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Resumo de Direito Processual Do Trabalho para Os Alunos
Resumo de Direito Processual Do Trabalho para Os Alunos
SUMÁRIO
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18. Instrução Processual. Meios de Prova. Ônus da Prova. Presunções. Valoração da
Prova.
19. Razões Finais. Sentença. Valor da Condenação. Custas e Despesas Processuais.
Publicação. Trânsito em Julgado.
20. Procedimentos (Ritos): Ordinário, Sumário e Sumaríssimo. Inquérito Judicial Para
Apuração de Falta Grave. Ação de Cumprimento. Mandado de Segurança. Habeas
Corpus. Ação de Consignação em Pagamento. Prestação de Contas. Ações
Possessórias. Habilitação Incidente. Restauração de Autos. Ação Civil Pública.
Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas. Ação Anulatória. Ação Rescisória.
Ação Monitória.
21. Recursos. Generalidades. Efeitos: Suspensivo, Devolutivo Translativo,
Substitutivo, Extensivo e Regressivo. Pressupostos. Espécies de Recursos Cabíveis no
Processo do Trabalho.
22. Liquidação de Sentença. Execução. Procedimento. Embargos à Execução e
Impugnação à Sentença de Liquidação. Defesa do Executado Sem Embargos
(“Exceção ou Objeção de Pré-Executividade”). Alienação de Bens e Embargos.
Suspensão e Extinção da Execução.
23. Dissídio Coletivo. Poder Normativo da Justiça do Trabalho. Dissídio Coletivo de
Natureza Econômica e de Natureza Jurídica. Dissídio Coletivo de Greve. Sentença
Normativa. Recurso.
OBSERVAÇÃO
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01. MEIOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS.
AUTODEFESA. AUTOCOMPOSIÇÃO. HETEROCOMPOSIÇÃO.
Meios:
Reforma Trabalhista:
1ª Observação: O artigo 614, parágrafo 3º, da CLT, com a redação dada pela Lei nº
13.467/2017 consagrou ser vedada a ultratividade da norma coletiva, assim entendida
como a continuidade da vigência da norma coletiva, mesmo após o seu termino,
quando o sindicato patronal ou o empregador se negar a negociar novo instrumento
coletivo.
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2ª Observação: O artigo 620, caput, da CLT, com a redação dada pela Lei nº
13.467/2017 prescreve que as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho
sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.
No Brasil foi editado o Decreto nº 1.572/95 de 28/07/1995 que estabelece regras sobre
mediação na negociação coletiva. Pode o mediador ser escolhido livremente pelas
partes e se não houve escolha, pode ser indicado o Ministério do Trabalho e Emprego.
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No Brasil foi aprovada a Lei nº 9.307/96 de 23/09/1996, depois alterada pela Lei nº
13.129/2015 de 23/09/2015, que dispõe sobre referido diploma legal preconiza que
esse instituto somente é aplicável se o litígio versar sobre direitos patrimoniais
disponíveis sendo necessário que as partes estejam aptas a contratar.
Prazo para a solução do litígio – 6 (seis) meses podendo ser prorrogado a critério das
partes envolvidas.
A sentença arbitral é título executivo judicial segundo o artigo 515, inciso VII, do CPC
de 2015, razão pela qual não necessita de homologação pelo Poder Judiciário e pode
ser executada de imediato.
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a) for nulo o compromisso.
b) emanou de quem não podia ser árbitro.
c) não contiver os requisitos do artigo 26 da Lei nº 9.307/96.
d) for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem.
e) não decidir todo o litígio submetido à arbitragem.
f) comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva.
g) proferida fora do prazo, respeitado o disposto no artigo 12, inciso III, da Lei nº
9.307/96.
h) forem desrespeitados os princípios de que trata o artigo 21, parágrafo 2º, da Lei nº
9.307/96.
Nulidade da sentença arbitral deve ser pleiteada junto ao Poder Judiciário competente
devendo ser proposta no prazo de 90 (noventa) dias após o recebimento da notificação
da mesma. Quando tal ocorrer a sentença de nulidade proferida pelo Poder Judiciário
determinará que o árbitro profira nova sentença arbitral.
Dissídio individual:
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Reforma Trabalhista:
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02. JURISDIÇÃO.
02.2.1. princípio da investidura: a jurisdição só será exercida por quem tenha sido
regularmente investido na autoridade de juiz. A jurisdição é um monopólio do Estado
e este, que é uma pessoa jurídica, precisa exercê-la através de pessoas físicas que
sejam seus órgãos ou agentes: essas pessoas físicas são os juízes.
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02.2.4. princípio da inevitabilidade: significa que a autoridade dos órgãos
jurisdicionais, sendo uma emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-se por si
mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto para aceitarem
os resultados do processo.
02.2.6. princípio do juiz natural: assegura que ninguém pode ser privado do
julgamento por juiz independente e imparcial, indicado pelas normas constitucionais e
legais. A Constituição proíbe os chamados tribunais de exceção, instituídos para o
julgamento de determinadas pessoas ou crimes de determinada natureza, sem previsão
constitucional (artigo 5º, inciso XXXVII da CF/88).
02.2.7. princípio da inércia: por sua própria natureza, os órgãos jurisdicionais são
inertes, ou seja, só age mediante provocação das partes. Exceção que ocorre no
processo do trabalho: artigo 878 da CLT, o qual preconiza que o juiz do trabalho pode
impulsionar a fase executória de ofício.
Reforma Trabalhista:
Observação: Com o advento da Lei nº 13.467/2017, o artigo 878 da CLT foi alterado
para consagrar que a execução a ser impulsionada de ofício pelo juiz do trabalho tem
limite apenas no caso das partes não estarem representados por advogado. Ou seja,
apenas no caso de jus postulandi.
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Observação: o artigo 10 do CPC de 2015 apenas e tão somente repisa o princípio da
ampla defesa e do contraditório.
03. CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
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04. AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
A CLT contém tanto normas de direito material, quanto normas de direito processual.
Por fim, a produção doutrinária de direito processual do trabalho em nosso País é uma
das maiores entre todos os países esclarecendo o renomado doutrinador que há livros
de curso, livros monográficos e de prática forense.
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5. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
05.1. Conceito – José Cretella Junior – princípios de uma ciência são as proposições
básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes.
São os alicerces da ciência.
05.2.1. Acesso à justiça – direito de ação. Nenhuma lei pode contemplar vedação ao
direito de cada um acionar o Poder Judiciário. Nesse sentido, incabível a possibilidade
de discussão de qualquer litígio em instância administrativa, antes da propositura de
ação judicial. A única exceção encontra-se prevista no artigo 217, parágrafo 1º, da Lei
Magna que assim preconiza:
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05.2.3. Dever de fundamentar a decisão – tal encontra-se consagrado no artigo 93,
inciso IX, da Carta Constitucional de 1988. Não é admissível que o juiz defira ou
indefira pedidos sem dizer como e porque de sua decisão.
05.3. Princípios Constitucionais do Direito Processual do Trabalho:
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05.4.1. Oralidade - prevalência da produção oral de provas reduzida a termo.
Hodiernamente referido princípio tem sido mitigado pelos operadores do direito, na
medida em que os litígios trabalhistas se tornam mais complexos. Contudo, referido
princípio ainda remanesce, quando possível de aplicação.
05.4.4. Celeridade - o processo não é fim em si mesmo, mas apenas meio para
obtenção do direito violado. Por isso a necessidade de uma solução rápida para o
litígio que, lembre-se, tem natureza alimentar. Com o advento da Emenda
Constitucional nº 45/2004 foi aprovado o inciso LXXVIII ao artigo 5º, in verbis:
Art. 5º ...
...
Inciso LXXVIII – a todos, no âmbito judicial ou administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação.
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05.4.5. Identidade física do juiz – com o cancelamento da Súmula 136 do TST é de se
concluir que no processo do trabalho, à semelhança do que ocorre no processo civil, há
identidade física do juiz. Assim, o juiz do trabalho que instruir o feito deverá julgá-lo.
05.4.6 Impulso oficial na fase executória - o juiz pode impulsionar o processo de ofício
quando o mesmo estiver na fase executória. É o que se depreende do disposto no artigo
878, caput, do Texto Consolidado, conforme abaixo:
Art. 878 – A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou
ex officio, pelo próprio juiz ou presidente ou tribunal competente, nos
termos do artigo anterior.
Reforma Trabalhista:
Observação: Com o advento da Lei nº 13.467/2017, o artigo 878 da CLT foi alterado
para consagrar que a execução a ser impulsionada de ofício pelo juiz do trabalho tem
limite apenas no caso das partes não estarem representados por advogado. Ou seja,
apenas no caso de jus postulandi.
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06. RELAÇÕES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
f) Direito Civil: utilização de regras contidas no Código Civil como, por exemplo,
habilitação de herdeiros, conceitos de parentesco para saber se a testemunha pode ou
não depor, etc.
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g) Direito Tributário: utilização subsidiária da Lei nº 6.830/80 (lei de execuções
fiscais) na fase executória, por força do contido no artigo 889 da CLT. Também a
incidência de imposto de renda, contribuição previdenciária e fundiária sobre verbas
de natureza trabalhista apontam para o relacionamento do direito processual do
trabalho com essa matéria. Por fim, a fixação de custas processuais, tributo da espécie
taxa.
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07. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
07.1. Fontes materiais – Sérgio Pinto Martins - são o complexo de fatores que
ocasionam o surgimento de normas, envolvendo fatos e valores. São analisados fatores
sociais, psicológicos, econômicos, históricos, etc. São os fatores reais que irão
influenciar na criação da norma jurídica.
07.2.1. Fontes heterônomas: são aquelas impostas por agente externo. Exemplo:
constituição, lei, decreto, sentença normativa, regulamento de empresa.
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07.3.2. A lei como fonte formal de Direito Processual do Trabalho - Leis Ordinárias –
CLT, CPC de 2015 (este último de forma subsidiária e supletiva por força do artigo
15), Decreto-Lei nº 779/69, Lei nº 5.584/70, Lei nº 6.830/80, Lei nº 7.701/88.
Reforma Trabalhista:
O artigo 702, aliena “f”, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017,
preconiza como deverão ser os requisitos para a criação ou alteração de Súmulas, in
verbis:
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Art. 702...
...
f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência
uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso a
mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade
em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões
diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços
de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que
ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial;
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08. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO. EFICÁCIA DAS LEIS NO TEMPO E NO ESPAÇO.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO.
Esclarece o doutrinador que a eficácia não se confunde com validade, que é a força
imponível que a norma tem, isto é, a possibilidade de ser observada.
Esclarece o doutrinador, ainda, que a eficácia também não se confunde com a vigência
da norma, que diz respeito ao seu tempo de atuação.
08.1.1. Eficácia das leis processuais trabalhistas no tempo: geralmente a lei entra em
vigor na data de sua publicação. Se não existir disposição expressa a lei começa a
vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada (artigo 1º da Leis de Introdução ao
Código Civil). Normalmente, a eficácia da lei processual trabalhista é imediata, razão
pela qual se aplica aos processos em curso ficando resguardados os atos já praticados
pelo direito adquirido e pelo ato jurídico perfeito. Contudo, o retromencionado
legislador cita como exemplo a Lei nº 9.957/2000 que criou o procedimento
sumaríssimo, a qual entrou em vigor 60 dias após sua publicação no Diário Oficial.
Nesse mesmo sentido podemos citar a Lei nº 13.467/2017 que aprovou a Reforma
Trabalhista, a qual entrou em vigor 120 dias após a sua publicação no Diário Oficial.
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08.1.2. Eficácia das leis processuais trabalhistas no espaço: diz respeito ao território
em que vai ser aplicada a norma. A lei processual trabalhista se aplica no território
brasileiro tanto para os trabalhadores nacionais, quanto para os trabalhadores
estrangeiros que buscam a prestação jurisdicional em nosso País.
08.2. Interpretação das Normas Trabalhistas Processuais – para Sérgio Pinto Martins
interpretar a norma é compreender o que o legislador quer dizer. Em suma: interpretar
é buscar o verdadeiro sentido da norma.
Os recursos de interpretação podem ser classificados de diversas formas. Alguns
critérios:
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d) sistemática - a interpretação será dada ao dispositivo legal conforme a análise do
sistema no qual está inserido, sem se ater à interpretação isolada de um dispositivo,
mas ao seu conjunto.
e) histórica - leva em conta o contexto histórico existente à época da edição da lei, sua
exposição de motivos, mensagens, emendas, discussões parlamentares.
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08.3.1. As técnicas de integração: o intérprete está autorizado a suprir lacunas
existentes na norma jurídica por meio de utilização de técnicas jurídicas. O artigo 8º da
Consolidação das Leis do Trabalho autoriza o juiz, na falta de disposição legal ou
convencional, a utilizar a analogia e a equidade. Também podem ser usados a doutrina,
os princípios e a jurisprudência. São elas:
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09. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPOSIÇÃO DOS
TRIBUNAIS.
Justiça Federal;
Justiça do Trabalho;
Justiça Eleitoral;
Justiça Militar.
09.2. Constituição Federal de 1934 – artigo 122 – Justiça do Trabalho instituída para
dirimir questões entre empregadores e empregados, não se aplicando aos juízes as
garantias pertinentes aos juízes do Poder Judiciário. Isto porque nessa época a Justiça
do Trabalho era órgão pertencente ao Poder Executivo.
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09.3. Constituição Federal de 1937 – artigo 139 – redação semelhante ao artigo 122 da
Constituição Federal de 1934 mencionando que ficaria instituída a Justiça do Trabalho
para dirimir os conflitos oriundos das relações entre empregadores e empregados,
sendo regulada em lei e à qual não se aplicam as disposições constitucionais relativas à
competência, ao recrutamento e às prerrogativas da justiça comum.
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d) os tribunais têm sido criados por regiões e não por Estados. Contudo, aos poucos
essa realidade foi mudando e, hoje, a maioria dos Estados é contemplada com um
Tribunal Regional do Trabalho, exceto nos seguintes casos: 8ª Região – Pará (abrange
Pará e Amapá), 10ª Região (Brasília e Tocantins), 11ª Região – Amazonas (abrange
Amazonas e Roraima) e 14ª Região – Rondônia (abrange Rondônia e Acre). Além
disso, ao contrário do que acaba de ser dito, o único Estado que possui dois Tribunais
Regionais do Trabalho é São Paulo (2ª Região que abrange a Capital, Grande São
Paulo e parte da Baixada Santista e 15ª Região – Campinas que abrange todo o restante
do Estado).
b) é preciso que existam mais de 24.000 empregados na localidade ou que tenham sido
ajuizadas 240 reclamações trabalhistas anuais, em média, nos últimos três anos.
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c) nos locais onde já existam Varas só serão criadas outras quando o número de
processos por ano for de 1.500 nas existentes.
d) a jurisdição de uma Vara é estendida aos Municípios próximos num raio máximo de
100 quilômetros da sede, desde que existam meios de acesso e de comunicação
regulares com os referidos locais.
a) vitaliciedade – um juiz de primeiro grau se torna vitalício após dois anos de efetivo
exercício e somente poderá ser desligado do cargo por decisão judicial;
b) inamovibilidade – um juiz somente deixa uma Vara ou uma Comarca por interesse
próprio (remoção a pedido) não podendo ser removido por interesses particulares,
salvo por motivo de interesse público;
c) irredutibilidade de subsídio – o subsídio de um juiz não pode ser reduzido
nominalmente. Esclareça-se que para o STF o fato de o juiz não receber ou receber
parcialmente reajuste salarial decorrente de inflação não caracteriza redução salarial.
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09.8.6. Tribunais Regionais do Trabalho com + de 25 julgadores: poderá ser
constituído de órgão especial (com 11 no mínimo e 25 no máximo) para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais da competência do Tribunal Pleno.
09.8.10. Turmas: compostas de cinco juízes. Só podem funcionar estando três juízes.
09.8.12. Turma ou Seção: não podem atuar parentes consanguíneo ou afins em linha
reta, bem como em linha colateral até o terceiro grau.
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09.9.2. Constituição de 1934 e Decreto nº 24.784/34: órgão de cúpula da Justiça do
Trabalho.
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SDI-I 14 ministros
Funciona com 7 julgadores
Composição:
Presidente
Vice-Presidente
Corregedor
Presidentes de Turmas
Alguns ministros de Turmas.
SDI-II 9 ministros
Funciona com 5 julgadores
Composição:
Presidente
Vice-Presidente
Corregedor
6 Ministros integrantes de Turmas.
SDC 9 ministros
Funciona com 6 ministros.
Composição:
Presidente
Vice-Presidente
Corregedor
6 Ministros mais antigos do Tribunal.
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09.9.13. Presidente do Tribunal Superior do Trabalho: vota somente para desempatar,
nas questões sobre inconstitucionalidade das leis ou de atos do poder público e em
matéria administrativa.
a) Secretaria;
b) Distribuidor;
c) Contadoria – nem todo Tribunal tem.
d) Oficial de Justiça – é cargo e não órgão.
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09.10.2. Ministério Público abrange:
a) vitaliciedade;
b) inamovibilidade;
c) irredutibilidade de subsídio.
09.10.4. Atuação:
I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis
trabalhistas;
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II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do
juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a
intervenção;
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de
interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente
garantidos;
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X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho;
XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de
competência da Justiça do Trabalho;
XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos
processos e para a melhor solução das lides trabalhistas;
I – integrar os órgãos colegiados previstos no parágrafo 1º do artigo 6º, que lhes sejam
pertinentes;
V – exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, desde que compatíveis
com sua finalidade.
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09.10.8. Artigo 85 da Lei Complementar nº 75/93 – Órgãos do Ministério Público do
Trabalho:
I – o Procurador-Geral do Trabalho;
VI – os Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
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A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do
regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção
dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial,
dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição
Federal.
...
São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que
couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição
Federal.
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10.2. Competência da Justiça do Trabalho – artigo 114 da Constituição Federal de
1988:
o juiz não
Competência relativa: em razão do lugar prorrogável pode
conhecer de
ofício
Uma das alterações mais importantes promovidas pelo Congresso Nacional quando da
aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 é que a partir de agora a Justiça do
Trabalho não tem como competência apenas apreciar questões ligadas à relação de
emprego, mas sim da relação de trabalho (artigo 114 da Constituição Federal de 1988).
A questão não é de mera semântica, mas de alteração efetiva na medida em que
relação de trabalho é gênero da qual é uma das espécies a relação de emprego.
Também questões ligadas ao direito sindical foram transferidas para a Justiça do
Trabalho.
