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Empreender

Guia da Plataforma do Empreendedor


Pense o Seu Negócio...

Ideia Projetar a Plano de


Inovadora Empreendedor Ideia Negócios

Objetivos...
Financiamento Constituição Investimento
Inicial da Empresa da Empresa Em Atividade e Crescimento

Faça o Seu Caminho.


ÍNDICE
Introdução 6

Parte 1 As 8 etapas do percurso para empreender 9

Da ideia ao negócio 9
O Empreendedor

Etapa 1 - Ideia Inovadora 10

Etapa 2 - Perfil do Empreendedor 14

Etapa 3- Projetar a Ideia 17

Empreender

Etapa 4 - Plano de Negócios 21

Etapa 5 - Financiamento Inicial da Empresa 24

Etapa 6 - Constituição da Empresa 28

4
A Empresa

Etapa 7 - Em Atividade 31

Etapa 8 - Crescimento e Investimento 35

O Projeto
Parte 2 “Plataforma de Emprego e Empreendedorismo”
41

Enquadramento 41
Objetivos 41
Atividades 42
Portal empreender.aip.pt 46
Agradecimentos 47

Anexos 49

Casos de Estudo da Plataforma do Empreendedor:


fatores críticos de crescimento das empresas 50

Storytelling: a criação da empresa “Aromas à Solta, restaurante TombaLobos” 52

Workshops sobre “Turismo”, resumo das alocuções principais, sessões de Portalegre e Faro
Roashow regional 2011 54

Fotos

Fórum do Empreendedorismo 59

5
A Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e
Indústria (AIP-CCI), enquanto organização de âmbito nacional
com forte intervenção ao nível da prossecução daquelas
que são as estratégias para dinamização dos mercados,
nomeadamente no que diz respeito ao tecido empresarial
português, considera que o empreendedorismo deve ser
uma opção a ponderar por quem está a entrar no mercado do
trabalho; por quem já desenvolveu um percurso profissional,
mas que por variadas razões, muitas vezes relacionadas com
a conjuntura dos mercados, encontra-se agora disponível
para novo desafio e ainda por quem, estando a trabalhar
por conta de ontrem, deseja contribuir ativamente para o
sucesso e bom desempenho da empresa, identificando e
propondo o desenvolvimento de novos produtos, sistemas
ou procedimentos de gestão/produção.
Introdução

Neste contexto, a AIP-CCI concebeu o projeto Plataforma de


Emprego e Empreendedorismo, com a parceria do Gabinete de
Estratégia e Planeamento/ MSSS e com o apoio do Programa
Operacional de Assistência Técnica do Fundo Social Europeu
(POAT FSE) - Gerir, Conhecer e Intervir, que tem proporcionado
a um público extremamente abrangente o acesso a conteúdos
sobre a temática do empreendedorismo, recorrendo a diferentes
dinâmicas de partilha de know-how e a uma rede de parceiros
que trabalham esta temática nas mais diversas dimensões, quer
transversais (financiamento, plano de negócios, marketing,
propriedade industrial, inovação, legislação, sustentabilidade,
internacionalização, …), quer setoriais (saúde, turismo, energia,
florestas). Todo o projeto assenta numa ferramenta Web que tem
sido o grande ponto de encontro entre os diversos intervenientes

Plataforma do desta iniciativa: a Plataforma do Empreendedor, com o


endereço Web www.empreender.aip.pt
Empreendedor:
www. Com o objectivo de:
empreender. • facilitar o acesso à Plataforma e a procura de instrumentos úteis;
aip.pt • disseminar e consolidar conceitos;

6
Introdução
• promover a discussão didática entre os diversos agentes do
empreendedorismo;
• destacar os conteúdos que maior interesse têm despertado;
• facilitar a procura de instrumentos úteis e o acesso à plataforma
on-line;
• chegar a um número cada vez maior de empreendedores. A
AIP-CCI criou este GUIA, que pretende ser uma ferramenta
de consulta e de trabalho para quem quer inspirar-se para
empreender. Assim, dirigido aos empreendedores que
pretendem implementar uma ideia de negócio, em
perseguição de uma oportunidade, que os impele para a
ação, este GUIA propõe um caminho, pragmático e orientador,
que os apoiará na concretização dos seus objetivos/sonhos.

A estrutura do presente documento assenta em duas partes


principais:

Parte 1 – As 8 etapas do percurso para empreender


Trata-se de um percurso desenhado pela AIP-CCI que compreende
as principais fases que devem ser consideradas por quem vai
empreender. Foram identificadas 8 etapas sucessivas, abordando
diversas fases: desde a ideia até à gestão e expansão das
atividades empresariais.

7
Parte 2 – O projeto Plataforma do Empreendedor
Aqui pretende-se fazer um levantamento das principais actividades
desenvolvidas no âmbito deste projeto, apontando dinâmicas
inovadoras que se revelaram de enorme pertinência e que poderão
ser agora replicadas por outros agentes de empreendedorismo,
dando seguimento ao objetivo principal de disseminação e
divulgação da temática do emprego e empreendedorismo.

A Plataforma do Empreendedor constitui um significativo e


abrangente acervo informativo que interessa ao empreendedor,
não só porque disponibiliza informação no próprio portal, mas
também porque enriquece esta informação sugerindo ligações
a websites especialmente relevantes e adequados a cada um
dos temas ali tratados.

Atualmente, a Internet apresenta uma profusão de informação,


mais ou menos dispersa, que atrapalha e, por vezes, confunde o
Introdução

Internauta interessado na temática do “empreendedorismo”. Este


portal assume-se como uma solução de consulta e utilização de
informação dessa natureza, de forma orientada e contextualizada,
de acordo com os interesses específicos dos empreendedores.

A informação essencial está à distância de um clique e é ilustrada


com exemplos, artigos de opinião, casos de estudo, muitos deles
de PME nacionais e recolhidos durante a realização das várias
sessões, realizadas ao longo de 2010, 2011 e 2012, em diversas
regiões do país e estatísticas trabalhadas pelo parceiro GEP/ MSSS.

Este GUIA pretende, assim, contextualizar e apoiar o empreendedor


na visita e utilização do portal, particularmente no que respeita
à estruturação de uma ideia de negócio e sua concretização.

A ferramenta web constituiu a “espinha dorsal” do projeto


da AIP-CCI de disseminação de informação relevante para o
fenómeno do empreendedorismo e da inovação, em Portugal.

Aqui encontrará conceitos, estúdos de casos, links úteis


storytellings e respostas às perguntas mais frequentes (FAQ).

8
Parte 1
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

Da ideia ao negócio
Inicia-se, neste capítulo, a apresentação das “8 Etapas para
construção da sua empresa”, tal como é apresentado na
Plataforma do Empreendedor. A apresentação será sequencial
e as várias fases dedicam especial atenção ao Empreendedor,
em primeiro lugar, seguindo-se o processo de Empreender e
por último, a atividade da Empresa já constituída.

Um projeto de
empreendedorismo
exige a reflexão
e o estudo aprofundado
de diversas matérias

Será feita uma contextualização, mas chama-se a atenção para a


importância da consulta do portal, para cada uma das etapas, já
que no mesmo é feita a referência a inúmeros links úteis, casos
de estudo, estatísticas, tendências de mercado, apresentações
das sessões presenciais do projeto, entre outra informação. Este
GUIA irá auxiliar na identificação dos momentos importantes
para empreender, mas a ferramenta web será um complemento
fundamental para o acesso a mais informação. Os links úteis
referenciados neste documento serão sempre meramente
exemplificativos.

9
O Empreendedor Etapa 1 - Ideia Inovadora

A ideia, definida como uma representação Ideia é uma imagem que se cria na nossa mente
mental de um pensamento ou de uma imagem, que traz implícita uma intenção.
está frequentemente na origem do estímulo Por si só, qualquer ideia é boa! Mas só serão “boas
empreendedor. Motivada pela criatividade e intuição, ideias de negócio” aquelas que constituírem uma
a ideia surge na mente do empreendedor como solução adequada para determinado problema
solução para determinado problema ou situação, ou ou situação. Simultaneamente, as boas ideias de
mesmo, representará a concretização de um sonho. negócio deverão, para além de disponibilizarem boas
Este problema, situação ou sonho poderá, nessa soluções para quem pretende resolver um problema
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

fase, não estar completamente explícito quanto à ou satisfazer uma necessidade (genericamente, os
sua ocorrência, impacto, frequência e abrangência clientes), permitir a rendibilidade do investimento
no meio social do empreendedor, quer dizer, por realizado pelo empreendedor/investidor.
outras palavras, no “mercado”.
Mas, antes de mais, no início do processo o
Por outro lado, a ideia pode surgir somente após a empreendedor começa por refletir sobre as
explicitação de determinado problema ou situação, aplicações da sua ideia ou, como vimos, por gerar
como fruto de um processo específico e pragmático ideias que possam solucionar determinada situação.
de geração de ideias.
Uma ideia pode ser inovadora não só pela
Esta relação é simbolizada pela seguinte figura: descoberta de algo completamente novo, mas
também pela alteração do processo de fazer ou
executar algo que já existe. Referimo-nos a novos
produtos ou serviços, mas também à alteração de
APLICAÇÃO processos, a novas aplicações ou melhoramentos,
PROBLEMA a novas formas de pensar e atuar.
IDEIAS ou
SITUAÇÃO Evidência desta dinâmica é dada pela “invenção”
GERAÇÃO dos papéis de notas “Post-it”. A multinacional
3-M inventou uma nova cola que nunca secava
permanentemente. Somente quando um dos
cientistas da 3-M precisou de marcadores para um
Independentemente da sua origem e fatores livro surgiu a ideia de aplicar esta cola a pequenos
determinantes, uma ideia de negócio e o problema pedaços de papel, nascendo assim o Post-It!
ou situação que pretende resolver têm estreita
ligação ao conceito de oportunidade, como veremos Esta fase de validação e geração de ideias
na “2ª etapa - Perfil do Empreendedor”. pode ser fruto do acaso, mas é também

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possível seguir um processo pragmático e Que tipo de ideia pode ser convertida num
sistemático. negócio?
Qualquer ideia inovadora para um produto ou
Por último, deve ser aqui também destacada serviço, mas também qualquer ideia inovadora
a possibilidade de o empreendedor optar para um processo de trabalho, organização
pelo Franchising: adquirir o direito de aceder de atividades, método de trabalho, canal de
a determinado modelo de negócio, já em distribuição, comercialização, etc., desde que resulte
funcionamento e com sucesso comprovado. num benefício para eventuais clientes.
Aqui, a ideia poderá ser a aplicação de
determinado conceito de negócio em Quando se fala em inovação, referem-se
determinada região, ou ocasião, que constitua frequentemente as empresas tecnológicas. Só
uma boa oportunidade, seja pelos recursos estas é que são boas empresas?
que o empreendedor detém (licenças, As empresas tecnológicas são aquelas que
conhecimentos do sector, instalações, etc.), seja introduzem no mercado soluções de natureza
pela identificação de necessidades ainda não tecnológica. Naturalmente, existem incontáveis
satisfeitas em determinados mercados. sectores em que não se comercializa nova
tecnologia no mercado, e podem ser sectores
Por outro lado, poderá contemplar franchisar o muito inovadores, mesmo em áreas tradicionais.
seu próprio modelo de negócio, permitindo a sua Tudo depende do grau de inovação da solução
utilização por terceiros. Contudo, este conceito aplica- apresentada. Um bom exemplo, em Portugal, é
-se numa fase de desenvolvimento e crescimento o sector do calçado, onde existem diversos casos
do próprio negócio, discutido na etapa 8. de empresas muito inovadoras, particularmente
no design e no marketing.
FAQ
De onde surgem as ideias para criar negócios?
A Plataforma do Empreendedor, prevê um conjunto Por um lado, as ideias surgem da intuição do
de perguntas e respostas frequentes, sobre cada empreendedor, como resultado da sua experiência
etapa, que ajudam o empreendedor a esclarecer e observação, muitas vezes como solução para um
determinadas dúvidas que também já sentiu ou a problema específico por ele sentido ou pensado.
pensar/ refletir sobre questões que ainda não lhe Mas por outro lado, as ideias podem surgir após
tinham ocorrido. reflexão sobre soluções para um determinado
problema ou situação, como resultado de um
O que é uma ideia inovadora? processo de geração de ideias.
Uma ideia inovadora traduz-se em algo novo para
o mercado ou significativamente melhorado ao Uma mesma ideia para criar um negócio pode
nível do produto ou serviço, do processo produtivo, surgir em mais do que uma pessoa?
de comercialização, de aprovisionamento ou do Poderá haver coincidência e, provavelmente, mais
marketing de uma empresa. do que uma pessoa pensa na mesma ideia para

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resolver determinado problema. No entanto, nem Para ter ideias com potencial de negócio,
todos são empreendedores, e aqueles que insistem tenho de tirar um curso?
em converter a sua ideia num negócio, trabalhando Não é necessário estudar para ter ideias, mas é
e melhorando a sua ideia, poderão ser únicos. necessário adquirir conhecimentos para as avaliar
e converter num negócio. Esses conhecimentos
Será que a minha ideia vai conseguir vender não são necessariamente obtidos num curso,
produtos ou serviços no mercado? poderá ser feita autoaprendizagem.
À partida não há certezas, mas somente
convicções. Para reduzir a incerteza, é necessário O que devo fazer quando tenho muitas ideias?
“projetar a ideia”, conforme se refere em capítulo Deve escrever ou gravar as suas ideias para não
próximo. perder pormenores sobre a ideia no momento
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

e no contexto em que a teve.


Como sei se a minha ideia tem valor?
É necessário projetar a ideia e elaborar um plano Como posso ter mais ideias?
de negócios. Existem técnicas para a geração de ideias, como
poderá ver nos links sugeridos.

Ligações úteis
Informação Designação

“Manual de Gestão da Inovação”, capítulo 3 Sociedade Portuguesa de Inovação


Geração de ideias www.spi.pt/documents/books/inovint

Ação de formação para avaliação de produtos


Programa COHiTEC, da COTEC –
ou serviços obtidos a partir de tecnologias
Assoc. Empresarial para a Inovação
desenvolvidas pelos participantes
www.cohitec.com/sobre.php

Website e newsletter com ideias inovadoras


para negócios Springwises

Website sobre processo cognitivo de Jung Cognitive Process.com www.cognitiveprocesses.


com/ideageneration.html

Captação de ideias de negócio e de meios


IAPMEI, BIM - Bolsa de Ideias e de Meios
de investimento
www.iapmei.pt/iapmei-bimindex.php

Sugestões sobre facilitação da “Ideas for Great Facilitation” www.ideafacilita-


geração de ideias tors.wordpress.com/2008/06/17/faciliating-brains-
torming-sessions-divergence-and-convergence/

Sugestões sobre gestão de geração “The wonderful world of Jeffrey Paul


e gestão de ideias, “Idea management” Baumgartner” www.jpb.com/creative/index.
php?subject_code=7

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Ligações úteis
Informação Designação

Processo de geração de ideias,


Babson College homepage.cem.itesm.mx/maria.
“Generating ideas”
fonseca/master/documents/Idealab.pdf
Apresentação do livro: “Problem solving and
decision making: hard, soft and creative Books.google.pt Em books.google.pt
approaches”, Michael Hicks

Oportunidades de franchising em Portugal Instituto de Formação em Franchising


www.infofranchising.pt

Oportunidades de franchising em Portugal Diretório web Best Franchising


www.bestfranchising.pt

Oportunidades de franchising em Portugal Portal de franchising www.franchising.pt

Outra informação de referência disponível • Ver como surgiu, por necessidade, o projeto
em www.empreender.aip.pt empreendedor do restaurante “TombaLobos
(Aromas à Solta)” em Portalegre. Disponível em
eDocs, “Casos de Estudo da PlatEmpreendedor.
• L e r a a p r e s e n t a ç ã o “ 1 2 m e s e s d e
Veja também outro caso de empreendedorismo
Empreendedorismo”, de autoria da reputada
originado pela necessidade, em LPR_Caso
especialista em empreendedorismo Professora
Estudo, nessa secção.
Virgínia Trigo. Disponível em eDocs, “Centro de
Documentação.
• Ver como um problema sentido por uma
empreendedora esteve na origem de uma ideia
• Ler o artigo “Ser Empreendedor em Tempos
de negócio, de transporte de crianças “Easy
de Crise” por Francisco Banha. Disponível em
Bus”. Disponível em eDocs, “Casos de Estudo
eDocs, “Centro de Documentação.
da Plataforma do Empreendedor.
• Ver como surgiu e se desenvolveu a ideia
• Ver como uma situação incómoda e recorrente,
de negócio da “Advanced Cyclone Systems
sentida por dois executivos nas suas constantes
SA”. Disponível em eDocs, “Centro de
viagens, originou um processo de geração
Documentação”, pasta “Casos de Estudo da
de ideias e consequente criação de empresa
Plataforma do Empreendedor.
de serviço, a “Skybags Home check-in –
– Proaeroporto”. Disponível em eDocs, “Casos
de Estudo da Plataforma do Empreendedor”.

