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Unidade 4

Tema: Liderança

Conforme o Hogan Assessment Institute, 70% das demissões de CEO´s


ocorre por falta de liderança. Pesquisas do Gallup a respeito do
comprometimento nas organizações nos mostram resultados na faixa de 21
a 23%. Cada vez mais pessoas se cansam das organizações e seus amigos
dizem com você que não estão felizes no trabalho.
... E se você pensa que não quer ser líder, uma ´notícia importante para a
sua carreira: Qualquer que seja a sua profissão, você não conseguirá se
manter atualizado por muito tempo. Com a sua ascensão de carreira, cada
vez mais você terá de ceder o trabalho técnico aos jovens atualizados com
as mais novas ferramentas, e, você, com a sua experiência de mercado,
poderá orquestrar o trabalho e o potencial deles. Ou seja, para progredir,
você cada vez será menos técnico e mais líder.

 Liderança é para poucos


Talvez você diga que não acredita nisso, mas certamente já ouviu a
frase: “Fulano não nasceu para ser líder”.

Hoje a assustadora maioria dos teóricos concorda que a liderança se


desenvolve. Se você achava que não levava jeito, fique tranquilo!

 O Líder não pode errar!

As pessoas esquecem algo fundamental: O Líder é HUMANO!

O relato de histórias fenomenais dos líderes inspira muitas pessoas, mas


estes relatos ocultam muitos problemas e decisões equivocadas. Tudo isso
faz parte do jogo! Então, faça as pazes com o seu líder!

 O Líder é bonzinho e o chefe é malvado

Para encerrar a discussão, a Universidade de Harvard fez uma pesquisa em


2014 para eleger o maior líder empresarial de todos os tempos, e o
vencedor foi...: STEVE JOBS! Isso mesmo! E você sabe que hoje ele é
reverenciado. Se você não conhece a história dele e o seu estilo de liderar,
procure agora no Google.

Provavelmente você já começou a pensar no perfil de pessoas que você já


conhece, e quem sabe até xingou um chefe do passado. Mas vamos com
calma. Qual deles você acredita que promove um maior engajamento?
Se você disse o liberal, ou o democrático, você errou... E se disse
autocrático também. Na verdade não há uma receita de bolo para isso. E
nesse aspecto vem uma análise mais madura a respeito da liderança.

Imagine um prédio pegando fogo e um líder democrático dizendo que não


podemos fazer nada enquanto não chegarmos a um consenso. Ou um líder
liberal mandando você correr para onde quiser?

Cada estilo tem um momento mais apropriado. Por exemplo, na cultura


popular a liderança militar (notoriamente autocrática), é extremamente
criticada. Os leigos não percebem que a liderança militar é desta forma por
que eles são preparados para situações de conflito, não para amenidades
empresariais (sim, perto de tiros e bombas, qualquer coisa na sua empresa
é amenidade!).

Imagine um líder liberal com um colaborador que não gosta de trabalhar!

Analisando estes fatores, Paul Hersey e Ken Blanchard perceberam que


não existia um modelo ideal, e mais do que isso, que ninguém é 100% um
destes modelos. Perceberam que o ser humano varia o seu comportamento
conforme a pessoa, mas apontaram que um bom líder deve ter consciência
e controle para adequar o seu comportamento a situação. Surgiu então o
conceito de Liderança Situacional.

A liderança situacional diz que você precisa saber ser autocrático,


democrático ou liberal, no momento certo. E é isso que fará de você um
grande líder! A grande questão é: Quando devo agir como um autocrata,
quando agir como um democrata e quando ser liberal?

Eles apontaram 2 fatores, inversamente proporcionais, que determinam o


modelo de liderança:

A Urgência da tarefa e a Maturidade do liderado. De uma forma


simplificada:

Por maturidade entenda como conhecimento e habilidade para exercer bem


a tarefa, assim como a atitude adequada, ou seja, uma pessoa que seja
apta e comprometida.

Assim sendo, quanto mais maduro e comprometido for o profissional, mais


você pode deixar o serviço por conta dele, e, caso ele não saiba muito bem
a tarefa, ou não seja muito comprometido, você deve controlar mais. Assim
como as tarefas urgentes, que necessitam ser mais acompanhadas para
evitar problemas!

AS FORMAS DE PODER
Mas ainda falta alguma coisa… Por que algumas pessoas Tentam agir da
forma adequada, mas não conseguem os resultados, ou não são sequer
respeitadas?

… A resposta está na expressão PODER.

