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TREINAMENTO

AVANÇADO EM
PREVIDÊNCIA SOCIAL
RURAL
O QUE OS LIVROS NÃO TE CONTAM!
Prof Gisele Paiva
O QUE DEVO SABER SE TRABALHO COM
SEGURADO RURAL?

 Premissa básica:

TRABALHADOR RURAL NÃO É


SINÔMINO DE SEGURADO
ESPECIAL!!!!!
O QUE DEVO SABER SE TRABALHO COM
SEGURADO RURAL?

• O QUE É ATIVIDADE RURAL;

• OS TIPOS DE SEGURADOS RURAIS QUE EXISTEM;

• O QUE A LEI EXIGE PARA CADA UM DELES 


COMPROVAÇÃO DE TRABALHO RURAL OU
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL OU AMBOS?

• QUAIS BENEFICIOS EXISTEM PARA CADA UM


DELES?
O TRABALHO RURAL:
• Consideram-se como atividade rural a exploração das
atividades agrícolas, pecuárias, a extração e a exploração
vegetal e animal, a exploração da apicultura, avicultura,
suinocultura, sericicultura, piscicultura (pesca artesanal de
captura do pescado in natura) e outras de pequenos
animais; a transformação de produto, inclusive
beneficiamento ; dentre outras atividades.
• ATIVIDADES LIGADAS À TERRA;
• EQUIPARAÇÃO PARA SEGURADO ESPECIAL: pescaria
artesanal, extrativismo vegetal e seringueiro.
• Atenção ao garimpeiro – EC 103/19!
segurado rural X segurado urbano:

• O que difere, então, o trabalhador rural do


trabalhador urbano???

• O local da atividade ou o TIPO da


atividade???

• TIPO DE ATIVIDADE!!!
Então, o tratorista ou operador de
máquina agrícola é considerado
trabalhador rural ou urbano?
“TRABALHADORES AGROPECUÁRIOS, FLORESTAIS E DA PESCA
64 - TRABALHADORES DA MECANIZAÇÃO AGROPECUÁRIA E FLORESTAL
641 - TRABALHADORES DA MECANIZAÇÃO AGROPECUÁRIA
6410 - Trabalhadores da mecanização agrícola
641015 - Tratorista agrícola
Sinônimos do CBO – código brasileiro de ocupação:
6410-15 - Arador
6410-15 - Operador de adubadeira
6410-15 - Operador de implementos agrícolas
6410-15 - Operador de máquina agrícola
6410-15 - Tratorista operador de roçadeira
6410-15 - Tratorista operador de semeadeira” (obtido em
https://www.ocupacoes.com.br/cbo-mte/641015-tratorista-agricola,
consultado em 05/08/2019, as 18;06h).
“PREVIDENCIÁRIO. RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA ESCRITA CORROBORADA POR PROVA
TESTEMUNHAL. DESCONTINUIDADE DA ATIVIDADE. REQUISITOS SATISFEITOS. PERÍODO DE CARÊNCIA
CUMPRIDO. DESNECESSIDADE DE CONTRIBUIÇÕES. - Início de prova escrita corroborada pela prova testemunhal
justifica o reconhecimento do exercício de atividade rural para efeito de aposentadoria por idade - Cédula de
identidade (nascimento em 15.09.1953) - Certificado de dispensa de incorporação de 31.12.1972 - Certidão de
casamento em 03.05.1977, qualificando o requerente como lavrador - Certidões de nascimento de filhos em
07.04.1978 e 06.05.1980, atestando a profissão do autor como lavrador - Título de eleitor de 30.01.1976,
qualificando o demandante como lavrador. - CTPS do autor com registros, de forma descontínua, de 01.07.1977
a 26.07.2005, em atividade rural e de 18.04.2011 a 11.05.2015, como operador de maquina II, na empresa LDC-
SEV Bioenergia S/A, CBO 641015 - Comunicado de indeferimento do pedido de aposentadoria por idade,
segurado especial, formulado na via administrativa em 19.06.2015 - A Autarquia juntou consulta efetuada ao
sistema Dataprev, constando vínculos empregatícios que confirmam as anotações constantes na carteira de
trabalho do autor - As testemunhas conhecem o autor e confirmam seu labor rural - O autor juntou início de
prova material de sua condição de lavrador, o que corroborado pelos depoimentos das testemunhas, que são
firmes em confirmar que sempre trabalhou no campo, justifica a concessão do benefício pleiteado - O autor
apresentou registros cíveis qualificando-o como lavrador e CTPS com registros em exercício campesino, em
períodos diversos, inclusive, em momento próximo ao que completou o requisito etário, corroborado pelo
Predomina
testemunho, comprovam a atividade rural pelo período de carência legalmente exigido -
nesta Colenda Turma a orientação, segundo a qual, o tratorista agrícola e o
operador de máquinas CBO 641015, é essencialmente de natureza rural, lida
com a terra, o plantio, a colheita e o trator há de ser considerado em sua
natureza instrumento de trabalho de qualidade rural, diverso do motorista,
que labora no transporte em função tipicamente urbana - Na CTPS do autor
também há registros exclusivamente em serviços gerais, atividade rural -
Observa-se que operador de máquinas tem o CBO 641015, "64
TRABALHADORES DA PECUÁRIA"
O autor trabalhou no campo, por mais de 15 anos. É o que mostra o exame da prova
produzida. Completou 60 anos em 2013, tendo, portanto, atendido às exigências
legais quanto à carência, segundo o art. 142 da Lei nº 8.213/91, por prazo superior a
180 meses - O termo inicial deve ser fixado na data do requerimento administrativo
(19.06.2015), momento em que a Autarquia tomou conhecimento do pleito - Com
relação aos índices de correção monetária e taxa de juros de mora, deve ser
observado o julgamento proferido pelo C. Supremo Tribunal Federal na Repercussão
Geral no Recurso Extraordinário nº 870.947, bem como o Manual de Orientação de
Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal em vigor por ocasião da execução
do julgado - Presentes os pressupostos do art. 300 c.c.497 do novo CPC, é possível a
antecipação da tutela - O valor da condenação verificado no momento da prolação da
sentença não excede a 1000 salários mínimos, de modo que a sentença não será
submetida ao reexame necessário, nos termos do art. 496, § 3º, inciso I, do novo
Código de Processo Civil - Reexame não conhecido - Apelo do INSS improvido -
Recurso adesivo da parte autora provido.”

