Você está na página 1de 37

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE PEDAGOGIA EAD

MARIA ELISA CARVALHO DE SOUZA

A CRIAÇÃO DE UM ATELIER DE ARTES VISUAIS E A


SOCIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

MARICÁ
2015
MARIA ELISA CARVALHO DE SOUZA

A CRIAÇÃO DE UM ATELIER DE ARTES VISUAIS E A SOCIALIZAÇÃO DA


EDUCAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência final do
Curso de Licenciatura em Pedagogia.

Orientador: Ana Claudia Parga de Oliveira

MARICÁ
2015
A CRIAÇÃO DE UM ATELIER DE ARTES VISUAIS E A SOCIALIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO

MARIA ELISA CARVALHO DE SOUZA

Orientador : Ana Claudia Parga de Oliveira

Monografia submetida ao Corpo Docente


do Curso de Pedagogia da Universidade
Estácio de Sá como parte dos requisitos
necessários para obtenção do grau no
Curso de Licenciatura em Pedagogia.

Aprovado em __ de ___________ de 2015.

Banca Examinadora:

______________________________________________
Professor Orientador Ms/Dr
______________________________________________
Professor Ms/Dr
______________________________________________
Professor Ms/Dr

MARICA

2015
AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter tido força, determinação e coragem nas escolhas que fiz ao
longo da minha vida e por ter me favorecido a oportunidade de ser mãe dos meus três
filhos, sendo os meus maiores amores, motivos da minha luta e incentivo.
Agradeço também ao meu melhor amigo e companheiro, o qual sempre esteve ao
meu lado nos meus momentos mais difíceis.
“Arte não é apenas básico, mas fundamental na educação de um país que se
desenvolve. Arte não é enfeite. Arte é cognição, é profissão, (...) e é conteúdo. Como
conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser humano. Arte é qualidade (...).

Ana Mãe Barbosa


RESUMO

Este trabalho tem como objetivo expor uma reflexão sobre a importância do uso
da arte visual como um veículo socializador da educação, resgatando os aspectos
emocional e o social. O quanto o afeto, a sensibilidade, influenciam no
desenvolvimento, aprendizagem, na construção da identidade da criança, tendo a arte
como uma grande aliada de procedimentos de aprendizagem nos diversos conteúdos.
Sendo ela, antes de tudo, parte da identidade cultural do indivíduo, refletindo a sua
realidade: a arte como mediadora e transformadora dos problemas socias existentes,
favorecendo a manutenção do equilíbrio. Uma rápida abordagem da história da arte
no Brasil e a necessidade da criação de um espaço físico apropriado para trabalhar
com a arte visual. Diante do que é apresentado, este projeto toma como problema de
investigação a criação de um atelier de artes visuais e a socializaçao da
educação.

Palavras-chave: brasil, arte, socialização, identidade, atelier.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA.....................................................................06

1.2. QUESTÕES NORTEADORAS ..................................................................09

1.3. OBJETIVOS...............................................................................................09

1.4. JUSTIFICATIVA ........................................................................................10

1.5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................11

2. O ENSINO DAS ARTES NO BRASIL..............................................................12

3. CONTRIBUIÇÕES DAS ARTES NA EDUCAÇÃO..........................................15

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................19

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................31

REFERÊNCIAS ....................................................................................................33

APÊNDICES ........................................................................................................35
1.INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

A arte visual trabalha com a criatividade e a sensibilidade, indispensáveis para


atuar em diversas situações na realidade. O indivíduo é condicionado desde a infância
a trabalhar superficialmente de acordo com os padrões sócio-culturais pré-
determinados, restringindo a criança na explanação das suas necessidades
emocionais, e saber externar suas emoções é propiciar uma formação capaz de atuar
ativamente diante dos diversos conflitos existentes na vida.
A arte favorece ao ser humano a percepção e a condição de buscar uma
harmonia da relação entre ele e a vida com o mundo em que é inserido, propiciando
resoluções de conflitos pessoais da personalidade e de relacionamento, promovendo
uma sociedade mais sadia.
Numa sociedade completamente desigual, num mundo complexo, globalizado,
multicultural, sem condições dignas de sobrevivência humana, violência dentro e fora
de casa, subempregos, muita divergência gerando enormes conflitos, a arte age como
um veículo promovendo a cidadania, incetivando a cultura e como uma grande aliada
de procedimentos de aprendizagem.
O educando através da arte se relaciona com o meio social de forma mais
prazerosa, facilitando a sua integração na sociedade, tendo como experiência recriar
a realidade, transformando-a, promovendo o sentimento de mudança, e com isso,
crianças e adolescentes se afastam das ruas. Por ter esta função transformadora
acaba fazendo um resgate social, sendo utilizada em vários projetos restaurando o
equilíbrio emocional, a auto-estima e a socialização. Segundo Barbosa (1998): “A arte
contribui muito para desenvolver o sentido de cidadania, atentar para a diversidade
cultural e para começar a respeitar as diferenças entre grupos culturais”.
Através da arte, com suas próprias mãos, se faz traços, os quais, são
rebuscados dentro do seu mais profundo interior, deixando vir a tona, a sua emoção.
Essa condição que a arte tem de transformar, revolucionar sentimentos, a torna
imprescindível. De acordo com Fischer (1983,p.20): “A arte é necessária para que o
homem se torne capaz de conhecer e mudar o mundo. Mas a arte também é
necessária em virtude da magia que lhe é inerente.”
06
Vislumbra-se, hoje, com maior clareza o papel das artes na educação como
fator de sensibilização, veículo de prazer e de formação, potencializando canais de
expressão e de produção do conhecimento mediante suas múltiplas linguagens, bem
como do despertar das vocações identificadas com as práticas e valores específicos.
As múltiplas linguagens das artes são compreendidas hoje como mecanismos de
revelação subjetiva, de expressão da alma, conteúdo de maior significado para a
conquista da subjetividade do processo educativo.
Segundo Luzia de Maria (1998, p. 59):
O que a arte busca é justamente preservar a integridade dos homens,
prover cada “ser” do alimento necessário para que se concretize nele
o sentido de “humano”. E se a busca é pela humanização, mais do que
justo unir arte e educação para que nosso mundo seja melhor.
A criança sofre influência da arte desde cedo, seja através de imagens, TV,
computador, gibis, rótulos, estampas, obras de arte, vídeo, trabalhos artísticos de
outras crianças, etc. Dessa forma, a criança chega à escola com um grande histórico
e repertório sobre a arte. Os educadores, como mediadores irão abranger esse
conhecimento por meio de novas experiências.
A criança revela, através do seu modo de pensar, agir e interagir com os outros,
a sua capacidade imensa de buscar, de explorar, de criar e aprender. A criança é um
ser curioso e apto a explorar sempre. Neste sentido, no contexto escolar, ela precisa
vivenciar situações que estimulem e despertem ainda mais a sua curiosidade, para
que possa revelar as suas características, externar as suas dificuldades, os seus
sentimentos, os seus talentos e as expressões próprias.
A arte tem um papel importante no processo de educação da criança por
incorporar sentidos, valores, expressão, movimento, linguagem e conhecimento de
mundo em seu aprendizado, mas, para promover a arte na totalidade é necessário a
criação de um espaço físico apropriado com materiais específicos, para possibilitar
esse desenvolvimento.
Através da arte visual o educando se relaciona com o meio social de forma
mais prazerosa, facilitando a sua integração na sociedade, tendo como experiência
recriar a realidade, transformando-a, promovendo o sentimento de mundança, com
isso, crianças e adolescentes se afastam das ruas. Por ter esta função transformadora

07
acaba fazendo um resgate social, sendo utilizada em vários projetos restaurando o
equilíbrio emocional, a auto-estima e a socialização.