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Há doutrinadores que fazem uma distinção entre relação de trabalho e relação de
consumo. Tal diferenciação, segundo esses doutrinadores, redundaria na competência
da Justiça do Trabalho quando a prestação de serviços sem vínculo empregatício não
tiver o tomador com destinatário final dos mesmos e da Justiça Comum Estadual
quando o tomador dos serviços for o destinatário final destes.
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Nesse caso o questionamento é o mesmo feito na letra “a” acima. A Justiça do
Trabalho por ora não tem sido chamada a decidir litígios decorrentes de contrato de
parceria, meação e arrendamento. Todavia, se aplicável a jurisprudência dos Tribunais
Superiores, por certo a competência para apreciar litígios continuará com a Justiça
Comum Estadual, embora entendamos que o deslocamento da competência após a
Emenda Constitucional nº 45/2004 é de clareza solar quando trata não mais de
“relação de emprego”, mas sim de “relação de trabalho”.
Da mesma forma que o legislador constituinte derivado houve por bem deslocar a
competência da Justiça Comum Estadual para a Justiça do Trabalho no tocante aos
litígios que envolvam contribuições sindicais, também o fez em relação às disputas de
representatividade sindical. Nesse sentido, podemos dizer que ações entre sindicatos
que lutam pela representatividade de uma categoria ou no caso de parte de uma
categoria abrangente que possa ser desmembrada é de competência da Justiça do
Trabalho. Também tivemos que apreciar litígio no qual um grupo de trabalhadores
postulou a nulidade de uma eleição sindical, sob o argumento de que a chapa da
situação teria fixado prazo exíguo para constituição de outras chapas de oposição.
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f) Contrato de empreitada: artigo 652, inciso III, da Consolidação das Leis do Trabalho
– nos casos em que o empreiteiro seja operário ou artífice. Comentários encontram-se
na letra “b”.
i) Leis esparsas: Ex: Lei nº 8.984/95 de 07/02/1995 – dissídios que tenham origem no
cumprimento de convenções coletivas de trabalho ou acordos coletivos de trabalho
mesmo quando ocorram entre sindicatos ou entre sindicato de trabalhadores e
empregador.
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A Súmula 666 foi transformada pelo próprio Supremo Tribunal Federal na Súmula
Vinculante nº 40, cujo teor é o mesmo.
Muitas foram as discussões acerca dessa alteração constitucional. Por primeiro merece
relevo esclarecer que tal deslocamento deu-se já com o advento da Emenda
Constitucional nº 20/1998 e confirmada pela Emenda Constitucional nº 45/2004.
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O deslocamento da competência no tocante às contribuições previdenciárias para a
Justiça do Trabalho limita-se apenas e tão-somente aos tributos devidos em
decorrência das decisões condenatórias proferidas por esta última. Assim, permanece
com a Justiça Federal a competência para apreciar ações de execução das
contribuições previdenciárias não satisfeitas pelas empresas de forma integral, ou seja,
não pagas em sua totalidade. A competência da Justiça do Trabalho limita-se a
executar as contribuições previdenciárias decorrentes de verbas condenatórias de
natureza salarial com trânsito em julgado e bem assim de verbas de natureza salarial
pagas em acordos judiciais.
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III – Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração
encontra-se disciplinado no art. 276, § 4º, do Decreto n. 3.048/99, que
regulamenta a Lei n. 8.212/91 e determina que a contribuição do
empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês,
aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo
do salário de contribuição.
Como corolário disso, é o trabalhador que vai sofrer as consequências se não tiver seu
contrato de trabalho assinado quando da contratação e que necessitará fazê-lo perante a
Justiça do Trabalho e, depois disso, ajuizar outra ação perante a Justiça Federal com o
intuito de obter o reconhecimento do tempo de serviço para fins de aposentadoria.
k) execução: tanto dos acordos celebrados e não cumpridos quanto das sentenças
transitadas em julgado. Também quanto à execução dos acordos celebrados perante a
Comissão de Conciliação Prévia quanto os Termos de Compromisso de Ajustamento
de Conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho.
Trata-se, o item acima, de rol taxativo e não exemplificativo. Isto porque o legislador
ordinário preocupou-se em vedar qualquer possibilidade do empregador induzir o
trabalhador menos esclarecido a assinar documentos que pudessem implicar no
reconhecimento de dívidas com o primeiro.
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Quanto aos dois primeiros títulos executivos, estes são judiciais e não comportam
qualquer dúvida.
No que respeita aos dois títulos executivos restantes, estes são extrajudiciais.
Além disso, por força do artigo 114, inciso VII, da Carta Magna de 1988, com a
redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, também é título executivo
extrajudicial a Certidão de Dívida Ativa decorrente das multas aplicadas pelas
autoridades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização
das relações de trabalho. Assim, ações de mandado de segurança, ações anulatórias
de débito fiscal e ações de embargos à execução são de competência da Justiça do
Trabalho.
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l) ações possessórias: se decorrente da relação de emprego. Ex 1: imóvel utilizado pelo
empregado para o exercício do trabalho. Ex: zelador. Ex 2: ferramentas não
devolvidas pelo empregado ou mostruários de vendas. Ex: no caso de greve quando
houver necessidade do ajuizamento de ações de reintegração de posse ou de interdito
proibitório. A propósito disso, com o advento da Súmula Vinculante nº 23 do Supremo
Tribunal Federal ficou pacificado o entendimento de que a competência para apreciar
ações possessórias decorrentes de greve é da Justiça do Trabalho.
Por outro lado, não é assim que estão entendendo os Tribunais Trabalhistas que
pugnam pela competência material da Justiça do Trabalho nos casos em que a
complementação de aposentadoria decorra de um contrato de trabalho.
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A União Federal, não se conformando com as decisões dos Tribunais Trabalhistas que
decidem pela competência material da Justiça do Trabalho, ajuizou a Reclamação
Constitucional nº 26597 questionando justamente uma decisão do TRT da 2ª Região
que reconheceu a competência material da Justiça do Trabalho para julgar pedido de
complementação de aposentadoria. O ministro relator Edson Fachin lembrou que o
Plenário do Supremo Tribunal Federal referendou liminar na ADI – Ação Declaratória
de Inconstitucionalidade nº 3395 que suspendeu qualquer interpretação dada ao inciso
I do artigo 114 da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional
45/2004, que inclua na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas
instauradas entre o Poder Público e seus servidores, de caráter jurídico-administrativo.
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Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 (artigo 114, inciso
VI, da Constituição Federal de 1988) imaginou-se que a matéria teria sido pacificada
com entendimento de que, qualquer que fosse a causa de pedir, a competência seria da
Justiça do Trabalho, quando ajuizada ação em face do empregador. Contudo, em
julgamento proferido no dia 09/03/2005 em sede de controle difuso o Supremo
Tribunal Federal entendera, por 8 votos a 2, que quando a causa de pedir da
indenização por danos morais ou materiais fosse decorrente de acidente do trabalho
seria competente a Justiça Comum Estadual (Recurso Extraordinário nº 438.639).
Também esse sempre foi o entendimento do Superior Tribunal de Justiça ao apreciar
conflitos negativos de competência acerca dessa matéria. Todavia, em julgamento
mais recente (junho/2005) o Supremo Tribunal Federal mudou o entendimento e, por
unanimidade, conferiu competência à Justiça do Trabalho para apreciar pedido de
indenização por danos morais e materiais, ainda que a causa de pedir seja decorrente
de acidente do trabalho, em decisão proferida no Conflito de Competência nº 7.204-1 -
MG. Com o advento da Súmula Vinculante nº 22 do Supremo Tribunal Federal ficou
pacificado o entendimento no sentido de que a competência para apreciar pedidos de
indenização por danos morais em razão de acidente do trabalho é da Justiça do
Trabalho.
48
r) meio ambiente do trabalho: atribuição do Ministério Público do Trabalho e/ou dos
sindicatos de categoria profissional para propositura de Ação Civil Pública.
49
b) trabalhadores domésticos: Lei nº 5.859/72 de 11/12/1972.
50
2ª Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 sustentou-se a
tese de que mesmo no caso dos funcionários públicos regidos pelo Estatuto (regime
estatutário) a competência teria sido passada para a Justiça do Trabalho. Todavia, a
AJUFE – Associação dos Juízes Federais ajuizou ADI – Ação Direta de
Inconstitucionalidade, com pedido de liminar, para que fosse preservada a
competência da Justiça Federal no caso de servidores públicos federais regidos pela
Lei nº 8.112/90. O Supremo Tribunal Federal concedeu a liminar requerida pela
AJUFE. Lembre-se que em se tratando de ADI o efeito dessa liminar é erga omnes e
vinculante. Assim, no tocante aos servidores públicos federais regidos pelo Estatuto
(Lei nº 8.112/90) a competência para apreciação dos litígios é da Justiça Federal. Por
óbvio que, em se tratando de funcionários públicos estaduais e municipais regidos pelo
Estatuto a competência para apreciação dos litígios é da Justiça Comum Estadual.
51
l) autorização para trabalho de menores antes da idade mínima – no último dia
10/12/2013, a Terceira Turma do TRT da 2ª Região, unanimemente, decidiu, seguindo
lúcido voto da colega Rosana Buono, que a competência para análise dos pedidos de
autorização para o trabalho antes da idade mínima é da justiça do trabalho. Contudo,
há em curso julgamento no STF que questiona essa competência material da Justiça do
Trabalho, como se vê abaixo:
52
maioria dos casos por varas especializadas, em harmonia com o artigo 227
da Constituição Federal, que trata dos interesses da juventude.
Relator
53
Ainda com base no parecer, o ministro salientou que a participação de
crianças e adolescentes em representações artísticas deve ser examinada
harmonicamente com os direitos a saúde, educação, lazer,
profissionalização, cultura, dignidade, liberdade e convivência familiar dos
menores. O relator ressaltou que, no caso, “cuida-se de uma avaliação
holística a ser realizada pelo juízo competente, considerados diversos
aspectos da vida da criança e do adolescente. Deve o juiz investigar se a
participação artística coloca em risco o adequado desenvolvimento do
menor em especial os que compõem o núcleo concessão”.
54
Observação sobre a competência absoluta: Nas ações trabalhistas há uma peculiaridade
qual seja a de que, em regra, ocorre cumulação objetiva de pedidos e isso implica que
se possa acolher apenas parcialmente a exceção de incompetência absoluta devendo o
feito permanecer na Justiça Especializada para julgamento dos demais pedidos. Nesse
caso resta imperioso extinguir o pedido do qual o juiz do trabalho deu-se por
incompetente sem exame do mérito.
10.6.2. Regra geral: local da prestação da prestação dos serviços – artigo 651, caput, da
Consolidação das Leis do Trabalho.
55
10.6.3. Exceções:
No processo civil fica o juízo prevento desde que tenha despachado em primeiro lugar
a ação, conforme artigos 43 e 59, ambos do CPC de 2015.
56
10.8. Cessação da Competência:
10.9.1. Conceito: é aquele em que as partes, num contrato, acordam no sentido de que
qualquer pendência será resolvida em determinado local. É comum nos contratos de
direito civil e comercial.
c) ações penais decorrentes de crimes contra a organização do trabalho – tais ações não
foram deslocadas para a Justiça do Trabalho. Destaque-se que haveria grande
dificuldade de adoção dos procedimentos trabalhistas nas ações penais o que poderia
redundar em significativo número de decretos judiciais de nulidade das mesmas.
Permanece a competência da Justiça Federal para apreciar tais ações no caso de
abrangência coletiva e da Justiça Comum Estadual no caso de abrangência individual.
57
d) ações de execução de anuidade de ordens e conselhos – embora a princípio se
pudesse sustentar que o pagamento das anuidades é que permite ao profissional
trabalhar, a competência para a execução das mesmas permanece com a Justiça
Federal, na medida em que ordens e conselhos são autarquias federais.
58
Súmula 180 – LIDE TRABALHISTA – CONFLITO DE COMPETÊNCIA –
JUIZ ESTADUAL E JUNTA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO –
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA
RESPECTIVA REGIÃO.
Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho dirimir
conflito de competência verificado, na respectiva região, entre juiz estadual e
Junta de Conciliação e Julgamento.
59
Observação: artigo 795, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho – a
doutrina e a jurisprudência interpretam que a incompetência a que se referiu o
legislador ordinário é a absoluta e não a incompetência relativa (de foro). Isto porque a
declaração “de ofício” de incompetência somente se aplica às hipóteses de
incompetência absoluta.
Observação: artigo 653, caput, alínea “c”, da Consolidação das Leis do Trabalho –
competência das Varas do Trabalho para julgar as suspeições arguidas contra os seus
membros. Aplica-se ou não o disposto no artigo 146, parágrafo 1º, in fine, do CPC de
2015?
Tem-se notícia que em algumas decisões o juiz do trabalho de 1º grau fez remessa do
feito ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região-SP e a Turma houve por bem
devolvê-lo ao juízo de origem para que a suspeição fosse apreciada em 1º grau.
60
11. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS.
Nas palavras de Moacyr Amaral Santos atos processuais são aqueles que têm o efeito
de constituir, conservar, desenvolver, modificar ou cessar a relação processual. São
necessariamente aqueles atos praticados no processo.
Os atos processuais são revestidos de publicidade e devem ser conhecidos pelas partes,
ou, às vezes, mesmo por terceiros, impondo-se, como necessidade prática da realização
do princípio, a sua divulgação, que, no processo trabalhista, é feita pelas formas
clássicas do direito processual comum, a saber:
61
Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam
realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a
comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é
nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo.
b) a citação, que é a comunicação a alguém da propositura de uma ação para que venha
defender-se em juízo. A lei trabalhista utiliza-se da palavra “notificação”, a qual tem
força de citação. Sobre a notificação veja-se a Súmula 16 do TST:
11.2. Termos:
Para Wagner D. Giglio termo é a reprodução gráfica dos atos processuais. Estes
últimos poderão ser consignados nos autos à tinta, datilografados ou carimbados, e os
termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, datadas e
rubricadas pelos diretores de Secretaria ou escrivães.
62
11.3. Prazos processuais:
Para Sérgio Pinto Martins prazo processual é o período em que o ato processual deve
ser praticado.
Reforma Trabalhista:
Acerca da letra “f” acima vejamos o contido nos parágrafos 1º e 2º do artigo 775, com
a redação dada pela Lei nº 13.467/2017, in verbis:
63
Quando não existir prazo determinado em lei, a prática dos atos processuais deve ser
feita em 05 (cinco) dias, nos termos do artigo 218, parágrafo 3º, do CPC de 2015.
Preleciona Wagner D. Giglio que segundo o artigo 774 da Consolidação das Leis do
Trabalho os prazos são contados a partir da data em que a notificação for feita
pessoalmente, recebida do correio, ou da publicação do edital ou do expediente no
jornal oficial, ou ainda da fixação do edital na sede do juízo, salvo disposição em
contrário.
Reforma Trabalhista:
O artigo 775, caput, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017 consagra
que os prazos estabelecidos nos processos trabalhistas serão contados em dias úteis,
com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, à semelhança do que
ocorre no processo civil, nos termos do artigo 219 do CPC de 2015.
a) o período de 20/12 a 06/01 de cada ano é considerado como recesso e não como
férias coletivas. De acordo com a Súmula 262, item II, esse período de recesso forense
implica na suspensão dos prazos recursais.
b) quando a intimação é feita no sábado o início do prazo dar-se-á no primeiro dia útil
imediato e a contagem, no subsequente (Súmula 262, item I, do Tribunal Superior do
Trabalho).
64
Diz a citada Súmula:
f) o prazo para recorrer deve ser considerado em dobro em relação aos litisconsortes
com procuradores diferentes (artigo 229 do CPC de 2015). De acordo com a
Orientação Jurisprudencial nº 310 da SDI-I do TST não se aplica no direito processual
do trabalho, conforme se vê abaixo:
65
OJ 310 – LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS.
PRAZO EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE
2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO
DO TRABALHO.
Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229
CAPUT E §§ 1º E 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em
razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.
1ª Observação final sobre os prazos: O artigo 218, parágrafo 4º, do CPC de 2015, que
trata da inexistência de extemporaneidade por antecipação, mostra-se como verdadeiro
avanço a nosso ver, não havendo que se falar em preclusão temporal, eis que o ato
processual não foi praticado após o prazo deste, mas sim antes do seu início. Aplica-se
subsidiariamente no processo do trabalho.
2ª Observação final sobre os prazos: O artigo 226, inciso III, do CPC de 2015,
consagra novo prazo para que o juiz profira sentença em 30 (trinta) dias e não mais em
10 (dez) dias como na legislação anterior. Aplica-se subsidiariamente no processo do
trabalho.
3ª Observação final sobre os prazos: O artigo 234, parágrafo 1º, do CPC de 2015,
consagra novo prazo para a devolução dos autos em cartório para 03 (dias) ao
contrário das 24 (vinte e quatro) horas previsto na legislação anterior. Embora se
apresente como retrocesso, pensamos que tenha aplicabilidade subsidiária no processo
do trabalho. Contudo, o elastecimento do prazo pode implicar no retardamento da
prática de atos judiciais e mesmo da redesignação de audiências.
66
Lei nº 13.545/2017 de 19/12/2017, ou seja, aprovada após a Reforma Trabalhista:
Observação: Nota-se que o artigo 62, inciso I, da Lei nº 5.010/66 de 30/05/1966 não
foi expressamente revogada pelo legislador ordinário.
Nesse sentido, pensamos que o período de 20/12 até 06/01 de cada ano não haverá
expediente na Justiça do Trabalho sendo certo que os trabalhos retomarão a partir de
07/01, mesmo não se podendo realizar audiências e nem sessões de julgamento
67
12. NULIDADES. PRECLUSÃO. PEREMPÇÃO.
12.1. Conceito de Nulidade: é a sanção determinada pela lei, que priva o ato jurídico
de seus efeitos normais, em razão do descumprimento das formas mencionadas na
norma jurídica.
12.2. Sistema de Nulidades: Segundo Sérgio Pinto Martins, nosso direito processual,
inclusive o direito processual do trabalho, adota o sistema francês que permite que o
ato irregular que alcance sua finalidade seja aproveitado em alguns casos e repetido em
outros casos. Adota, também, o sistema alemão na medida em que a lei determina que
o juiz, ao pronunciar a nulidade, esclareça a partir de que momento o processo é nulo.
a) nulidade relativa: se a norma descumprida tiver por base interesse da parte e não
interesse público. Exemplo: se a parte não estiver devidamente representada o juiz
pode conceder prazo para sanear o ato. Também se presta como exemplo a repetição
ou ratificação de ato já praticado para que cumpra sua finalidade.