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O Empreendedor Etapa 2 - Perfil do Empreendedor

Qualquer processo empreendedor depende detetarem oportunidades, conseguem reunir os


do seu fundador. Este será criativo e inovador, recursos humanos, técnicos e financeiros, para a
líder e motivador. Será também ativo na busca concretização de produtos e serviços inovadores.
de oportunidades e incansável na tentativa de Ainda, para além de aspetos de determinação
obter os recursos necessários para lançar a sua e vontade, os empreendedores de sucesso
ideia de negócio. caracterizam-se por possuírem competências
em gestão, conhecimento do negócio em
Sem esta energia, motivação e vitalidade que se encontram e uma eficiente rede de
as melhores ideias de negócio – mesmo contactos. Esta relação entre diversos aspetos
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

beneficiando de todos os recursos necessários de natureza comportamental e técnica


– não terão sucesso, ficarão muito aquém do é-nos revelada pelo seguinte diagrama, que
seu potencial ou, simplesmente, nunca serão caracteriza o típico empreendedor:
postas em prática.
Se bem que as atitudes e comportamentos Quem é o empreendedor?
Elevado
requeridos de um empreendedor possam ser
Criatividade e Inovação

inatos ou adquiridos informalmente, sabe-


Inventor Empreendedor
-se hoje que também podem ser adquiridos
e melhorados através de formação e treino
específicos. Por outro lado, o empreendedorismo Gestor/
Promotor
Administrador
requer a adoção de determinado estilo de vida,
que poderá não ser desejado por muitos daqueles Reduzido Elevado
que possuem os necessários comportamentos Competências de gestão, conhecimento
do negócio, rede de contactos
e atitudes. Nem todos assumem a iniciativa Adaptado de Timmons, New Venture Creation

para serem empreendedores. Existem muitas


definições de empreendedor, mas salientamos Em qualquer dos casos, existem formas
as que traduzem a capacidade daqueles que, ao d e te s t a r e a j u d a r o s c a n d i d ato s a
empreendedor a refletirem sobre a sua
orientação empreendedora. Alguns dos links
Nos projetos sugeridos remetem para testes de capacidade
empreendedores existe risco empreendedora.
que só é superado
pela motivação e confiança
na liderança do empreendedor

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FAQ empreendedor de sucesso mesmo que por
razões de necessidade?
Será que possuo capacidade para ser Claro que sim. Os requisitos para se ser um
empreendedor? empreendedor estão descritos acima, e nada
Está motivado e acredita no seu projeto? Faça impede que os possua ou os venha a adquirir. O
um dos testes da plataforma do empreendedor, facto de criar o seu negócio por necessidade de
presentes nos links sugeridos. criar o seu emprego diz muito da sua determinação
em alcançar o sucesso. De qualquer modo, sem
Nunca trabalhei e não possuo experiência uma boa ideia e uma boa oportunidade para
profissional. Posso iniciar um negócio? explorar, tudo será muito mais difícil.
Alguma experiência seria desejável mas a
situação pode ser ultrapassada se reunir uma Já constitui uma empresa mas não fui bem
equipa que englobe as competências necessárias sucedido. Posso voltar a ser empreendedor?
para o desenvolvimento do seu negócio. Claro que sim. Ainda outra característica do
empreendedor é a perseverança, resiliência e a
Tenho uma ideia inovadora mas não sei capacidade de aprender com os próprios erros.
como a por em prática. Posso constituir uma
empresa e depois maturar a ideia? Não possuo um curso superior. Posso vir a
Pode, mas devido ao facto de ser necessário tomar ser empreendedor?
decisões quando constitui a empresa (estrutura, Claro que sim, o que é importante é que tenha
forma jurídica, recursos, etc.,) algumas dessas decisões consciência das competências de que necessita,
poderão ser desadequadas para a exploração da e obtê-las.
oportunidade de negócio a que a ideia se destina.
Assim, é mais prudente e menos arriscado planear Sempre fui trabalhador por conta de
bem a ideia antes de constituir a sua empresa. outrem, será que tenho capacidade para
ser empreendedor?
Tenho uma ideia espetacular mas não tenho Poderá ter toda a capacidade necessária.
dinheiro. Posso ser empreendedor? Existem muitas circunstâncias que motivam,
Claro que sim! Uma das características dos ou impedem, que um empreendedor se lance
empreendedores de sucesso é conseguirem na exploração de determinada oportunidade
reunir os recursos necessários, mesmo que de negócio. O facto de trabalhar por conta
não sejam seus. Hoje em dia existem diversas de outrem permite a aprendizagem de
alternativas de financiamento externo. Consulte determinado negócio, e possibilita a aquisição
a 5ª Etapa - Financiamento Inicial. de competências de gestão. Ambas são muito
importantes para o sucesso. Contudo e como já
Nunca pensei ser empreendedor, mas agora vimos, essas competências técnicas e de gestão
que não tenho alternativas profissionais, poderão não ser suficientes, sendo também
estou a pensar nisso. Posso ser um necessárias competências pessoais adequadas.

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Ligações úteis
Informação Designação

Centro de Empresas e Inovação da Madeira,


Teste do empreendedor
roadshow for entrepreneurship www.rs4e.com/por-
tal/teste_empreendedor

Teste do empreendedor IAPMEI www.iapmei.pt/iapmei-bimteste-01.php

Vídeo sobre empreendedorismo motivado


Universidade de Stanford, Entrepreneurship Corner
pela necessidade (pode ativar legendas)
ecorner.stanford.edu/authorMaterialInfo.
html?mid=1792
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

Vídeo sobre competências dos grandes


Universidade de Stanford, Entrepreneurship Corner
empreendedores (pode ativar legendas)
ecorner.stanford.edu/authorMaterialInfo.html?mid=1797

Formação para empreendedores e


microempresários Portal da Juventude www.juventude.gov.pt/Empre-
go/FormacaoparaEmpreendedoreseMicroempresarios

Outra informação de referência

• Ver como uma necessidade do mercado • Ler o artigo “Ser empreendedor em tempos
originou uma ideia de negócio com base nas de crise”, por Fernando Banha, disponível em
competências específicas do empreendedor eDocs, “Centro de Documentação”.
e numa alteração na sua vida, da Escola “Os
Aprendizes”. Disponível em eDocs, “Casos de
Estudo da Plataforma do Empreendedor.

• Ver como o Marketing do Empreendedorismo


pode ser diferente do Marketing tradicional,
lendo o artigo de David Stokes sobre
Entrepreneurial Marketing, disponível em
eDocs, “Centro de Documentação, ” Stokes
Marketing Empreendedor.

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O Empreendedor Etapa 3 - Projetar a Ideia

Chegou o momento de projetar a ideia. Nesta • E será que a ideia cria, ou aumenta, o valor
etapa, o empreendedor deve reunir e analisar percebido de determinado produto ou serviço
a informação disponível e relevante para para o cliente ou consumidor?
fundamentar, contextualizar e posicionar a sua • E sse conjunto de clientes terá disposição
ideia de negócio no mercado. para pagar por essa solução, de forma a gerar
resultados económicos e financeiros suficientes?
Na primeira etapa do nosso caminho, concluímos
que uma determinada ideia deve constituir solução Para encontrar resposta a estas difíceis questões,
para determinado problema ou situação no mercado. o empreendedor deverá avançar e investir o seu
Surge agora outra variável, na análise do potencial da tempo – e talvez dinheiro – na angariação e análise
ideia. Essa variável é a oportunidade que a exploração de toda a informação disponível sobre o mercado
da ideia pode constituir. Existe interdependência onde pretende atuar. Deve ainda procurar apoio
entre ideia, o problema ou situação que pretende quer de especialistas, quer de parceiros, nesta fase.
resolver e o potencial económico-financeiro da
oportunidade que representa. Ainda, se a sua ideia merece ser protegida,
considere recorrer ao INPI para requerer a
Quando chega à fase de projetar e planear a sua devida proteção. As modalidades de direito de
ideia, o empreendedor pensa incessantemente propriedade industrial são as seguintes:
no novo negócio, entusiasmado com o seu
potencial de sucesso. Mas será que já se debruçou, •P
 roteção de invenção (solução nova para
pragmaticamente, sobre as dificuldades que irá problema técnico específico) por Patente ou
enfrentar? É o momento de analisar a sua ideia de Modelo de Utilidade – direito exclusivo do seu
negócio e verificar o seu verdadeiro potencial, em titular de produzir e comercializar uma invenção
contexto de mercado. Deverá fazê-lo sem ilusões (num território e tempo determinados) e impedir
e com capacidade crítica. Para tal, deverá começar que terceiros o façam sem o seu consentimento.
por encontrar resposta à seguinte questão:
•P
 roteção de design inovador para os seus
A ideia é, de facto uma boa oportunidade de produtos – Desenho ou Modelo que protege
negócio? Provavelmente, a sua ideia só terá as características da aparência da totalidade, ou
verdadeiro potencial de sucesso se verificar as de parte, de um produto. Essas características
seguintes condições: podem respeitar a aspetos como linhas,
contornos, cores, forma, textura ou os materiais
• A ideia é uma boa solução para determinada do próprio produto ou da sua ornamentação.
necessidade, atual ou futura, do mercado?
• D á resposta a uma necessidade ou desejo • Proteção de marca – o seu titular obtém
específico de um conjunto de clientes ou direito exclusivo de impedir que terceiros
consumidores? utilizem, sem o seu consentimento, sinal

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igual ou semelhante, em produtos ou serviços Em que vertentes devo analisar a minha ideia?
idênticos ou afins. Deverá analisar o maior número de aspetos
possível, nomeadamente as vantagens
• Registo de logótipo, que é o sinal adequado competitivas, a atratividade do mercado, a
a identificar uma entidade que preste serviços capacidade financeira que possui, o acesso e o
ou comercialize produtos, distinguindo-a das contexto em que o negócio vai operar.
demais. É o modo pelo qual determinada
entidade pretende ser conhecida. Que ferramentas posso utilizar para estruturar
a minha ideia de negócio?
• Registo de denominação de origem ou indicação Poderá utilizar estudos de mercado; elaborar
geográfica – para além de informarem o consumidor o plano de marketing; análises sectoriais
sobre a origem ou proveniência de um produto, (benchmarking); estudos de caso do sector em
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

garantem que o produto reúne determinadas causa; exemplos de melhores práticas usadas
características e qualidades específicas. por empresas e empresários.

FAQ É importante a localização da minha empresa?


Sim, é muito importante, seja pela sede da
Como posso avaliar o potencial da minha empresa, pelos seus pontos de venda ou local
ideia? de fabrico. Da localização pode depender
Para além de outras formas de avaliar o potencial o êxito da atividade comercial ou fabril, pela
da sua ideia, disponível nos links sugeridos, proximidade a clientes, fornecedores, matérias-
experimente responder com pragmatismo às -primas, disponibilidade de recursos humanos e
seguintes questões: tecnológicos, estrutura de custos financeiros de
funcionamento, etc. Da localização pode ainda
• A minha ideia é realmente nova? depender a inclusão em regimes de incentivos
• A minha ideia será útil para mim e para os às empresas em determina região.
outros?
• Posso conceber a minha invenção de forma a Quero abrir um negócio numa zona específica
que os outros a possam adquirir? do país. Onde posso obter informação
• Liste 4 razões que possam impedir que a ideia estatística sobre a população dessa zona?
resulte. Consulte as bases de dados que temos
• Liste 4 razões que evidenciam os benefícios da disponíveis para si:
ideia a funcionar. • GEP, Gabinete Estratégia e Planeamento
• O que difere esta ideia de outras já existentes • INE, Instituto Nacional de Estatística
no mercado? • P ORDATA, Base de Dados de Portugal
• Porque são essas diferenças importantes? Contemporâneo
• Se pudesse melhorar o produto/serviço o que • EUROSTAT, estatísticas da Comissão Europeia
faria?
• É possível fazer um modelo da minha invenção Informação mais específica pode não constar das
com materiais disponíveis no mercado? bases de dados indicadas e exige investigação

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adicional, feita pelo empresário ou por A AIP-CCI e as Associações Empresariais Regionais
especialistas em estudos de mercado. podem sugerir-lhe formas, entidades ou pessoas
para esse efeito.
Como analiso o enquadramento legal do
negócio? Sempre que falo com alguém sobre a minha
Este é um aspeto de grande importância, que deve ideia é-me dito para procurar parceiros para o
merecer a maior atenção. O desconhecimento negócio, porque devo fazê-lo?
da lei não pode ser invocado como razão de Não é fundamental partilhar o negócio com
incumprimento. Deve ter muita atenção e entender parceiros. No entanto, é importante a sociedade
as suas obrigações legais, nomeadamente no dominar aspetos críticos do negócio, o que pode
que diz respeito à necessidade de licenciamento justificar a procura de parceiros com determinadas
prévio, barreiras fiscais e alfandegárias, direitos de competências ou recursos que faltam ao
propriedade industrial, entre outros. empreendedor.

Tenho uma ideia absolutamente inédita, o Disseram-me que a minha ideia não vale nada mas
que devo fazer? acredito que não seja assim, o que devo fazer?
Deve consultar o INPI e averiguar se esta se Uma opinião de terceiros terá o valor que lhe
encontra registada. Se não estiver, deverá quisermos dar. Note que ouvir opiniões de graça
considerar registá-la (pode fazê-lo on-line). pode ser muito útil, mas em última análise é
preferível obter opiniões profissionais. Se a pessoa
O registo de uma marca é obrigatório? que emite essa opinião tiver experiência no sector
O registo não é obrigatório. Todavia, é muito em causa, recomenda-se que a escute e tente
aconselhável, dadas as múltiplas vantagens que compreender o seu ponto de vista.
oferece:
• Valoriza o esforço financeiro e investimento na A minha ideia não é nova, já a vi em vários
sua conceção; conceitos de negócio em várias cidades mas
• Confere um direito exclusivo de proteção da não existe na minha cidade. O que devo fazer?
marca; Deve analisar se a sua cidade tem consumidores
• I mpede que outros registem sinal igual ou dispostos a consumir esse produto ou serviço, com
semelhante para produtos ou serviços idênticos padrões de consumo que permitam a sustentação
ou afins; desse negócio. Deve também estudar o potencial
• Garante a possibilidade de transmitir o registo da oportunidade de aplicação dessa ideia na sua
ou de conceder licenças de exploração a favor cidade, recorrendo aos instrumentos já referidos.
de terceiros, a título gratuito ou oneroso.
Sou uma pessoa criativa, com ideias, mas ajo por
Quanto custa registar ou patentear uma ideia? impulso e não gosto de planear nem de projetar
O preçário varia consoante a complexidade do que ideias. É mesmo necessário seguir todas as
se pretende registar. Consulte o website do INPI. etapas deste guião para criar a minha empresa?
Não é obrigatório seguir todas as etapas mas é
Não consigo analisar sozinho a minha ideia de
negócio, o que devo fazer?
Deverá recorrer a especialistas nesta matéria.