De acordo com Bessa (1972, p. 13):


Quando a criança pinta, desenha, modela ou constrói regularmente, a
evolução se acelera. Ela pode atingir um grau de maturidade de
expressão que ultrapassa a medida comum. Por outro lado, a criação
artística traz a marca de uma individualidade, provoca libertação de
tensões e energias, instaura uma disciplina formativa, interna de
pensamento e de ação que favorece a manutenção do equilíbrio tão
necessário para que a aprendizagem se processe sem entraves, e a
integração social sem dificuldades.
A arte é uma disciplina curricular tão importante quanto às demais, sendo que,
ainda hoje é concebida como uma disciplina de menor importancia e não pode ser
vista apenas como um passa tempo em nossas escolas, produção de cartazes para
datas comemorativas, murais para festas escolares, etc.
Mas, nas escolas não há um atelier, um espaço físico apropriado, estruturado,
com materiais específicos, que tenha bancadas, pias, armários, suportes. Um espaço
para ser produtivo, dinâmico, para trabalhar com a arte na educação, possibilitando a
criatividade, desenvolvendo as estruturas mentais, propiciando as relações humanas,
favorecendo a integração das diversidades e da cultura existente. As aulas são dadas
na sala de aula, com mesas e cadeiras atrapalhando o espaço, os materiais se
resumem em papél , lápis de cor, lápis de cera, cola, alguns materiais recicláveis.
Como afirma Barbosa (2005, p. 40):
Através das artes é possível desenvolver a percepção e a imaginação,
aprender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade
crítica, permitindo analisar a realidade percebida e desenvolver a
criatividade de maneira a mudar a realidade.
Um atelier, tornará possível oferecer as crianças melhores materiais artísticos,
explorando o potencial das artes e suas contribuições de desenvolvimento,
sensibilidade, criatividade, transformação, restaurando o equilíbrio emocional, auto –
estima e a socialização.

08
È preciso valorizar a necessidade da criação de um espaço físico estruturado
nas escolas para trabalhar a arte, promovendo a socialização.
Tomando como problema de investigação para a monografia em questão : Qual
a necessidade da construção de um atelier de artes visuais promovendo a
socialização da educação?

1.2- QUESTÕES NORTEADORAS

Principais inquietações são:


 Que arte é dada nas escolas brasileiras?
 Qual a importância das artes visuais como socializadora na educação?
 Qual é a estrutura física existente?

1.3 - OBJETIVOS
1.3.1 OBJETIVO GERAL:
Analisar a necessidade de um espaço apropriado para as artes visuais e os
benefícios proporcionados por ela na formação das crianças sendo um meio
socializador da educação.

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:


 Identificar e analisar as diferentes concepções teóricas acerca das artes na
educação.
 Identificar a qualidade do ensino das artes que é oferecida nas escolas.
 Identificar e analisar as contribuições emocionais, cognitivas das artes no meio
educacional.
 Contribuir para a reflexão de educadores sobre a necessidade de um atelier de
artes visuais nas escolas, favorecendo o desenvolvimento da criança.

09
1.4 - JUSTIFICATIVA

A arte na educação é um grande agente transformador, valoriza e desenvolve


a realização pessoal, satisfação de si mesmo e dos outros, o prazer, o equilíbrio, a
alegria, a paz, a compreensão, a confiança, a reciprocidade, a identificação com o
outro e comunhão com o semelhante e com o universo, levando o ser humano a
construir um mundo melhor, mais humano, civilizado, contribuindo para a formação
integral do ser humano, diminuindo assim, a violência e a tudo o que destrói o homem.
Nas expressões artísticas da criança são externizados os sentimentos, as
emoções, os conflitos, as expectativas ,os anseios e dificuldades, propiciando a
criança a possibilidade de conhecer suas limitações, explorar suas potencialidades,
favorecendo uma transformação. Essa interação com o meio e ao mesmo tempo com
o outro ocasiona experiências significativas no desenvolvimento afetivo, cognitivo,
psíquico e de socialização .
É no fazer artístico e no contato com os objetos de arte que parte significativa
do conhecimento em artes visuais acontece. As escolas devem facilitar para as
crianças a manipulação de diferentes objetos e materiais, explorando suas
características, propriedades e possibilidades de manuseio para entrar em contato
com formas diversas de expressão artística.
A construção de um atelier de arte, favorece a uma vasta experiencia com as
artes, oportunizando um contato com diversos materiais, favorecendo o
desenvolvimento da sensibilidade, percepção, criatividade, auto-estima e
concentração.
Através da pintura, modelagem, escultura, colagem, fotografia, trabalhos com
papel, madeira, argila, tela, tecidos, e outros, a criança no processo de criação,
transforma sua obra imaginada em realidade, podendo ser divulgada através de
exposições promovidas pela escola, ela fala sobre sua criação, se integra, aprende a
respeitar as diferenças sociais e raciais.
A criança possui suas próprias interpretações sobre o fazer artístico a partir de
suas experiências vivida ao longo da vida, como, sonhos, fantasias, situações que a
deixa feliz ou triste. Ela explora, sente, age e reflete, trabalha suas emoções,
dificuldades, conflitos e a sua personalidade, construindo novas significações.
10
1.5 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia utilizada foi a pesquisa científica bibliográfica, para ilustrar o


tema “a criação de um atelier de artes visuais e a socialização da educação”, através
de textos e trabalhos. Para o embasamento teórico, foi utilizado como fontes de
pesquisa os autores Ana mae Barbosa, Maria Luiza Fragoso , Maria Heloísa Corrêa
de Toledo Ferraz, Maria Felisminda de Rezende e Fusari, Ernst Fischer, Marylda
Bessa.
Para o desenvolvimento dessa monografia tomando os seguintes tópicos de
estudo:
1- A qualidade do ensino das artes oferecida nas escolas e necessidade da
criação de um espaço apropriado.
Contribuições teóricas de Maria Heloísa C. de Toledo Ferraz, Maria Luiza
Fragoso, Maria F. de Resende e Fusari
2- A importância das artes na construção do individuo
Promovendo a auto-estima, criatividade, percepção, sensibilidade e,
concentração, socialização.
Contribuições Teóricas de Ernst Fisher, Mahylda Bessa e Ana Mae
Barbosa.
Para coleta de dados foi realizado como instrumento um questionário com
perguntas abertas, na perspectiva quantitativo, contendo 11 perguntas. O mesmo foi
respondido por 04 profissionais da área da educação, sendo 01 diretor e 03
professores de artes. Sendo um diretor do ensino privado, o outro do ensino público,
três professores de artes do ensino público.
Segundo Ramos (2003, p.34):
As perguntas abertas permitem ao informante dar respostas
livremente, proporcionando obtenção de respostas com mais detalhes,
oferecendo ao pesquisador, aprofundamento sobre a pesquisa, no
entanto, dificulta a quantificação.
As questões permitem coletar informações referente ao tema estudado, “A
criação de um atelier de artes visuais e a socialização da educação”, sendo assim, o
pesquisador pretende através do mesmo trazer contribuições significativas para o
enriquecimento desta pesquisa.
11
2.O ENSINO DAS ARTES NO BRASIL

