Você está na página 1de 40

Programa Operacional do Potencial Humano (POPH)

Tipologia de Intervenção 1.3. – Cursos de Educação e Formação de Jovens

PROJECTO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – 2010 – 2012

TEXTOS DE APOIO

Área Tecnológica
Domínio ou Unidade:
Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa

Duração: 60 HORAS

Formador(a): MANUELA SAMPAIO

Projecto Financiado no âmbito dos Apoios:


A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.2
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Objectivos da unidade:
- Identificar a organização, a classificação e funcionamento das empresas;
- Executar e arquivar correspondência comercial e administrativa em língua
portuguesa e inglesa.

Conteúdos programáticos:
1. Correspondência comercial e arquivo 300h
1.1 – Estrutura Organizacional da empresa 60h
1.2 – Documentação Administrativa 75h
1.3 – Correspondência e circuito de documentos comerciais –
Língua portuguesa e língua inglesa 105h
1.4 – Técnicas de Arquivo 60h
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.3
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

1. Correspondência Comercial e Arquivo


1.1 – Estrutura Organizacional da Empresa

N.º / Designação /
Conteúdos programáticos
Duração Objectivos Específicos
1.1. Estrutura organizacional A empresa e a produção:
da empresa:
60 Horas 􀁸 Organização: conceitos e tipos
􀁸 Empresa
Identificar e classificar a - Conceito
empresa, enquadrando a - Objectivos e papel na sociedade
produção na actividade - Elementos constitutivos
comercial 􀁸 Classificação das organizações
- Forma jurídica
- Dimensão
- Propriedade
- Ramo de actividade
􀁸 Produção na actividade comercial
- Meio envolvente
- Elementos de produção
- Produção e consumo

Identificar e interpretar a Organização empresarial: estrutura e funções:


estrutura organizacional e
as principais funções da 􀁸 Modelos organizacionais
empresa - Conceito e tipos
- Representação gráfica
- Análise
􀁸 Funções da empresa
- Produção
- Comercial
- Recursos humanos
- Financeira e contabilística
- Planeamento estratégico
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.4
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

1) Conceito de Organização

Recorrendo a um conceito abrangente, poder-se-á definir qualquer


Organização como sendo um conjunto de duas ou mais pessoas que realizam
tarefas, seja em grupo, seja individualmente, mas de forma coordenada e
controlada, actuando num determinado contexto ou ambiente, com vista a
atingir um objectivo pré-determinado através da afectação eficaz de diversos
meios e recursos disponíveis, liderados ou não por alguém com as funções de
planear, organizar, liderar e controlar.

Desta definição de organização convém reter alguns conceitos fundamentais


para a sua adequada compreensão, nomeadamente:

1.  Actuação coordenada: para que exista uma organização, não basta
que um conjunto de pessoas actue com vista a atingir um objectivo comum. É
necessário principalmente que essas pessoas se organizem, ou seja, que
desenvolvam as suas actividades de forma coordenada e controlada para
atingir determinados resultados. Esta coordenação e controlo é, geralmente,
efectuada por um líder, embora, por vezes, se encontrem Organizações em
que estas tarefas são efectuadas por vários membros em conjunto.

2.  Recursos: representam todos os meios colocados à disposição da


organização e necessários à realização das suas actividades. Nestes recursos
incluem-se os recursos humanos, os recursos materiais e tecnológicos, os
recursos financeiros, a imagem de mercado e credibilidade perante o exterior.

3.  Afectação eficaz: os recursos organizacionais descritos no ponto


anterior são, por definição, escassos, daí que a sua alocação deva ser
efectuada eficazmente para que a probabilidade de atingir os objectivos pré-
definidos seja a maior possível. É daqui que surge a principal justificação para
a necessidade da gestão nas organizações.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.5
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

4.  Objectivos: Representam as metas ou resultados organizacionais


pretendidos e a obter no futuro ou, por outras palavras, o propósito que justifica
toda a actividade desenvolvida ou mesmo a própria existência da organização.
Naturalmente, todas as organizações devem determinar não apenas os seus
objectivos, mas também definir as medidas e formas de actuação e de
alocação de recursos que se pensam mais adequadas para os atingir.

5.  Contexto: Representa toda a envolvente externa da Organização que,


de forma directa ou indirecta, influencia a sua actuação e o seu desempenho.
Nesta envolvente externa inclui-se o contexto económico, tecnológico,
sociocultural, político-legal, e ainda um conjunto de elementos que actuam
mais próximo e directamente com a organização, tais como os clientes, os
fornecedores, os concorrentes, as organizações sindicais, a comunicação
social, entre outros.

1.1) Tipos de Organização


Em relação ao tipo de Organização que poderemos encontrar, vamos referir-
nos a três tipos tradicionais básicos de estrutura organizacional, que são
mais frequentes:
a) Organização Linear;
b) Organização Funcional e
c) Organização Linha e Staff.
Cada um deles é adequado para diferentes tipos de
Organização, condicionadas pela envolvente, ambiente, tamanho, etc.... 

ORGANIZAÇÃO LINEAR

A organização do tipo linear tem a sua origem na organização dos antigos


exércitos, o princípio da autoridade linear, princípio escalar que estabelece a
hierarquia da autoridade.
O nome organização linear significa que existem linhas directas e únicas de
autoridade e responsabilidade entre superior e subordinados. É uma forma de
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.6
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

organização típica de pequenas empresas ou de estágios iniciais das


organizações.

É a estrutura organizacional mais simples e antiga, baseada na autoridade


linear. A autoridade linear é uma decorrência do princípio da unidade de
comando: significa que cada superior tem autoridade única e absoluta
sobre seus subordinados e que não a reparte com ninguém.

Devido a estas linhas de autoridade e responsabilidade ocorre a cadeia


escalar.

Características da Organização Linear

Autoridade linear ou única: é a autoridade única e absoluta do superior sobre


os seus subordinados, típica das organizações militares.

Linhas formais de comunicação: são feitas unicamente através das linhas


existentes no organograma.

Centralização das decisões: existe uma autoridade máxima que centraliza


todas as decisões e o controlo da organização.

Aspecto piramidal: à medida que se sobe na escala hierárquica, diminui o


número de cargos ou órgãos.

Vantagens

Estrutura simples e de fácil compreensão: o subordinado só se relaciona


formalmente com seu supervisor.