19
desejável que o faça porque ajuda o potencial situações críticas e de risco do seu modelo de
empreendedor a aprofundar e reconhecer negócio.

Ligações úteis
Informação Designação

“Avaliar a Oportunidade de IAPMEI, Francisco Pegado www.uc.pt/gats/projec-


Negócio”, apresentação tos/Arrisca_C/workshop_arrisca_c_2011/iapmei

Questões para auto avaliação de potencial Blog sobre Business Opportunities and Ideas
de ideia www.businessopportunitiesandideas.com/1014/
idea-screening
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

Banco de Ideias DNA CASCAIS http://www.dnacascais.pt/Ban-


co-de-Ideias.aspx?ID=627

INE, estatísticas nacionais Instituto Nacional de Estatísticas www.ine.pt

Base de dados sobre Portugal contemporâneo PORDATA www.pordata.pt

Eurostat, estatísticas da União Europeia Eurostat, Comissão Europeia www.epp.euros-


tat.ec.europa.eu/portal/page/portal/eurostat/
home/
Registo de marcas, patentes e design INPI www.marcasepatentes.pt/

Resolução de litígios em matéria de ARBITRARE. Centro de Arbitragem para a


propriedade industrial, nomes de domínio.pt Propriedade Industrial, nomes de Domínio,
e firmas e dominações Firmas e Denominações www.arbitrare.pt

SEDES Ass. para o Desenvolvimento Económico


Guia do Empreendedor e Social www.sedes.pt/multimedia/documen-
tos/GuiaEmp.pdf

Análise de mercado, Análise SWOT IAPMEI www.iapmei.pt/iapmei-art-03.


php?id=2344

Economia Social, informação e apoios CASES - Cooperativa António Sérgio para a


Economia Social www.cases.pt

Outra informação de referência

• Ver como um problema sentido por um estudante “PLY Engenharia”. Disponível em eDocs, “Casos de
levou à procura de solução, e consequentemente Estudo da Plataforma do Empreendedor.
a exploração de oportunidade de negócio pela
“Optidados”. Disponível em eDocs, “Casos de • Ver como uma ideia de negócio foi gerada durante
Estudo da Plataforma do Empreendedor”. um exercício académico, e como foi projetada
em exploração de oportunidade através de
• Ver como um conceito de serviço constituiu uma concurso de empreendedorismo. Disponível
ideia inovadora para exploração de oportunidade em eDocs, “Casos de Estudo da Plataforma do
de negócio. Consulte também o site da empresa Empreendedor”.

20
Empreender Etapa 4 - Plano de Negócio

A elaboração do Plano de Negócios é uma etapa informações específicas, de forma organizada,


fulcral na criação de uma empresa e é também sobre a forma como o negócio permitirá pagar
uma das mais importantes, pois aqui se dá corpo aos investidores ou credores o respetivo capital
ao modelo de negócio em todas as suas vertentes, e a rentabilidade desse capital, ou o juro, no caso
desde a análise do potencial da ideia e exploração de credores.
da oportunidade, passando pela determinação dos
recursos necessários e pela previsão de resultados Além disso, o Plano de Negócios será um
económicos e financeiros, até à calendarização das importante auxiliar na sua comunicação com outros
atividades de implementação do negócio. interessados no negócio (vulgo stakeholders),
sejam eles investidores, clientes, equipa interna,
Mas afinal, o que é um Plano de Negócios? É um fornecedores, etc.
documento que define com precisão o que é o seu
negócio, identificando as suas metas e objetivos, Encontrará diversos formatos de Planos de Negócio,
e que serve também como um currículo do seu nomeadamente nos links sugeridos. Contudo,
projeto empresarial. independentemente do formato escolhido, a
estrutura do seu Plano deverá sempre conter
Este documento descreve a estrutura da sua um Sumário Executivo. Pode dizer-se que esse é
empresa, o seu produto ou serviço, os clientes a um dos capítulos mais importantes do Plano. Aí
quem se destina, o potencial de crescimento e as se resume todo o Plano de Negócios. O Sumário
expectativas económico-financeiras, em diversos Executivo funciona como um meio expedito para
cenários possíveis. Mas deve também ser uma leitores pressionados pelo tempo – como sejam
ferramenta de inspiração para o futuro. É um mapa investidores – decidirem se continuam a ler o
para o seu objetivo e deve explicar com clareza restante documento, ou se abandonam a leitura
como pretende atingi-lo. por desinteresse! Uma vez abandonada a leitura,
dificilmente se consegue segunda oportunidade
Contudo, não se pretende que o Plano de do mesmo leitor.
Negócios seja uma previsão rígida de todas as
ocorrências futuras. De facto, no momento em O Sumário deve ser elaborado no final do processo
que se conclui a redação do Plano, ele poderá já de planeamento do negócio, e deve ser claro e
estar desatualizado! As circunstâncias externas sintético (o que só por si é difícil de conseguir) e
terão um efeito muitas vezes incontrolável sobre o deve ser suficientemente sedutor e interessante
negócio. Mas um bom Plano de Negócios permitirá para se destacar de outros planos referentes a outros
ao empreendedor estar melhor preparado para negócios, bem como induzir a leitura e interesse de
fazer face a diversas circunstâncias e vicissitudes do quem o lê. Como vemos, um Plano de Negócios
mundo dos negócios. Na realidade, ele é também deve funcionar como um eficiente instrumento
uma ferramenta de planeamento de cenários de comunicação.
futuros, ajudando a alocar corretamente os recursos
disponíveis e a lidar com complicações imprevistas, Paralelamente, o empreendedor deverá preparar
permitindo tomar as decisões mais adequadas. uma curta apresentação (de 3 a 5 minutos) sobre o
seu negócio. Esta apresentação é conhecida como
Para a obtenção de investimento externo ou crédito, elevator pitch, e dará uma visão geral aos interessados
o Plano de Negócios é essencial pois fornece sobre os principais benefícios do novo negócio.

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Outra dica importante refere-se ao processo de da empresa, assim como o nível de investimento
revisão do Plano, uma vez concluído. Se possível, e financiamento inicial necessário. O salário do
dê-o a ler a alguém externo ao projeto, alguém empresário (leia-se - sócio-gerente, ou sócio
que possa oferecer uma crítica construtiva sobre trabalhador na empresa), sendo um encargo
todos os aspetos do plano. Essa revisão externa regular, deve igualmente ser incluído no Plano
de Negócios.
permitirá corrigir eventuais aspetos menos claros
ou erros do seu Plano.
Gastei imenso tempo a fazer o Plano de Negócio,
FAQ para solicitar o financiamento bancário que
necessitava. Agora que tenho o financiamento
Que estrutura deve ter o Plano de Negócios? aprovado, o que devo fazer com o Plano de
É possível encontrar vários modelos de plano de Negócios?
negócio. Uma estrutura possível é a seguinte: Um Plano de Negócios é essencial no processo de
1. Sumário executivo; criação de valor. No entanto, de nada serve se não
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

2. O histórico da empresa e/ou dos promotores; for seguido e implementado.


3. O mercado de atuação;
4. A nova ideia e o seu posicionamento no Vou apresentar o meu Plano de Negócios a um
mercado; investidor. Gostaria de saber quais os pontos a
5. O projeto/produto/ideia; que ele vai dar mais atenção?
6. Estratégia comercial; O investidor vai ler com atenção o seu Plano de
7. Projeções financeiras; Negócios, sobretudo se a ideia de negócio tiver
8. Gestão e controlo do negócio; potencial e se o Sumário Executivo estiver bem
9. Investimento necessário. redigido. Para além do conceito do negócio, o perfil
do promotor e da sua equipa, as necessidades de
Estes 9 capítulos devem definir com exatidão o investimento e de financiamento e as projeções
seu projeto empresarial. económico-financeiras serão especialmente
escrutinadas por potenciais investidores.
Quais são as características de um bom Plano
de Negócios? De que forma é que um Plano de Negócios pode
Um bom plano de negócios deve ser simples, ajudar-me a ter sucesso empresarial?
objetivo, realista e completo. Este plano deve O Plano de Negócios reduz os riscos e as incertezas
permitir a qualquer leitor a compreensão da forma através da obtenção e utilização de informação
e conteúdo do seu negócio. relevante, em qualidade e quantidade relevantes.
Ao diminuir o risco permite ao empreendedor estar
Qual o critério que devo utilizar para escrever melhor preparado para enfrentar os primeiros
os objetivos empresariais a que me proponho? anos do projeto (geralmente os mais difíceis),
Os objetivos de um negócio têm de ser descritos mas também aumenta a probabilidade de obter
de forma concreta e mensurável, nomeando os financiamento e parcerias para o negócio.
recursos necessários, as metas intercalares, e os
resultados esperados. Se não precisar de financiadores nem parceiros
para o meu negócio, mesmo assim preciso de
Estou a pensar criar uma empresa. Como um Plano de Negócios?
posso ter um salário mensal desde o início O Plano de Negócios é sempre desejável, pois
da empresa se o Retorno do Investimento só constitui uma oportunidade de desenvolver a
acontece no futuro? ideia de negócio e planear a sua implementação,
A previsão económico-financeira, incluída no de forma credível. Será também um “mapa” que
Plano de Negócios, deve contemplar os custos lhe permitirá levar o seu negócio a bom porto.

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O meu plano de negócios tem resultados muito com isso poderá afetar a credibilidade do seu Plano.
negativos, o que devo fazer? Por outro lado, as projeções financeiras para uma
Se o Plano de Negócios for realista, o projeto terá atividade empresarial nova, para um horizonte
de ser reformulado. temporal e vários anos, são de difícil elaboração,
mas deverão ser feitas sob cenários credíveis.
Que recursos são necessários para fazer um
Plano de Negócios? Porque devemos referir a equipa do projeto no
Um dos recursos mais importantes nesta fase é o Plano de Negócios?
recurso “tempo e disponibilidade”, bem como a Porque este é sem dúvida o único recurso que é
obtenção de boas fontes de informação. impossível copiar. Cada indivíduo é único, bem
como é único o resultado da interação entre um
Quais são os erros mais comuns na elaboração grupo de determinados indivíduos. Sem a equipa
de Planos de Negócios? certa, nenhuma das outras partes do Plano terá
Por vezes incluem demasiadas previsões, cenários grandes hipóteses de sucesso. Por isso, o papel
e números, e pouca informação sustentável. O das pessoas deve estar bem refletido num plano
empreendedor poderá ser demasiado otimista e de negócios.

Ligações úteis
Informação Designação

Vídeo sobre como construir um Plano de Harvad Business Review blogs.hbr.org/video/2011/03/


Negócios flexivel build-a-flexible-business-plan.html

PDF como elaborar um plano de Negócios IAPMEI, guias práticos de suporte à gestão www.iapmei.pt/
resources/download/GuiaPraticodoCapitaldeRisco2604.pdf
Perguntas e respostas sobre
cooperação empresarial IAPMEI www.iapmei.pt/iapmei-bcpartigo-01.
php?temaid=17
Modelo de Plano de Negócios, Excel IAPMEI, guias práticos de suporte à gestão www.iapmei.
pt/iapmei-art-02.php?id=232&temaid=18
Programa de Apoio a jovens
empreendedores Portal da Juventude (gov.pt) www.juventude.
gov.pt/Emprego/FINICIAJOVEM/Eixo1/Paginas/
Amostras de Planos de Negócios por setor de Eixo1FINICIAJOVEM(FJ)1minuto.aspx
atividade Site comercial sobre Business Plans www.bplans.com/
sample_business_plans.php
Exemplo de Plano de Negócios (fictício) ANJE, Academia de Empreendedores www.anje.pt/acade-
mia/media/exemplo_de_plano_de_negocios.pdf
Modelos e outra informação para elaboração de
British Library wiki sobre Business Planning www.bl-busi-
Planos de Negócios
ness-essentials.wikispaces.com/Business+planning

Outra informação de referência


• Ver como a sociedade entre empreendedores com • 12 meses de “Empreendedorismo”, de Prof. Virgínia
ideias e recursos complementares possibilitou a Trigo. Disponível em eDocs.
criação de um case study “silvapor” em eDocs.
• Consultar os diversos Guias de Empreendedorismo
disponíveis em eDocs.

23
Empreender Etapa 5 - Financiamento Inicial da Empresa

O empreendedor deve decidir como vai financiar Existem diversas formas de financiamento da
o seu projeto empresarial. É fundamental que, atividade, para além dos capitais próprios do
quando procura financiamento externo, o próprio investidor. Neste aspeto particular, o empreendedor
empreendedor contemple financiar o seu projeto deve analisar as vantagens e desvantagens de dois
com capitais próprios. A razão é simples; a tomada tipos de financiamento externo.
de risco pelo próprio empreendedor é um sinal
claro de que acredita no sucesso e empenhar-se-á Por um lado, temos o financiamento externo
em consegui-lo. Se o empreendedor não arrisca que constitui dívida, prestado por instituições
no seu próprio negócio, quem o fará? financeiras como a banca, leasing e outras. Esta
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

dívida fica refletida no Passivo da empresa, e


O número de empreendedores que consegue será disponibilizado contra a promessa de
criar uma empresa sem recorrer a capital pagamento de um juro determinado e do capital
externo, é reduzida. Assim, o empreendedor em determinado prazo. Outros exemplos de
tem de estar preparado para defender o seu financiamento externo são as condições de
plano de negócios junto de amigos e familiares, pagamento a fornecedores mais favoráveis, como
da banca e instituições financeiras, de investidores acontece quando um fornecedor de equipamento
privados, empresas de capital de risco ou outras. ou mercadoria apoia o início da atividade
Não é fácil conseguir cativar o interesse de aceitando prazos de pagamento dilatados.
financiadores externos, e daí a importância de
Por outro lado, temos financiamento externo que
o Plano de Negócios conter uma análise sólida
entra na empresa não como um empréstimo,
do financiamento requerido para investimento
mas sim como capital social. Neste caso, não
na atividade. Um aspeto fundamental que o
existe promessa de pagamento de juro aos
empreendedor deverá acautelar, na sua previsão
financiadores, pois eles assumem o risco –
de investimento necessário, é o cálculo do
– conjuntamente com o empreendedor – de o
investimento em Fundo de Maneio, para além
seu capital ter retorno maior, menor ou mesmo
das óbvias despesas de capital em equipamento,
nenhum, podendo perdê-lo na totalidade! Este
licenças, processos produtivos, etc.
tipo de financiador pode ser privado, como
amigos e familiares, mas também business angels
ACTIVO CAPITAL PRÓPRIO e empresas de capitais de risco.
E PASSIVO
IMOBILIZADO CAPITAL PRÓPRIO
Existem programas estatais disponíveis para
CIRCULANTE
empreendedores que apoiam a mitigação
PASSIVO
do risco de financiadores externos, tanto de
TOTAL DO ACTIVO TOTAL DO CAPITAL
capital social como de dívida. Dessa forma,
PRÓPRIO E DO PASSIVO
a decisão de investimento por parte de

