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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos 1ᵒ Ano

Metodologia de Investigação Cientifica

A Postura Ética na Pesquisa: (Plágio como uma prática antiética e crime)

5º Grupo: Docente:

Benildo Armando Alifa Msc. Edmundo Francisco Xavier


Care Michael
Éden Pascoal Jorge
Frederico Joaquim
Lichinga, Julho de 2021
Índice

1. Introdução............................................................................................................................3

1.1. Objectivo geral.................................................................................................................3

1.2. Objectivos específicos......................................................................................................3

1.2. Metodologias....................................................................................................................3

2. A POSTURA ÉTICA NA PESQUISA (Plágio como uma prática antiética e crime)........4

2.1. Plágio................................................................................................................................4

2.2. Plagio como uma pratica antiética...................................................................................4

2.2.1. Condutas antiéticas na comunicação científica.............................................................5

2.2.2. Pilares da Ética na Pesquisa..........................................................................................6

2.2.3. Importância dos Comités de Ética.................................................................................6

2.2.4. Importância da ética em pesquisa..................................................................................7

2.2.5. O que fazer ou não fazer na ética em pesquisa.............................................................7

2.3. Plágio como uma prática criminal....................................................................................7

3. Conclusão............................................................................................................................8

4. Referências Bibliográfica..................................................................................................10
1. Introdução

A pesquisa científica é um dos instrumentos mais seguros de se manter informado e de gerar


conhecimento. A pesquisa é iniciada a partir de fontes de informação que possam trazer o
conteúdo desejado, seja em livros, teses, dissertações, monografias ou artigos científicos.
Com esse conteúdo pode-se chegar a conclusões, seguindo o padrão e o rigor científico, e
então determinado conhecimento pode se firmar no meio académico. No entanto, para
conseguir dar respaldo a esse conhecimento é crucial a reunião de informações colhidas em
fontes confiáveis, o planejamento do processo de pesquisa e principalmente, a observação e
respeito aos princípios éticos. A construção de uma pesquisa científica exige empenho,
dedicação, curiosidade e perseverança na busca por novos conhecimentos. Quando esses
elementos não entram em sintonia os resultados são pesquisas rasas, entretanto é de carácter
obrigatório por parte do pesquisador a ter essa moralidade para evitar casos de plágios.

1.1. Objectivo geral

 Conhecer a Postura Ética na Pesquisa


1.2. Objectivos específicos

 Compreender o Plágio como uma prática antiética e crime;


 Conhecer os aspectos mais importantes que norteiam na conduta ética de uma
pesquisa, na percepção dos pesquisados;
 Descrever os colapsos que o crime de plágio pode causar.

1.2. Metodologias

Para elaboração deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico que consistiu na consulta
de obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na descrição de
informações recolhidas nas diferentes obras onde cada autor está devidamente referenciado no
final do trabalho. Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se
do levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto
que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, material cartográfico, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o mesmo

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2. A POSTURA ÉTICA NA PESQUISA (Plágio como uma prática antiética
e crime)

2.1. Plágio

Plágio consiste na utilização de ideias ou formulações verbais, orais ou escritas de outrem sem
dar a elas o crédito devido, levando à percepção equivocada, por parte de quem lê, de que tais
ideias ou formulações sejam de sua própria autoria.

O trabalho académico deve sempre ser original, e o aproveitamento de


conteúdos de outras pesquisas deve ser devidamente contextualizado com uso
de referências, sob risco de se praticar o plágio, considerado um desvio de
conduta grave, passível de sanções editoriais, como a retratação de trabalhos
científicos já publicados, (Krokoscz, 2012)

