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UNIVERSIDADE TÉCNICA DIOGO EUGÉNIO GUILANDE

Nomes: Amélia Domingos Senete

Albertina Manuel Tsirigoma

Binélia Saúte

Victor Manuel Langa

Judite Timba

Estefano Lourenço Nhagutou

TEMA: DIREITOS FUNDAMENTAIS

Licenciatura Em Direito

Maputo, Junho, 2022


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UNIVERSIDADE TÉCNICA DIOGO EUGÉNIO GUILANDE

Nomes: Amélia Domingos Senete

Albertina Manuel Tsirigoma

Binélia Saúte

Victor Manuel Langa

Judite Timba

Estefano Lourenço Nhagutou

TEMA: DIREITOS FUNDAMENTAIS

II Ano

Trabalho de investigação que se


insere no âmbito do curso de
Direito, na cadeira de Direitos
Fundamentais, para finalidades
avaliativas.

Docente: Bernardino Bilerio

Maputo, Junho, 2022


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Índice
0. Introdução ................................................................................................................................ 4

0.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 4

0.1.1. Objectivos Específicos .............................................................................................. 4

0.2. Metodologia ..................................................................................................................... 4

DIREITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................................... 5

1. Conformação E Concretização Dos Direitos Fundamentais ................................................... 5

1.1. Direitos da constituição" e "direito da lei" no âmbito dos direitos fundamentais ............ 5

1.2. Conformação e restrição................................................................................................... 6

1.3. Leis restritivas e intervenções restritivas ......................................................................... 6

1.4. Posições jurídicas constitucionais e posições jurídicas legais ......................................... 7

1.5. Posições jurídicas e deveres de entidades públicas .......................................................... 7

2. Metódica Da Colisão E Concorrência De Direitos .................................................................. 8

2.1. Concorrência de direitos................................................................................................... 8

3. Colisão de direitos ................................................................................................................... 9

3.1. Propostas metódicas ....................................................................................................... 10

4. Metódica da restrição de Direitos, Liberdades e Garantias ................................................... 11

4.1. A determinação do âmbito de protecção ........................................................................ 11

4.2. Restrições de direitos ..................................................................................................... 11

4.3. Estruturas das normas restritivas .................................................................................... 12

5. Conclusão .............................................................................................................................. 13

6. Referencia Bibliografia.......................................................................................................... 14
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0. Introdução

Neste presente trabalho cujo tema versa sobre "Direitos Fundamentais". Em primeiro lugar
abordar-se-á sobre conformação e concretização dos direitos fundamentais. De seguida
apresentar-se-á a metódica da colisão e concorrência de direitos. Após, falaremos da colisão dos
direitos. Por fim debruçar-se-á sobre metódica da restrição de direitos, liberdades e garantias.

0.1.Objectivo Geral
 Compreender as dinâmicas dos direitos fundamentais.

0.1.1. Objectivos Específicos


 Caracterizar a conformação e concretização dos direitos fundamentais;
 Descrever a metódica da colisão, concorrência de direitos e a colisão dos direitos;
 Apresentar a metódica da restrição de direitos, liberdades e garantias.

0.2.Metodologia

Fez-se recurso a recolha bibliográfica de obras que consistiram no conteúdo essencial para a
elaboração do trabalho. Depois da recolha efectuada para o alcance do conteúdo fez-se análise,
comparação e cruzamento de dados teóricos para a extracção do conteúdo que consta neste
trabalho.
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DIREITOS FUNDAMENTAIS
1. Conformação E Concretização Dos Direitos Fundamentais
1.1.Direitos da constituição" e "direito da lei" no âmbito dos direitos fundamentais
 Âmbito de protecção, "domínio normativo"

Segundo Canotilho (1990, p. 1262) as normas consagradas de direitos fundamentais protegem


determinados <bens> ou <domínios existentes> (Exemplo: a vida, o domicilio, a religião, a
criação artística). Estes âmbitos ou domínios protegidos pelas normas garantidoras de direitos
fundamentais são designados de várias formas: âmbito de protecção, domínio normativo,
pressupostos de facto dos direitos fundamentais.

Neste contexto, fala-se do âmbito normativo, para recortar aquelas realidades da vida, que as
normas consagradoras de direitos captam como objecto de protecção. Este objecto de protecção
reconduz-se, muitas vezes, a actos ou comportamentos, activos ou omissos (ex: art. 46º - o
direito de associação tem como objecto de protecção o acto de um individuo se associar –
liberdade positiva – ou não se associar – liberdade negativa) (Idem).