(TRF-3- Ap: 00197432020184039999 SP, Relator: DESEMBARGADORA


FEDERAL TANIA MARANGONI, Data de Julgamento: 05/11/2018, OITAVA
TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:22/11/2018).
OS SEGURADOS RURAIS
Art. 11, da lei 8.213/91 – tipos:
• Empregado rural – 11, I, a  aquele que
presta serviço de natureza urbana ou rural à
empresa – ou empregador pessoa física -, em
caráter não eventual, sob sua subordinação e
mediante remuneração, (...);

• Trabalhador avulso rural – 11, VI  quem


presta, a diversas empresas - ou
empregadores pessoas físicas - , sem vínculo
empregatício, serviço de natureza urbana ou
rural definidos no Regulamento;
OS SEGURADOS RURAIS
Art. 11, da lei 8.213/91 – tipos:
Contribuinte individual rural – 11, V, a; f e g 

A) a pessoa física, proprietária ou não, que explora


atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter
permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro)
módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4
(quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com
auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou
ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo;
F) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro
de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de
indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de
seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção
em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem
como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção
condominial, desde que recebam remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de
26.11.99)
OS SEGURADOS RURAIS
Art. 11, da lei 8.213/91 – tipos:
Contribuinte individual rural – 11, V, a; f e g 
G) quem presta serviço de natureza urbana ou
rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego;
- Quem é esse trabalhador aqui???? Que fica
na beira da estrada esperando o caminhão ou
o ônibus???
- Se fosse trabalhador urbano, seria o famoso
“chapa”, e sendo rural??? Quem é ele???
- - bóia-fria!!!
Então, BOIA FRIA TEM QUE
CONTRIBUIR?
- Carência escalonada do artigo 143 da Lei 8213/91;

- Ultima alteração pela lei 11.718/2008, art.2º;

- Sem necessidade de contribuição social  o prazo


terminou para quem implementou os requisitos em
31/12/2010;

- Após  carência escalonada e reduzida até


31/12/2020 (até 2015: 1x3; e de 2016 até 2020: 1X2);

- Após  necessidade de contribuição social por 180


meses.
Então, BOIA FRIA TEM QUE
CONTRIBUIR?
Art. 2º, lei 11718/08  Para o trabalhador rural
empregado, o prazo previsto no art. 143 da Lei no
8.213, de 24 de julho de 1991, fica prorrogado até o
dia 31 de dezembro de 2010.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput


deste artigo ao trabalhador rural enquadrado na
categoria de segurado contribuinte individual que
presta serviços de natureza rural, em caráter
eventual, a 1 (uma) ou mais empresas, sem relação
de emprego.
Então, BOIA FRIA TEM QUE
CONTRIBUIR?
Art. 3o Na concessão de aposentadoria por idade do empregado rural, em valor
equivalente ao salário mínimo, serão contados para efeito de carência:

I – até 31 de dezembro de 2010, a atividade comprovada na forma do art. 143 da Lei


no 8.213, de 24 de julho de 1991;

II – de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, cada mês comprovado de emprego,


multiplicado por 3 (três), limitado a 12 (doze) meses, dentro do respectivo ano civil; e

III – de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, cada mês comprovado de emprego,


multiplicado por 2 (dois), limitado a 12 (doze) meses dentro do respectivo ano civil.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo e respectivo inciso I


ao trabalhador rural enquadrado na categoria de segurado contribuinte
individual que comprovar a prestação de serviço de natureza rural, em caráter
eventual, a 1 (uma) ou mais empresas, sem relação de emprego.
Então, BOIA FRIA TEM QUE
CONTRIBUIR? E a jurisprudência?
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. REMESSA NECESSÁRIA. NÃO
CONHECIMENTO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. SEGURADO ESPECIAL.
BOIA-FRIA. RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIA.
INEXIGIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. FASE DE
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DIFERIMENTO. 1. Não se conhece da remessa
necessária quando for possível concluir, com segurança, que a condenação ou o
proveito econômico da ação não atinge o patamar de mil salários mínimos
previsto no art. 496, § 3º, I, do NCPC. 2. A vigência da Lei 11.718/2008
não revogou o art. 143 da Lei 8.213/91, mantendo-se
inexigível o recolhimento de contribuição previdenciária do
trabalhador rural diarista equiparado a segurado especial. 3.
Deliberação sobre índices de correção monetária e taxas de juros diferida para
a fase de cumprimento de sentença, a iniciar-se com a observância dos
critérios da Lei 11.960/2009, de modo a racionalizar o andamento do processo,
permitindo-se a expedição de precatório pelo valor incontroverso, enquanto
pendente, no Supremo Tribunal Federal, decisão sobre o tema com caráter
geral e vinculante. Precedentes do STJ e do TRF da 4ª Região.

