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FACULDADE IBRA

PATRICIA BERNARDINI DINIZ

PROJETO INTELIGÊNCIA CINESTÉSICO-CORPORAL NA


ALFABETIZAÇÃO

Ibra

2022
Patricia Bernardini Diniz

PROJETO INTELIGÊNCIA CINESTÉSICO-CORPORAL NA


ALFABETIZAÇÃO

Técnica de conclusão de curso apresentado como


requisito parcial de avaliação do curso de Educação
Especial.

     
Ibra
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 OBJETIVOS 6

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 6

3 HIPÓTESES 6

4 REFERENCIAL TEÓRICO 7

5 METODOLOGIA 11

6 ASPECTOS ÉTICOS 12

7 CRONOGRAMA 12

8-REFERÊNCIAS 13
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1 INTRODUÇÃO

Desde muitas décadas, psicólogos, pedagogos, filósofos, neurologistas e outros


pesquisadores têm se dedicado ao estudo da inteligência humana. As pesquisas
envolviam estudos sobre a origem, como defini-la, como medi-la e os meios que
favorecem seu desenvolvimento. Teorias e teses nunca faltaram, há estudos que o
apontam como hereditário ou biológico pouco modificável pelo meio, outras que ela – e,
sobretudo o desenvolvimento,está incontornavelmente relacionada ao meio em que o
indivíduo vive.

Os primeiros testes para avaliar o grau de inteligência (Quociente de inteligência, o QI)


foram feitos no começo do século XX. O objetivo era identificar alunos que tinham
dificuldades de aprendizagem. A partir daí, os testes de QI começaram a ser utilizados
e disseminados no mundo inteiro para avaliar, rotular, comparar e selecionar pessoas.

Nos dias atuais, as inteligências não são apenas os horizontes dos cenários de teóricos
e cientistas, o assunto faz parte do dia-a-dia das pessoas. É tema frequente na mídia,
em encontros e conversas, independentemente do contexto. Fala-se de pessoas mais
ou menos inteligentes, da inteligência como hereditária, da inteligência como privilégio
de determinadas raças ou classe social e é, até mesmo, assunto de reflexão pessoal.
Quem já não duvidou de sua inteligência, de sua habilidade para gerenciar problemas,
da capacidade para administrar a própria vida, de sua contribuição para o mundo?

No passado, muitos usaram os testes de QI para rotular e classificar ou como munição


para julgar pessoas. Porém, esses testes não contribuíram para mudar o cenário de
que o potencial intelectual era herdado, uma capacidade singular e imutável de cada
ser humano, ou mesmo colocasse uma luz sobre a definição da inteligência.

Porém, desde a década de 80, o cenário vem mudando, sob a batuta do psicólogo
americano Howard Gardner, da Universidade de Harvard, hoje um dos mais influentes
pesquisadores da educação no mundo. A ideia de classificar pessoas de acordo com
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habilidades inatas ou herdadas, de igualar pessoas por número, foi finalmente


desbancada por Gardner. O pesquisador acabou descobrindo que a redução
simplificadora e mensurável estava longe da realidade. Os testes, que mediam apenas
a capacidade verbal - linguística e lógica – matemática, caíram em descrédito pela
descoberta de que as inteligências são múltiplas. Além da verbal – linguística e lógica –
matemática, há também a corporal – cinestésica, a musical, a verbal – espacial, a
intrapessoal, a interpessoal e mais duas que foram recentemente mencionadas pelo
pesquisador e estão sendo estudadas, a naturalista e a espiritual existencial.

Com o estudo, Gardner (1995) apontou o caráter democrático das inteligências, com a
sentença de que todos nascem com todas essas inteligências. O que faz a diferença é
o estímulo que é dado a elas para se desenvolverem.