Principais tipos de plágio (Krokoscz, 2012):

a) Plágio directo – Ocorre quando o redactor copia na íntegra um conteúdo de outro


autor, sem a devida referência à obra original.
b) Plágio indirecto  – Ocorre com o uso de paráfrases, ideia sistematizadas ou mesmo de
palavras-chave elaboradas por outros autores para os temas abordados, sem a devida
citação.
c) Plágio de fontes – Consiste do aproveitamento de conteúdo citado por um autor sem
que tenha havido consulta ao documento original.
d) Plágio consentido – Ocorre quando o autor acredita que determinado trabalho, por ele
citado, pertence a um autor, quando na verdade pertence a outro.
e) Auto-plágio – Consiste no reaproveitamento, parcial ou integral, de trabalhos de sua
autoria, sem a devida contextualização com o uso de citação (para mais detalhes ver
item Auto-plágio).

2.2. Plagio como uma pratica antiética


Ética refere-se à avaliação normativa das acções e do carácter de indivíduos e grupos sociais”.
A ética é a reflexão sobre a melhor forma de viver e conviver, ou seja, são princípios
universais que regem a sociedade.

De acordo Triola (1999) A postura ética é como se denomina o conjunto de valores que
norteiam a conduta das pessoas em um determinado período e em uma determinada
sociedade. Justamente por isso, esses valores não são estáticos ou universais.

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Embora as diferentes culturas adoptem critérios semelhantes, a interpretação e a prática desses
valores dificilmente é unânime, dando lugar a amplas discussões de tempos em tempos, e na
pesquisa a ética não foge aos parâmetros gerais, possuindo também os próprios pilares,
disputas e transgressões.

2.2.1. Condutas antiéticas na comunicação científica


No âmbito da comunicação científica, o plágio é considerado uma das mais graves condutas
antiéticas e está categorizado no mesmo patamar da fabricação e falsificação de dados,
informações, procedimentos e resultados.
Ele pode assumir diferentes formas e intensidades da cópia literal à paráfrase, sem a devida
citação do trabalho que as originou.
As demais práticas que evidenciam conduta antiética são apresentadas a seguir, categorizadas
em muito graves e menos graves, segundo Santos (2011).

Desvios de conduta graves


 Fabricação de dados.
 Falsificação de dados e informações, procedimentos e resultados.
 Plágio.

Desvios de conduta menos graves


 Atribuição incorrecta de autoria.
 Auto-plágio.
 Ocultação de potenciais conflitos de interesse.
 Conservação inadequada dos registos de pesquisa.
 Omissão de dados de modo a dificultar a replicação de experimentos.
 Retenção injustificada de informações (de modo a dificultar que a linha de pesquisa
seja desenvolvida por outros pesquisadores).

Além dessas más condutas descritas por Santos (2011), na literatura outras formas também
são mencionadas frequentemente, como: ghostwriting, que é considerado uma forma de
plágio (Spinak, 2014) e de manipulação de autoria (Grieger, 2007); bem como salami science
e duplicação de publicação (quebra de ineditismo) (Smolčić, 2013), ambos passíveis de
enquadramento como auto-plágio.

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2.2.2. Pilares da Ética na Pesquisa

Segundo Malhotra (2001)

Uma questão que pode ser considerada universal nesse sector é o uso do
pensamento científico. Desse modo, as demais questões referentes à ética e ao
estabelecimento de um código de conduta estão sempre relacionadas com a
integridade dos métodos utilizados na pesquisa.

A idoneidade do trabalho é avaliada pelo rigor na execução dos experimentos e análises, além
da clareza e honestidade na exposição dos resultados. Como exemplos de má conduta, podem
ser citados:

 Autoria indevida (por meio de plágio, auto-plágio, abuso de autoridade);


 Conflitos de interesse que podem comprometer os resultados da pesquisa;
 Falsificação ou manipulação de dados/resultados;
 Falta de rigor científico (falta de cuidado com a colecta e análise de dados, por
exemplo);
 E, por fim, o descumprimento de exigências legislativas e regulamentares.

Os parâmetros éticos se tornam ainda mais rigorosos em pesquisas que envolvem seres vivos
e, em particular, experimentos em humanos.