(TRF-4 - APL: 50427197420164049999 5042719-74.2016.404.9999, Relator:


VÂNIA HACK DE ALMEIDA, Data de Julgamento: 25/01/2017, SEXTA TURMA)
BOIA FRIA TEM QUE CONTRIBUIR?
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ENQUADRAMENTO DO TRABALHADOR
BÓIA-FRIA. EQUIPARAÇÃO AO SEGURADO ESPECIAL. ART. 11, VII DA LEI 8.213/1991.
DESNECESSIDADE DE RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES. RECURSO ESPECIAL DO
INSS A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Esta Corte consolidou a orientação
de que o Trabalhador Rural, na condição de bóia-fria, equipara-se
ao Segurado Especial de que trata o inciso VII do art. 11 da Lei
8.213/1991, no que tange aos requisitos necessários para a
obtenção de benefícios previdenciários. 2. Exigindo-se, tão somente, a
apresentação de prova material, ainda que diminuta, desta que corroborada por
robusta prova testemunhal, não havendo que se falar em necessidade de
comprovação de recolhimentos previdenciários para fins de concessão de
aposentadoria rural (REsp. 1.321.493/PR, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe
19.12.2012). 3. É inegável que o trabalhador bóia-fria exerce sua atividade em
flagrante desproteção, sem qualquer formalização e com o recebimento de
valores ínfimos, o que demonstra a total falta de razoabilidade em se exigir que
deveriam recolher contribuições previdenciárias. 4. Recurso Especial do INSS a que
se nega provimento.

(STJ - REsp: 1762211 PR 2018/0218104-5, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES


MAIA FILHO, Data de Julgamento: 27/11/2018, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 07/12/2018)
BOIA FRIA TEM QUE CONTRIBUIR? – E
A TNU??
PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL. APOSENTADORIA POR IDADE
RURAL. ATIVIDADE DE DIARISTA (BOIA FRIA). NECESSIDADE DE
RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS A PARTIR DE 2010 COM
BASE NO ESCALONAMENTO TEMPORAL PREVISTO NA LEI Nº
11.718/2008. TESE JURÍDICA INOVADORA NÃO APRESENTADA NO
RECURSO EM FACE DA SENTENÇA. QUESTÃO DE ORDEM Nº 10 DA TNU.
ACÓRDÃO RECORRIDO TEM MAIS DE UM FUNDAMENTO E O INCIDENTE
FIXOU-SE SOMENTE EM UM DELES. APLICAÇÃO DA QUESTÃO DE
ORDEM Nº 18. DIARISTA (BOIA FRIA) EQUIPARADO A SEGURADO
ESPECIAL. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DA
TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. APLICAÇÃO DA QUESTÃO DE
ORDEM Nº 13. INCIDENTE NÃO CONHECIDO.

(TNU - Pedido: 00016783320154013307, Relator: GUILHERME


BOLLORINI PEREIRA, Data de Julgamento: 21/06/2018, TURMA
NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO, Data de Publicação: 25/06/2018)
BOIA FRIA TEM QUE CONTRIBUIR? –
TEM ENTENDIMENTO CONTRÁRIO??
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. ARTIGO 557, § 1º, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. PROVA
MATERIAL. EXPIROU O PRAZO ESTABELECIDO NO ARTIGO 143 DA LEI
8213/1991 EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010. 1 - Após 31 de
dezembro de 2010, para os trabalhadores rurais
avulsos, diaristas e bóias-frias, existe a necessidade
de comprovação de recolhimentos de contribuições
previdenciárias a fim de ser concedido o benefício.
2- Agravo a que se nega provimento.

(TRF-3 - AC: 26223 SP 0026223-24.2012.4.03.9999, Relator:


DESEMBARGADOR FEDERAL FAUSTO DE SANCTIS, Data de Julgamento:
21/10/2013, SÉTIMA TURMA)
OS SEGURADOS RURAIS: o segurado
especial  Art. 11, VII, da lei 8.213/91
Segurado especial  a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou
rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que
com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:

a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro


outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; - alteração pela lei 11718/08
(20/06)! - art 40 da IN 77/15;

2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII
do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o
principal meio de vida;

b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou


principal meio de vida – art. 41 da IN 77/15 ; e

c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a


este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que,
comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.
PODE-SE TER EMPREGADO?