Conforme Jones e George (2012), existem vários tipos de poder nas


organizações. Os líderes eficazes necessitam de níveis suficientes de cada
um para poder exercer com eficácia a sua liderança:

1. O Poder Legítimo: É determinado pela posição hierárquica dentro da


organização, ou seja, independente da qualificação, eles receberam a
autoridade para exercer a função e designar tarefas às pessoas que se
encontram em um nível hierárquico abaixo dele.
2. O poder de Recompensa: é a capacidade de dar ou não recompensas.
Note que as recompensas podem ser tangíveis (aumento de salário, bônus,
atribuições…) ou intangíveis (elogio, respeito etc). Dar ou receber estas
recompensas é uma forma de motivar o quadro de colaboradores e
influenciar na realização das tarefas designadas pelo líder.
3. Poder Coercitivo: é a capacidade de punir através de reprimendas
verbais; perdas salariais ou de benefícios; advertências, suspensões e
demissões ou quaisquer outras formas que possam gerar temor ao
funcionário.
4. Poder de Especialização: Baseado nas competências elevadas para o
exercício da função. Pense no técnico especialista e como as pessoas
seguem suas orientações.
5. Poder de referência: É oriundo do respeito e da admiração pelo líder,
propiciando a lealdade dos subordinados e colegas. São comuns em líderes
carismáticos ou muito corretos, que os funcionários querem utilizar como
modelo.
Claro que um bom líder deve possuir o máximo de poder possível em cada
um desses fatores, o que nem sempre é possível… Mas quanto mais poder
ele detiver, melhor!

LIDERANÇA FORMAL E INFORMAL


Conforme Montana e Charnov (1998, p. 221) um líder formal “[...] é alguém
que foi oficialmente investido de autoridade e poder organizacional e
geralmente recebe o titulo de gerente, diretor ou supervisor, e a quantidade
de poder é determinada pela posição ocupada”. Ou seja, o líder formal é
detentor do PODER LEGÍTIMO. Os integrantes da empresa, portanto,
devem seguir as determinações deles, entretanto, muitas vezes, nem
sempre o líder possui a habilidade desejada para conduzir as pessoas em
busca dos objetivos propostos.

Já o Líder Informal, não detém necessariamente cargos importantes. Ela se


destaca pelo seu brilho e carisma (PODER DE REFERÊNCIA), fruto da
habilidade interpessoal, do comportamento ético ou mesmo do domínio
técnico. Este líder se impõe facilmente conquistando o respeito e a
admiração dos companheiros, e, apesar de não ter a autoridade, pode
cativar e influenciar os companheiros.

Qual a importância de entender esta dinâmica? Quando a liderança formal e


a liderança informal não estão alinhadas, normalmente haverão problemas
sérios na organização. O Líder Formal, quando não for habilidoso o
suficiente com as pessoas, necessita identificar e aliar-se ao Líder Informal.

Há poucos anos, realizava um trabalho de consultoria em uma indústria na


Zona Norte do Rio de Janeiro, onde as lideranças formais (encarregados de
produção) não só careciam de outras formas de poder junto ao grupo de
funcionários, como atrapalhavam todas as ações de motivação e qualidade
de vida oferecidas aos demais colaboradores. Como para a dona da
empresa, naquele momento, não era uma opção o desligamento dos
encarregados, em virtude dos anos de trabalhos dedicados a empresa,
procedemos com a eleição de representantes de células, que eram pessoas
escolhidas pelos colegas (possuíam poder de referência), para representar
o grupo e auxiliar na motivação e resolução dos problemas.

Em pouco tempo os resultados foram notados, e muitos dos líderes


informais acabaram perdendo o cargo para os representantes.

Um bom líder sabe acumular o poder de referência, ou se desenvolvendo,


ou construindo alianças valiosas com quem o possui.

A DINÂMICA ENTRE LÍDERES E SEGUIDORES


Líderes possuem líderes também, e a dinâmica líder-seguidor pode se
tornar muito complexa. Assim como os líderes desenvolvem bons
seguidores, os bons seguidores contribuem significativamente com o
sucesso do líder!

Construir seguidores que não apenas sigam, mas que sejam capaz de
pensar e avaliar as situações de forma independente e imparcial, é
fundamental para o sucesso organizacional. Primeiro porque o líder não
possui tempo hábil (e algumas vezes sequer conhecimento suficiente), para
lidar com todos os problemas. Para isso, precisam-se de seguidores
comprometidos e entusiasmados, pois este tipo de profissional tem um
padrão de desempenho superior ao exigido na maioria dos lugares, e, este
profissional, em pouco tempo poderá influenciar outros com seu exemplo, e
assim tornar-se um novo líder.

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