No Brasil, o ensino de arte passou por inúmeros contextos do processo


educacional nacional, a partir do século 19, muito devido à influência artística da
escola francesa. Movimentos artísticos e culturais que foram se desdobrando ao longo
dos anos da história estiveram ligados ao surgimento das práticas educativas em arte,
no qual destacamos a criação da Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro em 1816 e,
consequentemente, da Missão Francesa, nesse mesmo período, influenciando a arte
brasileira acadêmica dessa época (DICIONÁRIO DAS ARTES PLÁSTICAS NO
BRASIL, 1969).
A arte como atividade extracurricular teve as primeiras iniciativas na década de
30 em São Paulo, onde foi criada a Escola Brasileira de Arte. As crianças e
adolescentes podiam estudar arte, nos cursos gratuitos de música, desenho e pintura,
segundo relata Barbosa (1978).
Com relação à escola nova, conhecida também como Pedagogia Nova, surgida
nos anos de 1930 no Brasil, o seu principal foco para o ensino de arte era a expressão
livre em todas as atividades do aluno, visto como ser criativo, implicando, assim, que
o “fazer” estaria diretamente relacionado à aprendizagem do aluno (FERRAZ;
FUSARI, 2010).
Barbosa (2002) relata o afastamento do grupo da Escola Nova da liderança
educacional, face à ditadura de Getúlio Vargas e a redução do interesse pela arte-
educação. A autora comenta ainda que o estado político ditatorial de 1937 a 1945
solidificou alguns procedimentos, como o desenho geométrico, na escola secundária;
e na escola primária, o desenho pedagógico e as estampas usadas para aulas de
composição em língua portuguesa. No período de redemocratização, foram
recuperados alguns princípios do movimento da Escola Nova, quando houve uma
supervalorização da arte como livre-expressão, da arte para liberar a emoção e na
aceitação da arte na educação.
Barbosa (2002) comenta sobre a organização de classes experimentais
sancionadas pela lei de Diretrizes e Bases de 1961. Segundo a autora, no fim do ano
de 1969 começaram a ter lugar algumas experiências no sentido de relacionar os
projetos de arte de classes de crianças e adolescentes com o desenvolvimento dos
processos mentais envolvidos na criatividade.
12
Outra tendência relacionada ao ensino de arte é a tecnicista. Presente no Brasil
a partir dos anos de 1970, o seu principal objetivo para o ensino de arte era organizar
um sistema técnico de aula, com a utilização de recursos audiovisuais, bastante
pontuada na época, devido ao país estar passando por uma fase de “modernização
na educação” (FERRAZ; FUSARI, 2010).
Sobre a reforma educacional de 1971(LDB 5692, de 1971), a arte passou a ser
uma disciplina obrigatória de educação de primeiro grau e no currículo de alguns
programas ao segundo grau. No entanto a disciplina educação artística deveria
contemplar o ensino de todas as linguagens artísticas, num sistema de polivalência.
Em 1973 foram criados cursos de licenciatura em educação artística, de dois anos de
duração, para formar professores polivalentes.
No que diz respeito a uma proposta de ensino da arte no Brasil, tem-se na
pesquisadora Ana Mae Barbosa (1988; 1998; 1991; 2002) uma proposta inédita
sistematizada no final da década de 1980, a Proposta Triangular, colocada em prática
no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no período de 1987
a 1993. Segundo essa teórica, um currículo que atendesse as reais necessidades de
aprendizagem e conhecimento em arte deveria relacionar o fazer arte
(criação/produção), a análise ou decodificação (leitura de imagens/apreciação) da
obra de arte e contexto ou informação (História da Arte/contextualização).
[...] estaria se organizando de maneira que a criança, suas
necessidades, seus interesses e seu desenvolvimento estariam sendo
respeitados e, ao mesmo tempo, estaria sendo respeitada a matéria a
ser aprendida, seus valores, sua estrutura e sua contribuição
específica para a cultura. (BARBOSA, 1991, p. 35).
Surgem profissionais da área preocupados com a própria prática pedagógica,
com o isolamento da arte no contexto educacional e começam a debater sobre a
necessidade de uma política educacional para o ensino da arte, além de fazerem
reflexões sobre a formação profissional da arte-educador.
Com o ensino de arte sendo obrigatório na educação básica, por meio da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394/96, se propôs uma renovação
teórico-metodológica desse ensino, mas pautada, principalmente, nas experiências e
contribuições da Abordagem Triangular, da professora e pesquisadora em
Arte/Educação Ana Mae Barbosa, consolidando-se como principal tendência voltada
13
para o ensino de arte oferecido nas escolas brasileiras. Essa nova concepção de
ensino de arte ocorrida durante os anos de 1990 fez com que essa área do
conhecimento obtivesse seu reconhecimento e importância efetiva enquanto
disciplina obrigatória no currículo das escolas brasileiras com a criação dos
Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997 e 1998.
No início desse século, o ensino de arte vem se caracterizando como um ensino
multi e interculturalista, devido aos estudos sobre a diversidade e cultura visual
surgidos nos últimos anos (DAL‟MASO, 2011), influenciando teórica e
metodologicamente a Abordagem Triangular, ou seja, “o compromisso com a
diversidade cultural é enfatizado pela arte-educação Pós-moderna” (BARBOSA, 2002,
p. 19). Completando esse pensamento, Ana Mae Barbosa nos diz que,
[...] a educação cultural que se pretende com a Proposta Triangular é
uma educação crítica do conhecimento construído pelo próprio aluno,
com a mediação do professor, acerca do mundo visual. (BARBOSA,
1998, p. 40).
Embora a arte tenha sido considerada obrigatória na Educação Básica, ainda
existe muita resistência advindo de outros componentes curriculares os quais
consideram as artes como um suporte para os demais aprendizados, e não como um
saber com conteúdo próprio e objetivo definido.
Alguns alunos que tem conceitos distorcidos sobre o ensino das artes, tratam
como se fosse um momento de lazer e de recreação, e alguns professores de artes
que, às vezes, por despreparo recorrem ao tecnicismo ou à auto-expressão, fazem
parte da realidade deste componente curricular.
A arte tem sido colocado muitas vezes como um meio e não como um fim em
si, sendo normalmente relegado ao segundo plano em importância nas instituições
públicas de ensino.
Desta forma, é comum coordenadores, professores, e consequentemente o
aluno, verem as artes como uma disciplina informal, aonde fazem desenhos e ilustram
acontecimentos, ou se fazem presentes para datas especiais. Sem, no entanto,
entender que a arte é uma didática que vai, além disso.

