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AVANÇADO EM
PREVIDÊNCIA SOCIAL
RURAL
O QUE OS LIVROS NÃO TE CONTAM!
Prof Gisele Paiva
O QUE DEVO SABER SE TRABALHO COM
SEGURADO RURAL?
Premissa básica:
• TIPO DE ATIVIDADE!!!
Então, o tratorista ou operador de
máquina agrícola é considerado
trabalhador rural ou urbano?
“TRABALHADORES AGROPECUÁRIOS, FLORESTAIS E DA PESCA
64 - TRABALHADORES DA MECANIZAÇÃO AGROPECUÁRIA E FLORESTAL
641 - TRABALHADORES DA MECANIZAÇÃO AGROPECUÁRIA
6410 - Trabalhadores da mecanização agrícola
641015 - Tratorista agrícola
Sinônimos do CBO – código brasileiro de ocupação:
6410-15 - Arador
6410-15 - Operador de adubadeira
6410-15 - Operador de implementos agrícolas
6410-15 - Operador de máquina agrícola
6410-15 - Tratorista operador de roçadeira
6410-15 - Tratorista operador de semeadeira” (obtido em
https://www.ocupacoes.com.br/cbo-mte/641015-tratorista-agricola,
consultado em 05/08/2019, as 18;06h).
“PREVIDENCIÁRIO. RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA ESCRITA CORROBORADA POR PROVA
TESTEMUNHAL. DESCONTINUIDADE DA ATIVIDADE. REQUISITOS SATISFEITOS. PERÍODO DE CARÊNCIA
CUMPRIDO. DESNECESSIDADE DE CONTRIBUIÇÕES. - Início de prova escrita corroborada pela prova testemunhal
justifica o reconhecimento do exercício de atividade rural para efeito de aposentadoria por idade - Cédula de
identidade (nascimento em 15.09.1953) - Certificado de dispensa de incorporação de 31.12.1972 - Certidão de
casamento em 03.05.1977, qualificando o requerente como lavrador - Certidões de nascimento de filhos em
07.04.1978 e 06.05.1980, atestando a profissão do autor como lavrador - Título de eleitor de 30.01.1976,
qualificando o demandante como lavrador. - CTPS do autor com registros, de forma descontínua, de 01.07.1977
a 26.07.2005, em atividade rural e de 18.04.2011 a 11.05.2015, como operador de maquina II, na empresa LDC-
SEV Bioenergia S/A, CBO 641015 - Comunicado de indeferimento do pedido de aposentadoria por idade,
segurado especial, formulado na via administrativa em 19.06.2015 - A Autarquia juntou consulta efetuada ao
sistema Dataprev, constando vínculos empregatícios que confirmam as anotações constantes na carteira de
trabalho do autor - As testemunhas conhecem o autor e confirmam seu labor rural - O autor juntou início de
prova material de sua condição de lavrador, o que corroborado pelos depoimentos das testemunhas, que são
firmes em confirmar que sempre trabalhou no campo, justifica a concessão do benefício pleiteado - O autor
apresentou registros cíveis qualificando-o como lavrador e CTPS com registros em exercício campesino, em
períodos diversos, inclusive, em momento próximo ao que completou o requisito etário, corroborado pelo
Predomina
testemunho, comprovam a atividade rural pelo período de carência legalmente exigido -
nesta Colenda Turma a orientação, segundo a qual, o tratorista agrícola e o
operador de máquinas CBO 641015, é essencialmente de natureza rural, lida
com a terra, o plantio, a colheita e o trator há de ser considerado em sua
natureza instrumento de trabalho de qualidade rural, diverso do motorista,
que labora no transporte em função tipicamente urbana - Na CTPS do autor
também há registros exclusivamente em serviços gerais, atividade rural -
Observa-se que operador de máquinas tem o CBO 641015, "64
TRABALHADORES DA PECUÁRIA"
O autor trabalhou no campo, por mais de 15 anos. É o que mostra o exame da prova
produzida. Completou 60 anos em 2013, tendo, portanto, atendido às exigências
legais quanto à carência, segundo o art. 142 da Lei nº 8.213/91, por prazo superior a
180 meses - O termo inicial deve ser fixado na data do requerimento administrativo
(19.06.2015), momento em que a Autarquia tomou conhecimento do pleito - Com
relação aos índices de correção monetária e taxa de juros de mora, deve ser
observado o julgamento proferido pelo C. Supremo Tribunal Federal na Repercussão
Geral no Recurso Extraordinário nº 870.947, bem como o Manual de Orientação de
Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal em vigor por ocasião da execução
do julgado - Presentes os pressupostos do art. 300 c.c.497 do novo CPC, é possível a
antecipação da tutela - O valor da condenação verificado no momento da prolação da
sentença não excede a 1000 salários mínimos, de modo que a sentença não será
submetida ao reexame necessário, nos termos do art. 496, § 3º, inciso I, do novo
Código de Processo Civil - Reexame não conhecido - Apelo do INSS improvido -
Recurso adesivo da parte autora provido.”