 Conteúdo de protecção, garantia, efeito de protecção

As normas consagradoras de direitos fundamentais não protegem as realidades de vida, os dados


reais como dados ou realidades.

Garantem ou protegem esses dados reais, configurando direitos subjectivos (ex.: direito à
liberdade), direito de protecção (ex.: direito ao ensino, direito aos tribunais), direitos processuais
e procedimentais (ex.: direito a ser ouvido em processo penal ou em procedimento disciplinar),
garantir de instituto e garantias institucionais (ex.: protecção da maternidade, garantias de
propriedade privada) e direitos de participação (ex.: direito de participar na vida pública). Trata-
se, como se vê, dos efeitos jurídicos que resultam do facto de uma norma recortar certos dados
da realidade como objecto de protecção.

Para dar operatividade a essa protecção cria ou constitui juridicamente liberdades, prestações,
instituições e procedimentos (CANOTILHO, 1990, p. 1263).
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1.2.Conformação e restrição
 Normas legais restritivas e normas legais conformadoras

Conforme Canotilho (1990, p. 1263) entende-se por normas legais restritivas aquelas que
limitam ou restringem posições que, prima facie, se incluem no domínio de protecção dos
direitos fundamentais.

As normas legais conformadoras completam, precisam, concretizam ou definem o conteúdo de


protecção de um direito fundamental (ex.: as normas do código civil reguladoras do direito ao
casamento, as normas da lei sobre partidos densificadoras do conteúdo do direito de associação
partidária).

Por vezes, designa-se como norma conformadora a norma legal que, de qualquer forma,
estabelece uma disciplina jurídica incidente sobre o conteúdo de um direito fundamental.

A conformação de direitos fundamentais não significa que o legislador possa dispor deles;
significa apenas a necessidade da lei para garantir o exercício de direitos fundamentais. A
conformação dos direitos fundamentais impõe-se, neste contexto, como tarefa da legislação
(Ibid., p. 1264).

1.3.Leis restritivas e intervenções restritivas

De acordo com Miranda, (1988, p. 1265) os direitos fundamentais não são apenas restringidos
por actos legislativos (lei restritivas). A intervenção agressiva no âmbito da protecção de um
direito pode ser feita através de um acto jurídico (intervenção restritiva) concreta e
imediatamente incidente sobre um direito, liberdade e garantia.

Exemplo: a lei que estabelece pena de prisão para o crime de homicídio (cfr. Código Penal, art.
131.º) é uma lei restritiva da liberdade; a decisão judicial que decrete a prisão preventiva e a
decisão judicial que condene, em termos definitivos, o acusado por um crime de homicídio, são
intervenções restritivas. A lei que proíbe manifestações a menos de cinquenta metros de uma
embaixada é uma lei restritiva da liberdade de manifestação; a ordem proibitiva ou de dissolução
de restritiva da liberdade de manifestação; a ordem proibitiva ou de dissolução de uma
manifestação contra a lei é uma intervenção restritiva.
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A Constituição contém claras explicações destas restrições às intervenções restritivas. Assim, o


art. 28º/2, relativo à prisão preventiva, estabelece a excepcionalidade desta medida de coação
(natureza excepcional) e impõe os princípios da necessidade e da proporcionalidade na sua
decretação ou manutenção (não sendo decretada nem mantida sempre que possa ser aplicada
caução ou outra medida mais favorável prevista na lei). No art. 272º/2, a Constituição estabelece
restrições às intervenções restritivas de política (as medidas de polícia são as previstas na lei, não
devendo ser utilizadas para além do estritamente necessário).

1.4.Posições jurídicas constitucionais e posições jurídicas legais

De acordo com Andrade (1976, p. 220) Posições jurídicas constitucionais – são posições
imediatas, derivadas da constituição, independentemente da lei.

Posições jurídicas legais – caracterizam-se por serem posições subjectivas, dependentes do


direito legal.

Nalguns casos, as posições jurídicas fundamentais têm uma primeira dimensão concretizada na
Constituição (ex.: art. 68.º/3 – as mulheres têm direito a especial protecção durante a gravidez,
incluindo a dispensa de trabalho por período adequado), mas é a lei que fixa concretamente os
termos precisos do exercício do direito (ex.: L 4/84, de 5/4, art. 9.º, que fixa em três meses o
período de licença da maternidade).

