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Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Planejamento e Prática Docente I
OBJETIVO
DE APRENDIZADO
• Refletir sobre a importância do planejamento da prática docente no processo de ensino-
-aprendizagem.
UNIDADE Planejamento e Prática Docente I
Mas, será que deve ficar somente no mundo das ideias? O planejamento precisa ser
registrado? Qual é o papel da direção e/ou equipe pedagógica da escola para fazer com
que o planejamento se efetive? Será que o professor precisa estabelecer linhas gerais que
delimitem as suas ações em sala de aula?
Estes questionamentos contribuirão com os nossos estudos à medida que formos de-
senvolvendo o conteúdo, isto porque as perguntas é que devem mover a prática docente.
Assim, é necessário que o planejamento seja estruturado e que esteja de acordo com
o contexto e cotidiano escolar, afinal, sabemos que a escola não é um local rígido e
inflexível. É por isso que o planejamento vem para organizar e sistematizar o trabalho
pedagógico, evitando, assim, que o processo de ensino seja uma improvisação.
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O fato é que o planejamento tem intencionalidade, de modo que para compreender-
mos essa perspectiva trazemos o que Padilha (2001, p. 63) diz a respeito:
Percebe-se que o planejamento envolve diversos contextos que visam contribuir com
a prática docente, sendo a melhor forma de aplicar o que está estabelecido no currículo
da escola.
Assista ao vídeo do programa Papo de Professor, que traz o seguinte tema: Como fazer
um bom planejamento escolar? A professora Maria Claudia Junqueira apresenta os pontos
fundamentais para a elaboração de um bom planejamento.
Disponível em: https://youtu.be/rIuqayi8R1s
Neste momento convém explicar o que é o currículo, afinal, é uma das “vértebras”
que sustentam a educação. Para Forquin (1989, p. 213), o currículo tem diversos usos,
já que possui grandeza semântica; logo, podemos definir currículo como:
Acesse o portal do Instituto Ayrton Senna e leia a reportagem que trata da importância do
currículo no ambiente educacional. A matéria, traz as possibilidades de se definir o currículo
escolar e selecionar as melhores maneiras de formar o cidadão do futuro.
Disponível em: https://bit.ly/3sybaOV
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Outra questão que envolve a prática docente e o planejamento diz respeito às etapas
que orientam a construção do planejamento, isso porque a questão do planejamento
está ligada à educação e concepção de ensino-aprendizagem.
Para Castro, Tucunduva e Arns (2008) o planejamento escolar precisa ser concebido
em três etapas: preparação, acompanhamento e aperfeiçoamento. Estes três princípios,
que são intrínsecos, precisam aparecer ao longo do planejamento a ser apresentado,
tanto de forma escrita, quanto nas ações referentes ao planejamento em si.
Planejamento
Alicerçamento do programa da disciplina, o qual Envolve a avaliaçãodo alcance das competências e dos
deve cumprir no todo ou em parte a ementa. Nesta Deve-se acompanhar a ação objetivos propstos na fase de preparação. A partir desta
fase se estabelece as competências e os objetivos do educativa do professor e o avaliação (na pior das hipóteses semestral) procede-se
curso e à previsão de todos os procedimentos para aprendizado do aluno. aos ajustes que se fizerem necessárias para a
garantir a concretização das competências. concretização das competências e dos objetivos.
Este mapa conceitual busca organizar as três etapas relatadas, de modo que tal orga-
nização é para que você, estudante, consiga compreender como estão relacionadas e o
que cada uma significa para o processo de planejamento. Possibilita-nos ver o quanto o
planejamento é influenciado por diversos acontecimentos intrínsecos à escola.
Assim, a formação pedagógica para os docentes é tão importante, pois acaba con-
tribuindo para o processo de ensino-aprendizagem de maneira mais efetiva, além de se
comprometer com a formação integral do aluno, não pensando em sua formação volta-
da apenas ao mercado de trabalho. Por isso o papel do educador é tão importante, dado
que a sua função não é apenas a de ensinar, mas principalmente a de levar o educando
a aprender por meio de condições que façam com que o aluno adquira conhecimento.