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII
do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o
principal meio de vida;
Art. 53 da IN 77/15:
“Art. 53. A simples inscrição do segurado especial
no CNPJ não será suficiente para descaracterização
da qualidade de segurado especial, se comprovado
o exercício da atividade rural na forma do inciso VII
do art. 11 da Lei nº 8.213, de 1991, com as
alterações daLei nº 11.718, de 2008.”
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?
PREVIDENCIÁRIO - AGRAVO REGIMENTAL - APOSENTADORIA
POR IDADE - RURAL - INICIO DE PROVA MATERIAL
CORROBORADO COM PROVA TESTEMUNHAL - VÍNCULO
URBANO DO MARIDO - APRESENTAÇÃO DE OUTROS
DOCUMENTOS EM NOME PRÓPRIO - NÃO
DESCARACTERIZAÇÃO DA CONDIÇÃO DE SEGURADA ESPECIAL -
PRECEDENTES. 1. Para concessão de aposentadoria rural por
idade, o labor campesino deve ser demonstrado por início de
prova material corroborado por prova testemunhal, ainda que
de maneira descontínua, no período imediatamente anterior
ao requerimento, pelo número de meses idêntico à carência. 2.
A qualificação do marido na certidão de casamento como
lavrador estende-se à esposa.
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?
No entanto, é firme a jurisprudência que estabelece a
impossibilidade de estender a prova em nome do cônjuge
que passa a exercer trabalho urbano, devendo ser
apresentada prova material em nome próprio da demandante
(Resp 1.304.479/SP, recurso submetido ao rito do 543-C do
CPC). 3. Na hipótese dos autos, foram apresentados
documentos tanto em nome do cônjuge quanto em relação à
autora, todos próprios à demonstração do labor campesino
por ela exercido, no período de carência. 4. Agravo regimental
não provido.
- E o arrendante???
“Art. 44, IN 77/15: Não se considera segurado especial:
(...)
II - o arrendador de imóvel rural ou de embarcação.”
O que é, afinal, o módulo fiscal
(...)
SIM!!!
A IDADE, NA APOSENTADORIA POR IDADE:
ART. 48, §2º, DA LEI 8213/91, MANTIDA PELA
EC 103/19:
55 ANOS PARA A TRABALHADORA RURAL;
60 ANOS PARA O TRABALHADOR HOMEM.
A COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE
RURAL:
• prova oral.
A necessidade de início de prova material
contemporânea – lei 13846/19:
Súmula n 149:
“A prova exclusivamente
testemunhal não basta à
comprovação da atividade
rurícola, para efeito de benefício
previdenciário.”