68
12.3. Anulabilidade – são atos realizados em desacordo com a lei, assim como os atos
nulos. A diferença entre atos nulos e atos anuláveis é que nestes últimos não há
possibilidade de serem desfeitos por impulso do juiz. Ou seja, há necessidade de
provocação do interessado, exceto se este houver dado causa ao vício que esteja a
contaminar o ato.
12.4. Princípios:
12.4.2. Princípio da convalidação: não havendo reação da parte, o ato nulo não arguido
no tempo oportuno vem a se convalidar e permanece válido. (artigo 278 do CPC de
2015 e artigo 795 da Consolidação das Leis do Trabalho). Exemplo: a Vara que era
incompetente em razão do lugar e o réu não opõe exceção de incompetência. Torna-se
competente a referida Vara.
12.4.3. Princípio da Proteção: a nulidade só deve ser pronunciada se não for possível
suprir-se a falta ou repetir-se o ato. (artigo 282, parágrafo 2º, do CPC de 2015 e artigo
796, alínea “a” da Consolidação das Leis do Trabalho). Exemplo: se o juiz, antes de
proferir a sentença, perceber que deixou de oferecer oportunidade para a apresentação
de razões finais, ou de formular a segunda proposta de conciliação, deverá converter o
julgamento em diligência, a fim de que a falta seja suprida. Com isso, colocará o
processo a salvo de arguição de nulidade.
69
12.5. Conceito de Preclusão: Para Ísis de Almeida preclusão é a perda da faculdade de
praticar um ato pela transposição de um momento processual, que pode estar marcado,
também, por um prazo determinado, e não apenas pelo ordenamento formal ou lógico
dos atos do processo, ou pela incompatibilidade de um ato com outro. Pode haver
também preclusão se o ato processual já foi validamente exercido.
12.5.1 preclusão temporal: ocorre quando o ato processual deveria ter sido praticado
em certo prazo e não o foi, não podendo mais ser praticado. Exemplo: artigo 879,
parágrafo 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho, exceto quanto às exceções agora
previstas nos parágrafos 1º e 2º, do artigo 775, da CLT, com redação dada pela Lei nº
13.467/2017 (Reforma Trabalhista).
12.5.2. preclusão lógica: ocorre quando um ato não mais pode ser praticado, pelo fato
de ter sido praticado outro ato que, pela lei, é definido como incompatível com aquele
já realizado ou quando esta circunstância deflua inequivocamente do sistema.
Exemplo: a reclamada contesta a ação e depois pretende apresentar exceção de
suspeição do juiz do trabalho.
70
12.6. Conceito de Perempção: Para Ísis de Almeida perempção é a extinção do direito
de praticar um ato processual ou de prosseguir com o processo, quando, dentro de
certo tempo ou dentro de certa fase, não se exercita esse direito de agir, seja por
iniciativa própria, seja pela provocação de ação (ou omissão) da parte contrária, ou
ainda por determinação do juiz ou de disposição legal.
A perempção ocorre quando a parte abandona o processo por mais de 30 dias, sem
promover os atos e diligências que lhe compete (artigo 485, inciso III, do CPC de
2015), ou quando der causa à extinção do processo por três vezes por esse motivo. Não
poderá o autor intentar novamente ação contra o réu com o mesmo objeto, salvo para
alegar em defesa o seu direito (artigo 486, parágrafo 3º, do CPC de 2015).
Para Ísis de Almeida não há que se aplicar o rigor mencionado acima que se encontra
previsto no CPC de 2015. Isto porque a lei processual trabalhista contempla hipótese
de perempção temporária (artigos 731 e 732 da Consolidação das Leis do Trabalho) na
qual o reclamante fica impedido de propor ação trabalhista por seis meses, quando der
causa a arquivamento por duas vezes seguidas.
71
13. PARTES. REPRESENTAÇÃO. PROCURADORES E TERCEIROS. JUS
POSTULANDI. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL. LITISCONSÓRCIO. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS.
13.1. Partes:
Exemplos:
Ação trabalhista – reclamante e reclamado ou autor e réu.
Consignação em pagamento – consignante e consignado.
Inquérito para apuração de falta grave – requerente e requerido.
Ação de Execução – exequente e executado.
Mandado de segurança, Habeas corpus e Habeas Data – impetrante e impetrado.
13.2. Representação:
72
Observação: Tanto Sérgio Pinto Martins como Wagner D. Giglio são unânimes em
afirmar que a Consolidação das Leis do Trabalho não primou pela correção
terminológica, com o que termina por confundir os conceitos de representação e
assistência.
b) menor sem representação – será feita pelo Ministério Público do Trabalho - artigo
793 da Consolidação das Leis do Trabalho.
d) Município – será feita pelo Prefeito ou Procurador – artigo 75, inciso III, do CPC de
2015.
e) massa falida – será feita pelo administrador (antigo síndico) nomeado pelo juiz,
conforme artigo 75, inciso V, do CPC de 2015.
f) herança jacente ou vacante – será feita por seu curador – artigo 75, inciso IV, do
CPC de 2015.
g) espólio – representação será feita pelo inventariante, conforme artigo 75, inciso VII,
do CPC de 2015 ou pela pessoa designada pelo de cujus como seu dependente perante
a Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.858/80.
73
i) as sociedades sem personalidade jurídica – será feita pela pessoa a quem couber a
administração dos seus bens, conforme artigo 75, inciso IX, do CPC de 2015.
k) condomínio – será feita pelo administrador ou síndico – artigo 75, inciso XI, do
CPC de 2015.
m) empregador.
74
2ª Observação: De acordo com o artigo 54 da Lei Complementar nº 123/2006 (Estatuto
Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte): “É facultado ao
empregador de microempresa ou de empresa de pequeno porte fazer-se substituir ou
representar perante a Justiça do Trabalho por terceiros que conheçam dos fatos, ainda
que não possuam vínculo trabalhista ou societário.” Referida situação também se
encontra prevista na nova redação da Súmula 377 supracitada.
Súmula 456
REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO.
INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU
REPRESENTANTE.
I – É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa
jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do
signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que os
individualizam.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância
originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o
vício. Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução
de mérito, se a providência couber ao reclamante, ou considerará revel o
reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
75
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em
fase recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja
sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do
recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o
desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido
(art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
13.3. Procuradores:
Além da hipótese acima de fixação de honorários como acima mencionado deve o juiz
do trabalho fazê-lo em outros quatro casos, como previsto na Súmula 219 do TST e na
Orientação Jurisprudencial 421 da SDI-I do TST:
76
d) no caso de ações acidentárias distribuídas na Justiça Comum Estadual e que
por força da Emenda Constitucional nº 45/2004 foram deslocadas para a Justiça
do Trabalho.
Reforma Trabalhista:
Com o advento da Lei nº 13.467/2017 foi inserido o artigo 791-A da CLT, que assim
preleciona:
77
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha
obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de
suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão
ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado
da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir
a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.
2ª Observação sobre o artigo acima: Mostra-se razoável que quando o pedido inserido
na petição inicial for acolhido, mas em valor inferior àquele estipulado, não há falar-
se em sucumbência do reclamante e sim apenas da reclamada.
78
5ª Observação: Três são as bases de cálculo possíveis para incidência do percentual
entre cinco por cento e quinze por cento, a saber:
Pensamos que a última hipótese deverá ser a mais utilizada pelos juízes do trabalho.
79
13.3.2. Sobre o tema veja-se o contido na Súmula 395 do TST:
13.3.3. Estagiário: não pode praticar ato privativo de advogado como, por exemplo,
assinar petições e recursos sem o advogado ou fazer audiências.
80
II – Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao
menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a
indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do
Brasil.
Com isso, houve por bem o Tribunal Superior do Trabalho aprovar a Súmula 425 que
preconiza ser possível o exercício do jus postulandi até o âmbito dos Tribunais
Regionais do Trabalho, exceção feita a alguns litígios, a saber:
81
Com o devido respeito deixamos claro nossa preocupação com a mantença do jus
postulandi, mesmo de forma limitada, na medida em que o tecnicismo do processo
aumenta a cada dia o que implica na necessidade de um profissional habilitado para
representar os trabalhadores nos atos do processo.
13.4. Terceiros:
Observação: O Tribunal Superior do Trabalho cancelou a Súmula 310 que tratava das
hipóteses de substituição processual em matéria trabalhista. Isto porque o Supremo
Tribunal Federal decidiu que a substituição processual é ampla. Assim, é de se
concluir que a amplitude de que trata essa decisão ocorre tanto no aspecto objetivo (na
substituição processual pode o sindicato postular qualquer verba trabalhista), como no
aspecto subjetivo (na substituição processual o sindicato representa os associados e os
não associados).
Observação: em recente julgado o TST não admitiu a substituição processual, mais
precisamente por conta da postulação que foi de diferenças salariais por equiparação
salarial, sob o argumento de que haveria necessidade de ações individuais, nesse caso.
Substituição processual:
82
Segundo Sérgio Pinto Martins substituição processual é a legitimação extraordinária,
autorizada pela lei, para que alguém pleiteie, em nome próprio, direito alheio em
processo judicial. No entender desse doutrinador trata-se, portanto, de legitimação
anômala para a propositura de ação. O substituto processual é parte formal, portanto, é
o sujeito da relação processual.
83
As hipóteses de intervenção de terceiros são: nomeação à autoria, denunciação da lide,
chamamento ao processo, oposição e assistência.
13.5.3. Nomeação à autoria: quando aquele que detiver a coisa em nome alheio for
demandado em nome próprio, devendo indicar quem é o verdadeiro proprietário ou o
possuidor. Em verdade a nomeação a autoria do antigo CPC aparece na nova lei
adjetiva civil transmudado para a possibilidade de alteração do pólo passivo no prazo
de 15 (quinze) dias (artigo 338 do CPC de 2015).
84
13.5.4. Denunciação da lide – conceito de Sydney Sanches: é a ação incidental
proposta por uma das partes (da ação principal), em geral contra terceiro, pretendendo
a condenação desta à reparação do prejuízo decorrente de sua eventual derrota na
causa, seja pela perda da coisa (evicção), seja pela perda de sua posse direta, seja por
lhe assistir direito regressivo previsto em lei ou em contrato (relação jurídica de
garantia) – artigo 125 do CPC de 2015.
13.5.6. Factum Principis – artigo 486, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do
Trabalho: chamada à autoria da pessoa jurídica de direito público apontada como
responsável pela paralisação do trabalho.
Segundo Sérgio Pinto Martins assistência judiciária gratuita envolve a defesa gratuita
por advogado do Estado ou pelo sindicato à pessoa necessitada.
85
Os requisitos para o deferimento da assistência judiciária ao trabalhador são: a
prestação de assistência pelo sindicato da categoria profissional e a percepção de
remuneração de, no máximo, dois salários mínimos por mês ou, se superior a esse
patamar, a apresentação de declaração de pobreza ou de que esteja desempregado, nos
termos da Lei nº 1.060/50.
86
14. DISSÍDIO INDIVIDUAL E DISSÍDIO COLETIVO. DISTINÇÕES
FUNDAMENTAIS.
14.2.1. Para Wagner D. Giglio nos dissídios coletivos se discute interesses abstratos
de uma categoria composta de número indeterminado de pessoas.
87
15. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. PETIÇÃO INICIAL. REQUISITOS.
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA.
Nas palavras de Vicente Greco Filho, em verdade o direito de ação não é dirigido
contra o réu, mas sim contra o Estado, porque é o direito de obter dele uma decisão
sobre determinado pedido. Logicamente que com o pedido ao Judiciário pretende o
autor que os efeitos almejados se produzam contra alguém, o réu, mas o direito de agir
se exerce perante o estado-Juiz.
Ainda, segundo Vicente Greco Filho, o direito de ação é dividido em dois planos: o
plano do direito constitucional e o plano processual, tendo o primeiro um maior grau
de generalidade. Sob esse aspecto, o direito de ação é amplo, genérico e
incondicionado, salvo as restrições constantes da própria Constituição Federal. Sua
definição encontra-se no já referido artigo 5º, inciso XXXV: “a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
88
15.3. Termos utilizados no processo do trabalho: dissídio trabalhista, reclamação
trabalhista, ou ação trabalhista.
a) Pedido imediato: prolação de uma sentença. Tem relação direta com o direito
processual.
b) Pedido mediato: é o bem jurídico que o autor procura proteger com a sentença. Tem
relação direta com o direito material.
89
3ª Observação: Os pedidos podem ser sucessivos (artigo 326 do CPC de 2015)
citando-se como exemplo o pedido de reconhecimento da condição de empregado
bancário e consequentes direitos da categoria profissional previstos em norma coletiva
quando há alegação de fraude na contratação por empresa de terceirização e, se não
reconhecida a fraude e a condição de bancário, os direitos previstos na categoria
profissional da empresa terceirizada.
Reforma Trabalhista:
4ª Observação: O artigo 840, parágrafo 1º, da CLT, com a redação dada pela Lei nº
13.467/2017, preleciona que o pedido deve ser certo e determinado e com indicação de
seu valor.
Assim, não apenas nas ações trabalhistas de rito sumaríssimo (artigo 852-B, inciso I,
da Consolidação das Leis do Trabalho), mas também nas ações trabalhistas de rito
ordinário não mais será permitido colocar a expressão “a apurar” no ao lado de cada
pedido.
15.6.3. Causa de pedir: é o fato jurídico que o autor aponta como fundamento para sua
demanda. Pode ser: próxima e remota.
a) Teoria da substanciação: adotada pelo legislador pátrio – exige a descrição dos fatos
dos quais decorre a relação do direito.
90
1ª Observação: Quando no pólo passivo consta mais de um reclamante deverá o juiz
do trabalho verificar se se trata apenas de pleito que envolva exclusivamente matéria
de direito, eis que poderia haver evidente tumulto se dois ou mais autores estivessem
postulando direitos baseados em situação fática específica de cada um.
91
15.7. Classificação das ações:
92
15.81.1. Pressupostos processuais subjetivos: dizem respeito aos sujeitos da relação
processual, juiz e partes. São eles:
a) referentes ao juiz:
-órgão estatal investido de jurisdição.
-competência originária ou adquirida.
-imparcialidade do juiz.
b) referentes às partes:
-capacidade de ser parte.
-capacidade de estar em juízo.
-capacidade postulatória.
-inexistência de litispendência.
-inexistência de coisa julgada.
-inexistência de compromisso arbitral.
-pagamento de custas do processo idêntico anterior já extinto sem exame do mérito.
Reforma Trabalhista:
Quanto ao item acima “custas do processo” o artigo 844, parágrafos 2º e 3º, da CLT,
com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017 assim dispõe:
93
.§ 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2 o é condição para a
propositura de nova demanda.
Pensamos que, no tocante ao parágrafo 2º, do artigo 844, da CLT, conforme acima
citado, disse o legislador menos que efetivamente quis dizer, na medida em que não
apenas as hipóteses de faltas justificadas do artigo 473 da CLT se prestariam a isentar o
reclamante de pagar custas do processo, mas também qualquer outra impossibilidade de
comparecimento à audiência como, por exemplo, estar internado num hospital ou numa
clínica.
-citação válida.
15.9.2. Legitimidade de parte: deve haver identidade da pessoa que faz o pedido (autor)
com a pessoa a quem a lei assegura o direito material. O mesmo ocorre quanto ao pólo
passivo. Ex: o empregado não pode mover ação em face de uma empresa para a qual
não trabalhou. Ex: o sindicato não pode ajuizar ação como substituto processual, se não
detém essa qualidade.
94
Observação: O CPC de 2015 revogou o dispositivo inserido do CPC de 1973 para
excluir a possibilidade jurídica do pedido como condição da ação.
15.10.1. Autor:
15.10.2. Ré:
Observação: Com o CPC de 2015 foi suprimido o inciso que tratava da necessidade de
requerimento de citação do réu.
96
Observação: Não há que se falar em inépcia da exordial quando o reclamante postula
concomitantemente adicional de periculosidade e adicional de insalubridade. Isto
porque o pleito depende de prova técnica, não estando obrigado o reclamante e nem
seu advogado a conhecer de matéria que depende de prova técnica (prova pericial).
Artigo 300 do CPC de 2015 – requisito: quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano irreparável de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.
1ª Observação: Importante lembrar que não deve ser concedida a tutela de urgência
quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. Exemplo:
mesmo com a comprovação do desligamento sem justa causa (pré-aviso) o pleito de
tutela antecipada não deve ser deferido, ante a possibilidade do autor ter cometido falta
grave durante o período do aviso prévio.
a) artigo 659, inciso IX, da Consolidação das Leis do Trabalho – concessão de medida
liminar, até decisão final do processo em reclamações trabalhistas que visem a tornar
sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 da Consolidação
das Leis do Trabalho;
97
b) artigo 659, inciso X, da Consolidação das Leis do Trabalho – concessão de medida
liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que visem
reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo
empregador.
98
Artigo 625-B – Comissões de Conciliação Prévia no âmbito empresarial devem ser
compostas por, no mínimo, dois membros e, no máximo, dez membros. A composição
é paritária. Haverá suplentes de ambas as partes. O mandato é de um ano, permitida
uma recondução.
Artigo 625-E – Feita a conciliação será lavrado termo com a assinatura do empregado
e do empregador e pelos membros integrantes da Comissão de Conciliação Prévia.
Referido documento é titulo executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral,
exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
Artigo 625-F – Prazo das Comissões de Conciliação Prévia para realizara a sessão – 10
dias.
99
A origem da Comissão de Conciliação Prévia decorre do fim da representação
classista. Aqueles que até o advento da Emenda Constitucional nº 24/99 eram juízes
classistas deixaram de sê-lo passando a Junta de Conciliação e Julgamento a atuar
como Vara do Trabalho apenas com o juiz togado (juiz concursado).
100
2ª Observação: Algumas decisões de Turmas do Tribunal Superior do Trabalho têm
entendido que é necessária a passagem pela Comissão de Conciliação Prévia antes do
ajuizamento da ação trabalhista (4ª Turma), enquanto outras Turmas entendem ser
desnecessária (1ª Turma).
101
16. AUDIÊNCIA. ORDEM DOS ACONTECIMENTOS. ARQUIVAMENTO.
REVELIA. CONFISSÃO. CONCILIAÇÃO. CONTESTAÇÃO.
RECONVENÇÃO. COMPENSAÇÃO.
-apregoamento.
-qualificação das partes.
-1ª tentativa de conciliação obrigatória.
-se rejeitada a 1ª tentativa de conciliação obrigatória, o juiz do trabalho deve receber a
contestação na qual ficam abrangidas as exceções de incompetência absoluta, de
impedimento e de suspeição, a contestação propriamente dita e eventual reconvenção,
se for o caso do réu se utilizar de todas elas.
-réplica por parte do autor.
-oitiva das partes.