§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de


empregados contratados por prazo determinado ou
de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V
do caput, à razão de no máximo 120 (cento e vinte)
pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos
ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente
em horas de trabalho, não sendo computado nesse
prazo o período de afastamento em decorrência da
percepção de auxílio-doença. – alteração inicial da
lei 11718/08 (20/06) – só a partir de tal data!!!
E O QUE É REGIME DE ECONOMIA
FAMILIAR?
§1º  Entende-se como regime de
economia familiar a atividade em que o
trabalho dos membros da família é
indispensável à própria subsistência e ao
desenvolvimento socioeconômico do
núcleo familiar e é exercido em condições
de mútua dependência e colaboração, sem
a utilização de empregados permanentes.
Então, REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR
PODE TER COMERCIALIZAÇÃO?
“MANDADO DE SEGURANÇA. ILEGALIDADE. ABUSIVIDADE.
DILAÇÃO PROBATÓRIA.INCOMPATIBILIDADE. PROVA PRÉ-
CONSTITUÍDA. POSSIBILIDADE. REGIME DE ECONOMIA
FAMILIAR. VENDA DE SUÍNOS. PEQUENA QUANTIDADE.
ADMISSÍVEL. NÃO CONFUNDÍVEL COM COMERCIALIZAÇÃO.
PRODUTOR RURAL. CADASTRO.INCRA. MÃO-DE-OBRA.
EMPREGO EVENTUAL. EMPREITADA. COSTUME. SAZONAL.
Mesmo não sendo o mandado de segurança compatível com a
dilação probatória, constitui a ação viável quando, impetrado
contra ato ilegal ou abusivo de autoridade pública para
proteção de direito líquido e certo, existir nos autos prova pré-
constituída suficiente para o julgamento da demanda.”
(TRF-4 - AMS: 16116 RS 2003.71.00.016116-5, Relator: OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, Data de
Julgamento: 29/08/2005, SEGUNDA TURMA SUPLEMENTAR, Data de Publicação: DJ 08/09/2005 PÁGINA:
553)
REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR PODE
TER COMERCIALIZAÇÃO?
“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE.
COMPROVAÇÃO DE VENDA DE GADO EM ESCALA
CONSIDERÁVEL. NÃO DEMONSTRAÇÃO DE REGIME DE
ECONOMIA FAMILIAR. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA. 1. Nos termos da Lei 8.213/1991, tem direito
ao benefício da aposentadoria rural por idade o segurado
especial, empregado rural, trabalhador autônomo rural ou
trabalhador avulso, com idade superior a 60 (sessenta) anos
para homem e 55 (cinquenta e cinco) anos para a mulher, que
tenha comprovado o efetivo exercício de atividade rural, por
período igual ao número de meses correspondentes à
respectiva carência, por meio de prova material corroborada
por prova testemunhal coerente e robusta.
REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR PODE
TER COMERCIALIZAÇÃO?
2. Foram apresentados documentos que demonstram que o
autor é proprietário de imóvel rural (Fazenda Santo Antônio)
cuja extensão é próxima de 50 ha, tendo sido apresentadas
cópias das declarações de produtor rural que comprovam a
existência de cabeças de gado em escala considerável, em
uma média de 280 cabeças, fato que não evidencia o regime
de economia familiar, ao contrário, demonstra a condição de
empregador rural do requerente. 3. Não se pode concluir pelo
exercício de atividade rural pelo autor como segurado especial,
em regime de economia familiar, em período necessário à
concessão do benefício pleiteado, não merecendo reforma a
sentença. 4. Apelação do autor não provida. (TRF-1 - AC:
00486740920114019199 0048674-09.2011.4.01.9199, Relator: JUIZ FEDERAL HERMES GOMES FILHO,
Data de Julgamento: 17/04/2017, 2ª CÂMARA REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, Data de
Publicação: 24/05/2017 e-DJF1)
REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR PODE
TER COMERCIALIZAÇÃO?
- E no administrativo????

Art. 39, § 1º da IN 77/15:

“A atividade é desenvolvida em regime de economia familiar


quando o trabalho dos membros do grupo familiar é
indispensável à sua subsistência e desenvolvimento
socioeconômico, sendo exercido em condições de mútua
dependência e colaboração, sem a utilização de empregados
independentemente do valor
permanentes,
auferido pelo segurado especial com a
comercialização da sua produção, quando
houver, (...)”
REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR PODE
TER COMERCIALIZAÇÃO?
- E no administrativo????

Art. 53 da IN 77/15:
“Art. 53. A simples inscrição do segurado especial
no CNPJ não será suficiente para descaracterização
da qualidade de segurado especial, se comprovado
o exercício da atividade rural na forma do inciso VII
do art. 11 da Lei nº 8.213, de 1991, com as
alterações daLei nº 11.718, de 2008.”
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?
PREVIDENCIÁRIO - AGRAVO REGIMENTAL - APOSENTADORIA
POR IDADE - RURAL - INICIO DE PROVA MATERIAL
CORROBORADO COM PROVA TESTEMUNHAL - VÍNCULO
URBANO DO MARIDO - APRESENTAÇÃO DE OUTROS
DOCUMENTOS EM NOME PRÓPRIO - NÃO
DESCARACTERIZAÇÃO DA CONDIÇÃO DE SEGURADA ESPECIAL -
PRECEDENTES. 1. Para concessão de aposentadoria rural por
idade, o labor campesino deve ser demonstrado por início de
prova material corroborado por prova testemunhal, ainda que
de maneira descontínua, no período imediatamente anterior
ao requerimento, pelo número de meses idêntico à carência. 2.
A qualificação do marido na certidão de casamento como
lavrador estende-se à esposa.
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?
No entanto, é firme a jurisprudência que estabelece a
impossibilidade de estender a prova em nome do cônjuge
que passa a exercer trabalho urbano, devendo ser
apresentada prova material em nome próprio da demandante
(Resp 1.304.479/SP, recurso submetido ao rito do 543-C do
CPC). 3. Na hipótese dos autos, foram apresentados
documentos tanto em nome do cônjuge quanto em relação à
autora, todos próprios à demonstração do labor campesino
por ela exercido, no período de carência. 4. Agravo regimental
não provido.