14
3. CONTRIBUIÇÕES DAS ARTES NA EDUCAÇÃO
A arte contribui na construção da identidade do ser humano, quando se refere
aos anseios, sonhos, questionamentos, capacidade criadora e busca incessante pelo
conhecimento, tornando assim indispensável à formação humana.
Cada estudante compreenderá a Arte de maneira diferente, sendo que, as
experiências e vivências são únicas, a cada momento o indivíduo absorve novas
informações e um conhecimento é construído ou aprimorado, favorecendo o
desenvolvimento da criatividade. Sendo assim, o Ensino de Arte na educação deve
considerar a bagagem de cada sujeito que traz consigo para dentro da sala de aula e
a utiliza como parte do processo.
A interpretação dos conteúdos nas aulas de Arte contribui para se pensar e
repensar nossa maneira de viver e conviver. A aula de Arte é uma fonte geradora de
descobertas existenciais de inúmeros aprendizados.
A Arte educa como desencadeadora de autoconhecimento, influenciando
conscientemente e inconscientemente a maneira de sentir e pensar, logo, de
racionalizar sobre caminhos na própria vida. Tal processo é uma das etapas
importantes para a autonomia imprescindível na formação de um ser humano inserido
enquanto parte de uma sociedade, enquanto parte de âmbitos coletivos e sociais que
se relacionam a todo tempo com a sua individualidade.
Barbosa (2006), afirma que:
Na construção da Arte utilizamos todos os processos mentais
envolvidos na cognição. Existem pesquisas que apontam que a Arte
desenvolve a capacidade cognitiva da criança e do adolescente de
maneira que ele possa ser melhor aluno em
outras disciplinas.
O ensino da Arte como campo de conhecimento, lida constantemente
informações. Essas informações precisam ser mediadas pelo educador para a
construção de conhecimento. O educando deve ser estimulado, para investigar suas
próprias informações, desenvolvendo assim capacidades cognitivas, através de
experiências significativas. Sobre isso, o ensino da Arte, tem um papel importante na
formação dos educandos, como ampliar a percepção de realidade do mundo,
aprimorar o senso crítico-reflexivo e aguçar a consciência cultural.

15
Pensar na Arte e sua prática em vários ambientes e épocas e principalmente
dentro da escola ao longo dos tempos é imaginar o quanto essa área de conhecimento
é capaz de revolucionar, mudando para sempre o caminho de um ser humano.
Experienciar a Arte na sala de aula, é fazer com que se possa perceber os
mundos diversos ao nosso redor. Um processo contínuo de conhecimento e
reconhecimento de si mesmo e da própria trajetória humana nas inúmeras formas
sociais e políticas que a compuseram e que a compõem. Um processo contínuo de
percepção de transformações culturais, sempre em constante movimento.
Para que o aluno possa ter condições de julgar, qualificar as imagens vistas no
seu dia-a-dia é necessário conhecer a arte expressa através das diferentes
linguagens, como desenho, pintura, gravura, arquitetura, escultura, fotografia e
cinema. “Educar o nosso modo de ver e observar para transformar e ter consciência
da nossa participação no meio ambiente.” (FUSARI; FERRAZ, 2001, p.78).
Conhecer as artes Visuais é saber produzir e refletir estética e artisticamente
sobre as imagens visuais, o que implica num envolvimento cognitivo, perceptível e
sensível com as formas dessas imagens.
No ensino de Artes visuais, pode-se trabalhar em conjunto com outras áreas
do conhecimento, através de projetos, questionando situações em que os alunos
tenham a oportunidade de perceber a multiplicidade de pensamentos, ações, atitudes,
valores e princípios relacionados com os temas transversais ( Ética, Meio ambiente,
Pluralidade cultural, Trabalho e consumo, Saúde, Educação sexual) previstos pelos
Parâmetros Curriculares Nacionais.
Devido a maioria das escolas apenas disponibilizarem papel, lápis de cor, lápis
de cera aos alunos, estes materiais não são suficientes para proporcionar uma maior
criatividade, limitando o potencial da criança.
Barbosa (2008, p. 29) afirma que:
Nas salas, professores sobrevivem com o que têm e podem fazer,
enfrentando a ausência de condições mínimas que lhes dariam prazer
e engajamento para realizar sua parte na formação educacional dos
alunos e, neste caso, na sua formação cultural e artística.
As artes visuais, possibilitam o exercício da criatividade e da expressão, mas,
para que sejam concretizados com êxito, os envolvidos (coordenação, professor e
aluno) precisam empenhar-se no processo de ensino-aprendizagem das tarefas
16
escolares, pois, não adianta dar tanta importância para a disciplina de artes visuais na
teoria, se na prática não acontece com o mesmo entusiasmo.
Fusari e Ferraz (1999, p. 67) afirmam que:
A arte, enquanto processo criador é o elo que faz o ser humano ligar-
se à vida e com um espaço especifico para trabalhar as atividades
artísticas, o grupo poderá ter maiores possibilidades de atingir os
objetivos, já que a criança vai fazer suas produções artísticas e
descobrir a alegria da criação de arte quando o ambiente ou as
pessoas souberem motivá-la.
O aluno trabalhando artes em um ambiente apropriado, atendendo as
necessidades específicas das atividades desenvolvidas, entrará em contato com a
maior diversificação de materiais, suportes, técnicas e situações desafiadoras. A
criação deste espaço, trará benefício e servirá de motivação a alunos e professores.
Através da pintura, modelagem, escultura, colagem, fotografia, trabalhos com papel,
madeira, argila, tela, tecidos, e outros, a criança cria e transforma sua obra imaginada
em realidade, com isso, a criança fala sobre sua criação, se integra, aprende a
respeitar as diferenças sociais, raciais e se socializa.
Um atelier de artes é um espaço ideal para que tenha interação, estímulos,
desinibição, apoio, dicas, soluções de dúvidas e dificuldades, buscas por alternativas
apropriadas, fazendo do momento de aprendizagem, algo descontraído e significativo.
Barbosa, (2008, p. 50) afirma que:
No trabalho coletivo, seja de formigas ou de homens e mulheres, há
tarefase desafios diferentes para cada um no lugar que ocupam na
rede emaranhada das relações humanas. Dentre eles, lugar de
aprendiz e lugar de mestre. Em cada lugar tarefas distintas, embora
ao mestre além de ensinar caiba também a tarefa de estar sempre
aprendendo. O olhar curioso e as perguntas singulares do aprendiz
que aprende tambémensinam o mestre.
A construção de um atelier tem como proposta proporcionar trabalhos
desenvolvidos através de esculturas, pinturas em madeiras, pinturas em quadros,
pinturas em tecidos, fotografias, desenhos, trabalhar com argila, carvão, caneta, lápis,
tintas guache, nanquim, acrílica, a óleo, etc. Através de projetos, os trabalhos
desenvolvidos com o aluno favorecem o desenvolvimento, oportunizando vivenciar
diferentes linguagens em sua formação educacional, com propostas mais ricas e
17
estimuladoras, atendendo as necessidades da criança. Nestes projetos poderá ser
trabalhado atividades coletivas e cooperativas permitindo ao aluno vivenciar múltiplas
relações afirmando sua auto estima através de variadas experiências.
Existem várias possibilidades de trabalhar com as artes no ambiente escolar,
como exemplos: - através de uma exposição de obras (quadros, esculturas e outros)
criadas pelos alunos, aberta ao público, onde, promoveria a auto-estima, o
crescimento e socialização; - exposição de bonecos feitos de papel machê ou argila,
onde, o tema poderia ser “o meu melhor amigo”, trabalhando com valores de afeto,
respeito, diversidade e amizade; - a realização de um jornal bimestral, através do
mesmo poderá abarcar vários temas, como datas festivas, assuntos como, a fome, a
pobreza, multiculturalismo; as fotografias e os desenhos, com os alunos participando
na execução, onde, uns tirariam as fotos, outros promoveriam os textos, outros
ficariam responsáveis pelos temas, proporcionando assim interatividade, respeito,
afetividade, honestidade, solidariedade e responsabilidade.