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Para que as ações pedagógicas do planejamento se concretizem, é essencial que
o professor elabore o plano de aula. Trata-se da “bússola” que direcionará o trabalho
docente e tornará as ações do professor facilitadoras para o processo de ensino-apren-
dizagem, dado que o plano de aula já busca prever as expectativas dos alunos, as dificul-
dades, os interesses e a catarse.
Logo, o planejamento tem a sua constituinte essencial, pois o ensino precisa que o
planejamento exista para que a organização, seleção e explicação de conteúdos passem
a fazer sentido para os educandos e para que o resultado seja a aprendizagem. É no pla-
nejamento que nós, docentes, estabeleceremos os objetivos da disciplina, métodos que
desenvolveremos o conteúdo e a maneira como avaliaremos o processo. Portanto, no
que tange à aprendizagem, sabemos que as atividades a serem aplicadas aos alunos pre-
cisam ter a função de assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades.
De acordo com Libâneo (1990), esse processo visa, na verdade, realizar a mediação
dos objetivos estipulados previamente, de maneira que os conteúdos e métodos possam
ser sintetizados na aula e ação didática do professor.
Leia a reportagem “Como aprendi a fazer Planos de Aula”. Esse instrumento, segundo a
Revista Nova Escola, traz prática e reflexão, o que resultará em um plano de aula perfeito.
Disponível em: https://bit.ly/2M2bJQa
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Para que os objetivos sejam coerentes com a proposta disciplinar, é necessário que
os docentes selecionem verbos de ação. O verbo é essencial no processo de construção
do planejamento, pois é a partir da palavra escolhida que haverá a possibilidade de de-
senvolver o conteúdo previamente organizado. Um exemplo disto é: se em determinado
momento do planejamento o professor apresentar que o aluno deverá resumir o tópico
proposto, provavelmente o verbo a ser escolhido para desenvolver o objetivo cognitivo
envolvido, seguindo a taxonomia de Bloom, é sintetizar. Já em outro momento, o pro-
fessor solicita ao aluno que este relacione os fenômenos que envolvem a disciplina e o
mundo, logo, o objetivo que deve ser utilizado é valorizar. Consegue perceber a impor-
tância dos objetivos nas ações cognitivas?
Você Sabia?
Que a aprendizagem por projetos está relacionada às metodologias ativas? É uma
abordagem pedagógica que busca enfatizar atividades que foquem no desenvolvimento
de habilidades e competências. Para saber mais a respeito, leia o texto Metodologias
Ativas: O que é Aprendizagem Baseada em Projeto do portal Hoper.
Disponível em: https://bit.ly/2KqA5CZ
• Saber;
• Compreender;
• Realmente compreender;
• Avaliar;
Palavras passíveis de • Avaliar completamente;
várias interpretações • Perceber o significado de;
• Desfrutar;
• Acreditar;
• Ter fé em.
• Escrever;
• Expressar;
• Identificar;
• Diferenciar;
Palavras passíveis de • Resolver;
poucas interpretações • Construir;
• Relacionar;
• Comparar;
• Contrastar.
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Nesse processo é importante deixar claro que o objetivo precisa ter informações que
contribuirão à materialização da aula. A partir do momento em que algumas informações
são omitidas, o professor passa a ter dificuldades para ensinar. Neste sentido, três são as
especificações que indicam as relações entre o verbo e a ação:
• Desempenho ou comportamento;
• Condições em que o aprendizado será observado;
• Padrões a serem alcançados.
A partir disso há a seguinte Tabela, que contribui para que os objetivos afetivos a
serem desenvolvidos se associem a verbos de ação, vejamos:
Agora vejamos os objetivos cognitivos e verbos de ação associados que têm diferentes
domínios de compreensão:
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É a partir daí que surge a importância da competência a ser desenvolvida, para que o
docente possa escolher os verbos a serem utilizados para atingir objetivos já determinados,
ou seja, é preciso estabelecer um processo de apreensão e construção do conhecimento.