2.2.3. Importância dos Comités de Ética

Segundo Triola (1999)

Os comités de ética possuem importante papel na definição de normas éticas no


meio científico, além de garantir que essas normas sejam cumpridas e que os
casos de má conduta sejam devidamente analisados e punidos. Os comités
ajudam a garantir os interesses das diferentes partes envolvidas no processo
científico: a comunidade científica, as agências de financiamento e a sociedade
em geral.
As directrizes do Código de Nuremberg (estabelecido em 1947) e da Declaração de Helsinque
(promulgada em 1964 para reafirmar o Código de Nuremberg) são as principais bases para os
códigos de ética que tratam de experimentos em humanos (Malhotra, 2001).

O Código de Nuremberg

Uma das mais famosas directrizes éticas seguidas na pesquisa médica é o Código de
Nuremberg. Usar o Código de Nuremberg demonstra um compromisso de respeitar os
participantes da pesquisa. (Malhotra, 2001).
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2.2.4. Importância da ética em pesquisa
“Ética” consiste nos princípios morais que uma pessoa deve seguir,
independentemente do lugar ou do tempo. Agir de forma ética envolve fazer a
coisa certa no momento certo. A ética em pesquisa tem foco nos princípios
morais que os pesquisadores devem seguir em seus respectivos campos de
pesquisa. A tomada de decisão ética na pesquisa académica concentra-se em
fornecer o máximo de benefícios para os interessados. Seguir os princípios
éticos é realmente crucial para manter a integridade da pesquisa (Triola, 1999).

2.2.5. O que fazer ou não fazer na ética em pesquisa

Fazer Não fazer


Manter um bom registo de todas as suas Falsificação, manipulação ou deturpação de
actividades de pesquisa e relatar os seus dados.
dados da forma mais cuidadosa e objectiva
possível.
Divulgar interesses financeiros ou pessoais Enganar patrocinadores de pesquisa, colegas
que possam afectar directamente ou ou comités de ética através de vieses na
indirectamente o seu trabalho. interpretação de dados, revisão por pares ou
decisões quanto à equipe.
Tratar os animais com cuidado e respeito ao Usar quaisquer dados de pesquisa externos
estudá-los em sua pesquisa e seguir as (publicados ou não) sem permissão.
directrizes éticas.
Respeitar a propriedade intelectual, a Apoiar práticas irresponsáveis de publicação.
privacidade e a confidencialidade, e atribuir O seu objectivo principal deve ser o avanço
o devido crédito por quaisquer contribuições da ciência e o compartilhamento dos seus
de outros pesquisadores. conhecimentos dentro da comunidade.

2.3. Plágio como uma prática criminal

Com a internet, ficou muito mais fácil copiar textos e ideias com o atalho Ctrl+C e replicá-la
sem dar os devidos créditos ao autor original.
Copiar uma ideia, um trecho ou mesmo a forma de organização e estruturação de um texto é
considerado plágio. A prática acaba dando margem a múltiplas situações de conflito.

Actualmente, a legislação não apresenta critérios específicos que possam


definir juridicamente o plágio. Sua caracterização varia conforme se trate de

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música, obra, trabalho académico, entre outras. Ele é tratado principalmente na
esfera civil ou enquadrado como crime contra o direito autoral. (Cenci, 2000).
Entretanto, o termo não está associado somente às informações de textos em que não é
mencionado o criador daquele conteúdo. Ele abrange diversos aspectos, como a cópia de uma
ideia ou até mesmo a maneira como é feita a estrutura do material. O plágio é considerado um
crime e, por isso, é essencial entender o que a legislação diz a respeito do assunto.

Que recursos usar para evitar o crime de plágio?