18
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A arte favorece ao ser humano a percepção e a condição de buscar uma


harmonia da relação entre ele e a vida com o mundo em que é inserido, propiciando
resoluções de conflitos pessoais da personalidade e de relacionamento, promovendo
uma sociedade mais sadia. Tendo um importante papel no processo de educação, por
incorporar sentidos, valores, expressão, movimento, linguagem e conhecimento de
mundo em seu aprendizado.
Para promover a arte na totalidade é necessário a criação de um espaço físico
apropriado com materiais específicos, para possibilitar esse desenvolvimento.
Partindo do tema estudado, “A criação de um atelier de artes visuais e a
socialização da educação”, para a realização desta pesquisa, foi coletado dados
tendo como instrumento um questionário com perguntas abertas, na perspectiva
quantitativa.
A pesquisadora apresentou-se à direção das Instituições, explicou sobre a
pesquisa, seus objetivos e solicitou que respondessem a um questionário contendo
11 perguntas. O mesmo foi respondido por 04 profissionais da área da educação,
sendo 01 diretor e 03 professores de artes. Sendo, o diretor da escola Centro
Educacional Vivendo e Aprendendo, no município de Maricá- RJ, do ensino privado,
da educação infantil ao 9º ano do ensino fundamental, Jorge Leonardo Santanna, 38
anos, graduado em pedagogia; a primeira professora de arte da Escola Municipal
Dirce Marinho, no Município de Maricá-RJ, da educação infantil ao ensino
fundamental, Anna Vine, 43 anos, graduada em Licenciatura Plena em Educação
Artística; a segunda professora de artes visuais da Escola Euclydes Paulo da Silva,
no município de Maricá-RJ, do ensino público, do ensino fundamental ao ensino
médio, Rita de Cássia Santos Peixoto, graduada em Licenciatura Plena em Educação
Artística com habilitação em música e Bacharel em Ciências Sociais; a terceira
professora, do ensino fundamental do SEEDUC-RJ e SME-RJ, Adriana Pio Quintans,
43 anos, graduada em Desenho Industrial e Pedagogia.

19
A primeira questão interroga dos entrevistados, qual a importância da Arte na
vida de um ser humano.
Barbosa (1991), diz:
Arte não é apenas básico, mas fundamental na educação de um país
que se desenvolve. Arte não é enfeite. Arte é cognição, é profissão, é
uma forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade,
o imaginário, e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor
trabalho do ser humano. (p.4) 26
- Jorge Leonardo respondeu: Acredito que tudo seja bem mais fácil e eficaz a
partir da introdução da arte! Dinamismo, encenação, o poder do convencimento,
humanização e o bem do fazer acontecer no concreto!
- Ana respondeu: Quanto a importância das artes visuais em qualquer
sociedade, ela faz parte de uma expressão anterior ao coletivo e ao mesmo tempo
uma ferramenta de elo profundo entre os homens, mesmo quando divergente das
crenças ou costumes vigentes. É algo que melhora a vida, uma experiência única de
auto descoberta e exercício de contemplação do mundo exterior, um olhar profundo.
- Rita respondeu: Qualquer manifestação de artes é imprescindível na vida do
ser humano: o fazer, o criar, o observar, o criticar, etc.
- Adriana respondeu : Desde que nascemos estamos cercados de Arte, seja na
decoração do quarto dos bebês, nas cores dos brinquedos, nas músicas que embalam
o sono, assim como em livros de histórias infantis. Nós nascemos instintivamente
emotivos, isto é, reagimos emocionalmente ao mundo que nos cerca, mas nossas
emoções surgem de forma bruta. Elas precisam ser conhecidas, lapidadas e
cultivadas. A expressão artística oferece oportunidade para isso, desenvolvendo, além
da inteligência, a personalidade, o temperamento e o caráter. Logo, o estímulo à
prática artística desde a infância estimula a imaginação e a criatividade, além de
despertar vocações que podem se desenvolver em direção às áreas de criação e
expressão.
Todos os entrevistados acima descreveram o quanto as artes é necessária na
vida de um ser humano. A arte favorece ao ser humano a percepção e a condição de
buscar uma harmonia da relação entre ele e a vida com o mundo em que é inserido,
propiciando resoluções de conflitos pessoais da personalidade e de
relacionamento,promovendo uma sociedade mais sadia.
20
Como afirma Barbosa (2005, p. 40):
Através das artes é possível desenvolver a percepção e a imaginação,
aprender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade
crítica, permitindo analisar a realidade percebida e desenvolver a
criatividade de maneira a mudar a realidade.
A segunda questão interroga dos entrevistados, quando falamos em
socialização, qual a contribuição das artes neste contexto.
- Jorge respondeu: Como já havia mencionado acima, uns dos maiores
benefícios é o poder fazer no concreto, através da arte!
- Ana respondeu: Na minha experiência, fica claro que a possibilidade da arte
como auto aceitação e como instrumento de descobrimento e empatia com o outro só
ajuda na socialização.
- Rita respondeu: Nenhuma mudança social, ou acontecimento social acontece
sem que não interfira no modo de pensar artístico. Os grandes movimentos artístico
podem ser explicado por grandes transformações sociais.
- Adriana respondeu: Através de produções artísticas coletivas, por exemplo,
podemos desenvolver a interação social, reconhecendo e aprendendo a apreciar
semelhanças e diferenças, desenvolvendo senso crítico e respeitando as
diversidades. Além disso, a Arte pode contribuir para a construção da identidade de
cada um, uma vez que pode ser trabalhada de modo a desenvolver a afetividade, o
emocional e cognitivo do indivíduo.
Conforme o respondido por todos acima, fica claro a socialização que as artes
proporciona. O educando através da arte se relaciona com o meio social de forma
mais prazerosa, facilitando a sua integração na sociedade, tendo como experiência
recriar a realidade, transformando-a, promovendo o sentimento de mudança, e com
isso, crianças e adolescentes se afastam das ruas. Por ter esta função transformadora
acaba fazendo um resgate social, sendo utilizada em vários projetos restaurando o
equilíbrio emocional, a auto-estima e a socialização.
Segundo Barbosa (1998): “A arte contribui muito para desenvolver o sentido de
cidadania, atentar para a diversidade cultural e para começar a respeitar as diferenças
entre grupos culturais”.

