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Universidade Paulista – UNIP

Aricia Hirayama Minari RA-C902314

Beatriz Danielle Pontes RA:N872JD5

Dayana Ap. de Souza Moura Bravo RA: T45047-0

Suellen Cristina Gouvêa Simião RA: N962CD-3

Tamiris Gomes Bergamasco RA: C85IHJ-4

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA -


PRODUÇÃO DE DIETA ENTERAL ARTESANAL

Campinas – SP

Novembro – 2018

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3
2. Objetivo........................................................................................................ 4
3. Materiais e método ...................................................................................... 5
4. Resultados ................................................................................................... 7
5. Discussão .................................................................................................... 9
6. Conclusão .................................................................................................. 10
7. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 11

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1. INTRODUÇÃO

A terapia de nutrição enteral é um conjunto de procedimentos terapêuti-


cos destinado a pacientes que não alcançam plenamente suas necessidades
nutricionais com a alimentação por via oral, mas que possuem o trato gastrin-
testinal parcial ou totalmente íntegro (LIMA et al., 2015).
Esse tipo de terapia é considerado um método seguro para oferecer nutri-
entes, que infundidos através de sonda nasogástrica, nasoentérica e ostomias
(gastrostomia e enterostomia), preservando a imunidade e os mecanismos de
defesa do paciente (VASCONCELOS et al., 2013).
As dietas enterais artesanais e semiartesanais são respectivamente aque-
las elaboradas a partir de alimentos in natura de forma exclusiva ou associadas
a módulos ou suplementos. Essas fórmulas exigem cuidado especial não só no
planejamento e cálculo da composição nutricional, mas também na técnica de
pré-preparo e cocção, padronização de medidas, observação das característi-
cas físico-químicas e, principalmente, nos cuidados com a higienização e ma-
nipulação dos alimentos durante os processos de elaboração e administração.
Também apresentam benefícios econômicos, culturais e sociais (JANSEN et
al., 2017).
Na opção da utilização de dieta artesanal ou semiartesanal é importante a
utilização de fórmulas que ofereçam as quantidades de macro e micronutrien-
tes necessárias à manutenção ou recuperação do estado nutricional, serem de
baixo custo e fácil preparo (JANSEN et al., 2017).
A osmolaridade é determinante fundamental na aceitação fisiológica da
dieta. Uma carga osmolar adequada, se faz necessária para que o alimento,
infundido diretamente por via nasogástrica ou nasoentérica seja tolerado pelo
organismo de indivíduos submetidos à nutrição enteral, garantindo assim o su-
cesso do plano dietoterápico. Estabilidade e fluidez, também
são requisitos indispensáveis e primários na formulação de dietas enterais de
qualquer natureza. Com a utilização de alimentos convencionais na formulação
das dietas, intencionou-se proporcionar uma alternativa de custo acessível para
a terapia nutricional enteral, comparado ao uso tradicional de dietas industriali-
zadas (HENRIQUES; ROSADO, 1999).

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2. Objetivo

• Produzir fórmulas enterais artesanais com composições acessíveis e


adequadas em sua fluidez, osmolaridade e estabilidade.

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3. Materiais e método

a. Materiais

• Açúcar 3 colheres de sopa cheias;


• Água 500 mL;
• Amido de milho 1 colher de sobremesa cheia;
• Balança;
• Colher;
• Frango sem prele cozido (½ filé);
• Frasco e equipo;
• Liquidificador;
• Óleo de soja 1 colher de sopa cheia;
• Ovos cozido 1 unidade;
• Panelas;
• Peneira;
• Sal (½ colher de café rasa).

Obs: As medidas acima são consideradas apenas para uma porção, para
a refeição diária devem ser respectivamente multiplicadas por 6, que é o núme-
ro de “refeições” realizadas.

b. Método

Para essa prática, foram utilizadas frango, amido de milho, óleo de soja,
ovo, açúcar e sal previamente selecionados.

Em uma balança, foi colocado um recipiente, que teve seu peso anota-
do, para posteriormente, efetuar os cálculos. Com o equipamento tarado, foram
acrescentados o frango e os demais ingredientes, obtendo o peso bruto.

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Em seguida, o frango foi cortado em pedaços e em uma panela foi cozi-
do por vinte minutos em pouca água e sem temperos, o amido de milho foi dis-
solvido em um copo de água e cozido também por um minuto, reservando-os.

Com a água já fervida colocou-se o ovo e o cozinhou por doze minutos,


tempo para se obter a clara e a gema no ponto ideal de consistência e imedia-
tamente sua casca foi desprezada.

Prontamente, colocou-se no liquidificador o frango cozido, o amido de


milho cozido, ovo cozido, açúcar, sal, e a metade da água. Foram batidos por
alguns minutos até os ingredientes formarem uma mistura homogênea.

O composto foi coado duas vezes em uma peneira bem fina. Logo
acrescentou-se o óleo e o restante da água com uma colher, mexendo devagar
para que esses dois ingredientes se aderissem melhor ao composto.

Posteriormente, o composto contendo 300 mL foi colocado no frasco já


com equipo, para verificação de sua consistência, fluidez e osmolaridade.

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4. Resultados

As tabelas a seguir foram utilizadas para realizar o cálculo nutricional da dieta enteral artesanal.

