS
Marketing: Marta Silva Carvalho (diretora) – mscarvalho@trustinnews.pt
Marta Pessanha (gestora de marca) – mpessanha@trustinnews.pt
Com o início do Outono, o
Publicidade: Telefone 218 705 000 Lisbon Marriott Hotel, na Av.dos
Vânia Delgado (Diretora Comercial) vdelgado@trustinnews.pt Combatentes, acaba de lançar
Maria João Costa (Diretora Coordenadora de Publicidade) mjcosta@trustinnews.pt
Mónica Ferreira (Gestora de Marca) mferreira@trustinnews.pt
ofertas exclusivas de inverno
Mariana Jesus (Gestora de Marca) mjesus@trustinnews.pt com condições imperdíveis para
Rita Roseiro (Gestora de Marca) rroseiro@trustinnews.pt desfrutar sózinho, com amigos
Florbela Figueiras (Assistente Comercial Lisboa) ffigueiras@trustinnews.pt
Elisabete Anacleto (Assistente Comercial Lisboa) eanacleto@trustinnews.pt ou em família até 31 de
Delegação Norte - Telefone: 220 990 052 dezembro de 2021.
Margarida Vasconcelos (Gestora de Marca) mvasconvelos@trustinnews.pt
Rita Gencsi (Assistente Comercial Porto) rgencsi@trustinnews.pt
Parcerias e Novos Negócios: Diretor – Pedro Oliveira - poliveira@trustinnews.pt
Branded Content: Diretora – Rita Ibérico Nogueira – rnogueira@trustinnews.pt
Tecnologias de Informação: João Mendes (Diretor)
APOIO AO CLIENTE/ASSINANTE
apoiocliente@trustinnews.pt
Estatuto editorial disponível em www.visao.pt
A Trust in News não é responsável pelo conteúdo dos anúncios
nem pela exatidão das características e propriedade dos produtos
e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a
realidade, são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes
e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo
parcial de textos, fotografias ou ilustrações sob qualquer meios,
e para quaisquer fins, inclusive comerciais.
ASSINATURAS
Ligue já
21 870 50 50
Dias úteis – 9h às 19h
BOCA DO INFERNO
A caixa-forte
de Pandora
POR RICARDO ARAÚJO PEREIRA
N
o mito de Pandora, a caixa abre-se e dela está a salvo de impostos. Com estas revelações, limi-
saem todos os males do mundo. (Parece ta-se a não ficar a salvo de críticas, mas as críticas,
que só é uma caixa desde a Idade Média. como se sabe, não desvalorizam a moeda. Que espe-
Até aí, o recipiente era outro – o que, rança nos resta? Que os titulares destas contas se-
na verdade, não interessa muito para a cretas estejam a chorar amargamente nos seus palá-
história.) A caixa fecha-se a tempo de cios por termos descoberto os estratagemas através
conseguir conter apenas a esperança, o dos quais os adquiriram? Ou estou a procurar mal
que significa, segundo se diz, que é esse o ou não encontro essa esperança no fundo da caixa,
único instrumento de que a Humanida- pelo que o nome com que baptizaram os achados
de dispõe. Talvez eu não tenha percebido constitui, para mim, um pomo da discórdia. Que, a
bem o mito, mas francamente não me parece bem propósito, dá o nome a um mito mais instrutivo. O
que o novo pacote de documentos sobre transacções “pomo da discórdia” original era uma maçã. Éris, a
financeiras esquisitas com o auxílio de offshores se deusa da discórdia, não foi convidada para o casa-
chame Pandora Papers. Trata-se de um conjunto de mento de Peleu e de Tétis. Mesmo assim, apareceu
12 milhões de ficheiros confidenciais com informa- na boda e deixou uma maçã de ouro com uma nota:
ções sobre empresas secretas ligadas a dezenas de “Para a mais bela da festa”. As deusas Hera, Atena e
actuais e antigos Chefes de Estado e de governo. Até Afrodite pediram a Zeus que decidisse qual delas era
aqui, a história bate certo com o mito. A questão é a mais bela, mas Zeus entregou a missão a Páris. Para
que não me parece que haja esperança de que venha convencer Páris a dar-lhe o prémio, cada deusa pro-
a acontecer seja o que for. O dinheiro destas pessoas meteu-lhe um presente: Hera disse que o faria rei
da Europa e da Ásia, Atena ofereceu-lhe sabedoria
e habilidade, e Afrodite jurou entregar-lhe o amor
da mulher mais bonita do mundo, Helena de Tróia.
Páris deu a vitória a Afrodite, seduziu Helena e deu
origem a uma guerra de dez anos. É uma história
estranha por várias razões: não ser convidado para
casamentos é uma bênção – e, no entanto, Éris fica
magoada; três deusas competem por uma maçã de
ouro – uma peça de decoração bastante pirosa que
não fica bem em casa nenhuma; Zeus, mesmo sendo
todo-poderoso, sabe que não é prudente ser jurado
em concursos de beleza; Páris, em vez de escolher
capacidades que lhe garantiriam várias mulheres,
opta por ter apenas uma. Pessoalmente, discordo do
pomo da discórdia. E dos Pandora Papers também.
visao@visao.pt
O dinheiro destas
pessoas está a salvo de
impostos. Com estas
revelações, limita-se
ILUSTRAÇÃO: JOÃO FAZENDA
+ + + +
UMA VISÃO
MAIS COMPLETA + + + +
A S S I N E A V I SÃO A PA RTI R D E € 6/ M Ê S
+ + + +
Acesso ilimitado
aos conteúdos exclusivos,
no site VISÃO
+
+
Campanha válida até 31/12/2021, na versão impressa ou digital, salvo erro de digitação. Os preços da versão impressa são válidos apenas para Portugal.
Assinatura paga na totalidade ou em prestações mensais sem juros, TAEG 0%. Consulte todas as opções em loja.trustinnews.pt
+