21
A terceira questão interroga dos entrevistados, o que eles acham do conteúdo
dado para as crianças na disciplina de artes nas escolas.
-Jorge respondeu: Alguns livros conteudistas apenas, é necessário fazer com
o que o aluno trabalhe outros valores e não somente o aprendizado do conteúdo.
-Ana respondeu: O ensino de artes é muito desigual e pouco focado na
formação do olhar contemplativo e crítico. Alguns alunos conhecem a artista Tarsila
do Amaral, mas essa informação fica como dado e não se aprofunda a relação entre
artista-obra e sociedade.
-Rita respondeu: Nas escolas estaduais, com certeza foi formulado por
burocratas, que nunca tiveram numa sala de aula de um colégio público.
-Adriana respondeu: Não procura trabalhar criação, apreciação, senso crítico e
a ampliação da visão de mundo.
Podemos considerar que os professores acima possuem a mesma opnião, a
qualidade das artes na educação deixa a desejar. A criança precisa vivenciar
situações que estimulem e despertem ainda mais a sua curiosidade, para que possa
revelar as suas características, externar as suas dificuldades, os seus sentimentos e
os seus talentos e as expressões próprias, sendo assim, é necessário um ambiente
que propicie uma aula com qualidade que contribua para o desenvolvimento integral
da compreensão do mundo.
De acordo com Barbosa (2013):
A ditadura deixou marcas no ensino das artes nas escolas.
Principalmente no ensino primário, essa disciplina foi dominada pela
sugestão de temas e por desenhos alusivos a comemorações cívicas,
religiosas e outras festas. Nas escolas sem orientação de um
especialista, os professores continuam repetindo aqueles modelos
horrorosos em xerox. São coelhinhos da Páscoa, índios que fazem
alusão ao Dia do Índio, imagens de péssima qualidade estética. Além
disso, no final da década de 90, houve um esforço contínuo do
Ministério da Educação para retirar a disciplina da grade curricular,
sem sucesso. E as escolas não cumprem o que diz a lei. A lei diz que
arte é obrigatória em todo ensino básico. Mas, em muitas escolas, a
arte aparece somente em alguns anos, pois os diretores alegam que
não está especificado na lei que o ensino é obrigatório para todas as
séries.
22
A quarta questão interroga dos entrevistados, se eles consideram a disciplina
de Artes importante para a formação do aluno e para a área educacional.
-Jorge respondeu: Sim, muito importante, a arte faz com que o aluno se
expresse e se torne mais dinâmico de uma forma mais lúdica.
-Ana respondeu: Claro! A arte na escola é expressão e cultura . A arte também
favorece o desenvolvimento cognitivo da criança e do adolescente, propiciando desta
maneira que ele possa ser melhor aluno em outras disciplinas.
-Rita respondeu: A importância das artes é igual a qualquer outra disciplina.
-Adriana respondeu: Sim, inclusive para o adolescente, pois ele necessita da
arte para expressar os seus conflitos, para descobrir quem ele é, e nesta relação do
que ele absorve do mundo e da sua reflexão, ele se torna mais feliz.
Mediante as respostas acima, todos os entrevistados relatam que a arte é
necessária como disciplina na área educacional. Vislumbra-se, hoje, com maior
clareza o papel das artes na educação como fator de sensibilização, veículo de prazer
e de formação, potencializando canais de expressão e de produção do conhecimento
mediante suas múltiplas linguagens, bem como do despertar das vocações
identificadas com as práticas e valores específicos.
De acordo com Fischer (1983,p.20): “A arte é necessária para que o homem se
torne capaz de conhecer e mudar o mundo. Mas a arte também é necessária em
virtude da magia que lhe é inerente.”
Segundo FISCHER (1973, p. 13), ―a arte é o meio indispensável para essa
união do indivíduo como o todo; reflete a infinita capacidade humana para a
associação, para a circulação de experiências e idéias.
A quinta questão interroga dos entrevistados, quais as principais dificuldades
encontradas para ministrar a disciplina de Artes.
-Jorge respondeu: Nem todas as escola possuem um espaço próprio para a
disciplina ser ministrada e no qual acaba caindo na rotina de uma outra disciplina
qualquer no qual o aluno não vê a diferença e o verdadeiro objetivo não consegue ser
trabalhado!
-Ana respondeu: A dificuladade maior é a desvalorização do ensino, do contato
e do tempo disponível que se dedica a isso, e claro o aspecto de luxo ou
superficialidade que ainda ofusca o que a arte representa dentro do aspecto humano
e do sublime.
23
-Rita respondeu: Quantidade enorme de alunos, falta de material, falta de
espaço adequado.
-Adriana respondeu: Falta de material, de um lugar específico para se trabalhar
com vários materiais e estímulos a criatividade, além da falta de compromisso da
maioria dos alunos com esta disciplina.
Há uma concordância nas respostas dadas, os entrevistados consideram que
as dificuldades encontradas estão na falta de material, em um ambiente apropriado, e
desvalorização do ensino. A arte tem um papel importante no processo de educação
da criança por incorporar sentidos, valores, expressão, movimento, linguagem e
conhecimento de mundo em seu aprendizado, para promover a arte na totalidade com
qualidade é necessário a criação de um espaço físico apropriado com materiais
específicos, e a valorização da disciplina de artes.
O professor de arte na escola, às vezes, corre o risco de estar
trabalhando como arte, não a arte do mundo real, mas a arte, uma
equivalência chamada arte escolar. Acho que em toda área tem isso,
a estereotipia da sementinha, vamos lá na dança; as estereotipias de
colar macarrão em papel e etc., isso para mim é arte escolar, é a que
só existe na escola, não existe no mundo profissional. Então acho que
[se] aproximar do mundo profissional das artes vai trazer a dimensão
mais aproximada do humano nas artes, (BARBOSA, 1998)
A sexta questão interroga dos entrevistados, quais os benefícios que o ensino
de Artes proporciona na vida educacional do aluno.
-Jorge respondeu: A troca de experiência de uma forma mais dinâmica.
-Ana respondeu: A criação de um novo olhar e sentir, uma ferramenta própria
que cada um aprimora, direciona e utiliza de forma individual e formativa.
-Rita respondeu: Quase que terapêutica, desenvolve a coordenação geral,
elabora pensamentos e questionamentos, estimula a criatividade, e engrandece a
auto estiima.
-Adriana respondeu: Estímulo à criatividade e a imaginação, ampliação da
visão de mundo e pode despertar vocações que podem se desenvolver em direção às
áreas de criação e expressão.

24
Os entrevistados consideram que a arte proporciona enúmeros benefícios. Nas
expressões artísticas da criança são externizados os sentimentos, as emoções, os
conflitos, as expectativas, os anseios e dificuldades, propiciando a criança a possibilidade
de conhecer suas limitações, explorar suas potencialidades, favorecendo uma
transformação. Essa interação com o meio e ao mesmo tempo com o outro ocasiona
experiências significativas no desenvolvimento afetivo, cognitivo, psíquico e de socialização.
De acordo com Bessa (1972, p. 13):
Quando a criança pinta, desenha, modela ou constrói regularmente, a
evolução se acelera. Ela pode atingir um grau de maturidade de
expressão que ultrapassa a medida comum. Por outro lado, a criação
artística traz a marca de uma individualidade, provoca libertação de
tensões e energias, instaura uma disciplina formativa, interna de
pensamento e de ação que favorece a manutenção do equilíbrio tão
necessário para que a aprendizagem se processe sem entraves, e a
integração social sem dificuldades.
A sétima questão interroga dos entrevistados, como os alunos valorizam o
ensino de Artes.
-Jorge respondeu: Nem todos valorizam, até porque o método de ministrar as
aulas depende não só do docente e muitas das vezes da instituição.
-Ana respondeu: Eu acho que as artes visuais são tratadas de forma superficial
como algo que é inferior e não como instrumento de leitura do mundo, de certa forma
porque o curriculum escolar ainda é voltado para uma sociedade industrial pouco
criativa
-Rita respondeu: Não tenho grandes dificuldades neste aspecto, pois alguns
alunos costumam gostar e participar das aulas, como fazendo com que haja trocas e
sejam prezerosas.
-Adriana respondeu: A maioria encara o momento como lazer e entretenimento,
não dando o devido valor a mesma.
Nas respostas acima, Jorge, Ana e Adriana concordaram com o fato de que há
um certo desinteresse por parte dos alunos em função da ausência de estímulo e
estrutura tanto por parte da instituição quanto do docente. Rita, respondeu que não
possui dificuldades com seus alunos, pois se sentem motivados em suas aulas.

