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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação á Distância - IED

Tema: Sistema de Organização Administrativa em Moçambique

Romão Felipe Marcos - 708207107

Curso: Administração Publica


Disciplina: Direito Administrativo
Ano: 3º/2022

Pemba, Julho de 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação á Distância - IED

Tema: Sistema de Organização Administrativa em Moçambique

Romão Felipe Marcos - 708207107

Este trabalho é de carácter avaliativo,


recomendado pelo tutor da disciplina de
Direito Administrativo

Tutor: Fernando Alegre

Pemba, Julho de 2022

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Folha de Feedback do Tutor

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota Subtotal
máxima do
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos 1.0
Introdução objectives
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico
2.0
(expressão escrita
Analise e cuidada, coerência,
discussão coesão textual)
 Revisão bibliografia 2.0
nacional relevante na
área de estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
e práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
paragrafa, 1.0
Gerais Formatação
espaçamento entre
linhas
Norma APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das 4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Índice
iv
Introdução...................................................................................................................................6

Sistema de Organização Administrativa em Moçambique.........................................................7

A centralização Administrativa desconcentrada A centralização...............................................7

O sistema de descentralização Administrativa no Estado Unitário............................................8

O sistema de descentralização administrativa concentrada........................................................8

O sistema de descentralização administrativa desconcentrada...................................................8

Moçambique como um Estado unitário descentralizado............................................................9

Os princípios fundamentais da organização Administrativa moçambicana...............................9

Vantagens e inconvenientes da desconcentração administrativa................................................9

Vantagem da teoria do sistema de destralização de organização administrativa......................10

Desvantagens da centralização administrativa..........................................................................10

Espécies de desconcentração....................................................................................................10

A delegação de poderes............................................................................................................11

Figuras afins:.............................................................................................................................11

Quanto à habilitação, ela pode ser genérica ou específica........................................................12

Espécies de delegação de poderes:...........................................................................................12

Conclusão..................................................................................................................................13

Bibliografia...............................................................................................................................14

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Introdução
A centralização administrativa compõe uma das características mais familiares ao
Estado unitário e implica a unidade quanto a execução das leis e quanto a gestão dos serviços.
Com efeito, “se a satisfação de todas necessidades colectivas estiver a cargo de uma só pessoa
colectiva, em princípio do Estado, então podemos concluir estarmos perante um sistema
centralizado de organização administrativa”.

Assim, no plano jurídico o sistema centralizado de organização Administrativa é aquele


“em que todas as atribuições administrativas de um dado país são por lei conferidas ao
Estado, não existindo, portanto, quaisquer outras pessoas colectivas públicas incumbidas do
exercício da função administrativa”.

Objectivo Geral
 Conhecer as contribuições de Sistema de Organização Administrativa em
Moçambique.

Objectivos Específicos
 Reconhecer as contribuições de Sistema de Organização Administrativa em
Moçambique.
 Identificar as contribuições de Sistema de Organização Administrativa em
Moçambique

Metodologia
 Para que fosse possível a realização do trabalho, tive como metodologia de trabalho a
consulta bibliográfica.

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Sistema de Organização Administrativa em Moçambique
A centralização administrativa concentrada ocorre quando “as ordens emanadas de
cima, do centro da decisão política, circulam para baixo, através dos canais administrativos,
até colectividades inferiores, onde os agentes do poder actuam como meros instrumentos de
execução e controle, em obediência a estritas ordens recebidas. Cabe aí aos servidores do
Estado o papel de cumpridores de decisões, que não são suas, mas se fazem tão-somente por
seu intermédio (Zinocacassa, Nampula, Outubro de 2019).

Os sistemas de concentração ou desconcentração dizem respeito à organização


administrativa de uma determinada pessoa colectiva pública; é uma questão que se coloca
dentro do Estado (ou de uma pessoa colectiva pública), nada tendo a ver com as suas relações
com as outras entidades; têm como pano de fundo a organização vertical dos serviços
públicos (se há ou não distribuição vertical de competência). Note-se que não existem
sistemas de concentração ou desconcentração puros (Rodrigues, 2016).

A centralização Administrativa desconcentrada A centralização


Administrativa desconcentrada refere-se à orgânica interna de um determinada pessoa
colectiva em que os poderes ou as competências estão repartidos pelos vários órgãos da
pessoa colectiva. Com efeito, a centralização administrativa desconcentrada implica a
existência de apenas uma pessoa colectiva pública. O Estado Administração com
competências repartidas entre o Governo e os órgãos subalternos do Estado.

A centralização administrativa desconcentrada “importa o reconhecimento de pequena


parcela de competência aos agentes do Estado, que se investem de um poder de decisão cujo
exercício lhes pertence; poder todavia, parcial, delegado pela autoridade superior, à qual
continuam presos por todos os laços de dependência hierárquica”.