24
financiadores externos é facilitada. Outros Não tenho dinheiro suficiente para abrir
programas públicos de investimento apoiam o meu negócio mas o meu banco diz que
financeiramente determinados projetos me empresta a diferença, é apropriado esta
empresariais, nomeadamente através mistura de capitais?
do financiamento direto de despesas de É normal financiar inicialmente o negócio
investigação e desenvolvimento. através de capitais próprios e de capitais
externos, como o crédito bancário. Por outro
Em qualquer caso, e independentemente da solução
lado, o banco não “lhe” empresta a si, mas sim à
de financiamento encontrada, o empreendedor
empresa. Contudo, deverá estar preparado para
deverá ter presente as seguintes dicas:
apresentar garantias pessoais que garantam esse
• O mérito de um modelo de negócio depende da
empréstimo contraído pela empresa.
exploração da oportunidade, e não do modo como
é financiado. Isto significa que, mesmo que consiga
financiamento externo com maior facilidade, O que tenho de dar em troca para me
ou utilize meios próprios para financiamento financiarem?
do negócio, este não se torna melhor ou mais Tudo depende das relações que tiver com as
rentável! Por essa razão, o Plano de Negócios entidades em causa (bancos, sociedades de
deverá ser sólido e credível, demonstrando o locação financeira, etc.) e o seu histórico de
mérito do negócio. Não existido esse mérito, o relacionamento com instituições financeiras.
modelo deverá obrigatoriamente ser repensado. Para obtenção de crédito para a sua empresa,
• Por outro lado, como regra genérica e empírica, poderá ter que hipotecar bens, encontrar
o empreendedor deverá suportar com fundos fiadores, assinar uma livrança ou simplesmente
próprios as despesas de capital relacionadas com assinar um contrato.
bens não produtivos, e reservar o financiamento
externo, como o crédito bancário, para despesas Que tipos de financiamento externo existem?
de capital relacionadas com bens produtivos
Para além de financiadores que pertençam
e geradores de fluxos de caixa que, em última
ao círculo de amizades e conhecimentos do
análise, irão contribuir para o pagamento da
empreendedor, hoje em dia já existe uma oferta
dívida contraída.
variada e estruturada para financiar um negócio,
nomeadamente:
FAQ
• Empresas de capital de risco;
Para que preciso de financiamento inicial para • Financiadores individuais, como business
o meu negócio? angels;
O financiamento inicial é necessário para suportar • Apoios e Incentivos públicos ou comunitários;
as despesas iniciais da empresa, tais como: comprar • Empréstimo bancário;
ou alugar um espaço, gastos com preparação do • Microcrédito;
espaço, aquisição de material, de viaturas, pagar • Leasing;
ordenados aos colaboradores até a empresa • Garantia mútua;
começar a vender e a receber dos clientes, etc. • Outras.

25
Como é que sei que tipo de financiamento Posso pedir empréstimos a várias entidades
externo devo escolher? bancárias para perceber qual o financiamento
Cada projeto empresarial tem a sua especificidade mais atrativo para a minha empresa?
em termos do montante de investimento e O empréstimo de dinheiro é um negócio, e como
das necessidades de financiamento, portanto tal, deverá procurar o melhor negócio para a sua
é necessário pesquisar, de todas as hipóteses, empresa. Portanto, não só pode, como deve!
aquela que se adapta melhor.
Outra informação de referência
É garantido que as entidades bancárias estão • Consultar as apresentações do workshop de 2010
disponíveis para financiar o meu negócio? sobre o tema “Financiamento”, disponível em
O negócio dos bancos é emprestar dinheiro, no eDocs, “Centro de documentação”, “Apresentações
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

entanto depende da relação que mantém com dos Workshops 2010”.


estes (por exemplo, em outros investimentos), das
garantias que apresenta e do plano de negócios • Consultar as apresentações dos roashow relativas
que tem obviamente do contexto económico. aos apoios e incentivos, disponível em eDocs,
“Centro de documentação”, “Apresentações
É verdade que o estado Português me ajuda Roashow 2011”, nos seguintes locais:
monetariamente para montar o meu negócio?
Existem programas públicos de apoio de diversa Castelo Branco:
natureza, incluindo financiamento. Terá que • Business Angels e Financiamento_Albino Freire;
verificar os tipos de apoios que existem neste • E m p r e e n d e d o r i s m o F Ca r v a l h o Pi n t o
domínio, que variam consoante a região em (Da ideia ao financiamento);
que se encontra a sede da empresa, a idade do • IAPMEI_Francisco Pegado
promotor, entre outros fatores. Os tipos de apoio (Financiamento para novas empresas).
contemplam apoios ao empreendedorismo, à
contratação de trabalhadores, etc. Beja:
• ADRALBeja2011_Luis Castilho
Acredito que o meu negócio vai crescer (Fundo de Apoio às Micro e Pequenas
rapidamente e as minhas necessidades de Empresas).
infraestruturas também. Devo solicitar um
maior financiamento logo de início? Leiria:
Essa referência deve constar no plano de negócios, • IAPMEI_Francisco Pegado
assim como as necessidades de financiamento, (Empreendedorismo e criação de empresas).
adequadas aos cenários de desenvolvimento e ao
risco que incorre.

26
Ligações úteis
Informação Designação

COMPETE, financiamento e incentivos Quadro de Referência Estratégico Nacional QREN


www.qren.pt/

Programas Operacionais 2007-2013 QREN www.qren.pt

Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à IEFP www.iefp.pt/apoios/candidatos/CriacaoEmp


Criação do Próprio Emprego (PAECPE)

Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à


AIP-CCI
Criação do Próprio Emprego (PAECPE)

Sistemas de Incentivos Financeiros AICEP Portugal Global www.portugalglobal.pt/PT/


incentivosfinanceiros/Paginas/SistemasdeIncenti-
vosFinanceiros.aspx
Soluções de financiamento e assistência
técnicas na criação de empresas FINICIA, IAPMEI www.iapmei.pt/iapmei-mstplin-
dex.php?msid=12

Guia prático do capital de risco IAPMEI www.iapmei.pt/resources/download/


GuiaPraticodoCapitaldeRisco.pdf

Inovação e desenvolvimento tecnológico, apoios Agência de Inovação (FCT, IAPMEI, PME Inv)
www.adi.pt

Programa de Incentivos ao sector agrícola Agroportal www.agroportal.pt/Agros/programas/


index.htm
Turismo de Portugal Turismo de Portugal www.turismodeportugal.pt

Emprego e empreendedorismo, apoios e outra


Portal da Juventude www.juventude.gov.pt/Em-
informação
prego/Paginas/default.aspx

Informação sobre microcrédito, instituições Associação Nacional de Direito ao Crédito


bancárias envolvidas, IEFP www.microcredito.com.pt/
Associados da Assoc. Portuguesa de Capital
Entidades de Capital de Risco em Portugal
de Risco www.apcri.pt/node/4

Federação Nacional de Associações Federação Nacional de Associação de Business


de Business Angels Angels www.fnaba.org/

Informação bancária institucional Banco de Portugal www.bportugal.pt/

Lista de Bancos de Portugal Lista de Bancos bancosemportugal.com/lista

Clube de Empregabilidade e Empreendedorismo Santa Casa da Misericórdia www.scml.pt

27
Empreender Etapa 6 - Constituição da Empresa

Chegou finalmente a hora de constituir a empresa, Económica, conhecida por CAE. É importante que
que vai permitir ao empreendedor explorar a CAE esteja bem adequada à verdadeira atividade
legitimamente o seu negócio. A primeira opção a da empresa, pois algumas disposições legais, como
tomar a este respeito prende-se com a decisão de sejam programas de apoio e incentivos, etc., são
desenvolver a atividade sozinho ou em sociedade. destinados a empresas com CAE específicas.
Num e noutro caso, existem várias formas possíveis
para a sua empresa, que deverão ser alvo de reflexão Para criar a sua empresa, poderá fazê-lo on-line ou
e, se possível, de aconselhamento. As formas mais presencialmente. Se o fizer presencialmente, poderá
comuns são: seguir a via tradicional ou utilizar os serviços da
• E mpresa Individual / Empresário em Nome Empresa na Hora, que permitem a constituição da
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

Individual; empresa de forma mais expedita. Naturalmente, há


• Sociedades por Quotas; diferenças entre os diversos processos. Na versão
• Sociedade Anónima. on-line, haverá redução de custos face à opção
A forma escolhida irá condicionar a atividade da tradicional, e algumas restrições a certas formas
empresa e o seu relacionamento com a sociedade, jurídicas de sociedade, que não incluem as mais
e deverá ter estabilidade durante algum tempo. A vulgares. O processo on-line exige um certificado
principal diferença entre a forma de sociedade e a digital, do empreendedor (Cartão de Cidadão e
forma de empresário em nome individual reside dispositivo de leitura do certificado) ou de seu
na exposição do património do empreendedor ao representante legal.
risco do negócio. Nesta última forma, o património
do empreendedor responde pelos compromissos Na forma presencial, a Empresa Na Hora difere
assumidos na atividade empresarial. do processo tradicional não só pela rapidez do
processo, mas também em aspetos que permitem
Como se observa, é importante a reflexão prévia conseguir essa mesma rapidez. Assim, terá de se
quanto à forma mais adequada, e aos termos do escolher um nome de firma de uma lista pré-
contrato de sociedade, ou Pacto Social, no caso de -aprovada, a que se pode adicionar o objeto
se tratar de uma sociedade. A nova empresa terá da sociedade. Também o pacto social deverá
personalidade jurídica própria, e é importante o ser escolhido de entre uma lista pré-aprovada.
empreendedor compreender que a sua empresa Desta forma, tudo se processa no mínimo
se distingue de si próprio, com obrigações, deveres tempo possível. Caso pretenda outro tipo de
e direitos diferentes. Assim, é importante que, solução para a firma ou pacto social, poderá
desde a primeira hora, o empreendedor faça essa seguir o processo tradicional ou o processo on-
distinção, mesmo que sinta a empresa como parte -line. Para todos os assuntos relacionados com a
de si próprio! constituição de empresas, os empreendedores
podem utilizar as estruturas físicas das Lojas da
Outro aspeto importante prende-se com a Empresa, presentes em todo o território nacional.
atividade económica da nova empresa, que a lei,
inscrita no Código das Sociedades Comerciais, Ainda, e relativamente ao exercício de determinadas
requer que seja definida, concreta e específica. atividades económicas, existe um conjunto de
Esta atividade constitui o objeto da sociedade. requisitos legais como seja: licenciamento,
De acordo com o objeto da sociedade, a empresa horários de funcionamento, publicidade, etc., que
terá uma determinada Classificação da Atividade abordaremos na Etapa 7, “Em atividade”.

28
FAQ e solidariamente entre si perante os credores.
O número mínimo de sócios é dois, sendo que
Que tipos de empresas existem? estas firmas devem conter pelo menos o nome de
Os negócios desenvolvidos por uma pessoa um dos sócios, com o aditamento, abreviado ou
poderão ter a forma jurídica de “Empresa individual/ por extenso, de “Companhia” ou qualquer outra
/ Empresário em Nome Individual” ou “Sociedade palavra ou expressão que indique a existência de
Unipessoal por Quotas”. Já os desenvolvidos por outros sócios.
um conjunto de pessoas podem assumir-se como
“Sociedade em Nome Coletivo”, “Sociedade por O que é uma Sociedade por Quotas?
Quotas”, “Sociedade Anónima”, “Sociedade em É uma sociedade na qual a estrutura societária
Comandita” ou “Cooperativa”. tem o capital dividido em quotas, cujo capital
social não tem valor mínimo exigível por lei,
Quais são os tipos mais comuns de sociedades? mas deve ser livremente decidido pelos sócios
De todos os tipos de sociedades comerciais (com exceções para as empresas reguladas por
existentes, as mais usuais são as sociedades por legislação especial). A responsabilidade dos sócios
quotas, sociedades unipessoais e as sociedades encontra-se limitada ao capital social, exceto nos
anónimas. Para ter uma perceção clara do tipo casos em que a Lei prevê o contrário. O valor da
de sociedade que se adequa ao seu projeto deve quota pode ser variável, mas nunca inferior a €1.
consultar o Código das Sociedades Comerciais ou A denominação destas empresas deve ser criada
procurar ajuda especializada. com ou sem sigla ou pelo nome de um ou mais
sócios, sendo imprescindível que termine com a
Quero criar uma empresa on-line, que passos palavra “Limitada” ou a abreviatura “Lda”.
devo seguir?
Através do Portal da Empresa, na ligação Empresa O que é uma Sociedade Anónima?
On-line poderá seguir as instruções que lhe são É um tipo de sociedade em que o capital é dividido
dadas e criar uma empresa exclusivamente on-line. por títulos representativos facilmente transmissíveis
(as ações) e em que cada sócio limita a sua
Tenho de procurar investidores, parceiros ou responsabilidade e participação ao valor das ações
outros sócios para iniciar um negócio ou posso que subscreveu. A sociedade anónima deve ter um
criá-lo sozinho? mínimo de cinco sócios, designados por acionistas,
Pode criar a empresa sozinho, devendo para tal que podem ser pessoas singulares ou coletivas,
constituir uma sociedade unipessoal ou registar-se embora possa constituir-se com um único sócio
como empresário em nome individual. desde que esse sócio seja uma sociedade. O capital
social não pode ser inferior a € 50.000,00 e está
O que é uma Sociedade Unipessoal por Quotas? dividido em ações de igual valor nominal. Apenas o
É uma sociedade na qual a direção e a património da sociedade responde perante credores
responsabilidade são assumidas por uma só pelas dívidas da sociedade, e a denominação da
pessoa, o titular da totalidade do capital social, que empresa deve obrigatoriamente conter a expressão
atualmente não tem valor mínimo definido na lei. O “sociedade anónima” ou “SA”.
nome da firma destas sociedades deve ser formado
pela expressão «Sociedade Unipessoal» ou pela O que é uma sociedade em Comandita?
palavra «Unipessoal» antes da palavra «Limitada» É uma sociedade de responsabilidade mista
ou da abreviatura «Lda.». porque reúne sócios de responsabilidade limitada
(comanditários), que contribuem com o capital, e
O que é uma sociedade em nome coletivo? sócios de responsabilidade ilimitada (comanditados),
É uma sociedade na qual os sócios respondem de que contribuem com bens ou serviços, assumindo
forma ilimitada e subsidiária perante a empresa a gestão e a direção efetiva da sociedade.

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Para exportar bens, é necessário que a minha firma, ou ainda como marca. Evite nomes genéricos
empresa tenha uma forma jurídica específica? que literalmente descrevem o produto ou serviço,
Não é necessário. como empresa de consultoria de informática, etc.

Quem pode ser gerente da empresa? Em geral, evite nomes geográficos, exceto se
Os sócios nomeiam o(s) gerente(s), podendo ser pretende criar uma forte afinidade local como,
os próprios sócios ou alguém que não participe por exemplo, um bar de bairro. De preferência,
na estrutura do capital social, e nomeado para tal. não restrinja o desenvolvimento futuro da
empresa escolhendo um nome muito específico
Tenho tido dificuldades em encontrar um nome com referência a determinado produto ou serviço.
para a minha empresa, o que posso fazer? Tente manter o nome curto e fácil de pronunciar.
Evite nomes genéricos com base em nomes, como Teste diversos nomes com amigos e conhecidos,
o Bar do Zé, Hardware do Paulo, etc., pois não são confirmando a memorização, comunicação da
memorizáveis e poderão não ser registados como atividade e facilidade de pronunciação.
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

Ligações úteis
Informação Designação
Legislação específica sobre
Código das Sociedades Comerciais www.legix.pt/
sociedades comerciais (verifique atualizações)
docs/CSC.pdf

Portal com informação para todos os atos da Portal da Empresa (Agência para a Modernização
vida das empresas Administrativa www.portaldaempresa.pt/CVE/pt

Informação sobre serviços necessários para o Balcão do Empreendedor (Portal da Empresa)


exercício das atividades económicas www.portaldaempresa.pt/CVE/services/balcaodo-
empreendedor/
Criação de empresas e serviços para empresas,
Empresa on-line (Portal da Empresa) www.portal-
integralmente on-line
daempresa.pt/CVE/pt/EOL/

Informações sobre constituição da Empresa Na Empresa na Hora (Ministério da Justiça) www.