25
Alguns alunos que tem conceitos distorcidos sobre o ensino das artes, tratam
como se fosse um momento de lazer e de recreação, e alguns professores de artes
que, às vezes, por despreparo recorrem ao tecnicismo ou à auto-expressão, fazem
parte da realidade deste componente curricular. A arte tem sido colocado muitas vezes
como um meio e não como um fim em si, sendo normalmente relegado ao segundo
plano em importância nas instituições públicas de ensino.
Fusari e Ferraz (1999, p. 67) afirmam que:
A arte, enquanto processo criador é o elo que faz o ser humano ligar-
se à vida e com um espaço especifico para trabalhar as atividades
artísticas, o grupo poderá ter maiores possibilidades de atingir os
objetivos, já que a criança vai fazer suas produções artísticas e
descobrir a alegria da criação de arte quando o ambiente ou as
pessoas souberem motivá-la.
A oitava questão interroga dos entrevistados, se o ensino de Artes Visuais é visto
com inferioridade em relação às outras disciplinas.
-Jorge respondeu: Sim, é visto, é uma pena, pois é uma disciplina com muita
importância, que bem trabalhada desde a Educação Infantil transforma a vida de um
educando.
-Ana respondeu: Sim, existe uma divergência entre como a arte deve ser trabalhada
e como ela vem sendo trabalhada nas escolas, há uma desvalorização do ensino das artes
em nosso país, em consequencia disto os professores sofrem com falta de recurso, não
temos materias adequados, não há condições físicas, o espaço se limita a sala de aula.
-Rita respondeu: Acredito que com menos importância, porque num mundo
capitalista, o desenvolvimento do ser humano enquanto SER, não é devidamente
valorizado.
-Adriana respondeu: Sim, não é algo explícito, mas percebemos que outras
disciplinas tem mais visibilidade, não só em relação aos alunos, mas também dos órgãos
superiores que envolvem o campo educacional.
De acordo as respostas acima, podemos concluir que todos os entrevistados
possuem a mesma opnião. A arte é uma disciplina curricular tão importante quanto às
demais, sendo que, ainda hoje é concebida como uma disciplina de menor importancia e
não pode ser vista apenas como um passa tempo em nossas escolas, produção de
cartazes para datas comemorativas, murais para festas escolares, etc.
26
Embora a arte tenha sido considerada obrigatória na Educação Básica, ainda
existe muita resistência advindo de outros componentes curriculares os quais
consideram as artes como um suporte para os demais aprendizados, e não como um
saber com conteúdo próprio e objetivo definido.
A arte é tão importante que existe desde o tempo das cavernas. E
apesar de todos os embates contra a arte, apesar de a arte ser em
geral colocada como um dos últimos valores humanos - por que afinal
de contas, quando você tem uma crise econômica no país, a primeira
coisa que se corta é o dinheiro para a cultura, o dinheiro para a arte.
Na escola a mesma coisa. Quando há uma crise educacional, a
primeira disciplina que se corta é a arte. (BARBOSA, 1998).
A nona questão interroga dos entrevistados, o que poderia ser feito para
melhorar a qualidade do ensino de Artes na escola.
- Jorge respondeu: Uma lei que obrigasse as instituições a terem um atelier
para que o trabalho fosse desenvolvido de uma forma mais eficaz.
- Ana respondeu: A melhoria do ensino de Artes na escola deveria passar, por
uma concepção metodológica que enfatizasse o fazer arte, o aprendizado de técnicas
e o conhecer arte, por meio do contato direto dos estudantes com o universo da
produção artística e um ambiente apropriado com toda uma condição favorável no
ambiente escolar.
- Rita respondeu: Reduzir o número de alunos por turma, um ambiente
adequado, entre outros já citados.
- Adriana respondeu: A criação de um espaço específico e dedicado ao
desenvolvimento desta disciplina dentro das escolas.
Mediante as respostas acima, os estrevistados manisfestaram a necessidade
de um espaço apropriado para as aulas de artes, a valorização do ensino das artes e
em decorrencia disto uma melhoria na concepção metodológica do fazer arte e
conhecer arte.
As escolas devem proporcionar para as crianças a manipulação de diferentes
objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades de
manuseio para entrar em contato com formas diversas de expressão artística. A
construção de um atelier, favorecerá o desenvolvimento da sensibilidade, percepção,
criatividade, auto-estima e concentração.
27
Fusari e Ferraz (1999, p. 67) afirmam que:
A arte, enquanto processo criador é o elo que faz o ser humano ligar-se à
vida e com um espaço especifico para trabalhar as atividades artísticas, o
grupo poderá ter maiores possibilidades de atingir os objetivos, já que a
criança vai fazer suas produções artísticas e descobrir a alegria da criação
de arte quando o ambiente ou as pessoas souberem motivá-la.
A décima questão interroga dos entrevistados, quanto às metodologias, conteúdos,
materiais, técnicas, espaço físico, qual o ponto que você considera a principal deficiência
escolar.
- Jorge respondeu: O espaço físico, porque muita das vezes nem tinta podemos
usar em sala de aula para não sujar as carteiras!
- Ana respondeu: Acho que tudo, conteúdos, espaço físico, materias.
- Rita respondeu: Falta conteúdos.
- Adriana respondeu: O espaço físico e materiais.
Todos os entrevistados constataram que existem carências na discipllina de artes,
é necessário algumas mudanças, como a construção de uma espaço, materiais, os
conteúdos dados.
Devido a maioria das escolas apenas disponibilizarem papel, lápis de cor, lápis de
cera aos alunos, estes materiais não são suficientes para proporcionar uma maior
criatividade, limitando o potencial da criança.
Barbosa (2008, p. 29) afirma que:
Nas salas, professores sobrevivem com o que têm e podem fazer,
enfrentando a ausência de condições mínimas que lhes dariam prazer e
engajamento para realizar sua parte na formação educacional dos alunos
e, neste caso, na sua formação cultural e artística.
A décima primeira questão interroga dos entrevistados, se tivessemos um espaço
físico apropriado para trabalhar com artes, como um atelier.
- Jorge respondeu: A coisa fluiria até com mais empolgação.
- Ana respondeu: Um espaço físico como um atelier, sem dúvida, iria atender à
demanda dos estudantes pelo aprendizado prático e pela experimentação criativa, com
uma aparelhagem adequada – DVD, videos sobre arte, etc - somada a uma boa conexão
à internet para acesso às informações disponíveis na rede também fariam muita diferença
na dinamização e interesse pelas aulas.
28
-Rita respondeu: Seria muito bom.
-Adriana respondeu: Como mencionado em respostas anteriores, acredito que
um espaço físico apropriado para a produção artística estimularia a criação e produção
dos alunos. O fato de sair de uma sala convencional e entrar em um universo
estimulante, com materiais, referências artísticas etc, sem dúvida complementaria
muito o trabalho desenvolvido pelo professor.
Sendo assim, a partir dos dados coletados, ficou evidente que todos os
entrevistados entendem a importância do uso de ateliê na escola, para que
desenvolvam a partir do espaço físico adaptado e equipado, suas atividades fazendo
uso de materiais artísticos diversificados, sendo que a escola carece de lugar e
materiais específicos para desenvolver a aula prática das artes visuais.
Nas escolas não há um atelier, um espaço físico apropriado, estruturado, com
materiais específicos, que tenha bancadas, pias, armários, suportes. Um espaço para
ser produtivo, dinâmico, para trabalhar com a arte na educação, possibilitando a
criatividade, desenvolvendo as estruturas mentais, propiciando as relações humanas,
favorecendo a integração das diversidades e da cultura existente. As aulas são dadas
na sala de aula, com mesas e cadeiras atrapalhando o espaço, os materiais se
resumem em papél , lápis de cor, lápis de cera, cola, alguns materiais recicláveis.
Fragoso (2010, p. 191), “a criação de ateliês [...] propicia às crianças e aos
jovens estudantes a possibilidade de expressarem-se num ambiente adequado, que
atenda ás necessidades especificas das atividades desenvolvidas.”
O ensino-aprendizagem na instituição escolar deve acontecer de forma
coletiva, pois, ao mesmo tempo em que se aprende se ensina, e quando se trata das
aulas práticas de artes visuais, o ateliê é o lugar ideal para que haja interação,
estímulos, desinibição, apoio, dicas, soluções de dúvidas e dificuldades, buscas por
alternativas apropriadas, fazendo do momento de aprendizagem, algo descontraído e
significativo.
Como afirma Barbosa (2005, p. 40):
Através das artes é possível desenvolver a percepção e a imaginação,
aprender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade
crítica, permitindo analisar a realidade percebida e desenvolver a
criatividade de maneira a mudar a realidade.