-oitiva das testemunhas de ambas as partes.
-declaração de encerramento da instrução processual se não houver outras provas a
serem produzidas.
-razões finais.
-2ª tentativa de conciliação obrigatória.
-se rejeitada a 2ª tentativa de conciliação obrigatória, o juiz do trabalho designa
audiência de julgamento.
102
2ª Observação: Com o advento do artigo 360, inciso V, do CPC de 2015 é dever do
juiz registrar em ata, com exatidão, de todos os requerimentos apresentados em
audiência. Aplica-se subsidiariamente no processo do trabalho. Nesse sentido,
pensamos que não seja possível ao juiz do trabalho indeferir que se constem
requerimentos em ata de audiência.
3ª Observação: Com o advento do artigo 362, inciso III, do CPC de 2015, fica prevista
a possibilidade de atraso no início da audiência em razão da ausência de alguém que
deva participar daquele ato. A nosso ver esse dispositivo legal não se aplica no
processo do trabalho que prevê apenas o atraso de 15 (quinze) minutos do juiz do
trabalho, nos termos do artigo 815, parágrafo único, da Consolidação das Leis do
Trabalho.
Reforma Trabalhista:
4ª Observação: O artigo 800, caput, e seus parágrafos, com a redação dada pela Lei nº
13.467/2017, contempla situação em que a exceção de incompetência relativa (também
conhecida como exceção declinatória de foro) com a seguinte redação:
103
§ 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará
audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas
serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado
como competente.
Artigo 841, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho – notificação postal,
por oficial de justiça ou por edital.
104
Artigo 843, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho – representação do
reclamado por gerente ou preposto com conhecimento dos fatos. Pela Súmula 377 do
Tribunal Superior do Trabalho há necessidade de o preposto ser empregado, salvo em
alguns casos. Vejamos o contido na Súmula 377:
105
Reforma Trabalhista:
106
Parte dos doutrinadores sustenta que ainda assim a reclamada deve ser declarada revel
e confessa, com base na Súmula 122 do Tribunal Superior do Trabalho. Diz a referida
Súmula:
Todavia, para aqueles doutrinadores que sustentam que a defesa com documentos deva
ser recebida e que, consequentemente, sustentam apenas a aplicação da pena de
confissão, o fazem com base no princípio constitucional da isonomia das partes e
também porque se revela manifesto o ânimo de defesa da reclamada, corrente à qual
nos filiamos.
Artigo 844, parágrafo único, da Consolidação das Leis do Trabalho – motivo relevante
– o juiz pode suspender o julgamento e designar nova audiência. Ex: greve dos
transportes públicos.
Artigo 847 da Consolidação das Leis do Trabalho – prazo para defesa oral – 20 (vinte)
minutos, após a leitura da exordial.
107
Artigo 848 da Consolidação das Leis do Trabalho – instrução. Súmula 74 do Tribunal
Superior do Trabalho – dispõe a referida Súmula que se uma das partes não comparece
para prestar depoimento será declarada a sua confissão ficta, a qual somente poderá ser
elidida por prova pré-constituída nos autos. Ou seja, não é possível utilizar-se o
depoimento da parte contrária e nem de testemunhas para afastar a confissão ficta.
Contudo, somente se aplica a referida Súmula se se tratar de intimação pessoal das
partes para comparecimento com o intuito de prestar depoimento e não apenas dos
seus advogados. Nesse sentido veja-se o contido na Súmula 74 do TST:
Súmula 74 – CONFISSÃO.
I – Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com
aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na
qual deveria depor.
II – A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para
confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, CPC de 2015 – art. 400,
I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o
indeferimento de provas posteriores.
III – A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa
somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do
poder/dever de conduzir o processo.
108
16.4. Contestação:
Observação: Com o advento nos artigos 335 a 343 do CPC de 2015 houve por bem o
legislador em revogar a expressão “Resposta do Réu”, eis que toda a matéria de defesa
deverá ser inserida na peça denominada “Contestação”.
16.4.1. Exceções:
Reforma Trabalhista:
Observação: O artigo 800, caput, e seus parágrafos, com a redação dada pela Lei nº
13.467/2017, contempla situação em que a exceção de incompetência relativa (também
conhecida como exceção declinatória de foro) com a seguinte redação:
109
1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a
audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida
a exceção.
São elas:
-situações:
a) quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
b) em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;
110
c) que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido decisão;
d) quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro ou qualquer parente, consanguíneo ou
afim, em linha reta, ou na linha colateral até o terceiro grau, inclusive;
e) quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
f) quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte
no processo.
-situações:
2ª Observação: Se o recusante praticar algum ato pelo qual haja consentido na pessoa
do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo.
Se não alegada suspeição quando a parte já a conhecia, não poderá mais fazê-lo ante a
ocorrência de preclusão.
111
3ª Observação: A suspeição pode ser declarada de ofício pelo juiz, ou seja, sem
provocação da parte, até mesmo por motivo de foro íntimo estando o juiz dispensado
de declarar suas razões.
112
o juiz não
Competência relativa: em razão do lugar prorrogável pode
conhecer de
ofício
16.4.2.1. Preliminares:
113
f) coisa julgada – quando se repete ação que já foi decidida, de que não caiba recurso;
f) conexão – são conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a
causa de pedir – artigo 55 do CPC de 2015;
g) incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de autorização;
h) convenção de arbitragem;
i) ausência de legitimidade ou de interesse processual.
São elas:
b) decadência – consiste na perda do próprio direito, em razão de este não ter sido
exercitado no prazo legal. Exemplos no direito do trabalho: prazo decadencial para
suspender o empregado estável nos termos da Súmula 403 do Supremo Tribunal
Federal; prazo de dois anos para propor ação rescisória, cujo teor é o seguinte:
114
Além da Súmula acima veja-se a Súmula 18 do TST sobre o tema compensação:
Súmula 18 – COMPENSAÇÃO.
A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de natureza
trabalhista.
16.4.2.3. Mérito:
a) negativa dos fatos apontados na exordial. Ex: o autor alega ter sido injustamente
despedido e a reclamada alega que o autor pediu demissão;
b) reconhecimento do pedido ou de parte do pedido. Ex: admite o não pagamento de
salários por falta de caixa;
c) admite os fatos narrados na peça vestibular, mas com oposição de suas
consequências. Ex: o autor pede adicional de transferência e a reclamada alega que não
houve transferência, pois inexistiu mudança de domicílio do empregado.
115
1ª Observação: Não raro o reclamante requer a desistência do feito em audiência. Nem
sempre a reclamada concorda com a desistência, mas apenas com a renúncia. Não
obstante devamos ter em mente o princípio trabalhista da irrenunciabilidade dos
direitos trabalhistas, também é certo que, com o fenômeno da flexibilização, tal
princípio resta mitigado em sua importância. Assim, entendemos que se o empregado
estiver presente na audiência juntamente com seu advogado e houver concordância
com a renúncia, deve o juiz do trabalho, a nosso ver, homologar a renúncia, cuja
consequência inexorável implicará na impossibilidade de postular aqueles direitos
trabalhistas em outro feito.
Reforma Trabalhista:
16.4.3. Reconvenção:
Conceito: é a ação proposta pelo réu em face do autor, no mesmo processo em que está
sendo demandado. É um contra-ataque.
116
Ante a aplicação subsidiária e supletiva do CPC de 2015 (artigo 769 da Consolidação
das Leis do Trabalho) a maioria dos doutrinadores entende cabível no direito laboral.
Observação: Como já dito anteriormente, com o CPC de 2015 a reconvenção não será
apresentada em peça apartada, mas sim dentro da peça denominada “contestação”.
117
17. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO.
Artigo 852-A e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho – dissídios
cujo valor da causa não exceda 40 vezes o salário mínimo vigente na data do
ajuizamento da reclamação, excluídos os entes da administração direta, autárquica e
fundacional público, cujo processamento deve ocorrer sempre pelo rito ordinário,
qualquer que seja o valor atribuído à causa.
b) não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e
endereço do reclamado.
Observação: o não preenchimento dos requisitos das letras “a” e “b” acima implicará
no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da
causa.
118
Artigo 852-F da Consolidação das Leis do Trabalho – ata deve registrar os atos
essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da
causa trazidas pela prova testemunhal.
Artigo 852-I, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho – decisão por
equidade. Sérgio Pinto Martins cita Aristóteles para explicar o que vem a ser equidade.
Para Aristóteles equidade é sinônimo de justiça. Tem por objetivo corrigir a lei quando
está incompleta. Seria a justiça do caso particular. Para Sérgio Pinto Martins, ao julgar
ação de procedimento sumaríssimo, o juiz deve observar a parte final do artigo 8º da
Consolidação das Leis do Trabalho, quando determina de que nenhum interesse
particular prevaleça sobre o interesse público. O mesmo doutrinador ainda cita o artigo
5º da Lei de Introdução ao Código Civil no sentido de que o juiz deve atender aos fins
sociais da lei e às exigências do bem comum.
119
Observação: Situação concreta no qual a reclamada não foi citada por via postal e nem
por oficial de justiça. Resta, então, citá-la por edital. Por conta vedação legal dessa
forma de citação no procedimento sumaríssimo a maioria dos juízes do trabalho tem
convertido o rito de sumaríssimo para ordinário e, ato contínuo, determinado a citação
da reclamada por edital.
120
18. INSTRUÇÃO PROCESSUAL. MEIOS DE PROVA. ÔNUS DA PROVA.
PRESUNÇÕES. VALORAÇÃO DA PROVA.
Em matéria processual a prova tem por objeto os fatos da causa e que se prestam a
esclarecer o juiz. Sua finalidade é a formação da convicção do juiz a respeito dos fatos
da causa. Portanto, o juiz é o destinatário da prova.
a) necessidade da prova – é preciso que a parte faça a prova das suas afirmações.
b) unidade da prova – a prova deve ser apreciada em seu conjunto, de forma global e
não de forma isolada.
c) lealdade ou probidade da prova – não é permitida prova obtida por meio ilícito.
121
Observação: uso da psicografia (espiritismo) como prova perante os Tribunais -
segundo reportagem publicada no jornal “O Estado de São Paulo” no dia 25/05/2008
há uma corrente de delegados de polícia, advogados, promotores, procuradores e juízes
que sustentam que aplicar o direito é “missão de vida” e nada impediria os juízes de
embasar suas decisões em princípios religiosos. Contudo, a matéria é muito
controvertida embora a discussão não seja recente. Isto porque para a corrente
doutrinária tradicional trata-se de meio de prova não previsto em lei.
g) imediação – o juiz dirige o processo e a prova deve ser produzida diante do mesmo.
122
b) sistema da livre convicção – segundo Francisco Antonio de Oliveira nesse sistema o
juiz estava completamente livre na apreciação da prova, preso apenas ao seu
convencimento íntimo (sistema da ditadura jurisdicional).
123
a) notórios.
b) afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária.
c) admitidos, no processo, como incontroversos.
d) em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. Ex: artigos 447
e 456, parágrafo único, ambos da Consolidação das Leis do Trabalho.
Vigora no direito pátrio o princípio iura novit curia (o juiz conhece o direito).
Todavia, em algumas situações cabe à parte fazer prova de algumas normas jurídicas
(artigo 376 do CPC de 2015), a saber:
18.8. Ônus da Prova – segundo Sérgio Pinto Martins é o dever de a parte provar em
juízo suas alegações para o convencimento do juiz.
124
Reforma Trabalhista:
1ª Observação: O artigo 818, caput, da CLT, com a redação dada pela Lei nº
13.467/2017, foi alterado para contemplar a redação do artigo 373, inciso I e II, do
CPC de 2015 em seu corpo.
2ª Observação: O artigo 818 da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017
agora contempla os parágrafos 1º, 2º, e 3º, a saber:
125
b) o reclamante alega ter trabalhado para a reclamada e postula reconhecimento do
vínculo empregatício; a reclamada, por sua vez, confirma a prestação dos serviços,
mas na condição de trabalhador autônomo - o ônus da prova é da reclamada.
126
c) o reclamante alega ter exercido as mesmas funções que um determinado colega de
trabalho a quem aponta como paradigma; a reclamada alega, por exemplo, que o
trabalho do paradigma era exercido com maior perfeição técnica ou com maior
produtividade que o reclamante – o ônus da prova é da reclamada (Súmula 6, item
VIII do Tribunal Superior do Trabalho). Diz esse item da Súmula:
d) o reclamante alega ter sido injustamente despedido pela reclamada; a reclamada, por
sua vez, nega o despedimento – o ônus da prova é da reclamada (Súmula 212 do
Tribunal Superior do Trabalho). Diz a citada Súmula:
e) o reclamante alega ter trabalhado em sobrejornada sem ter recebido horas extras; a
reclamada contesta o fato e colaciona aos autos os controles de frequência que
demonstram que a jornada é de 44 horas semanais, pelo que não há falar-se em horas
extras – o ônus da prova é do reclamante se a jornada nos controles estiver
anotada de forma variável (Súmula 338 do TST).
f) o reclamante alega ter trabalhado em sobrejornada sem ter recebido horas extras; a
reclamada contesta o fato e colaciona aos autos os controles de frequência que
demonstram que a jornada é de 44 horas semanais, pelo que não há falar-se em horas
extras – o ônus da prova é da reclamada se a jornada nos controles estiver
anotada de forma invariável (Súmula 338 do TST).
127
g) o reclamante pleiteou horas extras; a reclamada disse que o autor não faz jus às
suplementares, pois sempre se ativou em cargo de confiança – o ônus da prova é da
reclamada, pois se trata de fato impeditivo do direito do autor (grifei e negritei).
h) o reclamante pleiteou horas extras; a reclamada disse que o autor não faz jus às
suplementares, pois existia Banco de Horas com a anuência do sindicato da categoria
profissional por meio de negociação coletiva - o ônus da prova é da reclamada, pois
se trata de fato modificativo do direito do autor (grifei e negritei).
i) o reclamante pleiteou horas extras; a reclamada disse que o autor não faz jus às
suplementares, pois todas elas foram devidamente quitadas - o ônus da prova é da
reclamada, pois se trata de fato extintivo do direito do autor (grifei e negritei).
j) o reclamante alega ter trabalhado na função de gráfico, embora tenha sido registrado
na função de auxiliar de serviços gerais. Postula diferenças salariais. A reclamada
alega que a função exercida pelo reclamante foi de mesmo de auxiliar de serviços
gerais, conforme anotado em Carteira de Trabalho e Previdência Social – o ônus da
prova é do reclamante.
k) o reclamante alega que não recebeu salários dos últimos três meses do pacto laboral;
a reclamada alega que todos os salários foram rigorosamente pagos ao reclamante – o
ônus da prova é da reclamada que é detentora dos recibos de pagamento (artigo
464 da Consolidação das Leis do Trabalho).
l) o reclamante alega que o FGTS não foi depositado durante todos os meses do pacto
laboral; a reclamada, por sua vez, alega que o FGTS foi depositado corretamente
durante o contrato de trabalho – o ônus da prova é da reclamada – Súmula 461 do
TST.
m) o reclamante alega que no curso do pacto laboral nasceu seu filho e que a
reclamada não lhe pagou o salário-família correspondente; a reclamada, por sua vez,
nega que o reclamante tenha informado acerca do nascimento de seu filho – o ônus da
prova da entrega da certidão de nascimento é do reclamante.
128
n) o reclamante disse ter sido injustamente despedido; a reclamada nega o fato
aduzindo que o obreiro foi despedido por justa causa – o ônus da prova é da
reclamada (grifei e negritei).
129
Observação: Com o advento do artigo 373, parágrafo 3º, do CPC de 2015 é lícito às
partes distribuírem livremente o ônus da prova por convenção delas mesmas. Contudo,
entendemos que esse artigo não terá aplicação subsidiária no direito do processual do
trabalho.
Com o advento do CPC de 2015 houve por bem o legislador em revogar todos os
dispositivos que tratavam de ações cautelares. Não se quer dizer com isso que não
existem mais ações cautelares, mas sim que estas deverão ser inseridas na própria
petição inicial da ação de conhecimento.
130
Diz a Súmula 74:
Súmula 74 – CONFISSÃO.
I – Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela
cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria
depor.
II – A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para
confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 – art. 400,
I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento
de provas posteriores.
III – A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a
ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de
conduzir o processo.
18.10.2. Confissão: segundo Amauri Mascaro Nascimento é uma prova que pesa sobre
quem a faz e em favor da parte contrária, que confirma as alegações do adversário.
Confissão: é revogável quando emanar de erro de fato, dolo ou coação (artigo 393 do
CPC de 2015).
Confissão: pode ser real quando obtida através do depoimento pessoal e ficta que é
presumida quando a parte não comparece na audiência na qual deveria depor.
131
2ª Observação: pode ocorrer da Vara do Trabalho adotar o sistema de audiência
fracionada. Se for o caso e na impossibilidade de conciliação na audiência inicial, o
juiz recebe a defensiva e designa audiência de instrução sendo que as partes saem
devidamente intimadas para a audiência em continuação quando deverão prestar
depoimento (Súmula 74 do Tribunal Superior do Trabalho). Na audiência de instrução
a falta do reclamante ou da reclamada – ainda que presente o advogado de uma ou
outra parte – induz na aplicação da pena de confissão quanto à matéria de fato
(confissão ficta). Todavia, de acordo com a nova redação da Súmula 74, item II, do
Tribunal Superior do Trabalho, a confissão ficta pode ser elidida por prova pré-
constituída nos autos.
Testemunha: deve ser compromissada tendo o dever de falar a verdade, sob pena de
cometimento de crime de falso testemunho.
Testemunha: será inquirida pelo juiz e reinquirida pelos advogados das partes (artigo
820 da Consolidação das Leis do Trabalho).
132
Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de
ter litigado contra o mesmo empregador.
18.10.3.2. Testemunha funcionário civil ou militar: depoimento a ser prestado durante
o horário de expediente – será requisitada ao chefe da repartição ou ao comando do
corpo em que servir para comparecer à audiência designada conforme dispõe o artigo
823 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Observação: com o advento do artigo 453, parágrafo 1º, do CPC de 2015 é possível a
oitiva de testemunha por vídeo conferência. A nosso ver se aplica subsidiariamente no
processo do trabalho.
133
18.10.4. Prova documental: Segundo Sérgio Pinto Martins documento é a forma de
uma coisa poder ser conhecida por outra, de modo a reproduzir certa manifestação de
pensamento. Em suma, o ilustre autor, o documento representa um fato ocorrido.