(STJ - AgRg no AREsp: 334161 PR 2013/0116850-1, Relator:


Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 15/08/2013,
T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 06/09/2013)
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?
PREVIDENCIÁRIO. QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL.
ATIVIDADE URBANA EXERCIDA PELO MARIDO. LABOR
AGRÍCOLA. INDISPENSÁVEL. O fato de o marido da autora
desempenhar atividade urbana não constitui óbice, por
si só, ao enquadramento dela como segurada especial,
desde que demonstrado nos autos que a indigitada
remuneração não era suficiente para tornar dispensável
o labor agrícola desempenhado pela esposa ou pelo
núcleo familiar. Nesse sentido já decidiu a Terceira Seção
desta Corte nos Embargos Infringentes n.
2003.71.00.013565-8, publicados no D.E. de 30-01-2008,
cujo Relator foi o Des. Federal Ricardo Teixeira do Valle
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?
Pereira e Superior Tribunal de Justiça, no Resp
1.304.479-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, publicado
no D.E. de 19-12-2012, apreciado sob o rito dos
recursos repetitivos.

(TRF-4 - AC: 50688479720174049999 5068847-


97.2017.4.04.9999, Relator: CELSO KIPPER, Data de
Julgamento: 21/06/2018, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC)
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?

- PROVA MATERIAL EM NOME PRÓPRIO;

- PROVA DA INDISPENSABILIDADE DO LABOR


RURAL, DAQUELE QUE SE QUER
ENQUADRAR COMO SEGURADO ESPECIAL.
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?
SEGURADO ESPECIAL. REQUISITOS. MARIDO URBANO.
ATIVIDADE RURAL COMO REFORÇO DA RENDA FAMILIAR.
DESCARACTERIZAÇÃO DA CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL.
1. Para a concessão de aposentadoria rural por idade,
disciplinada nos parágrafos do artigo 48 da Lei 8.212 /91, deve
o beneficiário demonstrar a sua condição de segurado especial,
atuando na produção rural em regime de economia familiar,
pelo período mínimo de 126 meses (para os casos em que
implementadas as condições em 2002, conforme tabela
progressiva constante no artigo 142 combinado com o artigo
143, ambos da Lei de Benefícios) e o requisito idade, qual seja,
60 anos para homens e 55 para mulheres. Para este benefício,
a exigência de labor rural por período mínimo é a carência, não
E QUANDO UM DOS MEMBROS
FAMILIARES É URBANO?
2. Para reconhecimento da condição de segurado especial, faz-
se necessário que o trabalhador esteja enquadrado nas
definições previstas no art. 11 , VII , c/c § 1º , da Lei nº 8.213
/91. 3. A atividade urbana do ex-cônjuge, desde longa data,
que gerou o recebimento da autora de pensão por morte com
salário acima do valor mínimo, descaracteriza a condição de
segurada especial da requerente, uma vez que para tanto
exige-se a mútua dependência e colaboração de todos os
membros, exclusivamente para o sustento do grupo familiar,
sendo possível concluir que o eventual ganho obtido com o
produto da lavoura não era essencial à subsistência da
família, caracterizando-se, apenas, mais um reforço da renda
familiar. (TRF-4 - APL: 50065456620164049999 5006545-66.2016.4.04.9999,
Relator: LUIZ ANTONIO BONAT, Data de Julgamento: 17/04/2018, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DO PR)
E QUANDO O FILHO É CASADO, MAS
TRABALHA COM O PAI?
- NECESSITA DE PROVA MATERIAL EM NOME PRÓPRIO;

Art. 48, IN 77/15: “A comprovação do exercício de atividade rural para os


filhos casados, separados, divorciados, viúvos e ainda aqueles que estão ou
estiveram em união estável, inclusive os homoafetivos, que permanecerem
ou retornarem ao exercício desta atividade juntamente com seus pais,
poderá ser feita por contrato de arrendamento, parceria, meação, comodato
ou assemelhado, para regularização da situação daqueles e dos demais
membros do novo grupo familiar.”

- ATENÇÃO: FILHO MAIOR E SOLTEIRO: Art. 44, IN 77/15: “Não se considera


segurado especial:
I - os filhos maiores de dezesseis anos, cujo pai e mãe perderam a condição
de segurado especial, salvo se comprovarem o exercício da atividade rural
individualmente; e
E O TAMANHO DO IMÓVEL? LEI 8213/91
E A SÚMULA 30 TNU:

- A partir da lei 11718/08  atividade


agropecuária em área não superior à 4
módulos fiscais:
art. 40, §2º, IN 77/15: “O enquadramento na condição de
segurado especial a partir de 23 de junho de 2008, data da
vigência da Lei nº 11.718, de2008, está condicionado à
comprovação da atividade agropecuária em área contínua ou
não de até quatro módulos fiscais.”
E O TAMANHO DO IMÓVEL? LEI 8213/91
E A SÚMULA 30 TNU:
Súmula 30 TNU:

“Tratando-se de demanda previdenciária, o


fato de o imóvel ser superior ao módulo
rural não afasta, por si só, a qualificação de
seu proprietário como segurado especial,
desde que comprovada, nos autos, a sua
exploração em regime de economia
familiar.”
Quais as figuras que podem ser segurado especial?