Gardner (1995) ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto,
independentes umas das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora
algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos as
ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Por
exemplo, um cirurgião necessita de da acuidade da inteligência espacial combinada
com a destreza da cinestésica.
Assim, a inteligência Cinestésico-Corporal se refere à habilidade para resolver
problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo corpo. É a habilidade
para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no
controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. A
criança especialmente dotada na inteligência cinestésico-corporal se move com graça e
expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande habilidade
atlética ou uma coordenação fina apurada.
Diante do exposto há de se questionar: A inteligência cinestésica corporal auxilia no
processo de alfabetização?
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2 OBJETIVOS

Este projeto tem como objetivo verificar os níveis de Inteligência Corporal-Cinestésica


em alunos do Instituto Educacional Construir através de jogos, tais como suas
contribuições para o desenvolvimento sociocognitivo de cada aluno.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Estabelecer relações com os jogos e a alfabetização;


2. Destacar os níveis de Inteligência Corporal-Cinestésica de acordo com a faixa
etária dos alunos;
3. Desenvolver métodos diferentes para a alfabetização e transformar o espaço
escolar em um ambiente lúdico e prazeroso para o aprendizado.

3 HIPÓTESES

Pedagogicamente, precisa-se perceber a importância do espaço lúdico na sala de aula


como parte do processo de aprendizagem e desenvolvimento integral da criança
favorecendo a socialização, integração, respeito, imaginação, interpretação e
criatividade. Como afirma Ramos: “Brincar não constitui perda de tempo nem é,
simplesmente, uma forma de preenchê-lo. A criança que não tem oportunidade de
brincar sente-se deslocada”. (RAMOS 2005, P.3)

Tal afirmação torna relevante o desenvolvimento de metodologia de trabalho que


estimule a criatividade dos alunos, bem como auxiliá-los no processo de
desenvolvimento e aprendizagem, permitindo a descoberta de novos caminhos de
conhecer e interpretar o mundo.
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4 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos


através do uso de parte ou de todo o corpo, permitindo aos indivíduos usarem seu
corpo, total ou parcialmente, de formas altamente especializadas. Envolve tanto o
autocontrole corporal quanto a destreza para manipular objetos (cinestesia é o sentido
pelo qual se percebem os movimentos musculares, o peso e a posição dos membros,
segundo o dicionário Aurélio). O indivíduo que possui esta inteligência tem habilidade
para usar a coordenação motora grossa ou fina em artes cênicas ou plásticas, danças,
praticarem esportes, por exemplo: Garrincha, reprovado no teste de QI, provavelmente
apresentaria um ótimo desempenho nesta inteligência se esta fosse submetida a um
teste psicométrico. É a inteligência dos cirurgiões, bailarinos, atletas, escultores. A
criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com graça e
expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande habilidade
atlética ou uma coordenação fina apurada.

“O controle do movimento corporal está evidentemente localizado no córtex motor com


cada hemisfério dominante ou controlador dos movimentos corporais no lado
contralateral”. (GARDNER, 1995, p.23)

Porém é possível acrescentar outras áreas corticais também importantes para a


realização do movimento que Gardner deixa de lado. Uma delas é o giro pós-central,
onde está localizado o Homúnculo de Penfield sensitivo.

“É uma representação somatotópica. Cada ponto sensitivo do corpo tem uma


representação nesta parte do córtex. Por exemplo, a mão, que possui muitos
receptores sensitivos, possui uma representação grande no córtex enquanto o pé, com
menos receptores possui uma área menor”. (MACHADO, 1981, p.219).
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Deste modo, esta área cortical tem como função sentir, perceber o corpo para que o
movimento passe a ser harmônico. “Outra área importante é o córtex pré-motor, que
integra os impulsos motores no tempo, permitindo a criação de movimentos habilidosos,
suaves e finos”. (LURIA; 1981.p.154)

O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e quanto mais ciente estiver o


professor de como se dá o processo de aquisição do conhecimento, de como a criança
se situa em termos de desenvolvimento emocional, de como vem evoluindo o seu
processo de interação social, da natureza da realidade linguística envolvida no
momento em que está acontecendo à alfabetização, mais condições terá o professor de
forma agradável e produtiva no processo de aprendizagem. “Aprender a ler e escrever
é equivalente ao aprendizado de outras habilidades instrumentais, já que a
alfabetização é um processo metacognitivo que torna possível outros processos
cognitivos e sociais”. (GUMPERZ 1991, p.1).