Hora empresanahora.mj.pt/
Informação sobre espaços de atendimento
público para criação e prestação de serviços a Loja da Empresa (Portal da Empresa) www.portal-
empresas daempresa.pt/CVE/pt/LojaEmpresa/

Verificação da confundibilidade do nome de fir-


ma pretendido na base de dados do RNPC e INPI Portal da Empresa

Serviços para empresas e cidadão Instituto de Registos e Notariado www.irn.mj.pt/


IRN/sections/empresas

Formalidade para criação de empresas ANJE www.anje.pt/academia/media/brochu-


ra_GAJ.pdf

How To Create a Great Business Name (EUA) About.com, New York Times www.entrepreneurs.
about.com/cs/gettingstarted/ht/business_name.htm

30
A Empresa Etapa 7 - Em atividade

Ao iniciar a atividade, o empreendedor tem profissionais e, de forma particularmente


de assegurar que a sua empresa possui as relevante, à formação e qualificação dos
infraestruturas físicas e os recursos humanos empregados e empresários.
e materiais para operar no mercado. No que se refere à gestão financeira, o
planeamento, controlo e avaliação da atividade
No que se refere às instalações da empresa, permitirá maximizar os resultados económico-
uma alternativa viável para quem não financeiros. Este conjunto de processos
necessita de estabelecimento comercial em incorpora determinadas obrigações de natureza
local específico (retalho ou outras atividades) fiscal, no que se refere a impostos e taxas, e
poderá passar pela oferta de incubadoras, contribuições sociais relativas aos empregados.
co-works (espaços partilhados) ou ninhos de
empresas. Estes locais são espaços físicos dotados Idealmente, tudo estará operacional no dia de
de infraestruturas de apoio técnico e material abertura, mas nem sempre é assim. Entre outros
onde os empreendedores podem exercer a sua aspetos, o empreendedor não deverá esquecer a
atividade empresarial, beneficiando de uma importância da comunicação com os trabalhadores
série de serviços partilhados e da integração numa e o seu envolvimento, nomeadamente partilhando
comunidade empresarial. Algumas alternativas a Visão para o Negócio, a Missão da empresa,
estão disponíveis nas ligações sugeridas. os Objetivos que devem atingir e as linhas de
orientação estratégica. Ainda, deverá acautelar que
Por outro lado, a empresa deverá desenvolver todas as obrigações fiscais são cumpridas, desde o
os meios adequados de relacionamento com a primeiro dia de atividade. Por outro lado, existe por
sociedade onde se insere, nomeadamente com vezes legislação ou regulamentação específica que
clientes, o Estado, fornecedores, concorrência e os empresários desconhecem, por exemplo relativa
eventualmente parceiros de negócio. a publicidade em espaço público, a licenciamento
de certas atividades, a horários de funcionamento
Para além da gestão de todas as funções de e outras disposições nacionais ou locais. Toda essa
relacionamento com o exterior, a empresa terá informação, por vezes exaustiva, é consultável on-
também de desenvolver adequados sistemas de line. Mas existe ainda a opção do associativismo
gestão das funções internas, entre elas a gestão de empresarial para obtenção dessa informação;
recursos humanos e a gestão financeira. O enfoque de facto, as associações empresariais apoiam as
deverá estar no desenvolvimento de processos e empresas no cumprimento da regulamentação
equipas de gestão adequadas, seja com recursos específica e geral, pelo que poderá ser uma opção
humanos internos ou externos à empresa. muito útil para as novas empresas.

A gestão de recursos humanos deve atender FAQ


às disposições do Código do Trabalho,
particularmente no que se refere aos tipos de O que é o Relatório sobre a atividade
contrato de trabalho, aos direitos e deveres económica e social das empresas?
dos trabalhadores, a eventuais certificações A regulamentação do Código do Trabalho impôs
necessárias para exercício de atividades como obrigatório o preenchimento e envio

31
anual do Relatório sobre a atividade económica voltar ao meio académico e obter novas
e social das empresas, associações, fundações qualificações.
e demais pessoas coletivas de direito privado.
O que é a Responsabilidade Social das
O q u e é a I n fo r m a ç ã o E m p re s a r i a l Organizações?
Simplificada? A Responsabilidade Social das Organizações
A IES consiste numa nova forma de entrega, (RSO) é a integração voluntária de preocupações
por via eletrónica e de forma totalmente sociais e ambientais nas operações quotidianas
desmaterializada, de obrigações declarativas das organizações e na interação com todas as
de natureza contabilística, fiscal e estatística. partes interessadas. Trata-se de um modo de
contribuir para a sociedade de forma positiva
O que é o SNC? e de gerir os impactos sociais e ambientais da
O SNC, Sistema de Normalização Contabilística, é organização como forma de assegurar e aumentar
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

um conjunto abrangente e integrado de normas competitividade (Consulte www.rsopt.com).


de contabilidade e de relato financeiro. O SNC
vem substituir os vários planos oficiais de Preciso de assegurar serviços para a segurança
contabilidade (POC) existentes anteriormente. e saúde dos trabalhadores?
Necessita de assegurar que a sua empresa é
Necessito de um contabilista na empresa? segura e a entidade empregadora é socialmente
Necessita de assegurar os serviços de responsável. Para isso, deve cumprir a legislação
contabilidade com vista a cumprir com os na área da Higiene e Segurança no Trabalho
requisitos legais e o SNC. Conforme a estrutura e as obrigações daí decorrentes. Consulte os
da sociedade, a natureza e a dimensão especialistas nessa matéria.
da empresa assim deverá ser elaborada a
contabilidade. Para tal, não tem de ter um Preciso de assegurar meios de prevenção
contabilista na empresa, poderá recorrer a ambiental?
empresas de contabilidade e contratar esse Depende da natureza da empresa. Deverá
serviço em regime de avença. avaliar quais as atividades que desenvolve e
o impacte ambiental com vista a eliminar e/ou
Quais as minhas obrigações fiscais? reduzir os considerados significativos. Consulte
O seu contabilista vai ajudar nesse sentido, no a regulamentação específica.
entanto, pode consultar o portal das finanças
que disponibiliza a agenda fiscal que deve Devo ter um website?
cumprir. Se falhar a alguma das obrigações Sim, será sempre aconselhável, até porque
em causa, poderá ter que vir a pagar coimas o facto de não ter pode ser considerado por
significativas e em casos extremos poderá ser eventuais clientes como um fator negativo.
alvo de execução fiscal. Com a vulgarização da tecnologia não é muito
dispendioso adquirir um website. Dessa forma,
O que devo fazer para gerir melhor a minha será mais fácil ser conhecido no mercado e
empresa? dinamizar negócio com clientes, fornecedores
É fundamental adquirir, ou aprofundar, os e parceiros.
conhecimentos de gestão. Uma das formas
é manter-se atualizado, ler, participar em Como se fazem contratos de trabalho?
seminários, dar e receber formação ou inclusive Os requisitos dos diversos tipos de contratos

32
de trabalho estão estabelecidos na lei. Quanto tempo devem permanecer
Os especialistas em direito laboral, ou os os documentos na empresa?
responsáveis dos recursos humanos estão Os documentos contabilísticos devem manter-
atualizados nesta matéria. Geralmente, nas -se pelo período de 10 anos, no entanto os que
PME estes contratos de trabalho são feitos dizem respeito aos recursos humanos devem
pelos serviços de contabilidade. Consulte o permanecer enquanto o trabalhador estiver
link sugerido. na empresa e no mínimo 45 anos.

Ligações úteis
Informação Designação

Direitos e Deveres do trabalhador Portal da Portal da Empresa www.portaldaempresa.pt/


Empresa CVE/pt/Gestao/GestaoRecursosHumanos/Direi-
tos_Deveres/

Código do Trabalho Ministério da Solidariedade e Segurança Social


www.mtss.gov.pt/docs/Cod_Trabalho.pdf
Diário da República Eletrónico Diário da República www.dre.pt

Benchmarking e boas práticas, comparação de


IAPMEI www.iapmei.pt/iapmei-bmkindex.php
desempenho
BICS, Associação dos Centros de Empresa e
Incubadoras de empresas
Inovação www.bics.pt/index.php

Eliminação, simplificação e desmaterialização


Licenciamento Zero (Portal da Empresa) www.
das obrigações legais das empresas
portaldaempresa.pt/cve/pt/licenciamentozero/

Simplificação do processo de licenciamento Regime de Exercício da Atividade Industrial,


industrial REAI (Portal da Empresa) www.portaldaempre-
sa.pt/cve/pt/REAI/default
Coordenação do Sistema
Instituto da Qualidade IPQ www.ipq.pt
Português da Qualidade (SPQ)

Listagem de Associações empresariais Portal da Empresa, diretório www.portaldaem-


presa.pt/CVE/pt/Directorios/AssociacoesEmpre-
sariais/
Desenvolver uma estratégia de marketing IAPMEI Guias Práticos www.iapmei.pt/iapmei-
-art-03.php?id=2342

RSOPT rsopt.com www.rsopt.com/portal

Políticas no âmbito do Sistema Nacional de ISHST - Instituto para a Segurança, Higiene e


Prevenção de Riscos Profissionais Saúde no Trabalho

33
Ligações úteis
Informação Designação

Portal das Finanças Finanças www.portaldasfinancas.gov.pt

Portal da informação Empresarial Simplificada Informação Empresarial Simplificada www.ies.gov.pt

Guia prático de inscrição admissão e


cessação de atividade de trabalhador Segurança Social www.seg-social.pt
por conta de outrem

Como implementar um sistema de controlo de


gestão? www.aip.pt www.pmelink.pt/article/pmelink_public/
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

EC/0,1655,1005_33995-3_41098--view_429,00.html

Outra informação de referência

• Consultar como uma empresa de restauração • Consultar o estudo da AIP sobre aprendizagem e
adotou uma estratégia de crescimento cauteloso, utilização das TIC nas PME. Disponível em eDocs,
desde o primeiro dia de atividade, restaurante “Centro de Documentação”.
“TombaLobos (Aromas à Solta)” em Portalegre.
Disponível em eDocs, “Casos de Estudo da
Plataforma do Empreendedor”.

• Consultar, de novo, o artigo de David Stokes sobre


Entrepreneurial Marketing, onde são apresentados
comportamentos e práticas relacionadas com o
Marketing do Empreendedorismo, disponível em
eDocs, “Centro de Documentação”.

34
A Empresa Etapa 8 - Crescimento e Investimento

Quando a empresa cresce e caminha para a diferente, desde o menor nível de especialização
maturidade irá enfrentar desafios próprios até à capacidade de armazenamento e logística.
do crescimento, que requerem capacidade de E a mesma empresa, se tiver sucesso, pode
adaptação a novas situações, profissionalização ambicionar obter um contrato de importação
dos departamentos internos e mitigação diretamente do fabricante, assumindo a função
dos riscos associados ao negócio, aos fluxos de armazenista. A um caso e outro dá-se a
financeiros e ao mercado. denominação de integração horizontal e vertical.
Em qualquer dos casos, a expansão do negócio irá
Frequentemente, o crescimento é a única via requerer investimento em infraestrutura, recursos
para a rentabilização do negócio, devido à humanos e materiais, e eventualmente em fundo
necessidade de alcançar economias de escala, de maneio (veja-se o exemplo do armazenista,
redução de custos de produção, aumento da que requer nível elevado de existências, com
competitividade, etc. Para além de investimentos impacto financeiro na tesouraria).
de capital na empresa, seja em equipamentos ou
estrutura produtiva, o crescimento da atividade Para todos os efeitos, a expansão do negócio
requer investimento em fundo de maneio. requer um Plano, tal como se elaborou para o
Esta necessidade decorre, por exemplo, do lançamento do negócio. Esse plano estratégico
aumento de existências ou do volume do crédito deve analisar o mercado e fazer projeções
concedido a clientes. Uma situação que ocorre financeiras que permitam a tomada de decisão
frequentemente na fase de expansão de empresas estratégica. Antes da implementação, deverá ser
acontece quando, em perseguição desenfreada estabelecido um conjunto de objetivos e metas,
de quota de mercado, os empresários a aceitam bem como os recursos necessários para os
condições de pagamento dilatadas e redução de atingir. No que respeita aos recursos financeiros,
preço. É um exemplo de uma situação que pode as PME têm hoje um conjunto de programas de
provocar grande pressão na tesouraria, e pode apoio público ao investimento, por vezes em
condicionar a própria vida do negócio. parceria com o sector privado. Ainda, existem
outras alternativas de financiamento, como
No decurso do crescimento das atividades sejam as empresas de Capital de Risco.
da empresa, é provável que se identifiquem
novos mercados onde o produto/serviço pode Cooperação Empresarial
ser comercializado, ou necessidades diferentes No que respeita à Internacionalização, as
dos mercados atualmente servidos, requerendo empresas podem seguir diversos caminhos.
outros produtos/serviços. Igualmente, a empresa Os riscos inerentes ao desconhecimento dos
poderá identificar ainda outros produtos ou mercados de destino aconselham a maior cautela,
serviços relacionados com a cadeia de valor do e a procura de apoios especializados. O modo
produto original, por exemplo, se uma empresa mais direto é a exportação de bens ou serviços.
informática comercializa impressoras, poderá A criação de subsidiárias ou representações em
identificar a oportunidade de comercializar outros países requer investimento substancial,
papel de impressão. Apesar de ser uma área de o que representa risco acrescido. Uma
negócio conexa, requer um modelo de negócio estratégia intermédia, que mitiga o risco, é o

35
estabelecimento de parcerias de colaboração sujeitas a disposições legais específicas, inscritas
formal entre empresas, como por exemplo o no Código das Sociedades Comerciais.
franchising, os Agrupamentos Complementares
de Empresas (ACE), as joint ventures, os consórcios Tal como acontece da fase de financiamento
e a subcontratação. inicial da empresa, o financiamento externo
das necessidades de investimento na expansão
A Cooperação Empresarial visa o estabelecimento podem assumir a forma de crédito por instituições
de parcerias entre empresas com o objetivo de financeiras, financiamento público ou uma
complementar competências, mitigar o risco, mistura de ambos. Ainda, e particularmente
alavancar o poder negocial, alcançar economias quando existem oportunidades de crescimento e
de escala e de experiência e obter resultados escalabilidade significativa do negócio, a solução
operacionais e financeiros acrescidos. Conforme de financiamento por Capitais de Risco pode
referido, esta poderá ser uma via para a estratégia assumir particular relevância.
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

de internacionalização.
FAQ
O Franchising poderá também ser uma opção
estratégica de crescimento, que permite evitar Existem apoios para o crescimento
os custos inerentes à expansão de uma rede das empresas?
comercial. É uma parceria, através da qual a No âmbito do QREN, “Quadro de Referência
utilização de determinado modelo de negócio - já Estratégico Nacional”, existem programas aos quais
testado – é concedida a terceiros, para exploração se pode candidatar. Tome atenção aos períodos de
dos produtos ou serviços, para utilização de abertura e encerramento para apresentação de
marca comercial e de modelos e processos de candidaturas. Consulte o link sugerido.
gestão adequados ao produto/serviço. Para além
de contrapartidas financeiras, poderá haver O que é o ponto nulo das vendas?
lugar ao pagamento de formação, publicidade, O ponto nulo das vendas, ou ponto crítico de vendas,
sistemas de informação e eventualmente a é o valor de vendas que é necessário atingir para
obrigatoriedade de aquisição de produtos e fazer face aos custos fixos do negócio. É a partir desse
consumíveis à empresa franchisadora. Para a ponto que a empresa começa a ganhar dinheiro.
empresa que pretende franchisar o seu conceito
de negócio é necessário investir cuidadosamente O que é economia de escala?
na preparação do modelo de negócio, no apoio Economia de escala é aquela que organiza o
e formação, e na comunicação. Este investimento processo produtivo de maneira que se alcance
pode atingir montantes consideráveis. a máxima utilização dos fatores produtivos
envolvidos no processo, procurando como
De referir ainda que uma estratégia de expansão resultado baixos custos de produção e o incremento
e crescimento pode contemplar a fusão com de bens e serviços. Ela ocorre quando a expansão da
outra empresa, unindo esforços na consecução capacidade de produção de uma empresa provoca
de um objetivo comum, permitindo dessa forma um aumento na quantidade total produzida sem
aquisição de competências, quota de mercado, um aumento proporcional no custo de produção.
integração vertical ou horizontal e outros efeitos de Como resultado, o custo médio do produto tende
sinergia. Com esse mesmo objetivo, existe ainda a a ser menor com o aumento da produção.
possibilidade de uma empresa adquirir outra, quer
seja uma sociedade de responsabilidade limitada O que são joint ventures?
ou uma sociedade anónima. Estas operações estão Joint venture, ou empreendimento conjunto,