Clara delimitação das responsabilidades: nenhum órgão ou cargo intervém em


área alheia.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.7
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Facilidade de implantação: oferece facilidade no seu funcionamento, controlo e


na disciplina.

É bastante estável: permite o funcionamento da organização, graças à


centralização do controlo.

É o tipo de organização indicado para pequenas empresas.

Desvantagens

Estabilidade e persistência das relações formais: podem levar à rigidez e


inflexibilidade, dificultando a inovação e a adaptação da organização a novas
situações. Não responde às mudanças rápidas.

Autoridade linear baseada no comando único e directo: pode tornar-se


autocrática, dificultando a cooperação e a iniciativa das pessoas.

A organização linear exagera a função de chefia e de comando: pois pressupõe


a existência de chefes capazes de fazer tudo e saber tudo (monopólio das
comunicações).

A unidade de comando torna o chefe um generalista: impede a especialização,


pois acumula nos chefes com todos os assuntos possíveis da organização.

Provoca congestionamento das linhas formais de comunicação: As


comunicações, por serem lineares, tornam-se demoradas.

ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL

A organização funcional é a estrutura organizacional que aplica o princípio


funcional ou princípio da especialização das funções. O staff ou assessoria
funcional decorre desse princípio que separa, distingue e especializa.
A C IBA s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.8
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Vai-se notando que à medida que as empresas crescem e o seu ambiente se


torna inconstante e competitivo, aumenta consideravelmente a necessidade de
órgãos especializados capazes de proporcionar conselhos e inovações rápidas
e substanciais. Essa flexibilidade indispensável à organização competitiva e
inovadora é um dos principais fracassos da estrutura linear. Esta somente
funciona num ambiente estável e rotineiro.

A especialização do operário deverá ser acompanhada pela especialização dos


supervisores e da gerência por meio da estrutura funcional.

Características da Organização Funcional

Autoridade funcional ou dividida: é uma autoridade do conhecimento. Cada


subordinado reporta-se a muitos superiores, simultaneamente. Nenhum
superior tem autoridade total sobre os subordinados.

Linhas directas de comunicação: as comunicações são efectuadas


directamente. A organização funcional busca a maior rapidez possível nas
comunicações.

Descentralização das decisões: não é a hierarquia, mas a especialidade


quem promove as decisões. Caracteriza-se pela descentralização das
decisões.

Ênfase na especialização: baseia-se no primado da especialização de todos


os órgãos ou cargos. As responsabilidades são delimitadas de acordo com as
especializações.

Vantagens
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.9
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Proporciona o máximo de especialização nos diversos órgãos. Permite a cada


órgão ou cargo concentrar-se total e unicamente sobre seu trabalho e a sua
função.

Permite a melhor supervisão técnica possível, pois cada órgão ou cargo


reporta-se a “experts” no seu campo de especialização.

Desenvolve comunicações directas, sem intermediação, mais rápidas e menos


sujeitas a distorções de transmissão.

Separa funções de planeamento e de controlo das funções de execução.

Desvantagens

Diluição e consequente perda de autoridade de comando: traz como


consequência uma enorme dificuldade dos órgãos, os cargos superiores em
controlar o funcionamento dos órgãos ou cargos inferiores.

Subordinação Múltipla: nem sempre os órgãos sabem exactamente a quem


recorrer para resolver determinados assuntos. Isto leva à perda de tempo e a
confusões imprevisíveis.

Tendências à concorrência entre os especialistas: perda da visão de conjunto


da organização e a uma tendência de defender o seu ponto de vista em
detrimento dos pontos de vista dos outros especialistas.

Tendência à tensão e conflitos dentro da organização: a competição e a


concorrência levam a tensões e conflitos entre os especialistas. Daí a
animosidade, sentimentos de oposição e resistência à cooperação.

ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.10
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Com o crescimento e complexidade das tarefas das empresas, a estrutura


linear mostrou-se insuficiente para proporcionar eficiência e eficácia. As
unidades e posições de linha (que têm autoridade linear) passaram a
concentrar-se no alcance dos objectivos principais da empresa e a delegar
autoridade sobre serviços especializados e atribuições marginais a outras
unidades e posições da empresa. Assim, as unidades e posições de linha
livraram-se de uma série de actividades e tarefas para se dedicarem
exclusivamente aos objectivos básicos da empresa, como produzir, vender etc.

As demais unidades e posições da empresa que receberam aqueles encargos


passaram a denominar-se assessoria (staff), cabendo-lhes a prestação de
serviços especializados e de consultoria técnica, influenciando indirectamente o
trabalho dos órgãos de linha por meio de sugestões, recomendações,
consultoria, prestação de serviços como planeamento, controlo, levantamentos,
relatórios etc. Assim, os órgãos de staff assessoram os órgãos de linha por
meio de sua especialização técnica. Enquanto os especialistas de staff se
aprofundam num determinado campo de actividades, os gerentes de linha
tornam-se os detentores da hierarquia da organização.

O tipo de organização linha-staff é o resultado da combinação dos tipos de


organização linear e funcional, procurando-se incrementar as vantagens
desses dois tipos de organização e reduzir as suas desvantagens. Na
organização linha-staff há características do tipo linear e do tipo funcional,
reunidas para proporcionarem um tipo organizacional mais completo e
complexo.
É o tipo de organização mais utilizado.
Na organização linha-staff coexistem órgãos de linha (órgãos de execução) e
de assessoria (órgãos de apoio e de consultoria) mantendo relações entre si.
Os órgãos de linha caracterizam-se pela autoridade linear e pelo princípio
escalar, enquanto os órgãos de staff prestam assessoria e serviços
especializados.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.11
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Características
- Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional, com predomínio da
primeira. Cada órgão reporta-se a um e apenas um órgão superior: típica da
organização linear. Porém, cada órgão recebe também assessoria e serviços
especializados de diversos órgãos de staff.

- Coexistência entre as linhas de comunicação com as linhas directas de


comunicação. Na organização linha-staff existem linhas formais de
comunicação entre superiores e subordinados e que representam a hierarquia.
Existem também linhas directas de comunicação que ligam os órgãos e o staff
e que representam a oferta de assessoria.

- Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio e


suporte (assessores).

- A autoridade e responsabilidade dos membros do staff são de natureza


aconselhadora. No entanto, são os chefes de linha que retêm a completa
autoridade e responsabilidade pela execução dos planos.