Assim, “a desconcentração administrativa, consiste na deslocação de competências no


âmbito da própria organização da pessoa colectiva pública, dos órgãos centrais para os órgãos
periféricos, dos órgãos superiores para os órgãos inferiores”. Ou seja, a desconcentração de
competências ou a Administração desconcentrada “é o sistema em que o poder decisório se
reparte entre o superior e um ou vários órgãos subalternos, os quais, todavia, permanecem em
regra sujeitos à direcção e supervisão daquele”.
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O sistema de descentralização Administrativa no Estado Unitário
No plano jurídico o sistema de descentralização administrativa é aquele em que a
função administrativa está confiada não apenas ao Estado, mas também a outras pessoas
colectivas territoriais – designadamente, os órgãos de governação descentralizada Provincial,
distrital e as autarquias locais. Assim, em termos jurídicos, para que exista descentralização,
basta que haja entidades descentralizadas, que no contexto moçambicano são os órgãos de
governação descentralizada Provincial, distrital e as autarquias locais.

No plano político administrativo, haverá descentralização quando os órgãos de


governação descentralizada provincial, distrital e das autarquias locais “são livremente eleitos
pelas respectivas populações, quando a lei os considera independentes na órbitra das suas
atribuições e competências, e quando estiverem sujeitos a formas atenuadas de tutela
administrativa, em regra restritas ao controlo de legalidade”.

O sistema de descentralização administrativa concentrada


O sistema de descentralização administrativa concentrada implica a existência de
multiplicidade de pessoas colectivas públicas, havendo em cada uma delas apenas um centro
decisório. Com efeito, neste tipo de sistema, para além do Estado-Administração, existe
outras pessoas colectivas públicas, havendo em cada uma delas um centro decisório.

Portanto, trata-se de um sistema em que dentro de cada pessoa colectiva pública o


superior hierárquico mais elevado, é o único órgão competente para tomar decisões, ficando
os subalternos limitados às tarefas de preparação e execução das decisões daquele.

O sistema de descentralização administrativa desconcentrada


O sistema de descentralização administrativa desconcentrada implica a existência de
multiplicidade de pessoas colectivas públicas somada com a repartição de competências pelos
diversos graus da hierarquia no interior de cada pessoa colectiva pública. Ou seja, no sistema
de descentralização administrativa desconcentra, para além do Estado-Administração existem
várias pessoas colectivas públicas estruturadas com base na repartição de competências pelos
diversos graus da hierarquia no interior de cada pessoa colectiva pública.

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Moçambique como um Estado unitário descentralizado
Das formas do Estado, a forma unitária é a mais simples em que a “ordem jurídica, a
ordem política e a ordem administrativa se acham aí conjugadas em perfeita unidade orgânica,
referidas a um só povo, um só território, um só titular do poder público de império”. A
República de Moçambique é um Estado Unitário em que o poder constituinte e o poder
constituído se exprimem por meio de instituições que representam sólido conjunto, bloco
único, orientado pelos princípios da descentralização e de subsidiariedade.

Os princípios fundamentais da organização Administrativa moçambicana


No geral apontam-se como princípios da organização administrativa moçambicana:
“desconcentração e descentralização, desburocratização e simplificação de procedimentos,
unidade de acção e poderes de direcção do governo, coordenação e articulação dos órgãos da
administração pública, fiscalização e supervisão da Administração pública pelos cidadãos,
modernização, eficiência e eficácia, aproximação da Administração Pública ao cidadão,
participação do cidadão na gestão da Administração Pública, continuidade do serviço público,
estrutura hierárquica e responsabilidade pessoal”. Além destes princípios, importa acrescentar
os princípios da autonomia local, e da subsidiariedade, previstos no pacote legislativo sobre os
órgãos de governação descentralizada provincial, distrital e autárquica.

Concentração de competência – Sistema em que o superior hierárquico mais elevado é o


único órgão competente para tomar decisões, ficando os subalternos limitados às tarefas de
preparação e execução dessas decisões.

Desconcentração de competência – Sistema em que o poder decisório se reparte entre o


superior e um ou vários órgãos subalternos, os quais permanecem, em regra, sujeitos à
direcção e supervisão daquele. O n. º2 do art. 257.º da CRP consagra o princípio da
desconcentração administrativa. Sendo diferente da questão da centralização/descentralização.

Vantagens e inconvenientes da desconcentração administrativa

 Vantagens – aumento da eficiência dos serviços públicos, maior rapidez de resposta


às solicitações, melhor qualidade de serviço por se permitir a especialização de
funções, liberta superiores para a resolução das questões de maior responsabilidade.

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 Desvantagens – eventual inviabilização da actuação harmoniosa da Adm., risco de
especialização se converter em desmotivação, eventual diminuição da qualidade do
serviço pela atribuição de responsabilidade a subalternos menos preparados.

Vantagem da teoria do sistema de destralização de organização administrativa

 Assegurar melhor que qualquer outro sistema, a unidade do Estado;


 Garantir a homogeneidade da acção política e administrativa desenvolvida no país;
 Permitir uma melhor coordenação no exercício da função administrativa.