- artigo 55, §3º, Lei 8.213/91 – redação da lei
13846/19 (conversão da MP 871/19):
IN 77/15:
"Para fins de concessão dos benefícios dispostos nos artigos 39, inciso I e
seu parágrafo único, e 143 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, serão
considerados como início razoável de prova material documentos públicos e
particulares dotados de fé pública, desde que não contenham rasuras ou
retificações expressamente a
recentes, nos quais conste
qualificação do segurado, de seu cônjuge, enquanto
casado, ou companheiro, enquanto durar a união
estável, ou de seu ascendente, enquanto dependente
deste, como rurícola, lavrador ou agricultor, salvo a
existência de prova em contrário.
Referências:
Legislação: Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 (Art. 55, § 3º; Art. 106; e Art. 143, II). nstrução Normativa do INSS nº 11, de 20.09.2006, (Art. 133, §§
1º, 2º e 3º).
Jurisprudência: Superior Tribunal de Justiça: EAR/SP 719, 3ª Seção (DJ de 24/11/2004); REsp 637.437/PB, 5ª Turma (DJ de 13/09/2004); AR 1.166/SP,
3ª Seção (DJ de 26/02/2007); REsp 603.202/RS, 5ª Turma (DJ de 28/06/2004), e REsp 439.647/RS, 6ª Turma (DJ de 19/12/2002). Turma Nacional de
Art. 230, §1º. Para os efeitos do disposto no caput, o trabalhador rural deverá
comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício,
ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito etário, por tempo
igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência exigida.
Art. 231. Para fins de aposentadoria por idade prevista no inciso I do art. 39 e
caput e § 2º do art. 48, ambos da Lei nº 8.213, de 1991 dos segurados
empregados, contribuintes individuais e especiais, referidos na alínea "a" do
inciso I, na alínea "g" do inciso V e no inciso VII do art. 11, todos do mesmo
diploma legal, não será considerada a perda da qualidade de segurado nos
intervalos entre as atividades rurícolas, devendo, entretanto, estar o segurado
exercendo a atividade rural ou em período de graça na DER ou na data em que
implementou todas as condições exigidas para o benefício.
E o que a jurisprudência entende?
uma delas atribua tal fato apenas aos problemas de saúde (fl. 69) e
outra mencione vagamente a ocorrência de mudança do modus
operandi do desempenho laboral, ao dizer que o autor "atualmente
trabalha por conta própria tendo umas vaquinhas para tirar leite e se
sustentar" (fl. 70). 6. Portanto, não estando o autor laborando no
meio rural quando do implemento da idade mínima exigível, não faz
ele jus ao benefício, devendo ser reformada integralmente a
sentença e cassado o benefício concedido. 7. Inversão do ônus da
sucumbência. Pagamento pelo autor de custas e de honorários
fixados em 10% do valor da causa, cuja exigibilidade ficará suspensa
(art. 98, § 3º, do CPC), em razão da assistência judiciária gratuita
deferida na instância primeva. 8. Remessa necessária provida para
reformar integralmente a sentença e cassar a aposentadoria por
idade rural. (TRF-1 - AC:
0067191332009401919900671913320094019199, Relator: JUIZ
FEDERAL DANIEL CASTELO BRANCO RAMOS, 2ª CÂMARA REGIONAL
PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, Data de Publicação: 27/02/2019)
E essa tal
autodeclaração da lei
13.846/19????
A COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO
ESPECIAL:
COMO ERA? COMO FICOU?
- INSTRUMENTO RATIFICADOR DE
AUTODECLARAÇÃO O QUE É??
- A) base governamental;
- __________________________/______________________
90 MESES 90 MESES = 180 M
UM IR NO MINIMO UM IR NO MINIMO
1. A prova testemunhal DEVE detalhar o labor agrícola realizado pelo segurado e ser uníssona
a respeito do período de trabalho nas lides do campo.
2. Tem a função de complementar/ratificar o início de prova material, demonstrado o efetivo
trabalho rural.
3. Necessidade de serem harmônicos os depoimentos das testemunhas.
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