- Hierarquia versus especialização. A organização linha-staff mantém o


princípio da hierarquia (cadeia escalar). A hierarquia (linha) assegura o
comando e a disciplina, enquanto a especialização (staff) fornece os serviços
de consultoria e de assessoria.

Vantagens

- Assegura assessoria especializada e inovadora mantendo o princípio de


autoridade única. Os órgãos de staff proporcionam serviços especializados,
factor importante numa era de especialização e competição. A estrutura linha-
staff tem a vantagem de oferecer uma área de assessoria e prestação de
serviços, com predomínio da estrutura linear.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.12
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

- Actividade conjunta e coordenada dos órgãos de linha e órgãos de staff . Os


órgãos de linha responsabilizam-se pela execução das actividades básicas,
enquanto que os órgãos de staff se responsabilizam pela execução dos
serviços especializados.

Desvantagens

- Existência de conflitos entre órgãos de linha e de staff caracterizam-se por:


O assessor de staff é um técnico com preparo profissional, enquanto o homem
de linha é um homem de prática.
O assessor tem melhor formação escolar. O homem de linha subiu na
hierarquia.

- Ao planear e recomendar, o assessor não assume responsabilidade pelos


resultados dos planos que apresenta.

- A assessoria representa custos elevados para a empresa.

- Dificuldades na obtenção e manutenção do equilíbrio entre linha e staff.

- Os especialistas de staff tendem a forçar suas sugestões e a tentar impor


suas ideias. Isto pode provocar um enfraquecimento da linha ou a linha dividida
de autoridade.

Em suma, uma situação de equilíbrio dinâmico e perfeita sincronização entre a


linha e o staff, de modo que ambos tenham um comportamento cooperativo e
integrativo, é difícil de alcançar e manter .
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.13
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

2) – Empresa
2.1) – Conceito de empresa

Definição Jurídica de Empresa

Empresa: “Actividade organizada com carácter económico e profissional,


constituída com o fim de produzir lucro. O titular da empresa poderá ser um
comerciante em nome individual ou uma sociedade”.
(Código Comercial)

Definição Técnica de Empresa

Empresa: Consiste numa sociedade organizada composta de meios humanos,


técnicos e financeiros, reunidos tendo em vista a produção de bens e/ou
serviços destinados à venda, satisfazendo as necessidades das comunidades
onde se encontra inserida.

Da definição técnica apresentada, conclui-se que a empresa se caracteriza


principalmente por ser:
→ Um organismo social;
→ Um conjunto de meios;
→ Um sistema de relações;
→ Um centro de decisões.

Temos também que ter em consideração que:


→ A empresa não é estática;
→ Existem várias formas de empresa;
→ As empresas podem dedicar-se a várias actividades;
→ Existem empresas de várias dimensões.

Em suma: vivemos numa “sociedade de organizações”.


A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.14
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

As empresas são constituídas sem horizonte temporal definido, mas têm um


ciclo de vida limitado, que pode ser dividido nas seguintes fases:
- Constituição ou Institucional, em que se decide da sua criação,
através da obtenção e combinação dos recursos necessários para a sua
entrada em funcionamento.
- Funcionamento ou Execução, na qual se desenvolve todo o processo
de transformação, ou seja, o da produção de bens e serviços com vista à
obtenção de resultados. Esta é a fase de mais longa duração.
- Liquidação, na qual se procede à extinção da empresa.

2.2) Objectivos de uma empresa


A empresa deve definir um conjunto de objectivos concretos para orientar a sua
acção. Os Objectivos, da empresa, devem ser quantificados e enquadrados no
tempo e podem ser de curto, médio ou longo prazo.

Objectivos
Económicos ou Financeiros
Sociais ou Não Financeiros

Objectivos Económicos (ou Financeiros)


→ Consistem nos Objectivos que têm como finalidade a optimização dos
recursos com vista à maximização do lucro.
Por exemplo:
- Atingir um volume de vendas anual de 250.000,00 € no prazo de 2 anos;
- Atingir lucros líquidos de 100.000,00 €, por ano, dentro de 4 anos.

Objectivos Sociais (ou Não Financeiros)


→ São Objectivos que não têm como finalidade principal a maximização do
lucro, mas sim melhorar a imagem da empresa na sociedade.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.15
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Por exemplo:
- Conquistar um prémio de liderança na qualidade, nos próximos 5 anos;
- Ser líder de mercado na inovação tecnológica nos próximos 4 anos.

2.2) O meio envolvente das empresas


A sobrevivência de qualquer empresa depende da sua capacidade de
interacção com o meio envolvente.

Tanto no meio envolvente contextual, como no meio envolvente transaccional


estamos a falar de variáveis externas à empresa.

Meio Envolvente Contextual


Do meio envolvente contextual fazem parte variáveis macro económicas,
macro sociais e macro ambientais, o que faz com que seja difícil uma só
empresa alterar. Porém as empresas devem esforçar-se para influenciar essas
variáveis.
O meio envolvente contextual é composto por 4 contextos distintos mas inter-
relacionados:
→ Contexto económico;
→ Contexto sociocultural;
→ Contexto politico-legal;
→ Contexto tecnológico.

2.3) O papel das empresas na sociedade


A empresa é o principal agente de transformação da sociedade, e tem vindo a
assumir novos papéis cada dia que passa. Paralelamente a esta constatação,
verificamos que a sociedade não tem sido bem sucedida na diminuição das
desigualdades sociais e na solução de um processo crescente de exclusão que
não é simplesmente económico, mas sim das possibilidades de acesso a novas
formas de trabalho, a novas formas de conhecimento, e a criação de uma
sociedade mais justa.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.16
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Um dos desafios maiores da empresa – talvez o maior – seja vencer a


aparente contradição entre a sobrevivência e o crescimento, sem descuidar a
humanização do trabalho e o resgate da dignidade da pessoa humana.

As empresas desempenham um papel central no desenvolvimento sustentável,


pelo que a sua responsabilidade, para além do desempenho da função
produtiva e criadora de riqueza, incide igual e essencialmente nos domínios
social e ambiental.

A responsabilidade social das empresas é a adaptação voluntária de


preocupações sociais e ambientais nas suas operações e na sua interacção
com todas as partes interessadas. Assim, as empresas contribuem para a
satisfação das necessidades dos seus colaboradores e dos seus clientes,
gerindo simultaneamente as expectativas dos trabalhadores, dos clientes, dos
fornecedores e da comunidade local. Trata-se de contribuir, de forma positiva,
para a sociedade e de gerir os impactos ambientais da empresa, o que poderá
proporcionar vantagens directas para o negócio e assegurar a competitividade
a longo prazo.

Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não
deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários
das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por
exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os
fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em
geral. Situa-se, aqui então, o conceito de responsabilidade social a dois níveis:

Nível interno: relaciona-se com os trabalhadores e, mais genericamente, a


todas as partes interessadas afectadas pela empresa e que, por seu turno,
podem influenciar os seus resultados.

Nível externo: tem em conta as consequências das acções de uma


organização sobre os seus componentes externos, nomeadamente, o
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.17
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

ambiente, os seus parceiros de negócio e meio envolvente. As acções


desenvolvidas pela empresa irão afectar, directa ou indirectamente a
comunidade onde esta se insere, nomeadamente consumidores, clientes,
fornecedores, Estado, entre outros; bem como, o ambiente….

Classificação das empresas


- Critério Económico:
De acordo com o critério económico de classificação, as empresas podem
dividir-se em empresas comerciais e empresas industriais.

Assim:

Empresas comerciais:
Serão empresas comerciais aquelas que adquirirem os produtos (já) acabados
para os comercializar, ou seja:

Mercadorias Empresa Mercadorias Consumidor


Fornecedores
→→→→→ (Armazém) final

E Empresas Industriais:

Serão empresas industriais aquelas que, enquadradas no sector secundário,


adquiram matérias-primas e matérias subsidiárias, com o intuito de as trabalhar
e transformar e, posteriormente, comercializar sob a forma de produto final
(produto acabado).
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.18
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Matérias-
primas Fábrica

Fornecedores
Armazém
Armazém
de
da
Produtos
empresa
Acabados
Matérias
Subsidiárias

Consumidor
Final

A empresa adquire junto dos seus fornecedores os bens (matérias primas e


matérias subsidiárias e de consumo) que transforma e/ou utiliza nas suas
actividades, donde resulta um produto (bem ou serviço), a ser vendido aos
seus clientes.

- Quanto à Dimensão:
De acordo com este critério, de classificação as empresas podem classificar-se
em:
Pequenas
Médias
Grandes
Alguns parâmetros utilizados para medir a dimensão das empresas:

è Área ocupada

è Volume de negócios
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.19
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

è Número de trabalhadores

è Capital Próprio

è Valor dos activos

As empresas podem classificar-se em:

 Pequenas
Pequenas e médias (PME), se:

èNúmero de trabalhadores: empregarem menos de 500 trabalhadores 

èVolume de negócios: anual inferior a cerca de 12.000.000,00€

è Não possuam nem sejam possuídas em mais de 50% por outra empresa.
(excepto se tomadas em conjunto, não ultrapassem os limites anteriores).

Grandes, se:

è Ultrapassarem qualquer um daqueles limites.

Distribuição nacional das empresas segundo a sua dimensão

De acordo com o critério referido pode constatar-se que em Portugal:

è Cerca de 96% das empresas são PME.  

è Das PME aproximadamente 78% são microempresas (média: 2,13       


trabalhadores por empresa)

è As grandes empresas apresentam em média 567 trabalhadores.


A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.20
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

   

Menos de

10
Esc
- trabalhad
alão
ores
2º 10 a 49

Esc trabalhad

alão ores
3º 50 a 99

Esc trabalhad
Quanto ao Ramos de Actividade Económica: alão ores
100 ou

A economia de um país pode ser dividida em mais
Esc
vários ramos, de acordo com a natureza da trabalhad
alão
actividade desenvolvida pelas empresas ores
instaladas nesses ramos. Todas as empresas
pertencentes ao mesmo ramo têm características comuns (são homogéneas
entre si), produzindo bens e/ou serviços semelhantes, por processos de
produção similares (embora possam existir diferenças tecnológicas
substanciais).
Este é um critério muito seguido pela contabilidade nacional. É, de alguma
forma, uma classificação alternativa à dos sectores da actividade económica,
embora, naturalmente, ambas possam e devam ser utilizadas conjuntamente.
Apresenta, no entanto, a vantagem de permitir mais precisamente conhecer e
medir o contributo de cada actividade para o total da produção nacional.
No caso concreto das contas nacionais portuguesas, efectua-se a subdivisão
das actividades económicas em 49 ramos. Como por exemplo:
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.21
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Sectores da actividade económica:

O conceito de sectores da actividade económica corresponde a uma divisão


artificial das actividades económicas de cada país, de acordo com a essência
da tarefa em questão. Estarão incluídas no mesmo sector instituições ou
empresas que produzam bens ou prestem serviços de uma mesma classe, isto
é, que apresentem entre si um determinado número de similitudes.

Tradicionalmente, divide-se a economia de cada país em três sectores:


- O primário, que compreende as actividades ligadas à natureza, como sejam
a agricultura, a silvicultura, as pescas, a pecuária, a caça ou as indústrias
extractivas;
- O secundário, no qual são englobadas as actividades industriais
transformadoras, a construção, a produção de energia;
- O terciário (ou dos serviços), que engloba o comércio, o turismo, os
transportes e as actividades financeiras.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.22
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Foi já proposto por vários autores destacar do sector terciário o ensino, a


tecnologia e a investigação, que formariam o sector quaternário. No entanto,
esta metodologia de contabilização das actividades económicas não tem sido
grandemente seguida.

Existe uma relação entre o nível de desenvolvimento de um país e a


distribuição da sua população activa pelos três sectores. De facto, quanto
maior for a população activa a trabalhar no sector primário, mais atrasado
economicamente deverá ser o país. À medida que ele se vai desenvolvendo, a
sua população vai sendo transferida para os sectores industrial e dos serviços.
Em Portugal, essa tem sido a tendência já desde há vários anos.

Critério Jurídico de classificação de empresas


Classificação Jurídica das Empresas:

1) Empresário em Nome Individual


A empresa que tem o estatuto jurídico de “Empresário em Nome Individual”
é titulada por uma única pessoa que pode desenvolver a sua actividade em
sectores como o comercial, industrial, de serviços ou agrícola.

Os bens do “Empresário em Nome Individual” passam a estar directamente


afectos à exploração da sua actividade económica e os credores de dívidas
serão satisfeitos com os bens que integram a totalidade do seu património. Isto
é, não existe separação entre o seu património pessoal e o património afecto à
sociedade que tutela. A responsabilidade do empresário confunde-se com a
responsabilidade da sua empresa.