“Alfabetização não é somente a simples capacidade de ler e escrever: possuindo e


manejando esta habilidade exercitamos talentos socialmente aprovados e aprovados.
Em outras palavras, a alfabetização é um fenômeno socialmente construído”.
(GUMPERZ 1991.p.11.).

Ao observarmos uma criança, desde seus primeiros meses de idade, notamos que o
brincar faz parte do seu cotidiano. Primeiramente com seu próprio corpo, na relação de
descoberta e depois com tudo o que estiver ao seu alcance, sempre como objeto de
descoberta e desenvolvimento.

Pode-se afirmar então, que as brincadeiras para crianças, são muito mais do que
apenas divertimentos, servem como suporte para seu desenvolvimento físico,
emocional e cognitivo, ou seja, como estímulo para a aprendizagem, o que para Piaget
é fundamental: [...] assim como, para crescer um órgão tem necessidade de alimento, o
qual é por ele solicitado na medida do seu exercício, também cada atividade mental
desde as mais elementares às tendências superiores têm necessidade, para se
desenvolver, de ser alimentada por uma constante contribuição exterior”. (1964, p.115.)
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Mas a brincadeira nunca foi privilégio apenas das crianças. Até o século XVIII, quando
predominava a produção de bens rurais, o homem adulto também brincava, na rua, nos
campos, nos rios, nas praças. Era um brincar coletivo, onde adultos e crianças
brincavam conforme sua cultura e época.

Os brinquedos infantis também remontam a épocas pré-históricas, existem registros de


brinquedos infantis, provenientes de diversas culturas, o que demonstra que o
brinquedo, enquanto objeto real tem acompanhado a evolução do homem, interagindo
em seu espaço físico, em suas funções e seus aspectos. Os brinquedos eram
fabricados manualmente, artesanalmente, nas oficinas de entalhadores de madeiras, de
fundidores de estanho e representavam um produto secundário das oficinas
manufatureiras.

Portanto, a fabricação dos brinquedos não era função de uma única pessoa ou
indústria. Com a Revolução Industrial o brinquedo mudou, ocorreu uma grande ruptura
e o brinquedo passou a ser produzido em grande escala. Com o advento da sociedade
industrial no século XVIII, início do século XIX, na qual predominava a produção de
bens em grande escala, a atividade lúdica modifica-se: ela torna-se “pedagógica”
entrando na escola com objetivos educacionais. Estes fenômenos são acompanhados
do surgimento do brinquedo industrializado, a institucionalização da criança, um
movimento da mulher para o mercado de trabalho que, aliado à falta de espaço e
segurança nas ruas das grandes cidades, transforma o brincar em uma atividade mais
solitária e que acontece em função do apelo ao consumo de brinquedos. Mesmo que
sua inserção de forma mais intencional tenha se dado no século XIX, à educação
greco-romana associava a ideia de estudo ao prazer, utilizando o brinquedo na
educação.

Mas foi a partir do século XIX que o jogo passou a ser alvo de estudos de psicólogos e
pedagogos. Froebel, Montessori e Decroly realizaram pesquisas sobre as crianças
pequenas e legaram aos jogos e brincadeiras um importante papel no processo de
aprendizagem. Portanto, percebe-se que esta discussão sobre a importância dos jogos
e brincadeiras no processo de aprendizagem não é recente, e serve para consolidar a
ideia de que brincando a criança desenvolve integralmente.
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Existe uma ruptura muito grande entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental.
Enquanto na Educação Infantil os jogos e brincadeiras permeiam todas as atividades
com o objetivo de desenvolvimento emocional, afetivo e cognitivo, no Ensino
Fundamental a escola simplesmente esqueceu da brincadeira na sala de aula, sendo
considerada muitas vezes perda de tempo. Isso ocorre porque ainda hoje se confunde
ensinar com transmitir, sendo o aluno um agente passivo da aprendizagem e o
professor passa a ser um mediador de atividades eficazes para a aprendizagem.