29
Um atelier, tornará possível oferecer as crianças melhores materiais artísticos,
explorando o potencial das artes e suas contribuições de desenvolvimento,
sensibilidade, criatividade, transformação, restaurando o equilíbrio emocional, auto -
estima e a socialização.

30
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho de conclusão de curso teve por finalidade abordar a necessidade


da construção de uma atelier de artes visuais, promovendo a socialização da
educação.
As artes na vida de um indivíduo, favorece a percepção e a condição de buscar
uma harmonia da relação entre ele e a vida com o mundo enm que é iserido,
propiciando resoluções de coflitos pessoais da personalidade e de relacionamento,
promovendo uma sociedade mais sadia.
Através da arte visual o educando se relaciona com o meio social de forma
mais prazerosa, facilitando a sua integração na sociedade, tendo como experiência
recriar a realidade, transformando-a, promovendo o sentimento de mundança, com
isso, crianças e adolescentes se afastam das ruas.
Por ter esta função transformadora acaba fazendo um resgate social. Por este
motivo tem sido utilizada em diversos projetos restaurando o equilíbrio emocional, a
auto-estima e a socialização trazendo a sensibilidade artística para o indivíduo,
abrindo caminhos para a reflexão.
A arte esta presente em todas as formas de comunicação e expressão, a
imagem é um dos meios mais utilizados e mais acessíveis que o homem encontrou
para expressar seus pensamentos, seja, razão ou emoção. Assim, estudar a arte é
buscar dar significado para as manifestações artísticas presentes no cotidiano ou na
cultura.
Numa sociedade onde as diferenças socio-economicas, a arte é um modo
altamente eficaz na na inclusão social. O indivíduo que exerce a atividade artística
desenvolve em conjunto a sensibilidade indispensável ao bem estar interior e exterior
do homem.
Devemos refletir que é importante e necessário a disciplina de Artes ter o
mesmo reconhecimento e relevância das demais disciplinas da educação escolar,
devido a contribuição que a mesma pode trazer para a formação artística, estética e
cultural do indivíduo, fomentando cidadãos críticos perante a realidade em que estão
inseridos e para a construção do conhecimento em arte.

31
As aulas são dadas na sala de aula, com mesas e cadeiras atrapalhando o
espaço, os materiais se resumem em papél, lápis de cor, lápis de cera, cola, alguns
materiais recicláveis.
È preciso valorizar a necessidade da criação de um atelier, um espaço físico
apropriado, estruturado, com materiais específicos, um espaço para ser produtivo,
dinâmico, para trabalhar com a arte na educação, possibilitando a criatividade,
desenvolvendo as estruturas mentais, propiciando as relações humanas, favorecendo
a integração das diversidades e da cultura existente.

32
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Ana Mae Tavares. Memória Roda Viva: Entrevista com Ana Mae
Tavares Barbosa. Disponível em: <http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/370/
entrevistados/anamaebarbosa1998.htm>.
Acessado em :14 dez. 2014 às 14:00.

BARBOSA, Ana Mae Tavares. Carta Maior: Entrevista com Ana Mae Tavares
Barbosa. Disponível em: <http://www.cartamaior.com.br/?/editoria/midia/entrevista-
%96-anamae barbosa/12/10517 >.
Acessado em: 17 jun. 2015 às 21:00.

BARBOSA, Ana Mae Tavares. Arte-ducação: leitura no subsolo.- 6ed. – São


Paulo:Cortez,2005.

BARBOSA, Ana Mae Tavares. Inquietação e mudanças no ensino da arte. – 4 ed.


– São Paulo: Cortez, 2008

BESSA, Mahylda. Artes plásticas entre as crianças. 3 ed. Rio de Janeiro: José
Olimpio, 1972

FERRAZ, Maria Heloísa Corrêa de Toledo. Metodologia do Ensino de Arte. Maria


F. de Rezende e Fusari. – São Paulo: Cortez, 1999.

FISHER, Ernst. A necessidade da arte.9.ed.tradução: Leandro Konder. Rio de


Janeiro: Zahar Editores, 1983.

FRAGOSO, Maria Luiza. Licenciatura em artes visuais: 2ºsemestre. Et al.]


;organizadora : Thérèse Hofmann Gatti – Brasília: UAB, UnB, 2010.

MARIA, Luzia de Drummond. Um olhar amoroso. Rio de Janeiro: Léo Christiano


Editorial, 2002.

33
OLIVEIRA, Ana Arlinda; SANTOS,Sônia Maria; ARAÚJO, Gustavo Cunha. Algumas
Considerações sobre a História do Ensino da Arte. Disponível em:
http://www.fecilcam.br/revista/index.php/educacaoelinguagens/article/view/625
Acessado em : 20 de maio 2015 as 11:38

RIBEIRO, Mariza Sousa. A importância e valorização da arte-educação nas


escolas públicas do Distrito Federal. Disponível em:http://bdm.unb.br/handle
/10483/7097
Acessado em: 20 maio. 2015 às 15:33

34
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PROFESSOR
Senhor(a) Professor(a), Este questionário é parte fundamental na pesquisa que estou
realizando para a composição do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de
Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estácio de Sá .
Pesquisadora: Maria Elisa Carvalho de Souza

Nome:
Qual a sua formação:
Qual o cargo que ocupa:

1 -Qual a importância da Arte na vida de um ser humano?


2- Quando falamos em socialização, qual a contribuição das artes neste contexto?
3- O que você acha do conteúdo dado para as crianças na disciplina de artes nas
escolas?
4- Você considera a disciplina de Artes importante para a formação do aluno e para a
área educacional?
5- Quais as principais dificuldades encontradas para ministrar a disciplina de Artes?
6- Quais os benefícios que o ensino de Artes proporciona na vida educacional do
aluno?
7-Como os alunos valorizam o ensino de Artes?
8– Em sua opinião o ensino de Artes Visuais é visto com inferioridade em relação às
outras disciplinas?
9-Em sua opinião o que poderia ser feito para melhorar a qualidade do ensino de Artes
na escola?
10-Quanto às metodologias, conteúdos, materiais, técnicas, espaço físico, qual o
ponto que você considera a principal deficiência escolar?
11-Se tivessemos um espaço físico apropriado para trabalhar com artes, como no
caso de um atelier ?

35

Você também pode gostar