Alimento g/mL KCAL Proteínas Carboidratos Lipídeos Fibras Cálcio Ferro


Frango cozido 119,60 194,95 37,67 - 3,83 - 7,18 0,36
Açúcar 36,36 140,71 0,11 36,21 - - 2,91 0,07
Amido de milho 3,52 12,71 0,02 3,07 - 0,02 0,04 0,00
Óleo de soja 7,32 64,71 - - 7,32 - - -
Sal 1,00 - - - - - 0,24 0,00
Ovo cozido 1 unidade 146,00 13,30 0,60 9,50 - 49,00 1,50
TOTAL 559,08 51,10 39,88 20,65 0,02 59,36 1,94

Dieta total 652,60 mL

Composição dieta para 300 mL


KCAL Proteínas Carboidratos Lipídeos Fibras Cálcio Ferro
TOTAL
257,01 23,49 18,33 9,49 0,01 27,29 0,89

Composição dieta para 6 horários


KCAL Proteínas Carboidratos Lipídeos Fibras Cálcio Ferro
TOTAL
1542,05 140,96 110,00 56,95 0,07 163,73 5,34

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As tabelas a seguir foram utilizadas para realizar o cálculo de custos da dieta enteral artesanal. Os valores utilizados
foram retirados do Supermercado Extra em 26 de outubro de 2018.

Alimento g/mL Preço (R$)


Frango cozido 119,60 1,53
Açúcar 36,36 0,10
Amido de milho 3,52 0,10
Óleo de soja 7,32 0,02
Sal 1,00 0,00
Ovo cozido 1 unidade 0,30
TOTAL 2,05

Dieta total 652,60 mL

Custo em 300 mL - 0,94


porção (R$)

Custo total diário 5,66


(R$)

O custo total diário considerou 6 horários para a passagem de dieta, ou seja, R$0,94 multiplicado por 6.

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5. Discussão

A dieta enteral artesanal elaborada atendeu à proposta em relação a ade-


quação nutricional, observou-se que a dieta é adequada fornecendo os nutrien-
tes necessários para que um indivíduo debilitado recupere seu estado nutricio-
nal.
A dieta permaneceu líquida em sua consistência final e de fácil passagem
pelo equipo. O grau de dificuldade obtido na preparação foi mediano conside-
rando o ponto e tempo de cocção do frango por 20 minutos.
O açúcar e o amido são utilizados como fonte de carboidratos, o frango e
o ovo como proteínas de alto valor biológico, água com a finalidade de uma
melhor osmolaridade, óleo por ser fonte de triglicerídeos e o sal para manter a
hidratação e soluto renal adequado.
A dieta enteral artesanal possui um baixo custo equiparando-a com outras
dietas, visando as escolhas dos ingredientes são acessíveis a maioria da popu-
lação.

Sugestão de dieta enteral artesanal para paciente.

• Água 250mL;
• Carne moída (1colher de sopa);
• Chuchu (2 colheres de sopa);
• Maçã (1/2 unidade);
• Macarrão (1 colher de sopa);
• Óleo vegetal (1 colher de sopa);
• Sal (1/2 colher de café rasa);
• Tomate sem semente (2 colheres de sopa).

*Quantidade para 1 porção.

Ministrar 300mL de dieta enteral nos seguintes horários 7:00, 10:00, 13:00,
16:00, 19:00 e 22:00.

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6. Conclusão

Concluiu-se que a dieta artesanal comprovou ser uma das alternativas


promissoras da formulação podendo gerar benefícios a saúde do seu usufrui-
dor sem interferir nos gastos financeiros para sua elaboração. Porém sua com-
posição pode não ser tão completa quando uma fórmula enteral manipulada
em laboratório, já que os alimentos podem sofrer modificação em sua composi-
ção de macro e micronutrientes, que sofrem alteração quando são cortados,
cozidos ou sofrem algum tipo de manipulação. A dieta enteral artesanal apre-
senta maior índice de contaminação, pois elas demandam maior tempo de pre-
paração, necessitam de um local específico de preparo, bem como uma maior
manipulação das matérias-primas, portanto deve-se ter uma higiene adequada
do local de preparo, dos utensílios e produtos utilizados e a higiene pessoal do
próprio manipulador, evitando assim riscos para a saúde do paciente.

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7. REFERÊNCIAS

HENRIQUES, Gilberto Simeone; ROSADO, Gilberto Paixão. Formulação de


dietas Enterais Artesanaise Determinação da Osmolaridade pelo Método
Crioscópico. Rev. Nutr, Campinas, v. 12, n. 3, p.226-231, dez. 1999.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n3/v12n3a03. Acesso em: 26
out. 2018.

JANSEN, Ann Kristine et al. Development of enteral homemade diets


for elderly persons receiving home care and analysis of macro and micron
utrient composition. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, [s.l.], v.
20, n. 3, p.387-397, maio 2017. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562017020.160168.

LIMA, Verena Silva et al. Composição nutricional de dieta enteral artesanal


a partir de alimentos convencionais do Município de Coari, Estado do
Amazonas, Brasil. Revista Pan-amazônica de Saúde, [s.l.], v. 6, n. 2, p.29-
36, jun. 2015. Instituto Evandro Chagas. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5123/s2176-62232015000200004.

VASCONCELOS, Cintia et al. Saúde em Foco. Unisepe, São Paulo, p.41-44,


set. 2013. Disponível em:
<http://unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/saude_foco/artigos/ano2013/set
embro2013/artigo08-pag41-44.pdf>. Acesso em: 26 out. 2018.

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