As posições jurídicas são exclusivamente constitucionais quando são construídas, de forma


directa, pelas normas consagradoras de direitos fundamentais, sem necessidade de qualquer
regulação legal, mesmo que esta exista para concretizar essa posição (ex.: art.26.º/1 – o direito à
cidadania implica o direito à renúncia à cidadania).

1.5.Posições jurídicas e deveres de entidades públicas

Conforme Machado (2000, p. 1267) Algumas normas constitucionais consagram de entidades


públicas susceptíveis de serem regulados por lei e estreitamente associados ao próprio exercício
dos direitos fundamentais (ex.: art. 205.º/1, dever de fundamentação das decisões dos tribunais;
art. 266.º/2, dever de actuação dos órgãos e agentes administrativos com respeito pelos princípios
da igualdade, da proporcionalidade, da justiça e da imparcialidade; art.268.º/3, dever de
fundamentação dos actos administrativos lesivos de direitos, liberdades e garantias).
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Se estes deveres não se transmutam em direitos e se podem ser regulados pelo legislador com
ampla margem de liberdade, eles não se divorciam totalmente de algumas dimensões subjectivas
dos direitos, liberdades e garantias (ex.: do direito de acesso aos tribunais, do direito de
conhecimento das resoluções definitivas sobre procedimentos a correr perante a administração
em que o particular seja directamente interessado, do direito de recurso contencioso) (MENDES,
2002, p. 381).

2. Metódica Da Colisão E Concorrência De Direitos


2.1.Concorrência de direitos

Seguindo Steinmetz (2001, p. 268), a concorrência de direitos fundamentais existe quando um


comportamento do mesmo titular preenche os pressupostos de facto de direitos fundamentais.
Igualmente existe concorrência de direitos quando "a mesma pretensão subjectiva ou o mesmo
comportamento individual, apresentando-se enquanto procedimento de vida unitários, são
simultaneamente subsumíveis em duas ou mais normas de direitos fundamentais, na medida em
que, na sua totalidade ou em algum dos seus segmentos, preencham, indiferentemente, os
pressupostos das respectivas previsões normativas".

Uma das formas de concorrência de direitos é aquela que resulta do cruzamento de direitos
fundamentais: o mesmo comportamento de um titular é incluído no âmbito de protecção de
vários direitos, liberdades e garantias. Exemplo: o direito de expressão e informação (art. 37.º)
"está em contacto" com a liberdade de imprensa (art. 38.º), com o direito de antena (art. 40.º) e
com o direito de reunião e manifestação (art. 45.º).

Outro modo de concorrência de direitos verifica-se com a acumulação de direitos.

a) A solução da concorrencia quando existem normas constitucionais especiais

Conforme Steinmetz (2001, p. 270) existe concorrência inautêntica "ou parcial" quando uma das
várias normas consagradoras de direitos fundamentais é uma norma especial em relação às
outras. Assim, por exemplo, o princípio da igualdade (art. 13.º) não colide com a protecção
acrescida dos representantes eleitos dos trabalhadores em caso de despedimento (art. 55.º/6).
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b) Prevalência dos direitos fundamentais menos limitados ou que reúnam em maior grau
elementos estruturantes de um dos direitos

Nos casos de concorrência de direitos com limites divergentes mas sem existir entre eles uma
relação de especialidade, os critérios mais sufragados são o da prevalência dos direitos
fundamentais menos limitados e o da existência de mais elementos distintivos de um em relação
ao outro (STEINMETZ, 2001, p. 272).

3. Colisão de direitos

Duma forma geral, considera-se existir uma colisão autêntica de direitos fundamentais quando o
exercício de um direito fundamental por parte do seu titular colide com o exercício do direito
fundamental por parte de outro titular.

Colisão entre direitos: são possíveis casos de colisão imediata entre os titulares de vários direitos
fundamentais. Assim, por exemplo, a liberdade interna de imprensa (art. 38.º/2.º, que implica a
liberdade de expressão e criação dos jornalistas, bem como a sua intervenção na orientação
ideológica dos órgãos de informação). Pode considerar-se em colisão com o direito de
propriedade das empresas jornalísticas; a liberdade de criação intelectual e artística (art. 42.º/1) é
susceptível de colidir com outros direitos pessoais como o direito ao bom nome e reputação, à
imagem e à reserva da intimidade da vida familiar (art. 26º).

Colisão entre direitos e bens jurídicos: quando se fala em bens como saúde pública, património
cultural, defesa nacional integridade territorial, família, alude-se a bens jurídicos
constitucionalmente recebidos e não a quaisquer outros bens localizados numa pré-positiva,
ordem de valor. (Ibid., p. 1271).