Uma das experiências mais desagradáveis que um estudante pode enfrentar em


sua carreira académica é a acusação de ter plagiado um trabalho académico.
Mais grave ainda é quando a acusação ocorre em sua monografia de final de
curso ou, pior, em sua dissertação de mestrado ou doutorado. Por isso, é
importantíssimo saber o que é o plágio e como você pode evitá-lo, evitando
uma situação que, além de ser imoral, é passível de responsabilização civil e até
criminal, (Fábio Portela, 2018).
Para evitar o plágio ao redigir um texto, é importante que você domine o assunto por isso, é
importante pesquisar a fundo sobre o que será abordado. Entender de maneira clara o que a
pauta exige e conhecer detalhes do tema oferecerá mais confiança na hora de produzir
um conteúdo.

Quais as consequências de incorrer em plágio?

O académico que comete plágio pode sofrer diversas sanções, de natureza administrativa, cível
e penal.

 Administrativamente, como ilustra a definição de plágio de Oxford, o aluno pode


sofrer sanções que, a depender da gravidade do acto, pode passar de uma simples
advertência até à expulsão do aluno dos quadros da universidade.
 Civilmente, o autor do texto plagiado pode ter direito a reparações por dano moral e
material, a depender do impacto do plágio em sua obra. Caso o autor demonstre que o
plágio o afectou financeiramente, pode postular reparação por danos materiais no
importe do prejuízo causado. Como a autoria de obra académica constitui um direito de
personalidade, o plágio pode levar ainda à reparação por danos morais.
 No âmbito penal, importa destacar que o art. 184 do Código Penal tipifica a violação
de direito autoral como crime passível de detenção de 3 meses a 1 ano, e seu 1º dispõe
que a reprodução total ou parcial de obra intelectual sem autorização expressa do autor
impõe a aplicação de pena de 2 a 4 anos

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3. Conclusão

Findado o presente trabalho, chegamos a conclusão de que a estrutura padrão de uma pesquisa
exige que haja uma justificativa para desenvolvê-la, bem como, um problema para ser
pesquisado e a definição de um objectivo a ser alcançado. Entretanto, cada vez mais, os
pesquisadores estão tendo consciência que somente isso não basta, pois, ao desenvolver uma
pesquisa eles deveriam tomar as questões éticas como um procedimento metodológico, muito
mais do que um dever legal.

As aplicações da estatística se desenvolveram de tal forma que, praticamente todo campo de


estudo se beneficia da utilização de métodos estatísticos. Por exemplo, controlam-se doenças
com auxílio de análises que antecipam epidemias; espécies ameaçadas são protegidas por
regulamentos e leis que reagem a estimativas estatísticas de modificação do tamanho das
populações; os legisladores têm melhor justificativa para leis como as que regem a poluição
atmosférica, inspecções de automóveis, utilização do cinto de segurança e dirigir em estado de
embriaguez, visando reduzir as taxas de casos fatais.

Entretanto, há muitos exemplos de como é possível se equivocar ao tomar como correctos os


resultados de uma pesquisa, caso o pesquisador que a desenvolveu não se preocupou com os
procedimentos metodológicos, principalmente no que se refere às questões éticas.

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4. Referências Bibliográfica

 CEGALLA, Domingos Paschoal, (2005). Dicionário escolar da língua portuguesa. São


Paulo, Companhia Editora Nacional.
 CENCI, Ângelo Vitório. (2000). O que é ética? Elementos em torno de uma ética
geral. Passo Fundo.

 KLEON, Austin, (2017). Mostre seu trabalho! 10 Maneiras de compartilhar sua


criatividade e ser descoberto. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Rocco.

 LEANDRO, Resende, (1991). Plagio como anti-crime 1ª ed. Rio de Janeiro.


 LOPES, Paulo Afonso, (1999). Probabilidade & Estatística. Rio de Janeiro:
Reichman & Affonso Editores.
 MALHOTRA, Naresh K.(2001). Pesquisa de marketing. Porto Alegre: Bookman.
 TRIOLA, Mário. F. (1999). Introdução à Estatística. (7ª ed). Rio de Janeiro: LTC.

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