1ª Observação: Com o advento da Lei nº 11.925/2009 foi alterada a redação do artigo
830 da Consolidação das Leis do Trabalho, conforme abaixo:
2ª Observação: com o advento do artigo 384 do CPC de 2015 é possível à parte a quem
interessar a juntada de ata notarial, documento esse que permite atestar um fato por
alguém. Aplica-se subsidiariamente no processo do trabalho, sobretudo se levarmos
em conta que há uma forte limitação ao número de testemunhas.
3ª Observação: com o advento do artigo 422, parágrafo 1º, do CPC de 2015 é possível
utilizar como prova documental fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de
computadores. Frise-se que tais documentos já são aceitos no processo do trabalho,
pelo que sua aplicação subsidiária é indiscutível.
134
18.10.4.1. Arguição de incidente de falsidade: é cabível subsidiária e supletivamente
no processo do trabalho conforme previsto no artigo 430 e seguintes do CPC de 2015,
por força do artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho.
18.10.5. Prova pericial: Segundo Sérgio Pinto Martins consiste em exame, vistoria ou
avaliação feita por um perito sobre fatos objeto da causa. O perito nomeado pelo juízo
detém conhecimento técnico especializado que falta ao magistrado.
135
18.10.5.3. Prova pericial emprestada: a doutrina não é uníssona acerca da possibilidade
de utilização de prova pericial emprestada. No caso do pedido de adicional de
insalubridade pode-se dizer que, não raro, o meio ambiente do trabalho é desativado
em razão de mudança da sede do empreendimento ou complemente reestruturado.
Nesse passo, se o empregado se ativou em condições não mais existentes, o novo
laudo pericial não se prestará como prova em seu favor. O problema do laudo pericial
emprestado é que nem sempre as condições de trabalho daquele outro trabalhador que
foi beneficiado por um laudo positivo de insalubridade se aplicavam ao empregado ora
postulante ao mesmo adicional. Em nosso entendimento, em regra, não é possível o
uso da prova emprestada, embora o artigo 372 do CPC de 2015 a admite, em reforço
ao contido na Orientação Jurisprudencial nº 278 da SDI-I do TST no tocante ao
adicional de insalubridade.
136
19. RAZÕES FINAIS. SENTENÇA. VALOR DA CONDENAÇÃO. CUSTAS E
DESPESAS PROCESSUAIS. ÉTICA NO PROCESSO DO TRABALHO E
RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL. PUBLICAÇÃO.
TRÂNSITO EM JULGADO.
Objetivo: ressaltar pontos importantes da instrução que favorece a parte que apresenta
as razões finais e ressaltar pontos que desfavorecem a parte contrária. Se a parte tiver
protestado em audiência de decisões interlocutórias do juiz do trabalho deverá renovar
os protestos em sede de razões finais.
Artigo 850 da Consolidação das Leis do Trabalho: razões finais – 10 (dez) minutos
para cada parte.
As razões finais podem ser remissivas (quando se remete o juiz do trabalho para tudo o
que foi alegado e provado).
Por fim, quando o feito é de maior complexidade é possível que o juiz do trabalho
defira prazo para apresentação da razões finais por memoriais escritos.
Após as razões finais deve o juiz renovar a proposta conciliatória (segunda tentativa
obrigatória de conciliação).
19.2. Sentença:
a) sentenças;
b) decisões interlocutórias;
c) despachos.
137
19.2.1. Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos artigos
485 e 487 desta Lei (CPC de 2015).
1ª Observação: com o advento do artigo 356, do CPC de 2015, houve por bem o
legislador ordinário criar hipótese de julgamento parcial de mérito. O Novo dispositivo
legal, a nosso ver, não será aplicável subsidiária e supletivamente no processo do
trabalho, eis que o parágrafo 5º desse mesmo artigo consagra a possibilidade de
interposição de agravo de instrumento dessa decisão, recurso esse de cabimento
restrito, diferentemente do processo civil. Ademais, o aprazamento de audiências na
Justiça do Trabalho é inferior aos processos que tramitam na Justiça Federal e na
Justiça Comum Estadual, o que torna essa regra desnecessária. Contudo, se for
sustentada aplicação subsidiária e supletiva desse artigo no processo do trabalho, a
forma de impugnar essa decisão parcial será feita pela via do mandado de segurança.
2ª Observação: com o advento do artigo 489, parágrafo 1º, do CPC de 2015, deve o
juiz rebater, na decisão judicial, todos os pontos alegados pelas partes. Com o devido
respeito a posicionamentos em contrário pensamos que esse artigo não deva ser
aplicado subsidiariamente no processo do trabalho, eis que deve o juiz do trabalho
apenas e tão somente rebater as principais argumentações do reclamante e da
reclamada.
19.2.2. Decisão interlocutória: é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve
questão incidente.
É o valor fixado pelo juiz do trabalho na sentença e sobre a mesma irá incidir custas
processuais, bem como deverá balizar o valor do depósito recursal.
138
Observação: o depósito recursal tem limite máximo fixado em lei, independentemente
do valor atribuído à condenação.
19.4.1. Custas nos dissídios individuais: pagas pelo vencido após o trânsito em
julgado. Em caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento
dentro do prazo recursal.
1ª Observação: De acordo com o artigo 1007, parágrafo 2º, do CPC de 2015, quando
as custas forem recolhidas a menor, deverá o juiz intimar a parte recorrente para
complementá-las no prazo de 05 dias, sob pena de deserção. Contudo, entendemos que
como o depósito recursal não está regulamentado pelo CPC, mas sim pela
Consolidação das Leis do Trabalho, se este for depositado a menor a recurso será
considerado deserto de imediato, sem a fixação do prazo de 05 dias para a sua
complementação.
Reforma Trabalhista:
O artigo 789, caput, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017, contempla
o seguinte teor:
139
como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da
jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento
incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64
(dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e
serão calculadas:
19.4.3. Entes públicos com status de fazenda pública e Ministério Público do Trabalho
– isentos de custas.
Reforma Trabalhista:
Dispõe o artigo 791-A da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento)
e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública
e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de
sua categoria.
140
I - o grau de zelo do profissional;
Observação: Até a nova redação ao artigo acima citado não se falava em sucumbência
recíproca. Ou seja, no caso de ação trabalhista parcialmente procedente as custas
processuais ficavam somente a cargo do reclamado (empregador) sobre o valor
arbitrado à condenação pelo juiz. A partir da nova redação o reclamante também
deverá pagar custas processuais podendo ser executado no prazo de dois anos após o
trânsito em julgado da decisão que as certificou.
Um pedido fundado em prova pericial somente pode ser apreciado após a realização de
uma perícia.
141
Como não há peritos funcionários públicos, necessária se faz a nomeação de um perito
compromissado pelo juiz do trabalho para a elaboração do laudo pericial.
Importante registrar que nesse caso deve o juiz do trabalho, levando em conta o tempo
e a complexidade do laudo pericial, fixar os honorários do expert.
Reforma Trabalhista:
Dispõe o artigo 790-B da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017:
142
Quando a perícia é positiva, ou seja, a favor do reclamante, quem paga os honorários
do perito é a reclamada.
Reforma Trabalhista:
Com o advento da Lei nº 13.467/2017 foram inseridos na CLT os artigos 793-A até
793-D, cujos conteúdos são os seguintes:
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé
como reclamante, reclamado ou interveniente.
143
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja
possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento
comum, nos próprios autos.
Tem as partes o dever de agir com lealdade processual. Se assim não procederem
poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, reconhecer uma das partes como litigante
de má-fé.
144
A multa decorrente do reconhecimento da litigância de má-fé, que poderá ser fixada de
ofício ou a requerimento, reverterá em favor da parte prejudicada e será fixada entre
1% (um por cento) e 10% (dez por cento) sobre o valor corrigido da causa e a
indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários
advocatícios e todas as despesas que efetuou nos termos do artigo 793-C, caput, da
CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017.
O artigo 793-C, parágrafo 2º, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017
prevê que no caso de valor da causa irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada
em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social.
O artigo 793-C, parágrafo 3º, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017
prevê que o valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios
autos.
Estranho é o dispositivo previsto no artigo 793-D, da CLT, com a redação dada pela
Lei nº 13.467/2017 no sentido de que seja possível aplicar o artigo 793-C à testemunha
que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao
julgamento da causa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
19.7. Publicação:
Artigo 852 da Consolidação das Leis do Trabalho – as partes devem ser regularmente
intimadas da sentença para que, se quiserem, possam recorrer em caso de sucumbência
total ou parcial.
145
19.7.1. Formas:
a) em audiência.
b) pelo Diário Oficial.
c) Súmula 197 do Tribunal Superior do Trabalho. Diz a citada Súmula:
Decisão imutável sobre a qual não é permitida a interposição de mais nenhum recurso
(coisa julgada).
A coisa julgada se subdivide em: coisa julgada formal e coisa julgada material.
146
20. PROCEDIMENTOS (RITOS): ORDINÁRIO, SUMÁRIO E
SUMARÍSSIMO. INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA
GRAVE. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA.
HABEAS CORPUS. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO.
PRESTAÇÃO DE CONTAS. AÇÕES POSSESSÓRIAS. RESTAURAÇÃO DE
AUTOS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AÇÃO ANULATÓRIA, AÇÃO
RESCISÓRIA, AÇÃO MONITÓRIA. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO
EXTRAJUDICIAL.
Artigo 853 da Consolidação das Leis do Trabalho: quando da ocorrência de fato grave
do empregado estável o empregador apresentará reclamação trabalhista por escrito no
prazo de 30 (trinta) dias contados a partir da data da suspensão do empregado.
147
Artigo 821, in fine, da Consolidação das Leis do Trabalho – número máximo de
testemunhas é de 06 (seis).
Observação: O inquérito para apuração de falta grave deve ser observado também no
caso do dirigente sindical que goza de estabilidade provisória, consoante interpretação
nesse sentido ao artigo 543, parágrafo 3º, in fine, da Consolidação das Leis do
Trabalho (Súmula 379 do Tribunal Superior do Trabalho). Todavia, não se aplica às
outras modalidades de estabilidade provisória como os detentores de mandato da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, as gestantes e os acidentados no
trabalho. Preconiza a Súmula 379:
Ensina-nos Sérgio Pinto Martins que o cumprimento do dissídio coletivo (quer se trate
de acordo homologado ou de decisão), quando os empregadores não satisfizerem o
pagamento devido, se obtém por meio de reclamação individual, denominada de ação
de cumprimento, perante a Vara do Trabalho.
148
A Lei nº 8.984/95 menciona expressamente que compete à Justiça do Trabalho o
julgamento de dissídios para cumprimento de convenções ou acordos coletivos de
trabalho.
A Súmula 286 do Tribunal Superior do Trabalho, por sua vez, permite a propositura de
ação de cumprimento de convenção coletiva de trabalho ou de acordo coletivo de
trabalho e não apenas de sentença normativa. Diz a referida Súmula:
149
Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 o mandado de
segurança pode ser impetrado em primeiro grau. As hipóteses de impetração, que antes
eram de competência da Justiça Federal, são aquelas em que sejam autoridades
coatoras as autoridades administrativas do Ministério do Trabalho e Emprego.
Exemplos: lavratura de autos de infração em abuso de autoridade, negativa de
autorização de empresa de trabalho temporário, etc.
O prazo para propositura do mandado de segurança é de 120 (cento e vinte) dias. Tem
natureza jurídica decadencial.
A autoridade coatora será intimada para prestar informações no prazo de 10 (dez) dias.
150
Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de
jurisdição.
Não se concederá medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação
ou equiparação de servidores públicos e a concessão ou aumento ou a extensão de
vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
151
Constituição Federal de 1988, ante a sua incompatibilidade com o inciso
LV do art. 5º.
152
Súmula 417 – MANDADO DE SEGURANÇA – PENHORA EM
DINHEIRO.
I – Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que
determina penhora em dinheiro do executado para garantir crédito
exequendo, pois é prioritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do
CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).
II – Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o
executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em
dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos
requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC de 1973).
Nas palavras de Wagner D. Giglio o habeas corpus, expressão latina que significa ter a
disposição de seu próprio corpo, constitui a mais antiga salvaguarda do cidadão contra
os desmandos do poder estatal, pois suas origens se encontram na Inglaterra do tempo
de João Sem Terra, que o introduziu na Magna Carta de 1215.
Continua o ilustre doutrinador a esclarecer que tal remédio constitucional foi inserido
já na Constituição do Império de 1824 e depois mantida na primeira Constituição
Republicana de 1891.
153
Conforme previsto no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei nº 8.906/94)
não há obrigatoriedade de impetração desse remédio heróico por meio de profissional
habilitado naquele Órgão de fiscalização profissional.
Nesse caso, decretada a prisão do depositário infiel pelo juiz do trabalho de primeiro
grau o habeas corpus deverá ser impetrado junto ao Tribunal Regional do Trabalho
respectivo.
No que pertine a essa hipótese de impetração do habeas corpus importa salientar que
no ano de 2008 o Supremo Tribunal Federal decidiu não ser possível o decreto
prisional do depositário infiel, na medida em que aderiu ao Pacto de São José da Costa
Rica que contempla prisão civil apenas no caso de dívida decorrente de alimentos. A
propósito disso, como já dito anteriormente, o Supremo Tribunal Federal aprovou a
Súmula Vinculante nº 25 que considera ilícita a prisão do depósito infiel, qualquer que
seja a modalidade do depósito.
Surgiu uma nova situação fática na qual foi admitido o remédio heróico do habeas
corpus, qual seja, o do jogador de futebol “Oscar” que, vinculado ao São Paulo
Futebol Clube não queria mais jogar por aquela agremiação. Assinou contrato com o
Clube de Futebol Internacional. No julgamento de ação trabalhista proposta pelo São
Paulo Futebol Clube foi determinado o retorno do jogador àquela agremiação. O Clube
de Futebol Internacional impetrou um habeas corpus que lhe permitiu continuar nesse
clube.
154
Segundo Wagner D. Giglio da decisão denegatória do habeas corpus pelo juiz do
trabalho de Tribunal Regional cabível é o Recurso Ordinário para o Tribunal Superior
do Trabalho.
a) recusa de recebimento pelo empregado dos salários ou das verbas rescisórias, ou dar
a respectiva quitação, sem justo motivo;
b) quando o empregado deixa de comparecer ao local de trabalho para receber salários,
ou ao sindicato da categoria ou perante autoridade do Ministério do Trabalho para
homologação da rescisão contratual;
c) quando o empregado for declarado ausente, ou falecer deixando saldo de salário e
seus herdeiros forem desconhecidos e quando o empregado se tornar legalmente
incapaz;
d) quando, embora conhecidos, houver litígio entre os herdeiros do empregado
falecido sobre o direito ao saldo de salário;
e) quando houver litígio entre o empregado e pessoa que seja seu credor por alimentos.
155
20.2.5.4. Procedimento segundo Sérgio Pinto Martins:
b) O juiz designará dia, hora e local para que o depósito seja feito e para o respectivo
levantamento.
f) Alegações do réu na defesa que pode ser escrita ou oral no tempo de 20 (vinte)
minutos:
g) Depósito pode ser feito na conta vinculada ou em conta judicial com rendimento de
juros e correção monetária.
156
h) Uma vez contestada a ação consignatória passa-se ao rito ordinário. É permitida a
produção de provas.
Observação: a partir do CPC de 2015 a reconvenção não deve ser apresentada em peça
apartada, mas sim incluída na peça denominada “contestação”.
k) Sentença: deverá o juiz estabelecer expressamente quais verbas que estão sendo
quitadas para que não haja dúvida a respeito do que está sendo pago, pois o empregado
poderá ter interesse em propor outra ação e a empresa irá alegar coisa julgada.
157
As hipóteses trazidas por Wagner D. Giglio e Sérgio Pinto Martins são decorrentes da
controvérsia entre empregado vendedor ou cobrador e seu empregador, ou também de
empregado comprador que pretende prestar contas ao empregador do que comprou dos
fornecedores.
Esclarece Sérgio Pinto Martins que normalmente o vendedor comissionista não recebe
as comissões das vendas realizadas, nem lhe são ofertadas as cópias dos pedidos de
vendas, para que possa ter controle do que vendeu, pagando-lhe o empregador com
adiantamentos e na forma de vales. Valer-se-ia o empregado, assim, da ação de
prestação de contas para exigir do empregador o demonstrativo das vendas realizadas e
das correspondentes comissões que lhe deveriam ser pagas.
Referida ação pode ser ajuizada tanto por quem tiver o direito de exigi-las ou a
obrigação de prestá-las.
158
Nessa esteira de raciocínio a partir da Emenda Constitucional nº 45/2004 à Justiça do
Trabalho compete apreciar ações de interditos proibitórios ou ações de reintegração de
posse no caso de deflagração de movimento paredista, além de outras ações
possessórias decorrentes desse fato.
Como já dito anteriormente, em decisão de 2008 o Supremo Tribunal Federal entendeu
que as ações possessórias de interditos proibitórios decorrentes de atos de greve são de
competência da Justiça do Trabalho. Nesse sentido a Súmula Vinculante nº 25 daquela
Corte.
Se o juiz possuir cópia da sentença, será juntada aos autos e terá a mesma autoridade
da original.
159
20.2.09. Ação Civil Pública:
Ação civil pública é o tipo de ação onde se postula em juízo a defesa de direitos
difusos, interesses coletivos e interesses individuais homogêneos.
Tendo em vista que o objeto da ação ultrapassa a esfera individual de direitos costuma-
se dizer que a ação civil pública tutela direitos transindividuais.
A ação civil pública está regulada na Lei nº 7.347/85 e complementada pela Lei nº
8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor, mas exclusivamente quanto à parte
processual).
Difere a ação civil pública da ação de dissídio coletivo, na medida em que a primeira
implica na prolação de sentença condenatória, enquanto que a segunda implica na
prolação de sentença declaratória-constitutiva.
Vários são os co-legitimados para a propositura da ação civil pública (artigo 5º da Lei
nº 7.347/85). Todavia, quem mais a utiliza é o Ministério Público.
160
Em matéria trabalhista, também é co-legitimado o sindicato da categoria profissional.
Todavia, pouco uso faz desse remédio processual. Isto porque o poder investigatório é
atribuição exclusiva do Ministério Público do Trabalho, órgão com poderes de
requisitar documentos, realizar diligências etc.
A atuação do Ministério Público do Trabalho pode ser como órgão agente ou como
órgão interveniente. Como órgão agente o Ministério Público do Trabalho instara
inquéritos civis públicos e ajuíza ações civis públicas, enquanto que como órgão
interveniente o Ministério Público do Trabalho emite pareceres circunstanciados em
processos nos quais haja interesse público.
161
II – Em caso de dano de abrangência regional, que atinge cidades
sujeitas à jurisdição de mais de uma Vara do Trabalho, a competência
será de qualquer das varas das localidades atingidas, ainda que
vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho distintos.