36
é uma associação de empresas, que pode ser letra), ao fim de um certo prazo a quem seja
definitiva ou não, com fins lucrativos, para possuidor dessa letra (o portador).
explorar determinados negócios, mas sem
que nenhuma delas perca ou altere a sua Qual é a diferença entre internacionalização
personalidade jurídica. e exportação?
Exportar são as trocas comerciais de um para outro
O que são Agrupamentos Complementares país e internacionalização corresponde à instalação
de Empresas (ACE)? de atividades da empresa nesse país, recorrendo
Os Agrupamentos Complementares de Empresas a infraestruturas físicas e humanas aí localizadas.
(ACE) são entidades com personalidade jurídica
própria sendo instituídos com o objetivo Como posso promover a minha empresa de
de melhorar as condições de exercício ou de modo a competir em território internacional?
resultado das atividades económicas das Pode dirigir-se à Enterprise Europe Network
entidades (singulares ou coletivas) que as e solicitar o seu apoio. A Enterprise Europe
integram, sem prejuízo da individualidade jurídica Network é uma rede Europeia de informação às
destas. Um ACE é um instrumento de colaboração empresas, que disponibiliza serviços de apoio à
que visa a obtenção de “economias de escala” na inovação e internacionalização, proporcionando
produção de bens ou na prestação de serviços, o acesso a novos mercados internacionais, com
para benefício comum. A constituição e regime o objetivo de promover o desenvolvimento
dos ACE obedecem a legislação própria. empresarial e o aumento da competitividade
no espaço europeu.
O que fazer quando tenho dificuldades nas
cobranças e por isso tenho problemas de Como posso internacionalizar
tesouraria? a minha empresa?
Os fluxos de tesouraria devem estar assegurados Através do QREN 2007-2013 encontra diversos
para não se expor a riscos financeiros que apoios de acordo com a localização geográfica
podem por em causa a continuidade do seu da sua empresa. Se pretende verificar os
negócio. Existem algumas soluções que podem apoios existentes pode consultar a página do
eventualmente ajudar nessa situação: QREN. A AIP e a AICEP apoiam na obtenção de
• Rever os contratos que faz com os seus parceiros, informação.
fornecedores e clientes na forma e prazos de
pagamento. Quero iniciar a exportação dos meus produtos,
•R  ever as necessidades de fundo de maneio. o que preciso de saber?
• Rever os financiamentos bancários à tesouraria, A AICEP disponibiliza o “Guia do Exportador”
como sejam as contas correntes caucionadas. que irá iniciá-lo na exportação. A AIP organiza
•R  ecorrer ao desconto de letras e ao factoring. frequentemente missões empresariais a mercados
internacionais.
O que é uma letra?
Uma letra é um título de crédito, que permite Sou continuamente obrigado a baixar
titularizar uma dívida e transferir essa dívida os preços do meu produto. O que devo fazer?
para terceiros. Através da letra, uma entidade, Provavelmente o seu produto está em fase do
pessoa ou organização (designada o sacador), ciclo de vida descendente. Considere inovar
que é credora de outra, dá ordem a essa ao nível dos processos para reduzir custos e
outra entidade (o sacado), para pagar uma aumentar margem, mas para isso analise o
determinada quantia (o valor nominal da investimento necessário. Por outro lado, deverá

37
apostar na Inovação para poder acrescentar razão”! Deve parar para pensar e entender a
fatores diferenciadores ao seu produto/ serviço. reclamação do cliente como uma oportunidade
de melhoria, alterando e melhorando os produtos
Devo ter uma carteira de produtos pequena que fornece e serviços que lhe presta.
ou grande?
Depende do sector em que está a operar. Deve Necessito de dar formação aos trabalhadores?
analisar a carteira de produtos que possui e saber Sim, é um requisito legal, e do seu interesse para o
em que fase do ciclo de vida é que cada um está desenvolvimento da sua empresa.
e o que representa para o seu negócio.
Quem decide a distribuição de dividendos numa
Os clientes estão sempre irritados com a empresa?
empresa e a reclamar. O que devo fazer? É decidido na Assembleia de Sócios/Acionistas.
O velho ditado diz que “o cliente tem sempre
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

Ligações úteis
Informação Designação

Apoio na exportação e internacionacionalização AIP-CCI www.aip.pt

Calendário de missões empresariais e


AIP-CCI www.aip.pt
participações em feiras internacionais

Apoio na exportação e internacionalização AICEP Agência para o Investimento e Comércio


Externo de Portugal www.portugalglobal.pt/PT/
Internacionalizar/GuiadoExportador/Paginas/
GuiadoExportador.aspx
Apoios à investigação, inovação e
internacionalização COMPETE, QREN www.pofc.qren.pt/areas-do-
-compete/incentivos-as-empresas

Programas operacionais de apoio QREN www.qren.pt/item3.php?lang=0&id_


channel=34&id_page=203
Soluções de seguro de crédito para exportação COSEC www.cosec.pt/

Rede das Câmaras de Comércio Portuguesas Confederação Internacional dos Empresários


(RCC), busca on-line Portugueses (CIEP) www.ciep.pt/

Certificação “PME” on-line IAPMEI www.iapmei.pt/iapmei-art-02.


php?id=235&temaid=18
Site do Programa FINICIA,
soluções de financiamento IAPMEI www.iapmei.pt/iampei-mstplindex.
php?msid=12

Perguntas e respostas sobre FINICIA IAPMEI www.iapmei.pt/iapmei-faq-02.


php?tema=13#179
Ferramenta Innovation Scoring para apoio às
organizações no desenvolvimento da inovação COTEC e IAPMEI www.innovationscoring.pt/
sistemática, eficiente e eficaz

38
Ligações úteis
Informação Designação

SOLVIT, resolução on-line de problemas com


aplicação de legislação do mercado interno por SOLVIT Comissão Europeia http://ec.europa.
autoridades públicas eu/solvit/site/índex_pt.htm

A importância do Fundo de Maneio (Working


OPPAPERS.com Free Essays and
Capital) para a sobrevivência das empresas
Research Papers
(em inglês)

Informação sobre franchising ANJE www.anje.pt/academia/default.asp?id=43


&ACT=5&content=366&mnu=43

Lista de grandes empresários em Portugal Wikipédia www.pt.wikipedia.org/wiki/


Categoria:Empres%C3A1rios_de_portugal

O que é o Franchising? Associação Portuguesa da Franchise


http://www.apf.org.pt/franchising.php

ABC do Franchising Instituto de Informação em Franchise (IIF)


http://www.infofranchising.pt/institucional/abc_do_franchising

Outra informação de referência

• Ver como uma empresa tomou a decisão


estratégica de crescimento e expansão por
integração vertical de atividades. Disponível
em, “Casos de Estudo da Plataforma do
Empreendedor”.

39
Completado o percurso para empreender sugerido
pela AIP-CCI, cabe aqui destacar que em www.
empreender.aip.pt poderá consultar mais
informação sobre conteúdos pertinentes, que
estão a ser atualizados a todo o momento.

Por outro lado, este percurso composto por 8


etapas poderá também ser consultado através
de pequenos filmes animados/ slots que foram
criados para permitir ao utilizador o acesso a
informação de forma mais dinâmica e inovadora.
Parte 1 - As 8 etapas do percurso para empreender

São filmes de pequena duração que narram o


percurso de um empreendedor, destacando
obstáculos que lhe vão aparecendo ao longo
do caminho; parcerias que vai estabelecendo;
As 8 etapas
oportunidades que vai agarrando e “desabafos” do percurso para
que vai tendo e que acabam por envolver o empreender
próprio utilizador, que começa a refletir sobre a www.empreender.aip.pt
informação que vai recebendo.

40
Parte 2 - O Projeto “Plataforma de Emprego
e Empreendedorismo”
Parte 2
Enquadramento
Ao longo das últimas décadas, o tema das pequenas e médias
empresas e a sua correlação com a questão do emprego
tem assumido progressiva relevância na opinião pública, na
medida em que as PME têm um fortíssimo impacto na criação
e manutenção de postos de trabalho, e muito particularmente
em Portugal.

Esta relevância tem sido também notória pela centralidade que


o tema do Emprego tem assumido no âmbito das políticas da
União Europeia, enquanto variável decisiva para a articulação
entre a Coesão Social e o Crescimento Económico no seio da União.

É atualmente um desígnio da União Europeia a busca de


soluções para o Emprego, a sua criação e manutenção. Uma
das áreas identificadas como determinantes para a promoção
do Emprego é a capacitação da população ativa para exercer as
novas tarefas requeridas pela evolução do mercado de trabalho.
Complementarmente, a capacitação dos adultos e jovens europeus
para a adoção de comportamentos e atitudes empreendedoras
é também considerada fator determinante da promoção do
Emprego. O empreendedorismo e a inovação nas vertentes
comportamental e processual – assumem assim uma relevância
particular para a consecução das políticas nacionais e europeias
no âmbito do emprego e do desenvolvimento socioeconómico.

Neste contexto, a AIP-CCI, no cumprimento do seu objetivo


primeiro de contribuir para o desenvolvimento das empresas
e da prossecução do interesse público, entendeu assumir
um papel proactivo na temática do potencial humano, do
empreendedorismo e da inovação. Com o presente projeto,
pretendeu dar resposta eficaz e célere na disseminação de
informação relevante para o fenómeno do empreendedorismo
e da inovação.

Objetivos
Para tal, em 2009, e em parceria com o Gabinete de Estratégia e
Planeamento do então Ministério do Trabalho e Solidariedade
Social (atual Ministério da Solidariedade e Segurança Social), a
AIP-CCI apresentou candidatura em sede do Programa
Operacional e de Assistência Técnica do Fundo Social Europeu
- Gerir, Conhecer e Intervir (POAT-FSE) para o financiamento

41
de um conjunto de iniciativas que permitissem a presença de diversos stakeholders públicos e
a abertura de um espaço de disseminação, privados, com o objetivo de prestar esclarecimentos
diálogo, informação e de participação direta personalizados e em primeira mão aos
entre entidades facilitadoras de um processo participantes. Incluíram também a apresentação de
empreendedor – nas suas variadíssimas casos de estudo de empreendedorismo, de grande
vertentes – e os indivíduos ativos interessados utilidade para a contextualização dos temas,
na qualificação e/ou reconversão das suas partilha de experiências e reflexão da audiência.
competências, no domínio do empreendedorismo
e do intrapreendedorismo. Nestes workshops focaram-se temáticas
com interesse transversal ao fenómeno do
Parte 2 - O Projeto “Plataforma de Emprego e Empreendedorismo

Atividades empreendedorismo, como seja a aprendizagem


O encontro físico entre os diversos agentes do e formação, o financiamento, a responsabilidade
empreendedorismo foi considerado como uma social, a inovação e outras temáticas relativas
das questões a potenciar, através da promoção a sectores específicos de atividade, a Saúde, a
de workshops, dinamização de Gabinetes de Floresta, a Energia e o Turismo.
Apoio Temáticos (atendimento individualizado);
organização de um Fórum de Empreendedorismo;
dinamização de Ateliers Criativos; animação de
um jogo , realização de filme/slots animados e
presença em iniciativas diversas, no âmbito de Os Worksshops sob o
programas desenvolvidos por outras entidades lema CALL FOR ACTION
que trabalham a temática do empreendedorismo. proporcionaram momentos
de encontro e debate de
Dando seguimento a esta pretensão, foram
desenvolvidas uma série de atividades, que Empreendedorismo
decorreram em diferentes regiões de Portugal
continental, e que funcionaram como ponto de
encontro privilegiado entre dinamizadores, parceiros Temas de 2010
e empreendedores, para: Call for Action-EMP! Atreva-se!
• Atender às necessidades individuais de cada Call for Action-EMP! Aprendizagem e Formação
interveniente, em momentos estruturados para tal; 2.0 - Sempre a Aprender!
• Promover um ambiente de diálogo e de interação Call for Action-EMP! Os bastidores da Inovação!
entre os participantes e os experts em diversas áreas; Call for Action-EMP! Empreender no Turismo!
• P restar apoio direto, com atendimento Ca l l fo r Ac t i o n - E M P ! S a i b a m a i s s o b re
personalizado, por organismos e entidades Financiamentos!
especializadas; Call for Action-EMP! Sector da Energia - dos desafios
• Construir um saber coletivo alicerçado e sustentado às oportunidades de Negócio!
nas experiências e na troca de informação; Call for Action-EMP! Sector das Florestas - dos
• Disseminar, formar e potenciar a atuação dos futuros desafios às oportunidades de negócio!
empresários e empreendedores em geral. Call for Action-EMP! Empreendedorismo, Redes e
Sustentabilidade!
Em 2010, e em Lisboa, os workshops incluíram Call for Action-EMP! Sector da Saúde - dos Desafios
uma vertente informativa, com a participação às Oportunidades de Negócio!
de especialistas nos temas em análise e também
uma componente operacional, contando com Os workshops realizados proporcionaram