A probabilidade de conflitos entre direitos fundamentais e bens da comunidade demonstra-se


com os exemplos seguintes: o direito de propriedade privada pode ser transmitido em vida ou em
morte (art. 62,º), mas o direito de transmissão e utilização é susceptível de vir a sofrer restrições
impostas pela necessidade de defesa do bem património cultural (ar. 78.º2); o bem da
comunidade saúde pública pode conflituar com direitos fundamentais, como, por exemplo, o
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direito da deslocação (art. 44.º); o bem jurídico defesa nacional (art. 273,º) pode colidir com o
direito à objecção de consciência (art. 41.º/6 e 276.º/4) (p. 1272).

3.1.Propostas metódicas
a) Conflito entre direitos fundamentais susceptíveis de restrições

Segundo Canotilho (1990, p. 1273) Os direitos consideram-se direitos prima facie e não direitos
definitivos, dependendo a sua radicação subjectiva definitiva da ponderação e da concordância
feitas em determinadas circunstâncias concretas.

O domínio normativo de um direito é também sempre um domínio potencial, só se tornando um


domínio actual, depois de averiguação das condições concretamente existentes.

b) Conflitos entre direitos fundamentais insusceptíveis de restrição

Os direitos fundamentais não sujeitos a normas restritivas não podem converter-se em direitos
com mais restrições do que os direitos restringidos directamente pela Constituição ou com
autorização dela (através da lei).

A colisão de direitos é solucionada: ou através de limites imanentes antepostos aos direitos,


reduzindo-lhes, a prior, o âmbito normativo; ou através da limitação do âmbito de protecção,
tornando-se extensível o âmbito de protecção de um direito apenas a conteúdos ou efeitos, que,
sob uma perspectiva de concordância pratica, não neutralizam ou aniquilam outros direitos ou
bens colidentes.

Os direitos fundamentais são sempre direitos prima facie. Se, nas circunstancias concretas, se
demonstrar, por ex.: a alta probabilidade de julgamento público de um individuo pôr em risco o
seu direito à vida (risco de enfarte), a ponderação de bens racionalmente controlada justificará o
adiamento da audiência de discussão e julgamento. O direito à vida tem, nas circunstâncias
concretas, um peso decisivamente maior do que o exercício da acção penal. Do mesmo modo, a
colisão entre o direito o à vida, mais concretamente, o direito de nascer, e o direito à interrupção
da gravidez por motivos criminógenos (a gravidez resulta de crime de violação), só pode decidir-
se quando se demonstre que, num caso concreto, o nascituro é filho do crime, podendo o
legislador solucionar o conflito, excluindo a ilicitude ou a culpa no comportamento dos
intervenientes na interrupção da gravidez (Ibid., p. 1274).
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4. Metódica da restrição de Direitos, Liberdades e Garantias


4.1.A determinação do âmbito de protecção

De acordo com Novais, (2003, p. 75) a primeira tarefa metódica deve consistir na análise da
estrutura de uma norma constitucional concretamente garantidora de direitos. Por exemplo:
perante uma lei eventualmente restritiva da liberdade de profissão (cfr. Art. 47.º) é necessário
delimitar o âmbito de protecção da norma consagradora desta liberdade, e, através deste
procedimento delimitador, concluir que os bens protegidos por essa norma abrangem apenas as
actividades lícitas (mesmo se elas forem económica, social e culturalmente neutras ou
irrelevantes), ficando de fora do âmbito de protecção as actividades ilícitas (passador de droga,
prostituição, contrabandista).

O procedimento determinador do âmbito de protecção do direito da reunião (cfr, art. 45.º) deve
ter em conta a existência de limites estabelecidos pela própria lei fundamental (Ibid., p. 76).

4.2.Restrições de direitos

Para Novais, (2003, p. 78) Existe uma restrição legal de direitos fundamentais quando o âmbito
de protecção de um direito fundado numa norma constitucional é directa ou indirectamente
limitado através da lei.

Dum modo geral, as leis restritivas de direitos diminuem ou limitam as possibilidades e direitos
de acção garantidas pelo âmbito de protecção da norma consagradora desses direitos e a eficácia
de protecção de um bem jurídico inerente a um direito fundamental.