III – Em caso de dano de abrangência suprarregional ou nacional, há
competência concorrente para a ação civil pública das varas do trabalho
das sedes dos Tribunais Regionais do Trabalho;
IV - Estará prevento o juízo a que a primeira ação houver sido
distribuída.
162
20.2.10.2. Outra hipótese de ação anulatória decorre do advento da Emenda
Constitucional nº 45/2004, que é aquela na qual pretende uma empresa obter
pronunciamento favorável no sentido de anular auto de infração emitido pelos órgãos
de fiscalização do trabalho como, por exemplo, no caso de nesse auto de infração faltar
capitulação legal ou mesmo quando contiver capitulação errônea em relação ao fato
narrado no referido documento.
Nesse caso a competência para apreciar essa ação anulatória é das Varas do Trabalho.
Nesse caso a competência para apreciar essa ação anulatória é das Varas do Trabalho.
Referida decisão que transitou em julgado e que pode ser objeto da ação rescisória
deve deverá ter apreciado o mérito do litígio.
Para Manoel Antonio Teixeira Filho ação rescisória é aquela por meio da qual se pede
a desconstituição da coisa julgada, nos casos previstos em lei, podendo haver novo
julgamento da causa.
De acordo com o artigo 836 da Consolidação das Leis do Trabalho é cabível a ação
rescisória no processo do trabalho. Contudo, as hipóteses de cabimento são aquelas
previstas no artigo 966 do CPC de 2015, de aplicação subsidiária no processo do
trabalho, por força do artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho.
163
É pressuposto para o ajuizamento da ação rescisão que o autor deposite 20% (vinte por
cento) do valor atribuído à causa, salvo prova de miserabilidade jurídica (artigo 836,
da Consolidação das Leis do Trabalho, in fine).
Artigo 966 do CPC de 2015 – A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser
rescindida quando:
f) for fundada em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória.
164
Observação: Com o advento do CPC de 2015 houve por bem o legislador ordinário em
excluir como hipótese de ação rescisória aquela que dizia que “houver fundamento
para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença”.
Assim, a partir desse novo diploma legal tal hipótese ensejará o cabimento de ação
anulatória, nos termos do artigo 966, parágrafo 4º, do CPC de 2015.
Artigo 966
...
§ 2º - Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a
decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I – nova propositura de demanda; ou
II – admissibilidade do recurso correspondente.
Distribuída a ação rescisória, que sempre deve ser por escrito, com os requisitos do
artigo 840, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho e dos artigos 319 e 320
do CPC de 2015 por aplicação subsidiária e supletiva. Será sorteado o relator.
Lembra Wagner D. Giglio que a ação rescisória não suspende a execução do julgado
rescindendo, mas o artigo 969 do CPC de 2015 para ressalvar, cautelarmente, a
concessão de tutela provisória.
165
Na peça vestibular o pleito, dependendo do inciso invocado do artigo 966 do CPC de
2015, poderá ser de corte rescisório e da prolação de nova decisão ou apenas de corte
rescisório.
Exemplo no qual se postula apenas o corte rescisório ocorre quando invocada violação
da coisa julgada ou de decisão proferida por juiz absolutamente incompetente.
166
II – Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em
julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o
prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de
cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial
que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que
flui a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que
julgar o recurso parcial.
III – Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso
intempestivo ou a interposição de recurso incabível não protrai o
termo inicial do prazo decadencial.
IV – O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em
julgado juntada com a ação rescisória, podendo formar sua
convicção através de outros elementos dos autos quanto à
antecipação ou postergação do dies a quo do prazo decadencial.
V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão
irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo
conciliatório transita em julgado na data da sua homologação
judicial.
VI – Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação
rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público, que não
interveio no processo principal, a partir do momento em que tem
ciência da fraude.
VII – Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão
do TST que, após afastar a decadência em sede de recurso ordinário,
aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente
de direito e estiver em condições de imediato julgamento.
VIII – A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo
recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não tem o condão de
afastar a consumação da coisa julgada e, assim, postergar o termo
inicial do prazo decadencial para a ação rescisória.
167
IX – Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subsequente,
o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando
expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em
que não houve expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT.
X – Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso
do prazo legal previsto para a interposição do recurso extraordinário,
apenas quando esgotadas todas as vias recursais ordinárias.
168
IV – Na vigência do CPC de 1973, é manifesta a impossibilidade
jurídica do pedido de rescisão de julgado proferido em agravo de
instrumento que, limitando-se a aferir o eventual desacerto do juízo
negativo de admissibilidade do recurso de revista, não substitui o
acórdão regional, na forma do art. 512 do CPC.
V – A decisão proferida pela SDI, em sede de agravo regimental,
calcada na Súmula n. 333, substitui acórdão de Turma do TST,
porque emite juízo de mérito, comportando, em tese, o corte
rescisório.
169
Súmula 299 – AÇÃO RESCISÓRIA – DECISÃO RESCINDENDA
– TRÂNSITO EM JULGADO – COMPROVAÇÃO – EFEITOS.
I – É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do
trânsito em julgado da decisão rescindenda.
II – Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial
o documento comprobatório, abrirá prazo de 15 (quinze) dias para
que o faça, sob pena de indeferimento.
III – A comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda é
pressuposto processual indispensável ao tempo do ajuizamento da
ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao
ajuizamento da ação rescisória não reabilita a ação proposta, na
medida em que o ordenamento jurídico não contempla a ação
rescisória preventiva.
IV – O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que se
pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite a formação
da coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada
extinta, sem julgamento do mérito, por carência de ação, por inexistir
decisão transitada em julgado a ser rescindida.
170
Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada
perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento, em face
de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em
grau de recurso, porque em dissídio coletivo somente se
consubstancia coisa julgada formal. Assim, os meios processuais
aptos a atacarem a execução da cláusula reformada são a exceção de
pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de
descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de
1973).
171
Em se tratando de rescisória de rescisória, o vício apontado deve
nascer na decisão rescindenda, não se admitindo a rediscussão do
acerto do julgamento da rescisória anterior. Assim, não se admite
rescisória calcada no inciso V do art. 966 do CPC de 2015 (art. 485,
V, do CPC de 1973) para discussão, por má aplicação da mesma
norma jurídica, tida por violada na rescisória anterior, bem como para
arguição de questões inerentes à ação rescisória primitiva.
172
Súmula 403 – AÇÃO RESCISÓRIA – DOLO DA PARTE
VENCEDORA EM DETRIMENTO DA VENCIDA – ART. 485, III,
DO CPC.
I – Não caracteriza dolo processual, previsto no art. 485, III, do CPC,
o simples fato de a parte vencedora haver silenciado a respeito de
fatos contrários a ela, porque o procedimento, por si só, não constitui
ardil do qual resulte cerceamento de defesa e, em consequência,
desvie o juiz de uma sentença não-condizente com a verdade.
II – Se a decisão rescindenda é homologatória de acordo, não há parte
vencedora ou vencida, razão pela qual não é possível a sua
desconstituição calcada no inciso III do art. 485 do CPC (dolo da
parte vencedora em detrimento da vencida), pois constitui
fundamento de rescindibilidade que supõe solução jurisdicional para
a lide.
173
Súmula 406 – AÇÃO RESCISÓRIA – LITISCONSÓRCIO –
NECESSÁRIO NO PÓLO PASSIVO E FACULTATIVO NO
ATIVO – INEXISTENTE QUANTO AOS SUBSTITUÍDOS PELO
SINDICATO.
I – O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao
pólo passivo da demanda, porque supõe uma comunidade de direitos
ou de obrigações que não admite solução díspar para os
litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao
pólo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação
de autores se faz por conveniência e não pela necessidade decorrente
da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o exercício do
direito individual de um dos litigantes no processo originário à
anuência dos demais para retomar a lide.
II – O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação
trabalhista, em cujos autos fora proferida a decisão rescindenda,
possui legitimidade para figurar como réu na ação rescisória, sendo
descabida a exigência de citação de todos os empregados
substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário.
174
Súmula 408 – AÇÃO RESCISÓRIA – PETIÇÃO INICIAL –
CAUSA DE PEDIR – AUSÊNCIA DE CAPITULAÇÃO OU
CAPITULAÇÃO ERRÔNEA NO ART. 966 DO CPC DE 2015.
ART. 485 DO CPC DE 1973 – PRINCÍPIO “IURA NOVIT
CURIA”.
Não padece de inépcia a petição inicial de ação rescisória apenas
porque omite a subsunção do fundamento de rescindibilidade no art.
966 do CPC de 2015 (art. 485 do CPC de 1973) ou o capitula
erroneamente em um de seus incisos. Contanto que não se afaste dos
fatos e fundamentos jurídicos invocados como causa de pedir, ao
Tribunal é lícito emprestar-lhes a adequada qualificação jurídica
(“iura novit curia”). No entanto, fundando-se a ação rescisória no art.
966, inc. V, do CPC de 2015 (artigo 485, V, do CPC de 1973), é
indispensável expressa indicação, na petição inicial da ação
rescisória, da norma jurídica manifestamente violada (dispositivo
legal violado sob o CPC de 1973), por se tratar de causa de pedir da
rescisória, não se aplicando, no caso, o princípio “iura novit curia”.
175
Súmula 411 – AÇÃO RESCISÓRIA – SENTENÇA DE MÉRITO –
DECISÃO DE TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO EM
AGRAVO REGIMENTAL CONFIRMANDO DECISÃO
MONOCRÁTICA DO RELATOR QUE, APLICANDO A
SÚMULA N. 83 DO TST, INDEFERIU A PETIÇÃO INICIAL DA
AÇÃO RESCISÓRIA – CABIMENTO.
Se a decisão recorrida, em agravo regimental, aprecia a matéria na
fundamentação, sob o enfoque das Súmulas ns. 83 do TST e 343 do
STF, constitui sentença de mérito, ainda que haja resultado no
indeferimento da petição inicial e na extinção do processo sem
julgamento do mérito. Sujeita-se, assim, à reforma pelo TST, a
decisão do Tribunal que, invocando controvérsia na interpretação da
lei, indefere-se a petição inicial de ação rescisória.
Nos termos do artigo 525, parágrafos, 12, 13, 14 e 15, do CPC de 2015 também é
cabível ação rescisória quando:
Artigo 525...
...
176
Parágrafo 12 – Para efeito do disposto no inciso III, do art. 1º deste artigo,
considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo consideração
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação
ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal
Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de
constitucionalidade concentrado ou difuso.
Ação prevista nos artigos 700 a 702 do CPC de 2015, como espécie de procedimento
especial.
177
Natureza jurídica: é uma ação especial. Uma vez contestada assume o rito ordinário.
20.2.13.1. Direito Pátrio – adotou o legislador pátrio a segunda forma, conforme artigo
700 do CPC de 2015, in verbis:
Art.700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir
do devedor capaz: a) o pagamento de quantia em dinheiro e b) a entrega de
coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel.
Observação: não cabe ação monitória em face da Fazenda Pública tendo em vista que a
execução deve obedecer ao contido nos artigos 910 do CPC de 2015.
178
20.2.13.4. Competência para apreciação: juiz do trabalho de primeiro grau ou juiz de
direito de primeiro grau investido da jurisdição trabalhista.
179
No segundo caso instrui-se o processo pelo rito dos embargos à execução ficando
suspensa a eficácia do mandado inicial até decisão final dos embargos. Será possível
ao devedor discutir a constituição do título executivo ou argüir problemas referentes
aos pressupostos processuais genéricos e às condições da ação. Os embargos
independem de prévia segurança do juízo e serão processados nos próprios autos, pelo
procedimento ordinário (artigo 701, parágrafo 2º, do CPC de 2015). Se rejeitados os
embargos constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, intimando-se o
devedor e prosseguindo-se na forma prevista no Livro I, Título II, da Parte Especial do
Novo Código de Processo Civil, conforme preceituado no artigo 701, parágrafo 2º, do
CPC de 2015.
Reforma trabalhista:
Com a Lei nº 13.467/2017 foram inseridos os artigos 855-B até 855-E, da CLT, com
os seguintes teores:
180
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o
juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e
proferirá sentença.
181
21. RECURSOS. GENERALIDADES. EFEITOS: SUSPENSIVO E
DEVOLUTIVO. PRESSUPOSTOS. ESPÉCIES DE RECURSOS CABÍVEIS NO
PROCESSO DO TRABALHO.
21.1. Conceito: Sérgio Pinto Martins: é o meio processual estabelecido para provocar o
reexame de determinada decisão visando à obtenção de sua reforma ou modificação.
21.2. Princípios:
21.2.1. Princípio do duplo grau de jurisdição: não está expresso, mas sim implícito na
Constituição Federal de 1988 – Ex: artigos 108 e 109 da Constituição Federal de 1988
quando estabelecem a competência dos juízes federais e dos tribunais regionais
federais.
182
Súmula 214 – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA –
IRRECORRIBILIDADE – NOVA REDAÇÃO.
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as
decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas
hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos
autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
O artigo 899 da Consolidação das Leis do Trabalho dispõe que os recursos serão
interpostos por simples petição, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora.
21.3.3. Instância única – nos litígios de alçada, assim considerados aqueles cujo valor
da causa não ultrapasse dois salários mínimos – não cabimento de qualquer recurso,
salvo se a matéria debatida nos autos for de natureza constitucional.
183
21.4. Efeitos:
21.4.3. Efeito translativo - Nelson Nery Junior sustenta existir, também, o efeito
translativo, assim entendido como aquele que autoriza o tribunal a julgar fora do que
consta das razões ou contra-razões do recurso, ocasião em que não se pode falar em
julgamento ultra petita, extra petita ou citra petita. Isto ocorre normalmente com as
questões de ordem pública, que devem ser conhecidas de ofício pelo juiz e a cujo
respeito não se opera a preclusão – artigos 1013, parágrafos 1º e 2º do CPC de 2015.
184
21.4.4. Efeito substitutivo - nos termos do artigo 1008 do CPC de 2015 o julgamento
proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de
recurso.
21.4.5. Efeito extensivo - segundo Renato Saraiva o referido efeito é aplicado em caso
de litisconsórcio unitário, em que a decisão tenha de ser uniforme para todos os
litisconsortes. Lembra o citado doutrinador que nos termos do artigo 1005 do CPC de
2015 o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos
ou opostos os seus interesses.
Juízo de admissibilidade – juízo a quo e juízo ad quem. O juízo ad quem não está
jungido à decisão acerca do juízo de admissibilidade proferida pelo juízo a quo. Em
ambos os juízos se verifica a existência dos pressupostos recursais objetivos e
subjetivos.
Observação: com o disposto no artigo 1010, parágrafo 3º, do CPC de 2015, fica
decretado o fim do primeiro juízo de admissibilidade quando consagra que:
185
São eles:
a) recurso previsto em lei: a parte deve dispor de recurso previsto em lei. Exceção:
agravo regimental;
187
I – A Lei n. 9.800, de 26.5.1999, é aplicável somente a recursos
interpostos após o início de sua vigência.
II – A contagem do quinquídio para apresentação dos originais de
recurso interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir do dia
subsequente ao término do prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei n.
9.800, de 26.5.1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se
esta se deu antes do termo final do prazo.
III – Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de
notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu
ônus processual, não se aplica a regra do art. 224 do CPC de 2015 (art.
184 do CPC de 1973) quanto ao dies a quo, podendo coincidir com
sábado, domingo ou feriado.
IV – A autorização para utilização do fac-símile, constante do art. 1º da
Lei n. 9.800, de 26.5.1999, somente alcança as hipóteses em que o
documento é dirigido diretamente ao órgão jurisdicional, não se
aplicando à transmissão ocorrida entre particulares.
188
III – Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o
depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a
empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.
189
Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do
depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o
prazo de 5 (cinco) previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o
recorrente não complementar e comprovar o valor devido.
Observação: com o advento do artigo 1007, parágrafo 7º, do Novo Código de Processo
Civil quando ocorrer o manifesto equívoco no preenchimento da guia de custas
processuais é possível sanar esse vício. Entendemos tal artigo como aplicável
subsidiária e supletivamente no processo do trabalho, posto que a forma equivocada
não pode se sobrepor à manifesta intenção de recorrer.
190
Observação: Com o advento do artigo 76, parágrafo 2º, do CPC de 2015 há previsão
de possibilidade de regularização da representação processual quando o feito estiver
tramitando na fase recursal, o que se revela um avanço, posto que a forma não deve se
sobrepor à manifesta intenção de recorrer. Nesse sentido, a nova redação da Súmula
383, pelo Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:
191
b) capacidade: a parte sucumbente deve estar em pleno gozo de sua capacidade. Por
exemplo, se se tratar de pessoa com enfermidade ou deficiência mental que não possa
exprimir sua vontade o incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor
ou por curador, na forma da lei (artigo 71 do CPC de 2015);
c) interesse: o recurso tem que ser útil e necessário à parte, sob pena de não
conhecimento, segundo Renato Saraiva. Por outro lado, o terceiro deverá demonstrar o
interesse em recorrer. Não basta o interesse meramente econômico, mas sim o
interesse jurídico. Ex: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social tem interesse de
recorrer quando fixadas as contribuições previdenciárias em sentença. O mesmo se
diga nos acordos quando discriminadas as verbas trabalhistas pagas em desacordo com
os pedidos formulados na exordial.
21.6. Juntada de documentos quando da interposição de recurso:
Com efeito, a juntada de documentos pelo autor se faz com a petição inicial, enquanto
que o mesmo faz o réu quando da apresentação da contestação em audiência.
192
21.7.1. Pedido de Revisão do Valor da Causa:
No caso do autor não mencionar na petição inicial o valor da causa o juiz do trabalho,
antes de iniciar a fase instrutória, deverá fixá-lo.
No momento das razões finais qualquer das partes poderá impugnar o valor fixado
pelo juiz do trabalho.
Se o juiz do trabalho mantiver o valor fixado a parte interessada poderá pedir revisão
da decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional
do Trabalho.
O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo, deverá ser instruído com a petição
inicial e a ata da audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Vara, e será
julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento, pelo Presidente do
Tribunal Regional do Trabalho.
Cabimento:
b) quando for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal.
193
Previsibilidade: artigos 1022 a 1026 do CPC de 2015 – cabível no processo do
trabalho em face da aplicação subsidiária e supletiva no CPC no processo do trabalho
por força do artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho e da Lei nº 897-A da
Consolidação das Leis do Trabalho.
O Supremo Tribunal Federal também adota esse procedimento sob o argumento de que
a ausência de vista à parte contrária importa em violação do princípio do contraditório
(STF EDRE 144.981-4, 1ª T., Rel. Min. Celso de Mello, LTr 60-03/365).