- o produtor, que seja proprietário, usufrutuário,


possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,
comodatário ou arrendatário rurais, que explore
atividade agropecuária em área de até 4 (quatro)
módulos fiscais – contínua ou não:
- Usufrutuário  possui a terra por contrato de usufruto: direito
conferido a alguém, durante certo tempo, de gozar ou fruir de um
bem, cuja propriedade pertence a outrem;

- Possuidor  detém a terra por direito de posse: não tem documento


de propriedade, mas utiliza o imóvel como se seu fosse;

- Assentado  assentamentos são formados a partir da desapropriação


de determinado latifúndio improdutivo e emissão de posse da terra
pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão
responsável pela formulação e execução da política fundiária nacional.
- Parceiro / meeiro  divide lucros ou riscos e meeiro
divide rendimentos;

- Comodatário  empréstimo gratuito da terra;

- Arrendatário  possui a terra por contrato de


arrendamento rural: é aquele que paga aluguel pelo
imóvel, em espécie e in natura, a terra para realizar a
atividade agropecuária.

- E o arrendante???
“Art. 44, IN 77/15: Não se considera segurado especial:
(...)
II - o arrendador de imóvel rural ou de embarcação.”
O que é, afinal, o módulo fiscal

É uma unidade de medida, expressa em hectares, fixada


diferentemente para cada município, de acordo com a Lei
nº 6.746/79 (estatuto da terra), em seu artigo 50, que
leva em conta o tipo de exploração predominante no
município, a renda obtida com a exploração
predominante, outras explorações existentes no
município que, embora não predominantes, sejam
expressivas em função da renda ou da área utilizada,
conceito de propriedade familiar. (fonte: INCRA).

- Onde eu vejo a medida em hectares???


No ITR – imposto territorial rural – do imóvel onde a
atividade é exercida, ou no CCIR – certificado de cadastro
de imóvel rural - que já traz o módulo fiscal (tamanho e
números) do imóvel.
Art. 11, §9º, LB e art. 9º, §8º, RPS:

§ 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que


possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de:
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008 – 20/06)

(...)

III – exercício de atividade remunerada não superior a


120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no
ano civil, observado o disposto no § 13, do art. 12, da
Lei no 8.212, de 24 julho de 1991 – deve haver o
recolhimento da contribuição previdenciária devida (se
contribuinte individual ou empregado);
BENEFICIOS PREVIDENCIÁRIOS DOS
SEGURADOS ESPECIAIS:
Art. 39  todos em valor de salário-mínimo:

1. Quanto aos segurados:

1.1 aposentadoria por invalidez / benefício por incapacidade


permanente – EC 103/19;
1.2 aposentadoria por idade:
1.2.1 Inclusive a híbrida;
1.2.2 Inclusive a do deficiente;
1.3 auxílio-doença /auxilio por incapacidade temporária – EC 103/19;
1.4 salário-maternidade (39, § único);
1.5 auxílio-acidente (11, § 1º: somente segurados do I, VI e VII) – 50%
do SM. ATENÇÃO: Art. 36, §6º, Decreto 3048/99!

2. Quanto aos dependentes:

1.1 pensão por morte;


1.2 auxílio-reclusão.
BENEFICIOS PREVIDENCIÁRIOS DOS
SEGURADOS ESPECIAIS:
Art. 39, II, LBPS (todos os previstos no art. 18):

1. Se contribuir facultativamente, acrescentam-se aos segurados:

1.1 aposentadoria por tempo de contribuição:

1.1.1 Inclusive a do deficiente.


BENEFICIOS PREVIDENCIÁRIOS DOS DEMAIS
TRABALHADORES RURAIS:
 todos os previstos no art. 18:
1. Quanto aos segurados:
1.1 aposentadoria por invalidez / benefício por incapacidade
permanente – EC 103/19;
1.2 aposentadoria por idade:
1.2.1 Inclusive a híbrida;
1.2.2 Inclusive a do deficiente;
1.3 aposentadoria por tempo de contribuição – comum (até a EC
103/19, após regra de transição) e do deficiente;
1.4 auxílio-doença /auxilio por incapacidade temporária – EC 103/19;
1.5 salário-maternidade (39, § único);
1.6 auxílio-acidente (11, § 1º: somente segurados do I, VI e VII) – 50%
do beneficio por incapacidade permanente que teria direito (MP
905/19).

2. Quanto aos dependentes:


1.1 pensão por morte;
1.2 auxílio-reclusão.
BENEFICIOS PREVIDENCIÁRIOS DOS DEMAIS
TRABALHADORES RURAIS:
NÃO MUDA NADA EM RELAÇÃO AO
URBANO???

SIM!!!
A IDADE, NA APOSENTADORIA POR IDADE:
ART. 48, §2º, DA LEI 8213/91, MANTIDA PELA
EC 103/19:
55 ANOS PARA A TRABALHADORA RURAL;
60 ANOS PARA O TRABALHADOR HOMEM.
A COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE
RURAL:

• Prova material contemporânea


complementar  súmula 149 STJ e lei
13.846/19 – art. 55, §3º, da Lei
8213/91; e

• prova oral.
A necessidade de início de prova material
contemporânea – lei 13846/19:

Súmula n 149:

“A prova exclusivamente
testemunhal não basta à
comprovação da atividade
rurícola, para efeito de benefício
previdenciário.”
- artigo 55, §3º, Lei 8.213/91 – redação da lei
13846/19 (conversão da MP 871/19):

§ 3º A comprovação do tempo de serviço para


os fins desta Lei, inclusive mediante justificativa
administrativa ou judicial, observado o disposto
no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito
quando for baseada em início de prova
material contemporânea dos fatos, não
admitida a prova exclusivamente testemunhal,
exceto na ocorrência de motivo de força maior
ou caso fortuito, na forma prevista no
regulamento. “
• Já era entendimento jurisprudencial:

• Súmula 34, TNU: “Para fins de comprovação


do tempo de labor rural, o início de prova
material deve ser contemporâneo à época
dos fatos a provar.”
• Atenção:
• Súmula 577, STJ: “É possível reconhecer o
tempo de serviço rural anterior ao
documento mais antigo apresentando,
desde que amparado em convincente prova
testemunhal colhida sob o contraditório”
Início de prova material  contemporaneidade:

Posição administrativa –Art. 54 , §2º da IN 77/15:

Art. 54. Considera-se início de prova material, para fins de


comprovação da atividade rural, entre outros, os seguintes
documentos, desde que neles conste a profissão ou
qualquer outro dado que evidencie o exercício da atividade
rurícola e seja contemporâneo ao fato nele declarado, (...)