Na teoria de Vygotsky (1995), o papel do brinquedo e da brincadeira de “faz-de-conta”


têm grande importância na criação da zona de desenvolvimento proximal da criança e
no seu desenvolvimento. Portanto, tanto na criação de situações imaginárias, como na
definição de regras específicas, o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento
proximal na criança, ou seja, a criança aprende brincando.

Por isso, é muito importante que o professor como mediador do processo ensino
aprendizagem proporcione ao aluno, momentos de estímulo através de brincadeiras,
jogos, músicas, dramatizações, histórias, apresentando os conteúdos em forma de
jogos e brincadeiras, tornando o processo de aprendizagem mais divertido e suas aulas
mais dinâmicas.
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5 METODOLOGIA

O presente do projeto utilizará a técnica da entrevista para recolher dados e informação


com uma amostra de pesquisa.
Para a interpretação dos dados bibliográficos será utilizado o método monográfico, já
que o mesmo permite o estudo da profissão de educação física e posteriormente a
generalização.
O método tipológico também será utilizado para comparar fenômenos sociais
complexos, permitindo que os pesquisadores deste projeto possam criar tipos de
modelos ideais (que não existam de fato na sociedade), construídos a partir da análise
do referencial teórico apresentado.
Este projeto de pesquisa também fará uso do método indutivo. Isto porque, o
argumento indutivo baseia-se na generalização de propriedades comuns a certo
número de casos, até agora observados, a todas as ocorrências de fatos similares que
se verificarão no futuro. Assim, o grau de confirmação da hipótese deste projeto
valoriza o referencial teórico apresentado anteriormente.
Será também utilizado o método dedutivo (racional) baseado em premissas para se
chegar à conclusão necessária, em virtude da correta aplicação de regras lógicas.
Assim, a dedução reforça bastante os argumentos indutivos e vice e versa. Faz-se
necessário ainda, a utilização do método hipotético-dedutivo, já que o mesmo se inicia
por uma percepção de uma lacuna dos conhecimentos, acerca da qual foi formulada a
hipótese de que finalmente, o método sociológico será utilizado quando se fizer
necessário indagar as raízes sociais do projeto inteligência cinestésico-corporal na
alfabetização e quanto fenômeno social.
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6 ASPECTOS ÉTICOS

O presente projeto de pesquisa dispensa o desenvolvimento deste capítulo, ora


justificado pela metodologia.

7 CRONOGRAMA
Atividade Sel Rev Ela Col Aná Dis Red Entr
Período eçã isã bor eta lise cus açã ega
o o açã de dos são o do
do de o Da Da do Rel
Te Lite do dos dos Cor atór
ma ratu Proj po io
ra eto do Fin
Tra al
bal
ho
Fevereiro/2022
Março/2022
Abril/2022
Maio /2022
Julho/2022
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REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso, 1937 – Educação Infantil: Prioridade Imprescindível. Petrópolis,


RJ: Vozes, 2004.

ANTUNES, Celso, 1937 – Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 12º
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

CHALITA, Gabriel – Pedagogia do Amor: A contribuição das histórias universais


para a formação de valores das novas gerações. São Paulo, SP: Editora Gente,
2003.
GARDNER, Howard - Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. 1º ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995.

LURIA, Alexander Romanovich – Fundamentos de Neuropsicologia. 1º ed. São


Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Livros Técnicos e Científicos Editora,
1981.
MACHADO, Ângelo - Neuroanatomia Funcional. 1º ed. São Paulo: Atheneu, 1981.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz – Brinquedoteca: um espaço estruturado para
brincar. Disponível na internet: http://www.psicopedagogia.com.br Acessado em 8 de
abril de 2006.

GUMPERZ, Jenny Cook – A Construção Social da Alfabetização. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1991.
PIAGET, Jean – A Formação do Símbolo na Criança. 3º ed. Rio de Janeiro: LTC,
1964.

RAMOS, Aparecida Leira – Jogar e Brincar: Representando papéis, a criança


constrói o próprio conhecimento e consequentemente, sua própria
personalidade. Disponível na internet: http://www.icpg.com.br. Acesso em 8 de abril de
2006.
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