Passos para a Constituição de Empresa/Empresário em Nome Individual

1 - Pedido de Certificado de Admissibilidade de Firma ou Denominação;


A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.23
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

2 - Declaração de Início de Actividade e Inscrição no Ficheiro Central de


Pessoas Colectivas;
3 - Registo Comercial;
4 - Comunicação obrigatória ao Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das
Condições de Trabalho, ou Autoridade para as Condições do Trabalho –
ACT ou IDICT;
5 - Inscrição do empresário na Segurança Social;
6 - Inscrição da empresa individual na Segurança Social.

2) Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada


Responsabilidade Limitada

Dados os riscos decorrentes da opção por uma empresa em nome individual, e


face à impossibilidade de constituição de unidades pessoais que até há uns
anos atrás existia, foi criada a figura do Estabelecimento Individual de
Responsabilidade Limitada. Esta opção jurídica permitia ao empresário
individual, afectar apenas uma parte do seu património a eventuais dívidas da
empresa. No entanto, em caso de falência do titular, por motivos relacionados
com o estabelecimento comercial, o falido poderia ser obrigado a responder
com todo o seu património pelas dívidas contraídas. Bastava para isso que se
provasse que as normas de separação patrimonial não haviam sido
convenientemente observadas na gestão do negócio.

À semelhança de qualquer sociedade comercial, era também obrigatória a


realização do capital social, em dinheiro ou em bens susceptíveis de penhora
(no máximo no valor de um terço do capital). Por estes motivos, com a criação
das sociedades unipessoais, os EIRL acabaram por cair em desuso, sendo
hoje praticamente inexistentes.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.24
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

A empresa com estatuto jurídico de “Estabelecimento Individual de


Responsabilidade Limitada” é constituída por uma pessoa singular que
pretenda exercer uma actividade comercial.
Neste tipo de negócio há uma separação entre os bens afectos ao indivíduo e
os bens afectos à empresa. Para garantir que o património do
“Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada” está apenas afecto
ao fim respectivo, existem determinados mecanismos de controlo. Em caso de
falência da pessoa singular que tutela o estabelecimento, o falido responde
com todo o seu património pelas dívidas contraídas nesse exercício se se
provar que não decorria uma separação total dos bens.

O capital inicial não pode ser inferior a cinco mil euros, podendo ser realizado
no mínimo em 2/3 (€ 3.333,33) com dinheiro e o restante em objectos
susceptíveis de penhora. A parte do capital em numerário deverá, deduzido o
montante dos impostos e taxas pela constituição do estabelecimento,
encontrar-se depositada em conta especial que só poderá ser movimentada
após o registo definitivo do estabelecimento.
A constituição de um “Estabelecimento Individual de Responsabilidade
Limitada” não carece de celebração de Escritura Pública, sendo apenas
obrigatório o Registo Comercial e a respectiva publicação em Diário da
República.

Factos e documentos necessários para o registo:


- Para a constituição do estabelecimento:

Certificado de admissibilidade de firma; Documento particular, salvo se


documento mais solene for exigido para a transmissão dos bens que
representam o capital inicial do estabelecimento (Ex.: Se neste capital se
pretenderem integrar imóveis, será necessário que a sua transmissão se opere
por escritura pública), ou certidão de escritura pública.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.25
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Declaração em como se procedeu ao depósito das quantias liberadas, nos


termos do art. 3.º do DL 248/86, de 25/08;

Relatório elaborado por revisor oficial de contas se houver entradas em


espécie.

- Para o aumento e redução do capital do estabelecimento:

Documento particular ou certidão de escritura pública se forem efectuadas


entradas em bens diferentes de dinheiro para os quais a lei exija forma mais
solene (Ex.: Imóveis).

- Para as contas anuais:


Balanço e demonstração dos resultados, com menção do destino dos lucros;
Parecer elaborado por revisor oficial de contas escolhido pelo titular do
estabelecimento.

- Para as alterações do acto constitutivo:


Documento particular, subscrito pelo titular do estabelecimento, com o sentido
da alteração, ou certidão da escritura pública;

Certificado de admissibilidade de firma, se a alteração envolver a firma ou o


objecto.

- Para a entrada em liquidação e o seu encerramento:


Documento particular onde conste a declaração, prestada pelo respectivo
titular, da entrada em liquidação, ou certidão da escritura ou de sentença
judicial;
Relatório elaborado pelo liquidatário.

3) Sociedade Unipessoal por Quotas


A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.26
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Sociedade unipessoal por quotas, em direito, em Portugal, refere-se à


natureza jurídica, de constituição de uma empresa como sociedade, com um
único sócio, podendo ser uma pessoa singular ou pessoa colectiva.

O nome da sociedade deve ser seguido pela expressão "Sociedade


Unipessoal" ou "Unipessoal" antes de Limitada ou Lda.

A constituição de uma Sociedade Unipessoal por Quotas segue a mesma


tramitação legal da Sociedade por Quotas, podendo no entanto ser constituída
por documento Particular.

Como constituir uma Sociedade Unipessoal por Quotas por Documento


particular?

Para a constituição de uma sociedade unipessoal por documento particular é


necessário que para a realização do capital social não haja entradas em bens
diferentes de dinheiro, para cuja transmissão será necessária a escritura
pública. Trata-se de um processo semelhante à constituição de qualquer dos
tipos de sociedade, sendo a escritura substituída pelo documento particular.

1º Passo: Certificado de Admissibilidade e Cartão Provisório de


Identificação de Pessoa Colectiva

2.º Passo: Depósito do Capital Social (mínimo de € 5 000,00)  

3.º Passo: Definição dos Estatutos/Pacto Social da Empresa


4.º Passo: Marcação e celebração da Escritura Pública no Cartório
Notarial.
Entidade competente: Cartório Notarial
Documentos:

 Pessoas Singulares: Todos os elementos de identificação dos(as)


sócios(as) e cônjuges (fotocópia dos B.I. e dos números de Contribuinte,
moradas e regimes de casamento), no caso de pessoas singulares.

 Pessoas Colectivas: Certidão da Conservatória do Registo Comercial


comprovativa de todas as inscrições em vigor emitida há menos de um
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.27
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

ano, Cartão de Pessoa Colectiva, Pacto Social em vigor, B.I. e cartão de


contribuinte de quem obriga ou representa a sociedade.