42
momentos de encontro e debate de todos os anos, tem como objectivo potenciar
Empreendedorismo. O formato e oradores e incentivar novas formas de contacto e de
convidados permitiram a criação de espaços relacionamento entre alunos e o mercado
de informação transversal e sectorial, de de trabalho.
esclarecimento e partilha de boas práticas e • Futurália, FIL - o maior Salão de oferta
casos de sucesso. Conjuntamente com estes educativa, formação e empregabilidade
workshops existiram Gabinetes de Apoio realizado no país.
(atendimento personalizado), cobrindo áreas de • Seminário “Mulheres + Empreendedorismo =
interesse como sejam Financiamento, Plano de Inovação x Crescimento”, organizado pela CIG.
Negócios, Marketing, Propriedade Intelectual, • 4º Forum RSO e Sustentabilidade.
Internacionalização, Legislação e Consultoria.
Em 2011, e dado o sucesso das iniciativas e a
Decorreu, ainda em 2010, uma sessão plenária procura, a AIP-CCI decidiu alargar o público
que teve como objetivo a análise de um de abrangência, organizando um Roashow de
exemplo de Empreendedorismo na área da empreendedorismo, em diversas regiões do país.
Inovação Social, de âmbito internacional, e que
apresentou os diversos aspetos que deverão Em parceria com as Associações Empresarias
ser considerados para a concretização de um das regiões de Castelo Branco, Guarda, Viseu,
projeto empreendedor e inovador em áreas Leiria, Portalegre, Beja, Faro, foi cumprido o
consideradas relevantes. Esta sessão contou objetivo de levar a um público mais alargado
com a participação de Marc Kielburger, a disseminação de conteúdos e experiências
cofundador e Diretor Executivo da “Free the empreendedoras e um enorme potencial
Children”, como orador de referência. de networking entre os diversos agentes do
empreendedorismo.
Em todas estas atividades houve o envolvimento
de diversos parceiros, incluindo diversas Nestas regiões, e mantendo o lema “CALL FOR
instituições Públicas e Privadas, de que são ACTION!”, foram abordadas diversas temáticas:
exemplo, entre outros, os seguintes: ADENE; Apoios e Incentivos ao Empreendedorismo,
AICEP Portugal Global; APEB - Associação Turismo, Florestas e Recursos Naturais. Utilizou-
Portuguesa da Energia da Biomassa; APISOLAR - -se um formato dinâmico, que promoveu a
Associação Portuguesa da Indústria Solar; Câmara participação e envolvimento da audiência.
Municipal de Loures; CECOA; Escola Superior de Após a intervenção inicial em que oradores de
Medicina Tradicional Chinesa; Escola Superior de referência apresentavam o tema em discussão,
Turismo e Hotelaria do Estoril; Espiral Net/ Portal seguia-se a apresentação e discussão de
iGov; FNABA; Fórum b2b; Health Cluster Portugal; aspetos relevantes do tema por um painel de
Humanet; IAPMEI; Innovatiomakers; Instituto do especialistas, abrindo a sessão a perguntas dos
Empreendedorismo Social; Instituto Superior participantes. No espaço network coffee, os
de Agronomia; iZone; Metacortex; MONTEPIO; participantes entram em contacto com diversos
RTP; Turismo de Portugal; Universidade de Évora; Gabinetes de Apoio temáticos, de prestação de
Vivapower; yDreams; entre outros. serviços de apoio a empreendedores, tanto
públicos como privados. Ainda incluído na
Ainda em 2010, a Plataforma esteve presente agenda dos workshops estava a apresentação
em diversas iniciativas da AIP e de terceiros, de casos de empreendedores, relatados na
como sejam: primeira pessoa, que despertaram sempre
• Expocarreiras, UCP (Lisboa) – evento que, grande interesse dos participantes.

43
Temas de 2011

Call for Action-EMP! Apoios e Incentivos ao Call for Action-EMP! Inovação e Desenvolvimento
Empreendedorismo! Tecnológico!
Call for Action-EMP! Turismo - dos Desafios às Call for Action-EMP! Redes e Cooperação
Oportunidades de Negócio! Empresarial!
Call for Action-EMP! Florestas - dos Desafios às
Oportunidades de Negócio! Em 2011, foi também lançado o EMPREENDER
Call for Action-EMP! Apoios e Incentivos ao – O Jogo!, que teve as suas eliminatórias
Empreendedorism!o presenciais nestes workshops regionais.
Parte 2 - O Projeto “Plataforma de Emprego e Empreendedorismo

Call for Action-EMP! Apoios e Incentivos ao


Empreendedorismo! Em linha com os objetivos do roashow, estes
Call for Action-EMP! Recursos Naturais! workshops pretenderam cativar e promover
Call for Action-EMP! Turismo Sustentável! a discussão do tema do empreendedorismo
Call for Action-EMP! Competências de forma pragmática e envolvendo variados
Empreendedoras -Making Change Happen! segmentos e públicos da envolvente social nas
Ca l l fo r Ac t i o n - E M P ! Fi n a n c i a m e n t o : regiões onde decorreram.
instrumentos para os novos contextos!

44
Como parceiros, destacaram-se as seguintes a encontrar soluções. Orientação ao nível das
organizações: NERCAB, Parkurbis, IAPMEI, Finanças, Marketing, Legislação, Propriedade
Instituto Politécnico Portalegre e Escola Superior Intelectual, Gestão, entre outras temáticas.
de Educação de Portalegre, NERPOR, Turismo do •M
 esas Temáticas - Dinamização de Ateliers
Alentejo, Escola de Hotelaria e Turismo, Centro de Criativos de Empreendedorismo.
Emprego de Portalegre- IEFP/ linhas de crédito •G
 rande Final do EMPREENDER – O Jogo!
MICROINVET e INVEST+, NERGA, ProDeR, DRAPC, Neste fórum participaram: Empreendedores
AJAP – Associação de Jovens Agricultores de em potencial, com perspectivas para
Portugal, Incubadora D. Dinis, NERBE, NERLEI, empreender e abrir negócios; Empresários
IPLeiria, IEFP Leiria, Instituto Politécnico de Viseu, interessados em diversificar, ampliar ou
AIRV, CRIA - Centro Regional para a Inovação do modernizar os seus negócios; Empreendedores
Algarve, NERA, entre outros. Individuais, em busca de formalização,
orientação e conhecimento; Associações,
Cabe aqui, ainda, realçar a realização do Fórum Agencias e Autarquias, para divulgação de
do Empreendedorismo, que teve como lema soluções ao nível do apoio às empresas e
“Um dia dedicado ao empreendedorismo”, empreendedores; Entidades dinamizadoras
tendo juntado, num só dia e no mesmo espaço, de espaços start-up, co-work, incubadoras
os diferentes parceiros que têm contribuído para e outras; Estudantes do Ensino Superior e
o sucesso deste projeto, e outros parceiros que Profissional, que pretendiam conhecer novas
passaram a fazer parte desta grande iniciativa, oportunidades de negócio, de formação e
proporcionando a um público alargado a troca emprego; Universidades, Politécnicos, escolas
de experiências, o debate de temas específicos Profissionais, que promove a sua oferta.
e a apresentação de projetos empreendedores
inovadores. Todas estas dinâmicas foram Também foi possível, ao longo de 2011, assegurar
facilitadoras do network entre os participantes. a divulgação da Plataforma do Empreendedor
Como actividades principais podem ser noutras iniciativas:
identificadas as seguintes: •4  ª edição da ExpoCarreiras, UCP (Lisboa)
• Conferência Plenária com Keynote Speaker • F UTURÁLIA, FIL- Parque das Nações.
Internacional, • Assembleia-geral anual do Banco Africano
• 3 Conferências com painéis de Q&A num de Desenvolvimento (CCL - Lisboa) - Com
ambiente de frente a frente de Especialistas e a presença de cerca de 3.000 empresários,
Empreendedores, banqueiros, representantes governamentais
TEMAS: dos 77 países accionistas do Banco e outras
•C  ompetências Empreendedoras - Making entidades com interesses empreendedores no
Change Happen. continente africano.
• F inanciamento: instrumentos para os novos • 10ª Edição das 24 horas da Lagoa em Catamaran
contextos. (Lagoa de Óbidos) - com o objetivo de criar
• Inovação e Desenvolvimento Tecnológico. associações positivas com um desporto ligado
• Redes e Cooperação Empresarial. à natureza, nomeadamente ao mar. Neste
•P  alco aberto para apresentações de 15 evento fomentou-se o dinamismo, juventude,
minutos focadas no”How to do”. coordenação, liberdade, aventura, espírito
•G  abinetes de Apoio – espaço de atendimento de equipa e fair-play. Qualidades essenciais a
personalizado, para ajudar o empreendedor qualquer empreendedor.

45
• Fórum Creative Learning Business Innovation com aquela ideia. Espaço de brainstorming
(CCL - Lisboa). A Plataforma do Empreendedor para validar ideias e trabalhá-las de forma
marcou presença no espaço de mostra, colaborativa.
promovendo a temática do empreendedorismo
e dando a conhecer o portal, uma ferramenta Trata-se de um modelo de apresentação,
de trabalho para quem quer empreender. implementado pela AIP-CCI e que irá continuar
a ser dinamizado por esta Associação.
Em 2012, o conceito de workshop evolui para
um formato inovador e dinâmico, tendo sido Portal www.empreender.aip.pt
Parte 2 - O Projeto “Plataforma de Emprego e Empreendedorismo

concebido um modelo de Ateliers Criativos Todas as atividades mencionadas, foram


de Empreendedorismo, posteriormente suportadas e promovidas por uma plataforma
apresentado em Évora, Castelo Branco, virtual com informação relevante; ligações e
Guarda, Bragança, Lisboa, Leiria, Faro, entre base de dados de surveys nacionais; servindo
outras regiões, em parceria com as respectivas a função de “Knowlegde Bank”.
Associações Empresariais Regionais.
Esta plataforma, com o endereço www.
Estes Ateliers são compostos por duas partes empreender.aip.pt, constituiu um canal
distintas: de comunicação central entre os diversos
intervenientes do projeto. A sua estrutura,
• O TOP 20 das tendências 2012-2015 - significativamente atualizada em finais de
Apresentação de ideias de negócio que 2011 (quer ao nível da imagem, quer ao nível
pretendem ser uma inspiração para quem da tecnologia disponível), é composta por uma
vai empreender e para quem já empreende, página principal, que inclui uma série de notícias
mas pretende reorientar a sua área de negócio. e destaques, e apresenta um menu principal
Ideias originais, alternativas, conceptuais… de separadores institucionais, e um conjunto
business de sucesso que não necessitam de de separadores funcionais, que estão sempre
grandes investimentos, mas engenhosidade, visíveis.
curiosidade e muitas convicções. São
abordados diferentes domínios de actividade: Um dos separadores que se destaca aqui é o
Saúde, Bem--Estar, Desporto; Restauração e respeitante ao Programa Empowerwoman, que
Gastronomia; serviços inovadores de apoio à inclui informação sobre as diversas empresas
sociedade; Turismo, Ecologia, Moda e muitos participantes no mesmo. Este Programa teve
outros. por principal objetivo promover estratégias de
apoio ao empreendedorismo das mulheres e
•A
 valiação de produtos/ ideias de negócio (já incentivar o associativismo e a criação de redes,
implementadas ou em vias de implementação), favorecendo o auto emprego, a capacidade
por um público que não se conhece e, empresarial e a qualidade da sua participação
eventualmente, está pela 1ª vez em contacto na vida ativa.

46
Outro separador remete o visitante para ligações • Os Serviços AIP, onde se apresenta o conjunto de
úteis a outros websites relacionados com o serviços que a AIP disponibiliza a empreendedores;
processo empreendedor.
• Redes e Cooperação, onde se apresentam
Os separadores funcionais permitem o acesso iniciativas de dinamização de todas as formas
a diversos tipos de informação e ferramentas. de cooperação empresarial entre PME e de
São eles: promoção de ações de incentivo do espírito
empresarial dos jovens;
• As 8 Etapas da ideia ao negócio, disponibilizando
informação escrita e através de filmes/slots •e
 Docs, que é um repositório de documentação
animados e propondo ferramentas de apoio ao relevante para empreendedores, incluindo
empreendedor nesse percurso; Este separador casos de estudo, apresentações realizadas em
funciona como porta de entrada ao apaixonante workshops organizados pela AIP-CCI, informação
processo do empreendedorismo, que afinal do IAPMEI, artigos de opinião, relatórios,
constitui o tema central de todo este projeto; formulários, manuais diversos etc., que o visitante
pode descarregar para o seu computador etc.
• Um Kit Aplicações, disponibilizando modelos,
ferramentas de teste e de planeamento; •O
 Jogo, que remete para o sítio web do
• Barómetro, onde se apresenta um conjunto “Empreender – o Jogo!”. Este jogo, um teste
de informação estatística de natureza social de conhecimentos sobre empreendedorismo
e económica de interesse e relevância. A e matérias relacionadas, promove, em
informação aqui apresentada é produzida formato lúdico, a aquisição e consolidação de
pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento, conhecimentos sobre o tema. Podendo ser
do Ministério da Solidariedade e Segurança jogado por qualquer visitante, o jogo permite
Social, em parceria com a AIP-CCI; duas formas de participação, uma virtual – através
do Portal – e outra presencial - dinamizada pela
AIP nas diversas sessões realizadas.

Nota Breve
Recomenda-se a consulta do portal www.empreender.aip.pt como complemento essencial
à informação disponibilizada por este Guia.

Agradecimentos
A AIP-CCI agradece ao Programa Operacional de Assistência Técnica do Fundo Social Europeu
(POAT FSE) - Gerir, Conhecer e Intervir, o apoio financeiro dado a esta iniciativa, ao Gabinete de
Estratégia e Planeamento/ MSSS, a parceria estratégica estabelecida e a todos os outros parceiros
(oradores; organizações que asseguraram a dinamização dos Gabinetes de Apoio Temáticos;
Associações Empresariais Regionais; Instituições de Ensino; conferencistas, visitantes on-line e
demais entidades envolvidas), o empenho e motivação com que têm colaborado com este projeto.

47
GUIA DA PLATAFORMA DO EMPREENDEDOR

48
ANEXOS

49
Casos de Estudo da Plataforma do Empreendedor:
1 fatores críticos de crescimento das empresas
Anexo 1 - Casos de Estudo da Plataforma do Empreendedor: fatores crítico de crescimento das empresas

Veja na tabela seguinte o resumo dos fatores que os empreendedores consideram críticos para o
crescimento das suas empresas. Casos de Estudo disponíveis em “Casos de Estudo da Plataforma
do Empreendedor”.

“Fatores que considera cruciais para


Empresas o crescimento da sua empresa”
•  antagens competitivas do produto
V
• Equipa credível
Advanced Cyclone Systems • Tecnologia
Tecnologia de Filtragem • Muita ambição
• Estratégia correta de divulgação comercialização.