194
Observação: Em regra os Embargos de Declaração, ainda que opostos por apenas uma
das partes, interrompe o prazo para quaisquer outros recursos, inclusive em relação à
parte que não o opôs. Todavia, assim dispõe o artigo 897, parágrafo 3º, da CLT:
a) não se conhece – nesse caso o prazo para outros recursos não será interrompido –
nas hipóteses de intempestividade e na ausência de assinatura.
b) se conhece e, no mérito, se rejeita – nesse caso o prazo para outros recursos será
interrompido.
Por fim merece destaque a Súmula 184 do TST que trata de eventual omissão no
acórdão em sede de recurso de revista, a saber:
195
Súmula 421 – EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONTRA
DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART.
932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973.
I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator
prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a
parte pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e,
não, modificação do julgado.
II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática,
cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em
face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual,
submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do
recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões
recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do
CPC de 2015.
Cabimento:
196
d) da paralisação do processo por mais de um ano, em razão da negligência das partes.
e) do não-atendimento, pelo autor, do despacho que determinou que se promovessem
os atos e diligências que lhe competir, pelo abandono da causa por mais de 30 dias.
f) verificando o juiz a ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento
válido e regular do processo.
g) se o juiz acolher a alegação de litispendência ou de coisa julgada.
h) se o processo for extinto por carência de ação, por não estarem presentes a
possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir, ou a legitimidade da parte.
i) pela desistência da ação.
j) se ocorrer confusão entre autor e réu.
k) da decisão que aplica pena ao empregado de não poder reclamar por 06 (seis) meses
(perempção temporária).
l) nos casos em que o juiz extinguir o processo sem julgamento de mérito por falta de
pedido certo ou determinado e de indicação do valor correspondente no procedimento
sumaríssimo.
Observação: não cabe Recurso Ordinário da decisão que homologa acordo entre as
partes, pois tal decisão é irrecorrível (artigo 831, parágrafo único, da Consolidação das
Leis do Trabalho), exceto quanto ao INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
quando discorda das verbas discriminadas que compõe o citado acordo.
1ª Observação: Nos dissídios coletivos poderá ser dado efeito suspensivo ao Recurso
Ordinário, na medida e extensão conferidas em despacho do Presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (artigo 14 da Lei nº 10.192/2001 de 14/02/2001).
197
A cassação de efeito suspensivo concedido a recurso interposto de
sentença normativa retroage à data do despacho que o deferiu.
Preparo:
Custas: para o reclamante, se recorrer e não for beneficiário de justiça gratuita e para a
reclamada.
198
b) das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos
Tribunais Regionais do Trabalho quando derem ao mesmo dispositivo de lei estadual,
Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou
regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a
jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente,
na forma da aliena “a”.
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal
à Constituição Federal.
Preparo:
b) na fase de execução: custas pelo executado (art. 789-A, VI, Consolidação das Leis
do Trabalho).
Cautela a ser tomada para conhecimento do Recurso de Revista (artigo 896, parágrafo
1º-A, da CLT:
199
III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os
fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive demonstração
analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, ou de súmula
ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte.
Reforma Trabalhista:
Ao artigo 896, da CLT, foi inserido o parágrafo 14, com a redação dada pela Lei nº
13.467/2017, in verbis:
200
Dessa decisão, a nosso ver, cabe Agravo Regimental para o Turma do TST a qual esteja
vinculado o relator desse apelo.
201
O fato de o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista
entendê-lo cabível apenas quanto à parte das matérias veiculadas não
impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do
Trabalho, sendo imprópria a interposição do agravo de instrumento.
Reforma Trabalhista:
No tocante à Súmula 297 do TST acima citada, ao artigo 896, da CLT, que trata do
Recurso de Revista, foi inserido o inciso IV, ao parágrafo 1º-A, in verbis:
202
IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de
nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho
dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do
tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da
decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para
cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão.
Súmula 337
COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL.
RECURSOS DE REVISTA E DE EMBARGOS (incluído o item V)
203
II - A concessão de registro de publicação como repositório
autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas
edições anteriores.
Transcendência:
Reforma Trabalhista:
Nesse sentido, ao artigo 896-A foram inseridos os parágrafos 1º a 6º, com a redação
dada pela Lei nº 13.467/2017, a saber:
205
§ 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter
transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a
questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.
Cabimento:
206
PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI N. 11.496, DE 26.6.2007 –
DIVERGÊNCIA DE INTERPRETAÇÃO DE DISPOSITIVO
CONSTITUCIONAL. A admissibilidade do recurso de embargos
contra acórdão de Turma em recurso de revista em fase de execução,
publicado na vigência da Lei n. 11.96, de 26.6.2007, condiciona-se à
demonstração de divergência jurisprudencial entre Turmas ou destas e
a Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior
do Trabalho em relação à interpretação de dispositivo constitucional.
Cabimento:
207
Prazo de interposição: 8 (oito) dias a contar da intimação da decisão de 1º ou 2º grau.
Peças que instruem o apelo: artigo 897, parágrafo 5º, da Consolidação das Leis do
Trabalho:
Preparo:
a) na fase de conhecimento: não há pagamento de custas. Contudo, de acordo com a
Lei nº 12.275/2010 de 29/06/2010, que inseriu o parágrafo 7º ao artigo 899 da
Consolidação das Leis do Trabalho, há necessidade de depósito recursal
correspondente a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual
se pretende destrancar.
208
2ª Observação: Mostra-se desnecessária a juntada de peças ao Agravo de Instrumento
quando estivermos falando de Processo Judicial Eletrônico – PJE.
Cabimento:
-das decisões do juiz na execução. É possível o seu cabimento mais de uma vez no
mesmo processo.
209
Cabimento e objetivo:
-para obter o reexame de certa decisão. Normalmente cabe o presente apelo das
decisões do relator designado.
210
Também merece destacar o contido na Súmula 421 do TST, já mencionada
anteriormente, conforme abaixo:
Cabimento:
-Em matéria trabalhista é cabível nas causas decididas em única ou última instância
quando:
c) for julgada válida lei ou ato do governo local contestado em face da Constituição.
Efeito: meramente devolutivo.
Prequestionamento: segundo o Supremo Tribunal Federal deve ser feito até o Recurso
de Revista.
211
Preparo: se não atingido o limite total da condenação com os depósitos recursais no
recurso ordinário, no recurso de revista e no recurso de embargos, deve a parte pagar
integralmente o valor do depósito recursal ou complementá-lo até o valor daquela.
Cabimento:
-quando vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles, poderá aderir a
outra parte. Quanto ao cabimento desse apelo veja-se a Súmula 283 do TST:
Admissibilidade:
a) sucumbência recíproca.
212
b) a parte deveria ter condições de recorrer autonomamente.
Cabimento:
-normalmente utilizada para corrigir erros, abusos e atos contrários à boa ordem
processual e que importem em atentado a fórmulas legais do processo, da inexistência
de recurso ou outro meio processual específico.
A doutrina é pacífica que somente cabe Correição Parcial quando evidenciado error in
procedendo, vez que contra error in judicando é cabível um dos recursos elencados na
Consolidação das Leis do Trabalho ou no Código de Processo Civil.
213
Conceito: Sérgio Pinto Martins – é o remédio processual destinado a provocar a
intervenção de uma autoridade judiciária superior em face de atos tumultuários do
procedimento praticados no processo por autoridade judiciária inferior.
Observação: Dispõe o artigo 709, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho
que das decisões proferidas pelo Corregedor, nos casos do artigo, caberá agravo
regimental para o Tribunal Pleno.
Cabimento:
214
Artigo 1º, inciso V, do Decreto-Lei nº 779/69 – de sentenças trabalhistas
condenatórias de entes públicos com status de fazenda pública, a saber: administração
direta, autarquias, fundações públicas e, por força de uma decisão do Supremo
Tribunal Federal, a empresa pública Correios.
215
b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as
respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que
constituam capitais dos Estados;
c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas
autarquias e fundações de direito público.
216
desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses dos incisos
anteriores.
IV – Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se,
na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como
parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na
hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado
pessoa jurídica de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria
administrativa.
217
22. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. EXECUÇÃO. PROCEDIMENTO.
EMBARGOS E IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO. DEFESA
DO EXECUTADO SEM EMBARGOS (“EXCEÇÃO OU OBJEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE”). ALIENAÇÃO DE BENS E EMBARGOS. SUSPENSÃO E
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO.
22.1.1. Conceito.
Para Sérgio Pinto Martins é uma fase da execução, que irá preparar a execução,
quantificando o valor devido ao empregado, pois o que é devido já foi estabelecido na
sentença, faltando quantificá-la. Tem natureza declaratória. No entender do citado
doutrinador não é fase pertencente ao processo de conhecimento.
São três:
a) por artigos: quando haja necessidade de prova de fatos novos para a fixação do valor
devido (artigo 509 do CPC de 2015). Nessa hipótese de liquidação, os elementos não
estão integralmente nos autos, sendo que alguns estão fora dos autos, mas podem ser
obtidos. Exemplo dado por Sérgio Pinto Martins: uma sentença fixa o pagamento de
horas extras, sem especificar seu número. O rito é o comum do processo de
conhecimento a teor do que dispõe o artigo 509, inciso II do CPC de 2015.
b) por arbitramento: Segundo Sérgio Pinto Martins nessa hipótese os elementos para a
liquidação não estão nos autos, sendo necessário um conhecimento técnico para obtê-
los ou avaliá-los. Preconiza o artigo 509 do CPC de 2015 que ocorre quando:
218
b.1) for determinado pela sentença ou convencionado pelas partes.
c) por cálculos: Para Sérgio Pinto Martins nessa hipótese todos os elementos já estão
nos autos, sendo o caso apenas de fazer as contas para se chegar ao valor devido. É
hipótese cabível quando a determinação do valor depender apenas de cálculo
aritmético, situação em que o credor procederá à execução instruindo o pedido com a
memória discriminada e atualizada do cálculo. Nada impede que o próprio devedor
apresente o cálculo do valor que entende devido (artigo 509, parágrafo 2º do CPC de
2015). Os juros de mora são devidos a partir do ajuizamento do feito à razão de 1%
(um por cento) ao mês, de forma simples e não capitalizada desde 01/03/91. A
correção monetária é devida a partir do vencimento da obrigação. Todavia, doutrina e
jurisprudência divergem se a correção monetária deve ser calculada a partir do mês da
prestação dos serviços ou a partir do mês seguinte àquele da prestação dos serviços.
Segundo o artigo 459, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho, a Súmula
381do Tribunal Superior do Trabalho prevalece a segunda hipótese. O mesmo
entendimento é adotado por Sérgio Pinto Martins, que faz ressalva apenas quando o
salário é pago dentro do próprio mês da prestação do serviço. Por fim, no tocante aos
encargos fiscais e previdenciários aqui também doutrina e jurisprudência divergem
sobre a possibilidade ou não de fazê-los da parte do crédito trabalhista devido ao
empregado. Não obstante tal divergência, certo é que tanto a Receita Federal quanto o
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social não ficam prejudicados quanto aos
recolhimentos fiscais e previdenciários, eis que, se não autorizado o desconto do
crédito trabalhista devido ao empregado, o empregador deverá arcar tanto com a sua
parte (quota patronal, no caso do INSS), quanto à quota do empregado (imposto de
renda e INSS).
219
Observação: Com o advento da Lei nº 12.405/2011 de 16/05/2011 houve por bem o
legislador ordinário em aprovar o parágrafo 6º ao artigo 879 da CLT que prevê que
tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a
elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos
honorários com observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e
proporcionalidade.
Reforma Trabalhista:
O artigo 879, parágrafo 2º, da CLT, teve sua redação alterada pela Lei nº 13.467/2017
2ª Observação: Na antiga redação desse parágrafo o prazo era sucessivo às partes para
falar sobre a conta tornada líquida. Com a nova redação ao dispositivo legal em
comento esse prazo é comum.
3ª Observação: Na antiga redação desse parágrafo o prazo era de dez dias. Com a nova
redação ao dispositivo legal em comento esse prazo é de oito dias.
220
O antigo e o novo dispositivo legal em comento fala em preclusão. No dizer de Sérgio
Pinto Martins deve o juiz fundamentar a sentença de liquidação e não meramente
homologá-la. Lembra o retromencionado autor que a pena de preclusão é dirigida à
parte e não ao próprio juiz. Nessa esteira de raciocínio o juiz pode rever os cálculos
mesmo tendo havido preclusão da parte, se houver um erro manifesto.
Se os cálculos tiverem sido feitos por contador ou por perito, será fixado o prazo
sucessivo de dez dias para cada parte se manifestar a respeito, sendo os primeiros dez
dias ao exequente e os dez dias subseqüentes ao executado. Todavia, se a conta for
apurada por uma das partes, em não havendo manifestação da outra parte, também
haverá preclusão.
Reforma Trabalhista:
Ao artigo 879, da CLT, foi inserido o parágrafo 7º, pela Lei nº 13.467/2017, que trata
da atualização dos créditos trabalhistas, in verbis:
221
Registra o autor que embora se rotule tal decisão de sentença, em verdade nada mais é
do que decisão interlocutória, pois do contrário caberia recurso imediato, o que não é o
caso. De lembrar que somente em sede de Embargos à Execução poderá o devedor
impugnar a sentença de liquidação.
Lembra o doutrinador, ainda, que, mesmo que o devedor não oponha Embargos à
Execução, o credor poderá impugnar a sentença, devendo o juiz abrir prazo para que o
credor assim o faça, assegurando-lhe a referida oportunidade.
22.2. Execução.
22.2.2. Artigos da Consolidação das Leis do Trabalho que tratam da execução: artigos
876 a 892.
222
b) da natureza real: a execução deve alcançar o patrimônio do devedor.
d) da utilidade para o credor: não se fará penhora quando for evidente que o produto da
alienação de bens for inteiramente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
223
a) execução provisória: conforme requisitos do artigo 520 do CPC de 2015 e artigo
899, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho é feita mediante extração de carta de
sentença sendo implementada até a penhora. Ainda que opostos Embargos à Execução
o juiz não irá julgá-los, eis que poderá se tornar inútil se a sentença for modificada por
meio de recurso. Se confirmada a sentença condenatória a execução passa a ser
definitiva. Se reformada a sentença por meio de recurso com julgamento de
improcedência o executado levanta a penhora ou o depósito.
d) custas calculadas.
224
b) sentenças que fixam honorários de advogado, honorários periciais, multas, custas
processuais e outras despesas judiciais.
Dispõe o artigo 774 do CPC de 2015 que são hipóteses de ato atentatório à dignidade
da Justiça quando o devedor:
a) frauda a execução.
d) intimado, não indica ao juiz em 5 (cinco) dias, quais são e onde estão os bens
sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se
for o caso, certidão negativa de ônus.
b) concessão de férias.
225
d) fornecimento de carta de referência.
a) Legitimidade Ativa.
A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, pela parte, de ofício pelo
juiz e pela Procuradoria do Trabalho, em relação às custas e multas administrativas
impostas pelas Turmas ou pelo Pleno do Tribunal Regional do Trabalho.
Segundo Sérgio Pinto Martins a execução poderá, ainda, ser proposta, ou nela poderão
prosseguir em sucessão ao exequente originário, conforme prevê o artigo 778,
parágrafo 1º, do CPC de 2015:
226
b) Legitimidade Passiva.
227
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a
empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
g) poderão ser responsabilizados os sócios das empresas nos casos previstos em lei -
no caso, as leis comerciais – trata-se de responsabilidade solidária.
Reforma Trabalhista:
228
Foi inserido o artigo 855-A, na CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017, que
trata da obrigatoriedade de instauração do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica, cujo teor é o seguinte:
Observação: Com o advento do artigo 792, parágrafo 3º, do CPC de 2015 nos casos de
desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da
citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
229
A Execução pode ocorrer:
Dispõe o artigo 449 da Consolidação das Leis do Trabalho que a totalidade dos
créditos passou a gozar de privilégio na falência, inclusive a totalidade das
indenizações.
Explica Sérgio Pinto Martins que por se tratar de juízo universal de credores, todos os
créditos devem ser dirigidos ao juízo da insolvência, inclusive o crédito trabalhista,
porém este gozará de preferência sobre os demais.
b) para entrega de coisa: Segundo Wagner D. Giglio é rara nos processos trabalhistas.
Tratando-se de coisa incerta, o executado será citado para entregá-la individualizada,
se lhe couber a escolha, ou para entregar a indicada pelo exeqüente, caso contrário
(artigo 811 do CPC de 2015). Se, no prazo de 15 (quinze) dias, qualquer das partes
impugnar a escolha da outra, o juiz decidirá de plano após ouvir perito (artigo 812 do
Novo Código de Processo Civil).
Será feita a citação para entrega de coisa, certa ou incerta, no prazo de 10 dias. Se não
forem apresentados embargos ou se estes forem rejeitados, não cumprida a ordem,
emitir-se-á mandado de imissão de posse dos imóveis, ou de busca e apreensão dos
móveis (artigo 806, parágrafo 2º, do CPC de 2015).
230
c) para obrigação de fazer e de não fazer: A sentença que determine obrigação de fazer
ou obrigação de não fazer deve ser cumprida como previsto no artigo 497 do CPC de
2015.
Preconiza o artigo 816 do CPC de 2015 que, se no prazo fixado, o devedor não
satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que
ela seja executada à custa do devedor, caso em que ela se converte em indenização.
Quanto à obrigação de não fazer, se o devedor pratica o ato, a cuja abstenção estava
obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para
desfazê-lo. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande
desfazer o ato a sua custa.
231
Na execução de prestações sucessivas por tempo indeterminado tal compreenderá
inicialmente as prestações devidas até a data do ingresso na execução (artigo 892 da
Consolidação das Leis do Trabalho).
Reforma Trabalhista:
O parágrafo único do artigo 876 da CLT tem nova redação dada pela Lei nº
13.467/2017, in verbis:
232
Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as
contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II
do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais,
relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e
dos acordos que homologar.
f) contra devedor solvente: tem início com a citação que pode ser requerida pela parte
ou determinada de ofício pelo juiz. O executado é citado para cumprir
espontaneamente a sentença ou acordo judicial, da forma como estabelecida na
decisão. No mandado de citação constará o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para
que o executado pague o valor da condenação ou garanta a execução, sob pena de
penhora, nos termos do artigo 880 da Consolidação das Leis do Trabalho. A citação na
execução é feita por oficial de justiça na pessoa do executado e não na pessoa de seu
advogado. Procurado duas vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) horas e não
encontrado, deve o oficial de justiça certificar essas ocorrências para fins de
determinação judicial no sentido de se fazer a citação por edital.