A análise de tipos de restrições existentes: restrições constitucionais directas ou imediatas;


restrições estabelecidas por lei mediante autorização expressa da constituição (reserva da lei
restritiva); restrições não expressamente autorizadas pela constituição, isto é, limites
constitucionais não expressos, cuja admissibilidade é postulada pela necessidade de resolução de
conflitos de direitos (NOVAIS, 2003, p. 78).
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4.3.Estruturas das normas restritivas


 Estrutura das normas constitucionais imediatamente restritivas

Segundo Canotilho (1990, p. 1277) estas normas são, ao mesmo tempo, normas de garantias de
direitos e normas limitativas de direito: são normas de garantia porque garantem, constituem ou
reconhece um âmbito de protecção a determinado direito (ex.: art. 45.º/1 Os cidadãos tem direito
de se reunir); são normas restritivas porque estabelecem imediatamente limites ao âmbito de
protecção (ex.: art. 45.º/1 os cidadãos têm o direito de se reunir pacificamente e sem armas).

 Estrutura da lei restritiva

A norma constitucional é simultaneamente: uma norma de garantias, porque a norma


constitucional é simultaneamente: uma norma de garantia, porque reconhece e garante um
determinado âmbito de protecção ao direito fundamental; uma norma de autorização de
restrições, porque autoriza o legislador a estabelecer limites ao âmbito de protecção
constitucionalmente garantido (CANOTILHO, 1990, p. 1278).

 Estrutura dos limites imanentes

Segundo Canotilho (1990, p. 1279) nesta, não existe uma norma (constitucional ou legal) de
restrições, e, por isso, a doutrina tem procurado a sua justificação de outras formas.

o A cláusula da comunidade ou dos limites originários (Krüger)

Os limites imanentes justificar-se-iam em virtude da existência de limites originários ou


primitivos, que se imporiam a todos os direitos: limites constituídos por direitos dos outros;
limites imanentes da ordem social; limites eticamente imanentes. Haveria, uma cláusula da
comunidade nos termos da qual os direitos, liberdades e garantias estariam sempre limitados
desde que colocassem em perigo bens jurídicos necessários à existência da comunidade
(Canotilho 1990, p. 1280).
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5. Conclusão

Conclui-se que as normas consagradoras de direitos fundamentais não protegem as realidades de


vida, os dados reais como dados ou realidades.

Garantem ou protegem esses dados reais, configurando direitos subjectivos, direito de protecção
direitos processuais e procedimentos.

A norma conformadora ou norma legal estabelece uma disciplina jurídica incidente sobre o
conteúdo de um direito fundamental. A conformação de direitos fundamentais não significa que
o legislador possa dispor deles.

No que diz respeito as posições, posições jurídicas constitucionais são posições imediatas,
derivadas da constituição, independentemente da lei. Enquanto as posições jurídicas legais
caracterizam-se por serem posições subjectivas, dependentes do direito legal.

A concorrência de direitos fundamentais existe quando um comportamento do mesmo titular


preenche os pressupostos de facto de direitos fundamentais.

Genericamente, considera-se existir uma colisão autêntica de direitos fundamentais quando o


exercício de um direito fundamental por parte do seu titular colide com o exercício do direito
fundamental por parte de outro titular.

A primeira tarefa metódica deve consistir na análise da estrutura de uma norma constitucional
concretamente garantidora de direitos. Por exemplo: perante uma lei eventualmente restritiva da
liberdade de profissão, é necessário delimitar o âmbito de protecção da norma consagradora
desta liberdade.

Não existe uma norma (constitucional ou legal) de restrições, e, por isso, a doutrina tem
procurado a sua justificação de outras formas.
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6. Referencia Bibliografia

ANDRADE, J. C. Os Direitos Fundamentais Na Constituição de 1976. Lisboa: SS, pp. 229.


CANOTILHO, Gomes J. J. Direitos Fundamentais, Procedimentos, Processo e Organização.
Porto: BFDC, 1990.
MACHADO, Jónatas. Liberdade De Expressão: Dimensões Constitucionais Da Esfera Pública
No Sistema Social. Coimbra, 2002.
MENDES, A. R. Irradiação Das Normas E Princípios Constitucionais Para A Ordem
Legislativa (Direito Privado). Brasília, 2000.
MIRANDA, J. Manuel De Direito Constitucional. Tomo: 1988.
NOVAIS, A. R. As Restrições Aos Direitos Fundamentais Não Expressamente Autorizadas.
Coimbra, 2003.
STEINMETZ, W. A. Colisão Dos Direitos Fundamentais E Princípio Da Proporcionalidade.
Porto Alegre, 2001.

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