 Certificado de Admissibilidade de Firma

 Formulário próprio relativo à constituição das sociedades

 Relatório do Revisor Oficial de Contas para as entradas em bens


diferentes de dinheiro.

 Documento comprovativo do pagamento do Imposto Municipal sobre as


Transmissões Onerosas de Imóveis, quando há entradas em bens
imóveis para a realização do capital social, salvo se estiver isento.

5.º Passo: Registo Comercial, Publicação dos Estatutos no Diário da


Republica e Inscrição no RNPC

Entidade competente: Gabinete de Apoio ao Registo Comercial do Centro de


Formalidades de Empresas (CFE) ou Conservatória do Registo Comercial (da
área da sede da sociedade).
Documentos:

 Escritura Pública da constituição da sociedade;

 Certificado de Admissibilidade da Firma;

 Declaração de Início de Actividade;

 
6.º Passo: Declaração de Início de Actividade
Entidade Competente: Gabinete da Direcção Geral de Impostos (DGCI) do
CFE ou Repartição de Finanças.
Documentos:

 Modelo 1438 INCM – em triplicado, com os dados relativos ao técnico


oficial de contas, devidamente certificado ou fazer-se acompanhar pelo
Técnico Oficial de Contas, que fará a declaração verbal, assinando-a e
apondo a sua vinheta;
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.28
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

 Cartão Provisório de Identificação de Pessoa Colectiva

 Fotocópia da escritura pública;

 Fotocópia do B.I. e dos N.I.F. dos sócios e dos técnicos de contas.

 Guia de depósito relativa ao cartão de identificação pessoa colectiva

 Cópia do pedido de registo comercial  

7.º Passo: Abrir o livro de Actas e elaborar a primeira mencionando as


remunerações do sócio.
8.º Passo: Inscrição na Segurança Social
Da entidade empregadora incluindo dos(as) sócios(as) na Segurança Social,
na eventualidade deles serem remunerados e  inscrição dos trabalhadores por
conta de outrem.
Entidade Competente: Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social
Documentos:

 Boletim de Identificação do Contribuinte;

 Escritura Pública de constituição da sociedade;

 Cartão de identificação de Pessoa Colectiva;

 Acta da nomeação dos membros dos órgãos estatutários e sua situação


quanto à forma de remuneração;

 Fotocópia do cartão de contribuinte dos membros dos órgãos


estatutários da sociedade;

 Declaração de início de actividade.

  9. º Passo: Comprar carimbo, livro de facturas/recibos, programas de


facturação, etc.
  10.º Passo: Pedido de inscrição no Cadastro Comercial ou Industrial
Entidade competente: Direcção Geral de Comércio e Concorrência (DGCC) ou
Delegação Regional do Ministério da Economia da área do estabelecimento. 
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.29
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

4) Sociedade por Quotas

O início de uma actividade comercial ou industrial é uma decisão que não pode
ser tomada de ânimo leve. Desde logo, há que optar pela forma jurídica que
melhor responda à sua situação em concreto.

Nas Sociedade por Quotas


A sociedade por quotas é um misto de sociedade de pessoas e de sociedade
de capitais.
Da sociedade por quotas destacam-se as seguintes características:
- O contrato de sociedade deve ser celebrado por escritura pública;
- Exigem-se, pelo menos, dois sócios;
- O montante mínimo do capital social é de 5.000,00 euros;
- O montante mínimo de cada quota é de 100,00 euros;
- A responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social;
- Os gerentes, que podem ser ou não sócios, são designados por estes,
competindo-lhes, também, fixar a respectiva remuneração.

2º. Passo: pedir o Certificado de Admissibilidade de firma e o cartão


provisório de pessoa colectiva

O Certificado e o cartão devem ser requeridos por um dos futuros sócios.


O Certificado de Admissibilidade da firma tem a validade de 180 dias para
efeitos de registo e de um ano após a celebração da escritura.
Obtido o certificado de Admissibilidade da firma e o cartão provisório de pessoa
colectiva, está em condições de proceder à marcação da escritura de
constituição da sociedade.

3º. Passo: Marcar e realizar a Escritura Pública


A Escritura Pública de constituição da sociedade tem que ser marcada
previamente num qualquer Cartório Notarial do país ou no Cartório Notarial
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.30
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

existente nos Centros de Formalidades de Empresas, espalhados pelo país.


Quando o processo de constituição da sociedade tiver sido iniciado nos
Centros de formalidades das empresas terá de ser aí concluído.
Os documentos necessários para a escritura são os seguintes:

Certificado de Admissibilidade da firma;


Cartão provisório de identificação de pessoa colectiva;
Comprovativo ou declaração dos sócios, prestada sob a sua
responsabilidade, do depósito do capital social, realizado em dinheiro
a favor da sociedade. O comprovativo do depósito deve ser
apresentado 24 horas antes da realização da escritura;
Fotocopias dos documentos de identificação dos outorgantes
(pessoas singulares: B.I. e N.I.F.; pessoas colectivas: certidão da
conservatória do registo comercial, cartão de pessoa colectiva,
escritura publica inicial, B.I. e cartão de contribuinte de quem obriga
ou representa a sociedade);
Relatório do Revisor de Contas, para as entradas em bens diferentes
de dinheiro;
Documento comprovativo do pagamento do IMT, quando há entradas
de bens imóveis para a realização do capital social, salvo se houver
lugar a isenção;
Documento comprovativo do licenciamento da actividade que constitui
o objecto social, nos casos em que é exigido.

4º. Passo: Declarar o início de actividade


A sociedade agora constituída tem que declarar o inicio da actividade na
Repartição de Finanças que abrange a sede da sociedade, antes do inicio da
actividade, ou no prazo de 90 dias a contar da inscrição no Registo Nacional de
Pessoas Colectivas.
Os documentos necessários para a declaração de início de actividade são os
seguintes:
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.31
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Modelo n.º 1698 – INCM – em triplicado, com os dados relativos ao técnico


oficial de contas, devidamente certificado;
Cartão Provisório de Identificação de Pessoa Colectiva;
Fotocópia de Escritura Pública;
Fotocópia do B.I. e dos N.I.F. dos sócios e dos técnicos de contas.