Cacilheiro do Tejo – Hotelaria • I dentificação e atratividade para novos targets


e Restauração • Diferenciação dos produtos e serviços
Restauração e Turismo • Parcerias com outros players locais e operadores turísticos de
mercados emissores

•V
 antagens competitivas: Localização, identidade visual,
competências profissionais, foco na satisfação das necessidades
do cliente
•A
 lternativas à sazonalidade, diversificando para formação e
consultoria
Aromas à Solta Tomba-Lobos •P
 arcerias, com oferta complementar à própria
Restauração, Formação e •R
 igoroso controlo de gestão e do endividamento necessário à
Consultoria atividade
•D
 esenvolvimento profissional da equipa
•C
 ontrolo da qualidade do serviço
•U
 tilização de ferramentas de marketing atuais (Web 2.0)
•C
 rença no próprio negócio

Easy Bus • I novação


Transporte de passageiros •S  egurança e Confiança no serviço
•N  otoriedade da empresa

Lança, Prazeres & Rebocho •P rodutos e serviços de qualidade, inovadores e criativo
Design, Publicidade, Artes Gráficas • A
 largamento da rede de clientes e volume de trabalho
•C ontrolo da dívida
•C ontrolo de concessão de crédito a clientes

Mar Lusitano •E
 conomias de escala e combate à sazonalidade
Fabrico de bacalhau salgado •A
 proximação do mercado/cliente
e comércio de peixe •R
 entabilidade na transformação, tecnologia de ponta para
custos de produção reduzidos

•D  ivulgação dos benefícios junto do público-alvo


Optidados • I ndução da mudança de comportamentos e adoção da
Leitura ótica de questionários para solução oferecida
estudos de mercado e sondagens • Parceria para escalabilidade da produção
de opinião • Alargamento da equipa técnica
• Novos serviços para o público-alvo

50
“Fatores que considera cruciais para
Empresas o crescimento da sua empresa”
•M  anter muito claros a visão, missão e valores da empresa,
Os Aprendizes - Escola de e pautar decisões por esse fio condutor.
Aprendizagem Ativa do Cobre • Envolvimento de toda a equipa nas decisões diárias e de
Educação colaboradores chave nas decisões estratégicas
• Envolvimento dos clientes (pais e crianças), induzindo
contribuição de todos para o sucesso

PLY Engenharia • Validação pelo mercado das nossas ideias


Serviços em inovação e indústria Primeiros clientes de referência na Europa e entrada nos EUA
transformadora Entrada no capital social de investidor/end user

• Conquista de barreira à entrada por aquisição de licença para


instalar cacifos diretamente na areia, em vez de nos bares de
praia
RedPack BeachLockers • Parcerias com marcas patrocinadoras utilizando o exterior e
Serviços, cacifos de praia interior dos cacifos como inovador canal de comunicação.
• Consequente redução do preço de utilização do cacifo
Obtenção de financiamento para cobrir elevado investimento
inicial

• Manutenção dos níveis de confiança, entre a Gestão de Topo e os


Colaboradores diretos
SILVAPOR - Agricultura e • Confiança no caráter estratégico nacional do sector Florestal
Silvicultura • O conhecimento do mercado nacional e espanhol de proximidade
Serviços relacionados • Assumir a Qualidade como fator diferenciador
com Silvicultura • Melhoria contínua e Formação dos Colaboradores
• Aposta contínua em novos mercados e clientes
• Cultura de Parcerias

• Visibilidade, visibilidade e visibilidade


PROAEROPORTO • Sendo novo conceito, divulgação por clientes de referência,
Serviços, check-in doméstico de utilizadores do serviço, por passa-palavra e media
bagagem aérea • Alargamento da prestação do serviço a passageiros de outras
Companhias Aéreas e a outros aeroportos portugueses

51
Contando uma história, a criação da empresa
2 “Aromas à Solta, restaurante Tombalobos”
Anexo 2 - Contado uma história, a criação da empresa “Aromas à Solta, restaurante Tombalobos”

Conheça um dos casos de seu projeto de restauração com enfoque


empreendedorismo também na gastronomia regional. Essa constituía
apresentado pela Plataforma a melhor oportunidade para levar a cabo
do Empreendedor. a concretização da paixão pela cozinha
e gastronomia. Para além da aposta em
Nome dos empresários: José Júlio continuar a residir no Alto Alentejo, o
Vintém e Catarina Ponce Álvares grande desafio residia na inexistência de
Área de Negócio: Restauração, competências formais em restauração e
Formação e Consultoria gestão, em conjunto com as dificuldades
Idade da empresa: Constituição em logísticas, económicas e de recursos
2007, início de atividade em 2002 humanos requeridos pela natureza do
Website: www.tombalobos.pt negócio. Uma vez tomada a decisão de
Aromas à Solta, Lda. seguir em frente com a ideia de negócio,
Restaurante TOMBALOBOS – a estratégia adotada foi, inicialmente, a
Portalegre de “dar um passo de cada vez”.

Como surgiu a ideia de negócio? Após a decisão de avançar, como


A ideia de iniciar atividade na restauração se processou a implementação
de gastronomia tradicional surge na da ideia de negócio?
sequência da situação de desemprego Cientes do desafio mas muito motivados,
i n v o l u n t á r i o d o e m p r e s á r i o, e m os empresários iniciaram atividade
consequência do encerramento de em 2002, criando empresa em nome
uma empresa multinacional na cidade individual. A escolha da marca comercial,
de Por talegre, e como solução de registada, resultou da adaptação de
criação do próprio emprego. Naquelas uma alcunha regional – Tomba Lobos
circunstâncias, apesar da inexistência de – usada para designar um indivíduo de
alternativas de emprego locais na área da grande porte que liderava grupos em
sua atividade profissional, os empresários perseguição de lobos. Como objetivos
descartaram a hipótese de mudança estratégicos, definiram os seguintes,
para outra zona do país, em busca de que nortearam a sua ação: aposta em
emprego. Conciliando as oportunidades produtos de qualidade, com seleção
existentes e um desejo antigo, apostaram criteriosa de fornecedores de produtos
nas oportunidades existentes nesta regionais e nacionais; a recuperação de
cidade do interior, desenvolvendo aí o receituário e iguarias regionais, criando

52
uma cozinha regional e atual; estabelecer Que objetivos para o futuro?
uma ementa de grande qualidade, Seguindo a estratégia original de “um
promovendo a gastronomia do Alto passo de cada vez”, têm a preocupação
Alentejo e procurando constituir uma de consolidar a operação atual e
referência gastronómica. fortalecer parcerias no sector turístico,
perspetivando a médio prazo a criação
Quais os fatores de sucesso de uma linha de produtos “Tombalobos”
do desenvolvimento da empresa? e, a longo prazo, a expansão do conceito
Co m o c re s c i m e nto d a at i v i d a d e, a nível nacional e internacional.
constituíram em 2007 a empresa “Aromas
à Solta”, ocupando atualmente um local
emblemático da cidade de Portalegre.
Investiram criativamente na identidade
visual da empresa e na obtenção contínua
de competências profissionais. Fiéis à
ideia de base, procuraram ter como foco
do seu desenvolvimento a satisfação das
necessidades do cliente, proporcionando-
-lhe experiência única e distinta. Procuraram
também soluções para combater a
sazonalidade da atividade, diversificando
a oferta para a formação e consultoria,
bem como estabelecendo parcerias que
permitam completar a oferta ao turista
que os visita, com aconselhamento de
atividades turísticas complementares à
sua. Como fatores de sucesso, identificam
o rigoroso controlo de gestão e controlo
do endividamento necessário à atividade,
a criação e desenvolvimento profissional
da equipa, o controlo e padronização do
nível elevado da prestação do serviço, a
utilização de ferramentas de marketing
atuais – como seja a utilização de página
no Facebook, com atualização diária – e,
apontando como fator mais importante, a
crença no seu próprio negócio.

53
Roadshow 2011 Resumo das
3 alocuções das sessões de Portalegre e Faro
Anexo 3 - Workshops sobre “Turismo”, resumo das alocuções principais, sessões de Portalegre e Faro

Portalegre (parceria com NERPOR) como seja o desenvolvimento de um “Roteiro


Gastronómico do Alentejo”, da comercialização
Call for Action - Turismo, dos Desafios às de atividades e serviços conexos com a
Oportunidades de Negócio gastronomia regional, a exploração do parque
“O Estado da Arte do Turismo no Alentejo, monumental da região que, em muitos casos, se
com enfoque no Norte Alentejo” encontra encerrado para a exploração turística,
Dr. António Ceia da Silva, Presidente da serviços relacionados com a “experiência de
Entidade Regional de Turismo do Alentejo campo”, entre outros. Referiu ainda o esforço
levado a cabo pelo Turismo do Alentejo na
Recorrendo a diversos exemplos ilustrativos promoção do conhecimento da oferta turística
das ideias que proferiu, o Dr. António Ceia da região por parte dos técnicos de turismo,
da Silva começou por referir que o sector e da interação dos diversos Postos de Turismo
do Turismo “é uma boa escolha, para quem com o objetivo de operarem em rede “para
gosta e quer”, sendo evidente a evolução do benefício das diversas regiões do Alentejo”.
Turismo como primeira escolha de estudos Como suporte à atividade empreendedora,
académicos de muitos dos alunos que salientou a atividade do Gabinete de Apoio à
atualmente frequentam cursos nessa área. iniciativa no sector do turismo e da criação de
Tendo como pano de fundo o crescimento da uma “bolsa de oportunidades”. Finalizando, e
atividade de turismo na Região Alentejo, “que como condição para o sucesso da atividade,
foi a Região que mais cresceu no país”, realçou exortou os potenciais empreendedores e
a importância do planeamento estratégico profissionais do Turismo a seguirem o princípio
monitorizado como a melhor forma de adequar “HTP – Humildade, Trabalho e Paixão”.
o desenvolvimento e execução das estratégias
à evolução do contexto económico e social Faro (em parceria com o NERA/AE e no
dos diversos segmentos servidos pelo turismo. âmbito da 12ª Conferência Europeia da
Como fator crítico para o desenvolvimento do Criatividade e Inovação (APGICO)
sector, apontou a necessidade de cada região
afirmar “identidade própria”, exemplificando Call for Action - Oportunidades e Desafios
com o caso do Alentejo e a identidade no Turismo Sustentável
relativa ao ecossistema do “montado”, única “O Estado da Arte do Turismo em Portugal,
no mundo e candidata a Património Mundial, que desafios para a região do Algarve”
pela UNESCO. Dirigindo-se aos potenciais Dr. Victor Neto, Presidente do NERA
empreendedores presentes na sessão, adiantou
alguns exemplos de projetos de animação Iniciando a sua alocução, o Dr. Vítor Neto
turística que carecem de exploração adequada, esclareceu que o principal objetivo da sua

54
apresentação seria fazer o enquadramento que o sector atravessa. Por exemplo, se
do sector do Turismo na atualidade, atendermos à informação disponibilizada
particularmente na região do Algarve, pelo Boletim do INE para 2011, verificamos
traçando as grandes linhas orientadoras que existe crescimento face ao ano transato,
da atividade a que os empreendedores demonstrando um panorama favorável.
deveriam atender no seu processo de decisão Também o aeroporto de Faro mostrou uma
estratégica. Citando o Prof. Ernâni Lopes, evolução positiva no trânsito de turísticas no
que numa conferência sobre o tema havia 1º semestre de 2011, embora tenha sofrido
começado por dizer que “eu não sei nada uma ligeira, e estranha, quebra em Agosto.
sobre Turismo”, sublinhou a complexidade Assim, por um lado, há sinais favoráveis para
desta atividade, que se caracteriza por uma a atividade.
ampla constelação na área dos serviços, cada
uma delas com aspetos distintos, e todas Contudo, estima-se – com base nas dormidas
complementares entre si. Considerando e chegadas a Portugal e sem considerar o
a sua dimensão, é uma atividade ainda mercado paralelo de dormidas – que no ano
pouco estudada e compreendida, no de 2010 tenha havido um total de 12 milhões
campo científico, e existe muita opinião de turistas, i.e., não houve crescimento do
empírica dispersa, também devido ao facto afluxo de estrangeiros. As dormidas de
de “todos sermos turistas”. E a dimensão e estrangeiros também não cresceram, apesar
complexidade deste sector é evidenciada de as dormidas de portugueses terem
pelos números; anualmente, 1.000 milhões aumentado significativamente (12 milhões
de turistas em todo o mundo deslocam-se ao em 2009). Outro facto muito relevante para
estrangeiro, selecionando um determinado o número de dormidas refere-se à redução
destino em determinado país, em detrimento de preço praticada por muitas unidades
de outras incontáveis opções. hoteleiras, que só assim conseguiram manter
ou aumentar taxas de ocupação.
Como em outras atividades mas com
particular acuidade, este é um sector que, De qualquer forma, e como em qualquer
para qualquer empreendedor que pondere país de referência turística internacional, o
iniciar negócios de natureza turística, requer turismo interno é estruturante para a “saúde” e
estudo e aquisição de conhecimentos sobre o rendibilidade do sector. Portugal, ao contrário
“estado da arte”, dos ciclos que caracterizam desses destinos – como os EUA, a Alemanha,
o sector e das fases que o caracterizam. a Itália – não é uma referência “obrigatória”,
pelo que a oferta de Portugal como destino
E relativamente à evolução da atividade, turístico obriga a um esforço e renovação
poderá haver um efeito pernicioso se constante, para concorrer com tantos outros
se atender somente a dados estatísticos nessas condições.
atuais, sem consideração pelo ciclo

55
Atendendo aos ciclos da atividade, é de existir uma estratégia nacional e regional.
salientar que o Algarve perdeu 3 milhões As diversas regiões ganharão força com o
de dormidas de estrangeiros entre 2001 e entrosamento e coordenação interna, na
2009, enquanto as dormidas de Portugueses promoção do sector. O estudo do fenómeno
aumentaram 1 milhão nesse período. O total turístico, que deve congregar os agentes
de dormidas, ao longo da década, situa-se económicos públicos e privados, deve
entre 14 e 15 milhões, com tendência de privilegiar o conhecimento do processo de
estagnação. Esta situação e a quebra de decisão de compra de serviços de turismo.
dormidas dos últimos anos não é somente Atualmente, este processo é, sobretudo,
consequência da crise de 2008/2009, é de individual e menos sujeito à intervenção dos
facto uma tendência da década. grandes operadores turísticos, pois o acesso à
informação é amplamente disponível. Assim,
A esta situação não é estranha a ausência é necessário investir no conhecimento desses
de orientação estratégica e consolidação processos de decisão e de comportamento,
da oferta. Por exemplo, no Algarve verifica- para se maximizar a probabilidade de sucesso
se uma desagregação em termos de oferta das campanhas de comunicação e promoção
turística. Existem concelhos que fazem turística.
promoção individual, apesar de, no contexto
concorrencial, a expressão que cada concelho Em conclusão, e no que se refere a
conseguirá atingir deverá ser irrelevante. Será empreendedores que ponderam investir
que algum turista, estrangeiro ou nacional, no sector, é incontornável que a análise do
sabe precisamente o nome do concelho onde mercado deve ser exaustiva e abrangente,
se encontra a disfrutar as suas férias? com aquisição de conhecimento sólido
sobre a atividade.
Relativamente ao contexto nacional, o Algarve
passou de uma quota de 50% de dormidas
de estrageiros em 2001 para 40% em 2010,
com evidente perda de quota de mercado.
Outras regiões do país conquistaram essa
quota, sobretudo a região Norte.

A toda esta situação não será estranha a


ausência de uma orientação estratégica, o que
dificulta e constrange o processo de tomada
de decisão de investimento no Turismo.

Dada a dimensão do país, que se compara


com a região espanhola da Andaluzia, deve

56
Ficha Técnica

EDIÇÃO FINANCIAMENTO
Associação Industrial Portuguesa POAT/FSE- Programa Operacional de
Câmara de Comércio e Indústria Assistência Técnica/Fundo Social Europeu
Praça das Indústrias
1300-307 Lisboa DATA DE EDIÇÃO
Tel.: 213 601 673 Fevereiro 2012-03-20
www.aip.pt
www.empreender.aip.pt EXECUÇÃO GRÁFICA
A Triunfadora – Artes Gráficas, lda.
TÍTULO
Empreender – Guia da Plataforma TIRAGEM
do Empreendedor 1000 exemplares

EQUIPA TÉCNICA DO PROJETO DEPÓSITO LEGAL


Norma Rodrigues - Coordenação Geral 342458/12
Helena Caiado - Coordenação Executiva ISBN - 978-989-95676-7-2
Maria Lopes Vieira Informações, sugestões e comentários
Carla Homem de Matos em www.empreender.aip.pt

CONSULTOR ESPECIALISTA 2012


Frederico Carvalho Pinto Associação Industrial Portuguesa
Câmara de Comércio e Indústria
DESIGN GRÁFICO
House Ideas

57
GUIA DA PLATAFORMA DO EMPREENDEDOR

58
Fotos Momentos do Fórum do Empreendedorismo

59
Momentos do Fórum do Empreendedorismo

60
Momentos do Fórum do Empreendedorismo

61
Momentos do Fórum do Empreendedorismo

62
Momentos do Fórum do Empreendedorismo

63
Momentos do Fórum do Empreendedorismo

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65
Associação Industrial Portuguesa
Câmara de Comércio e Indústria
Direcção Competitividade Empresarial
Praça das Indústrias
1300-307 Lisboa

Tel.: (+351) 213601673 / 693


Fax: (+351) 213639046
Email: foruns@aip.pt
Sites: www.empreender.aip.pt | www.aip.pt

Iniciativa:

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