233
Se o executado pretender discutir a execução, dispõe o artigo 882 da Consolidação das
Leis do Trabalho que se o executado não pagar a importância reclamada poderá
garantir a execução mediante depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas
processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a ordem preferencial
estabelecida no artigo 835 do CPC de 2015.
Reforma Trabalhista:
O artigo 882 tem nova redação dada pela Lei nº 13.467/2017, in verbis:
234
Artigo 916 – No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do
exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em
execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado
poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis)
parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por
cento ao mês.
É certo que o próprio parágrafo 7º do artigo 916 do CPC de 2015 deixa claro que esse
parcelamento não se aplica ao cumprimento de sentença, o que implicaria que sua
aceitação somente poderia ocorrer quando executado título extrajudicial. Contudo,
pensamos que seja uma forma de solucionar o conflito via acordo judicial e que não
deve ser desprezado pelo juiz do trabalho.
Citação na Execução: como já dito acima, a citação é ato formal no qual o executado é
chamado a cumprir espontaneamente a sentença ou acordo judicial. Pode o executado
pagar ou garantir a execução nomeado bens para serem penhorados. O prazo é de 48
(quarenta e oito) horas, sob pena de penhora de bens por determinação judicial.
Observação: forte discussão doutrinária tem sido travada entre os operadores do direito
processual trabalhista diz respeito à aplicabilidade ou não do artigo 523 do CPC de
2015 aos feitos trabalhistas. Referido dispositivo legal preleciona que:
235
Parágrafo 1º - Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o
débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários
de advogado de dez por cento.
Parágrafo 2º - Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a
multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante.
Parágrafo 3º - Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será
expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os
atos de expropriação.
Reforma Trabalhista:
Houve por bem o legislador inserir o artigo 883-A, na CLT, com a redação dada pela
Lei nº 13.467/2017, in verbis:
236
Com todo o respeito ao legislador ordinário nos parece que o tempo de quarenta e
cinco dias mostra-se extremamente extenso para a tomada dessa decisão.
Na lição de Manoel Antonio Teixeira Filho penhora “representa o ato material que o
Estado realiza com o objetivo de ensejar a expropriação e a consequente satisfação do
direito do credor. É um típico ato de imperium do juiz da execução.” (Execução no
Processo do Trabalho, Editora LTr, 6ª ed., 1998, pág. 398).
Por outro lado, Sérgio Pinto Martins assim define penhora: “apreensão dos bens do
executado, tantos quantos bastem ao pagamento da condenação atualizada, acrescida
de juros e demais despesas processuais.”
237
d) a nomeação do depositário dos bens (artigo 838 do CPC de 2015).
Reforma Trabalhista:
Foi inserido o parágrafo 6º, do artigo 884, da CLT, pela Lei nº 13.467/2017, in verbis:
238
VI - o seguro de vida.
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família.
Por fim, o artigo 3º da mesma Lei trata das hipóteses nas quais não se aplica a regra da
impenhorabilidade, a saber:
239
Art. 3º - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo
de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra
natureza, salvo se movido:
1ª Observação: A avaliação do bem penhorado deve ser feita pelo Oficial de Justiça
quando do ato de constrição, eis que também é avaliador. Somente se impossível ao
Oficial de Justiça proceder à avaliação é que será nomeado avaliador pelo Juízo.
240
2ª Observação: Penhora sobre cotas de empresa limitada - a penhora sobre cotas de
empresa constituída sob a forma de responsabilidade limitada somente poderá ocorrer
no caso de se tratar de sociedade de capital e não de sociedade de pessoas. Tal
condição deve ser verificada no contrato social que conterá ou não cláusula no sentido
de que se um dos sócios quiser se desligar da sociedade deverá, antes de tudo, oferecer
as suas quotas aos sócios remanescentes (sociedade de pessoas), enquanto que se tal
cláusula não estiver inserida no contrato social significa dizer que é possível vendê-las
a terceiros (sociedade de capital).
Não é possível a penhora on line de crédito decorrente de cheque especial, eis que se
trata de dinheiro apenas escritural.
A penhora on line pode ser utilizada tanto contra o empregador (regra) como contra o
empregado (exceção).
241
5ª Observação: Ainda, sobre o artigo 833, inciso X, do CPC de 2015, no nosso
entender a melhor interpretação ao dispositivo do CPC retromencionado é que, ainda
que se trate de uma única caderneta de poupança, se esta estiver com saldo superior a
quarenta salários mínimos, é permitido ao juiz a penhora por inteiro e não apenas pelo
montante que excede esse patamar.
242
que se realize a constrição judicial sobre os direitos derivados do
contrato de alienação fiduciária, por se tratar de modalidade em que o
contratante adquire paulatinamente a propriedade do bem, na medida
em que vão sendo honrados os pagamentos das suas parcelas, não
havendo qualquer afronta à OJ 226 do TST, tampouco ao Decreto-Lei
n. 911/1969. Decisão: Acorda a 1ª Turma do Tribunal Regional do
Trabalho da 13ª Região, dando continuidade ao julgamento iniciado.
TRT 13ª Reg. AP-0012700-98.2007.5.13.0026 – (Ac. 1ª T.) – Rel.
Des. Carlos Coelho de Miranda Freire. DEJT/TRT 13ª Reg. n.
1.806/15, 3.9.15, p. 1.
2. Para ser objeto de penhora o bem tem que obedecer a apenas dois
requisitos: tem que ser economicamente expressivo e não pode estar
incluído no rol legal dos bens que são impassíveis de penhora (art. 649, cpc
e lei n. 8.009/90).
244
III – o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens,
ou por estarem submetidos a constrição judicial.
245
processual e a matéria arguível é de ordem pública, como por exemplo, pressupostos
processuais e condições da ação na execução (Direito Processual do Trabalho, Editora
Atlas, 21.ª ed., 2004, pág. 676).
Lembra Sérgio Pinto Martins que a execução contra a Fazenda Pública não é feita
como em relação a qualquer outro devedor. Deverá a Fazenda ser citada, não para
pagar a dívida ou oferecer bens a penhora, mas para embargar, se o desejar, pois seus
bens são impenhoráveis (artigo 910 do CPC de 2015). (Direito Processual do
Trabalho, Editora Atlas, 21ª ed., 2004, pág. 678).
A forma de pagamento de créditos devidos por ente público faz-se por meio de
precatório quando de se tratar de valores mais relevantes.
O ente público executado deve inserir o crédito no orçamento do próximo ano. Tal
inserção deve ocorrer até primeiro de julho de cada ano.
O pagamento por precatório é feito mediante ofício requisitório e tem por escopo a
garantia do pagamento e a observância da ordem cronológica de sua entrada.
Com efeito, pode-se concluir que a forma de execução contra a Fazenda Pública
implica em privilégio que, apesar disso, não fere o princípio da isonomia.
246
Quando se tratar de valores de pequena monta o pagamento é feito pela denominada
RPV – Requisição de Pequeno Valor. Nesse sentido veja-se o contido no artigo 87 do
ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de
1988, que trata da RPV em relação aos Estados e Municípios, in verbis:
247
Econômica Federal ou do Banco do Brasil, independentemente de
precatório.
Por fim, importa mencionar que o STF – Supremo Tribunal Federal, ao julgar as ADIs
4357 e 4425, considerou parcialmente inconstitucional a Emenda Constitucional nº
62/2009 que estabeleceu o regime especial de pagamento parcelado de precatórios em
15 anos.
248
Observação: o artigo 525, parágrafo 6º do CPC de 2015 dispõe que: “A apresentação
de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de
expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o
juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se
seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for
manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta
reparação” (para impugnação do cumprimento de sentença), enquanto que o artigo
919 do CPC de 2015 dispõe que: “Os embargos à execução não terão efeito
suspensivo” (para execução de título executivo extrajudicial). Nesses casos a questão
é saber se esses dispositivos legais se aplicam subsidiariamente ao processo do
trabalho. (grifei e negritei).
b) Prazo: 5 (cinco) dias (artigo 884, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho) a
contar da data da intimação da penhora pelo oficial de justiça, se ente de direito
privado.
c) Matéria alegável:
c.1) cumprimento da decisão ou do acordo – para Sérgio Pinto Martins deve ser
espontâneo, como de que já foi feito o pagamento da condenação ou do acordo nas
condições determinadas.
c.2) quitação – para Sérgio Pinto Martins é a quitação de que trata o legislador é a
posterior à sentença do processo de conhecimento.
249
Prescrição Intercorrente: segundo Manoel Antonio Teixeira Filho é a prescrição que
se forma no curso da ação de execução. Lembra Sérgio Pinto Martins que tal ocorre
em razão do processo ficar parado na fase de execução por muito tempo.
Reforma Trabalhista:
Sobre a prescrição intercorrente foi inserido o artigo 11-A, na CLT, com a redação
dada pela Lei nº 13.467/2017, in verbis:
Observação: Houve por bem o legislador adotar a Súmula 327 do Supremo Tribunal
Federal para admitir a prescrição intercorrente no processo do trabalho, sobretudo
porque a execução de ofício a partir da Lei nº 13.467/2017 limite-se apenas e tão
somente aos casos de jus postulandi.
250
Doutrina e jurisprudência são majoritárias no sentido de que há possibilidade de
aplicação subsidiária do artigo 525, parágrafo 1º do CPC de 2015 às matérias
retromencionadas, de forma parcial ou total. Dispõe o artigo 525, parágrafo 1º do CPC
de 2015:
II – ilegitimidade de parte.
Preleciona o parágrafo 4º, do artigo 884, da Consolidação das Leis do Trabalho, que
na mesma sentença serão julgados os embargos à execução e as impugnações à
sentença de liquidação apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário.
251
Dessa decisão caberá às partes, se quiserem, interpor Agravo de Petição que é o
recurso cabível na execução.
252
22.2.21. Embargos de Terceiros no Processo do Trabalho.
Preconiza o artigo 676 do CPC de 2015 que os embargos de terceiro devem ser
distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados em
apartado.
253
Contestação: prazo de 15 (quinze) dias findo o qual se seguirá o procedimento comum.
Depósito recursal – não é necessário, eis que a medida judicial em estudo tem natureza
de ação e não de recurso.
Da decisão proferida pelo juiz cabe Agravo de Petição, que é o recurso cabível na
execução.
254
Tendo sido o Juízo garantido por bens e não por dinheiro, esses deverão ser levados a
leilão presencial no local designado pelo juiz, conforme dispõe o artigo 882, parágrafo
3º, do CPC de 2015.
Sustenta Sérgio Pinto Martins que no processo do trabalho não há falar-se em praça e
leilão, eis que este último é feito por leiloeiro, o que não ocorre efetivamente. Por
conta disso, o citado doutrinador aponta como existente uma segunda praça quando
não ofertado o valor da avaliação na primeira praça, na medida em que ambas são
feitas por funcionários da Justiça do Trabalho.
Atualmente estão sendo designados leilões unificados das Varas e presidido por uma
comissão de juízes do trabalho e, em praticamente todos os casos, designados
leiloeiros particulares para tentar fazer com que haja arrematação por um valor mais
próximo daquele da avaliação.
O conteúdo do edital está previsto no artigo 886, caput, do CPC de 2015, de aplicação
subsidiária no processo do trabalho.
Forma de adjudicação:
Pelo próprio exequente: De acordo com o disposto no artigo 876, do CPC de 2015 o
exequente pode adjudicar o bem por valor não inferior àquele da avaliação, antes da
realização da praça ou leilão.
255
Não adjudicados os bens é possível a alienação por iniciativa particular, a saber: de
acordo com o disposto no artigo 880, do CPC de 2015, se não adjudicados os bens
penhorados pelo exequente, este poderá requerer sejam eles alienados por sua própria
iniciativa ou por intermédio de corretor credenciado do CRECI perante a autoridade
judiciária e com 03 (três) anos de experiência sendo certo que a comissão será de no
máximo 5% (cinco por cento) sobre o valor da alienação (alienação por iniciativa
particular). A Justiça do Trabalho não tem adotado a alienação particular.
Não adjudicados os bens pelo exequente e não realizada alienação por iniciativa
particular o bem será levado a leilão.
O arrematante deverá garantir o lance com o sinal de 20% (vinte por cento) do seu
valor, conforme previsto no artigo 888, parágrafo 2º, da Consolidação das Leis do
Trabalho.
Se o arrematante ou seu fiador não pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço da
arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de que trata o item acima,
conforme previsto no artigo 888, parágrafo 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho.
2ª Observação: De acordo com o mesmo artigo 890, parágrafo único, do CPC de 2015,
o exequente, se vier a arrematar os bens, não estará obrigado a exibir o preço, mas se o
valor dos bens exceder o seu crédito, este deverá depositar, dentro de 03 (três) dias, a
diferença, sob pena de ser desfeita a arrematação, hipótese em que retornarão os bens à
praça ou leilão à custa do exequente.
256
c) Remição: é o ato judicial no qual o próprio executado pode pagar o valor da
condenação, nos termos do artigo 13 da Lei nº 5.584/70 a fim de resgatar os bens até
então penhorados pelo juízo.
Observação: No processo civil o instituto da remição foi totalmente revogado pela Lei
nº 11.382/2006 em relação ao CPC de 1973. A hipótese prevista como remição nos
artigos 787 a 790 do antigo CPC de 1973 então revogados foi incluída como
adjudicação no artigo 876, parágrafo 5º, do CPC de 2015.
Sérgio Pinto Martins sustenta pelo não cabimento dos embargos à arrematação e à
adjudicação no processo do trabalho, ante o contido no artigo 884, parágrafo 3º, da
Consolidação das Leis do Trabalho.
257
Observação: Os artigos 313 e 315 do CPC de 2015 tratam das hipóteses de suspensão
do processo.
258
Observação: Aplicam-se subsidiária e supletivamente os dispositivos do CPC de 2015
que tratam da suspensão e da extinção da execução, por força do disposto no artigo
769 da Consolidação das Leis do Trabalho.
23.1. Conceito: Sérgio Pinto Martins – é o processo que vai dirimir os conflitos
coletivos de trabalho, por meio de pronunciamento do Poder Judiciário, criando ou
modificando condições de trabalho para certa categoria ou interpretando determinada
norma jurídica.
259
a) Dissídios Coletivos de Natureza Econômica: são aqueles em que os trabalhadores
reivindicam novas e melhores condições de trabalho, especialmente novas condições
salariais. Sobre o Poder Normativo da Justiça do Trabalho veja-se a Súmula 190 do
TST:
c) Dissídios Coletivos de Greve: são aqueles em que foi deflagrada greve dos
trabalhadores de uma determinada empresa ou de toda a categoria, esta última mais
rara, segundo Amauri Mascaro Nascimento. O interessado, que pode ser qualquer das
partes, poderá ajuizar a ação de dissídio coletivo de greve. São partes que podem
ajuizar a ação tanto o sindicato da categoria profissional, como o empregador. Se se
tratar de greve em atividade essencial também pode ajuizar a ação o Ministério Público
do Trabalho, se houver ameaça de grave lesão ao interesse público.
23.2. Poder Normativo – artigo 114, parágrafo 2º, da Constituição Federal de 1988 – é
o poder de que dispõe a Justiça do Trabalho de estabelecer normas e condições,
respeitadas as disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho. O
Poder Judiciário Trabalhista prolata uma Sentença Normativa.
260
Observação: no caso do dissídio coletivo de natureza econômica, a Emenda
Constitucional nº 45/2004 trouxe alteração no sentido de que, para o seu ajuizamento,
há necessidade de comum acordo entre as partes (grifei). Tem-se noticia que tramita
perante o Supremo Tribunal Federal ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade
quanto à essa exigência sob o argumento de que o comum acordo fere o direito
constitucional de ação (artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal de 1988).
23.5. Prazo Para Instauração – artigo 616, parágrafo 3º, da Consolidação das Leis do
Trabalho – se existir convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurado dentro de
sessenta dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo pacto coletivo tenha
vigência no dia imediato a este termo.
23.6. Instauração de Ofício - Artigo 856 da Consolidação das Leis do Trabalho c/c o
artigo 8º, da Lei nº 7783/89 – na ocorrência de greve pode o dissídio coletivo ser
instaurando ex officio pelo Presidente do Tribunal Regional, ou a requerimento do
Ministério Público do Trabalho.
261
23.6.1. Legitimidade Ativa: é do Sindicato e, na ausência de sindicato, da Federação.
Não estando a categoria organização em nível de Federação, a representação será feita
pela Confederação.
23.6.3. Procedimentos:
a) petição escrita.
23.6.5. Contestação:
262
Embora não prevista na Consolidação das Leis do Trabalho deve ser feita. No dizer de
Wagner D. Giglio a ausência de contestação não induz nos efeitos da revelia e na pena
de confissão, na medida em que o dissídio coletivo implica em criação ou
interpretação de norma jurídica e não em aplicação de norma jurídica.
23.6.6. Reconvenção:
23.6.9. Nova tentativa de conciliação: será distribuído mediante sorteio, em que será
escolhido o relator.
263
23.7. Dissídio Coletivo de Funcionário Público: a Justiça do Trabalho não tem
competência para julgar dissídios coletivos de funcionários públicos, ante o princípio
da legalidade que rege a administração pública (artigo 37 da Constituição Federal de
1988).
Observação: Nada obstante o contido acima acerca dos vetos mencionados o TST deu
nova redação à Orientação Jurisprudencial nº 5 da Seção de Dissídios Coletivos, a
saber:
23.8. Extensão das decisões – artigos 868 a 871 da Consolidação das Leis do Trabalho.
-dissídio coletivo que tenha por objeto novas condições de trabalho e no qual figure
como parte apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá o tribunal
competente, na própria decisão, estender tais condições de trabalho, se julgar justo e
conveniente, aos demais empregados da empresa que forem da mesma profissão dos
dissidentes.
264
23.9. Ação de Cumprimento – artigo 872 da Consolidação das Leis do Trabalho.
-o parágrafo único do artigo 872 da Consolidação das Leis do Trabalho permite que,
no caso de inadimplência dos empregadores que não pagarem salários na
conformidade da decisão prolatada no dissídio, tanto os empregados como os seus
sindicados, independentemente de outorga de poderes poderão ajuizar ação de
cumprimento, com a juntada da certidão da decisão naquele feito.
-após um ano de vigência da decisão no dissídio caberá revisão das decisões que
fixarem condições de trabalho, quando se tiverem modificado as circunstâncias que as
ditaram, de modo que tais condições se hajam tornado injustas e inaplicáveis.
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