5º. Passo: Registar a Sociedade


A sociedade só adquirirá personalidade jurídica a partir da data do registo
definitivo. A requisição do registo deve ser efectuada por um sócio ou por um
gerente da sociedade na Conservatória do Registo Comercial com
competência na área da sede da futura sociedade.
Estes actos devem ser efectuados no prazo de 90 dias após a celebração da
escritura de constituição da sociedade. Para a feitura destes actos são
necessários os seguintes documentos:
Escritura da constituição da sociedade;
Certificado de Admissibilidade da firma;
Declaração de inicio de actividade.

6º. Passo: Inscrever a sociedade na Segurança Social


A inscrição na Segurança Social deverá ser efectuada no prazo de 30 dias, a
contar da data do início de actividade.
Para a inscrição são necessários os seguintes documentos:
Boletim de Identificação do Contribuinte;
Escritura Publica de Constituição da Sociedade;
Cartão de Identificação de pessoa Colectiva;
Acta de nomeação dos membros dos órgãos estatutários e sua situação
quanto à forma de remuneração;
Fotocópia do cartão de contribuinte dos membros dos órgãos
estatutários da sociedade;
Documento fiscal do inicio de actividade.

7.º Passo: Inscrever a Sociedade no Cadastro Comercial ou Industrial


A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.32
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

A inscrição no cadastro comercial ou industrial deverá ser efectuado no prazo


de 30 dias a contar da abertura do estabelecimento comercial ou no início da
laboração. Esta inscrição é feita através do preenchimento do impresso da
Direcção Geral do Comercio e Concorrência, em duplicado.
VANTAGENS:
- A responsabilidade dos sócios é limitada aos bens afectos à empresa,
havendo uma separação clara do património da empresa. Logo, o risco pessoal
é muito menor.
- A existência de mais do que um sócio pode garantir uma maior variedade de
experiências e de conhecimentos nos órgãos de gestão e de decisão da
empresa.
- Há maior probabilidade de se garantir os fundos necessários, pois podem ser
mais pessoas a entrarem no capital da empresa e o crédito bancário tende a
ser mais fácil de ser obtido.
DESVANTAGENS:
- Um sócio pode ser chamado a responder perante os credores pela totalidade
do capital.
- O empresário não tem o controlo absoluto pelo governo da sociedade, já que
existe mais do que um proprietário.
- As sociedades por quotas são mais difíceis de constituir e dissolver por
imperativos formais de carácter legal e, sobretudo, pela necessidade de acordo
entre os sócios.
- Os sócios não podem imputar eventuais prejuízos do seu negócio na
declaração de IRS. Os resultados da sociedade são, obviamente, tributados em
sede de IRC.
- É obrigatória a entrada dos sócios com dinheiro ou, pelo menos, com bens
avaliáveis em dinheiro.
- Este tipo de sociedades é indicado para os empresários que queiram partilhar
o controlo e a gestão da empresa com um ou mais sócios, nomeadamente
quando não possuem todas as competências e conhecimentos necessários
para conduzir sozinho o negócio.
 
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.33
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

4) Sociedades em Nome Colectivo

Nas sociedades em nome colectivo, os sócios respondem de uma forma


ilimitada e subsidiária perante a empresa e solidariamente, entre si, perante os
credores. O número mínimo de sócios é dois e podem ser admitidos sócios de
indústria. A firma-nome deve ser composta pelo nome (completo ou abreviado),
o apelido, ou a firma (de todos, alguns ou, pelo menos, de um dos sócios),
seguido do aditamento obrigatório "e Companhia" (ou abreviado e "Cia"), ou
qualquer outro nome que indicie a existência de mais sócios (como, por
exemplo, "e Irmãos", por extenso ou abreviado).

Ou seja:

Os sócios respondem individualmente pela sua entrada. Pelas obrigações


sociais respondem subsidiariamente em relação à sociedade e solidariamente
com os outros sócios.

São admitidas contribuições de indústria, contudo, o seu valor não é


computado no capital social. A firma, quando não individualiza todos os sócios,
deve conter o nome ou firma de um deles, com o aditamento, abreviado ou por
extenso " E Companhia" ou por qualquer outro que indique a existência de
outros sócios

Capital Social

A lei não estabelece um montante mínimo obrigatório, já que os sócios


respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais: além de responderem
individualmente pelas suas entradas, respondem ainda com os bens que
integram o seu património pessoal;

• Subsidiariamente – respondem com estes bens em segundo plano, ou seja,


só na falta ou na insuficiência do património da sociedade, uma vez excedido o
capital social;
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.34
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

• Solidariamente – cada um dos sócios responde pelo cumprimento integral das


obrigações sociais, podendo ser demandado, individualmente pelos credores
sociais (art. 175º do C.S.C. e arts. 512º e 518º do Cód. Civil).

Os sócios que satisfaçam as obrigações da sociedade, para além da parte que


lhes compete, terão direito de regresso contra os restantes sócios, ou seja, o
direito de exigir destes o pagamento da parte que lhes cabe nas referidas
obrigações.

6) Sociedades em Comandita

As sociedades em comandita são de responsabilidade mista pois reúnem


sócios cuja responsabilidade é limitada (comanditários) que contribuem com o
capital, e sócios de responsabilidade ilimitada e solidária entre si
(comanditados) que contribuem com bens ou serviços e assumem a gestão e a
direcção efectiva da sociedade. Na sociedade em comandita simples o número
mínimo de sócios é de dois. A sociedade em comandita por acções deve
constituir-se com o número mínimo de cinco sócios comanditários e um
comanditado. Deve adoptar uma firma composta pelo nome (completo ou
abreviado), ou a firma, de pelo menos um dos sócios de responsabilidade
ilimitada. É obrigatório o aditamento "em Comandita" ou "& Comandita", para
as sociedades em comandita simples e o aditamento obrigatório "em
Comandita por Acções" ou "& Comandita por Acções", para as sociedades em
comandita por acções.

Cada um dos sócios comanditários responde apenas pela sua entrada de


capital e é por isto que a sua responsabilidade é limitada. Os sócios
comanditados respondem pelas dívidas da sociedade nos mesmos termos da
sociedade em nome colectivo.

A entrada do sócio comanditário não pode consistir em indústria.