Desvantagens da centralização administrativa

 Gera a hipertrofia do Estado provocando o gigantismo do poder central;


 É fonte de ineficácia da acção administrativa;
 É causa de elevados custos financeiros relativamente ao exercício da acção
administrativa;
 Abafa a vida local autónoma;
 Não respeita as liberdades locais e
 Faz depender todo o sistema administrativo da insensibilidade do pode central ou dos
seus delegados, à maioria dos problemas locais. Note-se que sistema centralizado de
organização administrativa pode ser concentrado ou desconcentrado.

Espécies de desconcentração

Podem apurar-se à luz de três critérios fundamentais:

 Quanto ao nível de desconcentração: a nível central ou a nível local;


 Quanto aos graus de desconcentração: absoluta (os órgãos subalternos tornam-
se em órgãos independentes) relativa (mantêm-se subordinados aos órgãos superiores esta é a
regra em Portugal).
 Quanto às formas de desconcentração: originária (decorre imediatamente da
lei) ou derivada (só se efectiva por acto específico do superior, carecendo de permissão legal
expressa traduz-se na «delegação de poderes»).

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A delegação de poderes

Delegação de poderes acto pelo qual a um órgão da Administração normalmente


competente para decidir em determinada matéria, permite, de acordo com a lei, que outro
órgão ou agente pratiquem actos administrativos sobre a mesma matéria.

Figuras afins:

 Transferência de poderes – forma de desconcentração originária, que se


produz ope legis, é definitiva (enquanto a delegação de poderes é precária, por poder ser
livremente revogável pelo delegante).
 Concessão – tem por destinatário, em regra, uma entidade privada, e trata-se
do exercício de uma actividade económica lucrativa
 Delegação de serviços públicos – visa transferir para entidades particulares,
sem fins lucrativos, a gestão de um serviço público de carácter social ou cultural.
 Representação – o representante prática actos em nome do representado, e os
respectivos efeitos jurídicos vão-se produzir na esfera jurídica deste.
 Substituição – quando a lei permite que uma entidade exerça poderes ou
pratique actos da esfera jurídica própria de outra entidade, para que as consequências jurídicas
do acto recaiam na esfera do substituído (dá-se quando o substituído não quer cumprir os
deveres funcionais).
 Suplência – quando as funções do titular de um órgão administrativo são
asseguradas por um suplente (ope legis), por ausência, falta ou impedimento do primeiro, ou
por vagatura do cargo.
 Delegação da assinatura – quando a lei permite que um subalterno assine
correspondência expedida em nome do órgão (mas não há delegação de poderes).
 Delegação tácita – quando a lei, depois de definir a competência um órgão,
determina que ela ou parte dela se considerar a delegada noutro órgão, se o primeiro, nada
disser em contrário.

Espécies

Importa saber distinguir as espécies de habilitação para a prática da delegação de poderes, e as


espécies de delegações de poderes propriamente ditas.

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Quanto à habilitação, ela pode ser genérica ou específica.

Habilitação genérica – uma só lei permite todo e qualquer acto de delegação praticado
entre determinados órgãos; sucede nos casos de delegação: no imediato inferior hierárquico,
do órgão principal no seu adjunto ou substituto, dos órgãos colegiais no seu presidente

Actos de administração ordinária – os actos não definitivos, e os definitivos que


sejam vinculados ou cuja discricionariedade não tenha significado inovação na orientação
geral da entidade pública a que pertence o órgão.

Actos de administração extraordinária – quando se definem orientações gerais novas


ou se alteram as existentes.

Espécies de delegação de poderes:

 Quanto à extensão – ampla ou restrita (o autor rejeita hipótese de «delegação


total»; atenção que a competência dos órgãos da Administração inclui poderes delegáveis e
outros não delegáveis).
 Quanto ao objecto – específica ou genérica (acto isolado – delegação caduca
após praticado o acto ou pluralidade de actos).
 Hierárquica e não hierárquica.
 Delegação propriamente dita (ou de 1.º grau) e subdelegação de poderes (de
2.º, 3.º ou 4.º grau).

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Conclusão

Chegados a que, digo que trata-se de um processo de descongestionamento de


competências, conferindo-se aos funcionários ou agentes subalternos certos poderes
decisórios os quais numa administração concentrada estariam reservados em exclusivo ao
superior hierárquico.

A opção fundamental que o texto constitucional moçambicano fez no sentido de


unitarismo do Estado como esquema de estruturação do Estado Moçambicano “acomoda no
seu seio esquemas de descentralização administrativa de diversa índole: (a) de
descentralização administrativa geral, ligada a toda a Administração Pública, de base
territorial ou não; (b) de descentralização territorial local, através de criação de organismos do
poder local”.

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Bibliografia
Rodrigues, T. (18 de Dezembro de 2016). Obtido em 02 de 07 de 2022, de
https://st16direitoadministrativo.blogs.sapo.pt/sistemas-de-organizacao-administrativa-9989

Zinocacassa, Z. F. (Nampula, Outubro de 2019). Obtido em 02 de 07 de 2022, de


http://repositorio.ucm.ac.mz/bitstream/123456789/144/2/FADIR%20TESE%20-
%20ZACARIAS%20FILIPE%20ZINOCACASSA.pdf

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