A prática docente que garanta o processo de aprendizagem que seja sucesso só será
possível ser desenvolvida a partir do estudo de textos, vídeos, pesquisas, debates em
grupos, seminários, exercícios, entre outras formas. Tais metodologias possibilitam a
constituição do conhecimento e visam superar a visão caótica do saber. Vejamos as
possíveis estratégias que podem ser aplicadas no processo de aprendizagem:
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Quadro 2 – Objetivos e estratégias no processo de aprendizagem
• Leitura de textos;
• Leitura com roteiro de questões;
• Material de instrução programada;
Aquisição de • Excursão;
conhecimentos • Aulas expositivas dialogadas;
• Visitas técnicas;
• Estudo de caso.
• Estágios;
• Excursões;
Confronto com • Pesquisa de opinião;
a realidade • Estudo de caso;
• Estudo do meio.
• Projeto de pesquisa;
Iniciativa na busca • Estudo do meio;
de informações • Estudo de caso.
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A primeira é a significação, que visa estabelecer vínculos com o conteúdo a ser minis-
trado, além de associar à prática social do aluno. Nessa proposta de atividades baseadas
em projetos, as tarefas precisam ser significativas e vinculadas às relações existentes
entre as necessidades dos alunos e as finalidades da disciplina.
• Solução de caso;
Objetivos • Observação;
de atitudes • Entrevista;
• Dissertação.
• Pré/pós-testes;
Objetivos de • Indicadores de aproveitamento;
um programa • Questionários;
• Debates.
• Debates;
Objetivos de • Observação;
um curso • Questionários;
• Entrevistas.
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Acesse o texto “Pedagogia de Projetos: Contribuições para Uma Educação Transfor-
madora” do portal Pedagogia e tenha maior compreensão sobre a pedagogia de projetos.
Disponível em: https://bit.ly/38THdku
Os alunos:
• Precisam desenvolver trabalhos de pesquisa;
• Deparam-se com obstáculos e visam transpô-los;
Atividades • Buscam estabelecer relações entre ideais e competências;
• Utilizam materiais autênticos;
• Recebem feedbacks de suas ações.
Os alunos:
• Integram-se a um grupo de pesquisa;
• São chamados para compreender a gestão de tarefas que serão de-
Condições senvolvidas pelo grupo;
• Conduzem o seu próprio trabalho;
• Passam a valorizar o trabalho profissional do professor.
Os alunos:
• Passam a gerar produtos intelectuais condizentes com a sua formação;
Resultados • Participam ativamente do processo de avaliação;
• Demonstram as suas competências;
• Mostram o seu processo de desenvolvimento.
Tanto o ato de planejar quanto às atividades baseadas em projetos são ações orgâni-
cas, que estão presentes em nossas vidas profissionais e pessoais. Por isso o professor
precisa levar em consideração a realidade em que o aluno está inserido, permitindo que
o educando tenha maior proximidade com as atividades e o conteúdo a ser ministrado.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Planejamento: Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político-pedagógico
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto políti-
co-pedagógico. São Paulo: Libertad, v. 1, 2000.
Tratam-se de textos que auxiliam a compreender questões que envolvem o planejamento
na prática docente. Ao longo deste livro, o autor enfatiza a importância do planejamento
e como contribui de fato para a organização do trabalho docente no âmbito escolar e na
sala de aula.
Vídeos
Gestão da Sala de Aula
O vídeo traz dizeres do professor doutor Celso Vasconcellos em forma de conversa e re-
flexões, principalmente porque propõe questionamentos que ajudam a pensar sobre a in-
teração entre o professor, a escola e o aluno. Ressalta que o professor é o mediador do
conhecimento no espaço da sala de aula, sendo que as suas ações são fundamentais para
possibilitar o processo de ensino-aprendizagem.
https://youtu.be/0E3GtWyDdjE
Entrevista com o Professor Celso Vasconcellos
Entrevista apresentada de maneira a suscitar reflexões sobre a importância da afetividade
na prática docente, tendo em vista que a atividade exercida pelo professor é algo humano,
sendo que a todo momento está envolvido com o processo de aprendizagem de sujeitos que
estão a receber todo o conhecimento científico.
https://youtu.be/Uo-0QQ1kBD8
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Referências
ANASTASIOU, L. G. C. Metodologia do Ensino Superior: da prática docente a uma
possível teoria pedagógica. Curitiba, PR: IBPEX, 1998.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre, RS: Artmed, 1998.
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