A firma é formada pelo nome ou firma de um, pelo menos, dos sócios
comanditados e o aditamento "Em Comandita" ou "& Comandita por Acções".
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.35
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

O nome dos sócios comanditários não pode figurar na firma da sociedade,


salvo se o consentirem expressamente

Firma
Deve adoptar uma firma - nome composta pelo nome, completo ou abreviado,
ou a firma de pelo menos um dos sócios de responsabilidade ilimitada, sendo
obrigatório o aditamento "em Comandita" ou "& Comandita", para as
sociedades em comandita simples e o aditamento obrigatório "em Comandita
por Acções" ou "& Comandita por Acções", para as sociedades em comandita
por acções.

Sócios
Na sociedade em comandita simples o número mínimo de sócios é de dois. A
sociedade em comandita por acções deve constituir-se com o número mínimo
de cinco sócios comanditários e um comanditado.

Tipos de sócios

Existem dois tipos de sócios:

• Os Comanditados, cujas entradas podem consistir em bens ou serviços (art.


468º C.S.C.)

• Os Comanditários, sendo as suas entradas constituídas exclusivamente por


bens, não se admitindo, por isso, a sua contribuição de indústria.

7) Sociedades Anónimas

Noção
É uma sociedade de responsabilidade limitada, no verdadeiro rigor do conceito,
porquanto os sócios limitam a sua responsabilidade ao valor das acções por si
subscritas. O elemento preponderante neste tipo de sociedade é o capital, que
é titulado por um vasto número de pequenos investidores ou por um reduzido
número de investidores com grande poder financeiro, sendo por esta razão
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.36
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

vocacionada para a realização de avultados investimentos. Os títulos


representativos deste tipo de sociedade (acções) caracterizam-se pela
facilidade da sua transmissão.

Responsabilidade
A responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor das acções que
subscreveu, pelo que os credores sociais só se podem fazer pagar pelos bens
sociais (art. 271º do C.S.C.).

Sócios
O número mínimo de sócios, vulgarmente designados por accionistas, é de
cinco, não sendo admitidos sócios de indústria. Porém, é possível constituir
uma sociedade anónima com um único sócio desde que este sócio seja uma
sociedade.
Capital Social

O capital social não pode ser inferior a 50 000,00 € e está dividido em acções
de igual valor nominal, que não poderá, todavia, ser inferior a um cêntimo. A
subscrição de acções pode ser pública ou particular.

A subscrição de acções pode ser particular, caso os fundadores disponham da


totalidade do capital social inicial, ou pública, o que se verifica quando os
promotores não estão em condições de subscrever a totalidade social inicial e
as acções são oferecidas ao público para subscrição. Neste caso, estaremos
perante uma sociedade com o capital aberto ao investimento público
(“sociedade aberta”) sempre que a oferta pública de subscrição tenha sido
dirigida especificamente a pessoas com residência ou estabelecimento em
Portugal

Contrato Social

O contrato social deve conter, entre outros, os seguintes elementos:

 Categorias de acções que sejam criadas, o seu número e direitos;


A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.37
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

 Os tipos de acções (nominativas ou ao portador) e as regras para a sua


eventual conversão;

 O prazo para a realização do capital apenas subscrito;

 A eventual autorização para a emissão de obrigações;

A estrutura adoptada para a administração e fiscalização da sociedade.

Firma
Pode adoptar:

 Uma firma nome, composta pelo nome completo ou abreviado de todos,


alguns ou um dos sócios;

 Uma firma - denominação, composta por uma expressão atinente ao


ramo de actividade;

Uma firma mista, formada pelo nome ou firma de um ou alguns sócios e a


referida expressão; seguida do aditamento obrigatório "Sociedade Anónima"
por extenso ou abreviado "SA".
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.38
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Aplicando os conhecimentos adquiridos:

PROPOSTA DE TRABALHO n.º 1

1) Partindo dos conhecimentos que detêm, indique qual será, na sua


opinião, a definição de Estrutura (recorrendo a um exemplo com
Organigrama) e Comunicação dentro das Organizações, referindo-se
aos conceitos de Estrutura e de Comunicação e de como esta se
processa dentro das Organizações.

2) Tendo como base os conceitos e conhecimentos adquiridos nas ultimas


sessões, refira-se ao conceito de Organização e quais os tipos de
Estrutura Organizacional de que se recorda, mencionando as principais
características de cada uma.

Actividade prática n.º 2


1) Explane o que adquiriu como conhecimento sobre “empresas”,
nomeadamente no que concerne ao conceito, objectivos e fases.

Actividade prática n.º 3


1) Explique o que entendeu sobre o papel das empresas na sociedade.
2) Classifique as empresas no critério económico.

Actividade prática n.º 4


1) Tendo em conta o que estudou sobre os critérios de classificação de
empresas, refira-se aos vários critérios, explicando cada um deles.

Actividade prática n.º 5


1) Identifique o Empresário em Nome Individual e o E.I.R.L. e estabeleça
as principais diferenças entre os mesmos.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.39
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Actividade prática n.º 6


a) Explique o significado da seguinte frase: “O contrato de sociedade deve
ser celebrado por escritura”.
b) Explique o significado da palavra “quotas” na denominação jurídica das
sociedades por quotas.
c) Em que consiste: “Pedir certificado de admissibilidade”.
d) Diferencie Empresário em Nome Individual de Sociedade Unipessoal por
quotas.

Actividade prática n.º 7


1) Elabore um PowerPoint com a ilustração da classificação jurídica de
empresas, incluindo e explicando cada uma das que estudamos.

Actividade prática n.º 8


1) Partindo dos conhecimentos adquiridos, proceda à criação de uma
empresa, defina o seu critério jurídico e elabore o organigrama da mesma.

Actividade prática n.º 9


1) Visualização do filme “O Funcionário do mês”: Classificação da empresa
nos diversos critérios que estudamos:
a) Jurídico,
b) Económico,
c) Quanto à dimensão e
d) Sector de actividade económica) e
e) Comentário geral ao guião do filme, com opinião pessoal sobre o
visualizado em relação à estrutura formal da empresa e ao
desempenho por objectivos.
A C IB A s s o c ia ç ã o C o m e rc ia l e
In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

P.40
Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de Jovens
Domínio / Unidade: Correspondência Comercial e Arquivo
Módulo: Estrutura Organizacional da Empresa
Formadora: Manuela Sampaio

Bibliografia/Fontes:

”Comportamento Organizacional e Gestão”, da RH editores

“Comunicação Pessoal e Organizacional”, da Edições Sílabo

Você também pode gostar