§ 2º Serão considerados os documentos referidos neste


artigo, ainda que anteriores ao período a ser comprovado,
em conformidade com o Parecer CJ/MPS nº 3.136, de 23
de setembro de 2003.
ROL LEGAL  art. 106, LB, redação da lei
13.846/19:
“Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita, complementarmente à
autodeclaração de que trata o § 2º e ao cadastro de que trata o § 1º, ambos do art. 38-B desta Lei,
por meio de, entre outros:
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social;
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o
caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS – revogado;
IV - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF - , de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou
por documento que a substitua, emitidas apenas por instituições ou organizações públicas; -
redação da lei 13.846/19;
V – bloco de notas do produtor rural;
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o §7º do art. 30 da Lei n. 8.212, de 24 de
julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado
como vendedor;
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de
pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante;
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da
comercialização da produção;
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da
ROL NORMATIVO I - art. 47, IN 77/15:

I - contrato de arrendamento, parceria, meação ou comodato rural, cujo período da


atividade será considerado somente a partir da data do registro ou do
reconhecimento de firma do documento em cartório;
II - ...;
III - ... através do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR ou qualquer outro
documento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário proprietário de
imóvel rural;
IV - bloco de notas do produtor rural;
• V - notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 24 do art. 225
do RPS, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do
nome do segurado como vendedor;
• VI - documentos fiscais relativos à entrega de produção rural à cooperativa
agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como
vendedor ou consignante;
• VII - comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social
decorrentes da comercialização da produção;
• VIII - cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda
proveniente da comercialização de produção rural;
• IX - comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
- ITR, Documento de Informação e Atualização Cadastral do Imposto sobre a
propriedade Territorial Rural - DIAC ou Documento de Informação e Apuração do
Imposto sobre a propriedade Territorial Rural - DIAT entregue à RFB;
• X - licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA ou qualquer outro
documento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário assentado do
programa de reforma agrária; ou
• XI - certidão fornecida pela FUNAI, certificando a condição do índio como
trabalhador rural, observado o § 2º do art. 118.
Rol Normativo II - art. 54, IN 77/2015 – docs da parte:

I - certidão de casamento civil ou religioso;


II – certidão de união estável;
III – certidão de nascimento ou de batismo dos filhos;
IV – certidão de tutela ou de curatela;
V – procuração;
VI – título de eleitor ou ficha de cadastro eleitoral;
VII – certificado de alistamento ou de quitação com o serviço militar;
VIII – comprovante de matrícula ou ficha de inscrição em escola, ata ou boletim
escolar do trabalhador ou dos filhos;
IX – ficha de associado em cooperativa;
X – comprovante de participação como beneficiário, em programas governamentais
para a área rural nos estados, no Distrito Federal ou nos Municípios;
XI – comprovante de recebimento de assistência ou de acompanhamento de empresa
de assistência técnica e extensão rural;
XII - escritura pública de imóvel;
XIII – recibo de pagamento de contribuição federativa ou confederativa;
XIV - registro em processos administrativos ou judiciais, inclusive inquéritos, como
testemunha, autor ou réu;
XV – ficha ou registro em livros de casas de saúde, hospitais, postos de saúde ou do
programa dos agentes comunitários de saúde;
XVI – carteira de vacinação;
XVII – título de propriedade de imóvel rural;
XVIII – recibo de compra de implementos ou de insumos agrícolas;
XIX – comprovante de empréstimo bancário para fins de atividade rural;
XX – ficha de inscrição ou registro sindical ou associativo junto ao sindicato de
trabalhadores rurais, colônia ou associação de pescadores, produtores ou outras
entidades congêneres;
XXI – contribuição social ao sindicato de trabalhadores rurais, à colônia ou à associação
de pescadores, produtores rurais ou a outras entidades congêneres;
XXII – publicação na imprensa ou em informativos de circulação pública;
XXIII – registro em livros de entidades religiosas, quando da participação
em batismo, crisma, casamento ou em outros sacramentos;
XXIV – registro em documentos de associações de produtores rurais,
comunitárias, recreativas, desportivas ou religiosas;
XXV – Declaração Anual de Produtor - DAP, firmada perante o INCRA;
XXVI – título de aforamento;
XXVII – declaração de aptidão fornecida para fins de obtenção de
financiamento junto ao Programa Nacional de Desenvolvimento da
Agricultura Familiar - PRONAF;
XXVIII – ficha de atendimento médico ou odontológico;
ROL IIII - Memorando – Circular nº 01/2008/PFE-INSS:

3. Para fins de concessão dos benefícios dispostos no artigo


39, inciso I e parágrafo único, e artigo 143 da Lei 8.213/91,
serão consideradas como início de prova material
contemporânea, dentre outras, as certidões de registro civil,
eleitoral ou militar que não contenham rasuras ou retificações
recentes, e escrituras de propriedade nas quais conste
expressamente a qualificação do segurado, seu cônjuge ou
ascendente como rurícola, lavrador, agricultor ou expressões
congêneres.
Início de prova material em nome de terceiro:

IN 77/15:

Art. 47, § 1º. Os documentos de que tratam os


incisos I e III a X do caput devem ser considerados
para todos os membros do grupo familiar, para o
período que se quer comprovar, mesmo que de
forma descontínua, quando corroborados com
outros que confirmem o vínculo familiar, sendo
indispensável a realização de entrevista e, restando
dúvidas, deverão ser tomados os depoimentos de
testemunhas.
Art. 54, §1º. Para fins de comprovação da atividade do segurado
especial, os documentos referidos neste artigo, serão considerados
para todos os membros do grupo familiar.

Art. 115. Tratando-se de comprovação na categoria de segurado


especial, o documento existente em nome de um dos componentes
do grupo familiar poderá ser utilizado como início de prova material
por qualquer dos integrantes desse grupo, assim entendidos os
pais, cônjuges, companheiros, inclusive os homoafetivos e filhos
solteiros ou a estes equiparados.
- TRF da 4ª Região: súmula 73:

“Admitem-se como início de prova material


do efetivo exercício de atividade rural , em
regime de economia familiar ,
documentos de terceiros membros do grupo
parental.”
-TRU/TRF4, súmula n. 09:

“Admitem-se como início de prova material,


documentos em nome de integrantes do
grupo envolvido no regime de economia
familiar rural.”
- Advocacia Geral da União – AGU – enunciado n. 32,
de 09/06/08:

"Para fins de concessão dos benefícios dispostos nos artigos 39, inciso I e
seu parágrafo único, e 143 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, serão
considerados como início razoável de prova material documentos públicos e
particulares dotados de fé pública, desde que não contenham rasuras ou
retificações expressamente a
recentes, nos quais conste
qualificação do segurado, de seu cônjuge, enquanto
casado, ou companheiro, enquanto durar a união
estável, ou de seu ascendente, enquanto dependente
deste, como rurícola, lavrador ou agricultor, salvo a
existência de prova em contrário.
Referências:
Legislação: Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 (Art. 55, § 3º; Art. 106; e Art. 143, II). nstrução Normativa do INSS nº 11, de 20.09.2006, (Art. 133, §§
1º, 2º e 3º).
Jurisprudência: Superior Tribunal de Justiça: EAR/SP 719, 3ª Seção (DJ de 24/11/2004); REsp 637.437/PB, 5ª Turma (DJ de 13/09/2004); AR 1.166/SP,
3ª Seção (DJ de 26/02/2007); REsp 603.202/RS, 5ª Turma (DJ de 28/06/2004), e REsp 439.647/RS, 6ª Turma (DJ de 19/12/2002). Turma Nacional de

Uniformização: PU 200270030018765, Súmula 6 (DJ de 25/09/2003). (grifos nossos).


Início de prova material - intervalos sem comprovação:

Solução administrativa (arts. 230, §1º, e 231 da IN 77/15):

Art. 230, §1º. Para os efeitos do disposto no caput, o trabalhador rural deverá
comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício,
ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito etário, por tempo
igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência exigida.

Art. 231. Para fins de aposentadoria por idade prevista no inciso I do art. 39 e
caput e § 2º do art. 48, ambos da Lei nº 8.213, de 1991 dos segurados
empregados, contribuintes individuais e especiais, referidos na alínea "a" do
inciso I, na alínea "g" do inciso V e no inciso VII do art. 11, todos do mesmo
diploma legal, não será considerada a perda da qualidade de segurado nos
intervalos entre as atividades rurícolas, devendo, entretanto, estar o segurado
exercendo a atividade rural ou em período de graça na DER ou na data em que
implementou todas as condições exigidas para o benefício.
E o que a jurisprudência entende?

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.


APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
ESPECIAL. ATIVIDADE URBANA. TEMPO DE SERVIÇO RURAL.
DESCONTINUIDADE. DESCARACTERIZAÇÃO. CARÊNCIA NÃO COMPROVADA.
1. A jurisprudência desta Corte Superior entende que há a
descaracterização da atividade rural e a perda da qualidade
de segurado quando a interrupção de período laboral é
superior à assinalada pela legislação previdenciária. 2. Em
decorrência do contexto acima descrito, a segurada não detém, no período
imediatamente anterior ao requerimento de aposentadoria, o tempo
necessário à concessão do benefício, conforme entendimento firmado em
recurso especial repetitivo (REsp 1.354.908/SP, Rel. Ministra Mauro
Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 9/9/2015, DJe 10/2/2016).
3. Agravo interno a que se nega provimento.

(STJ - AgInt no REsp: 1590573 PR 2016/0080944-2, Relator: Ministro OG


FERNANDES, Data de Julgamento: 11/09/2018, T2 - SEGUNDA TURMA, Data
de Publicação: DJe 18/09/2018)
E o que a jurisprudência entende?

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. ABANDONO


DA ATIVIDADE RURAL ANTERIORMENTE AO IMPLEMENTO DA
IDADE. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL. INVERSÃO
ÔNUS SUCUMBENCIAIS. REMESSA NECESSÁRIA PROVIDA. SENTENÇA
INTEGRALMENTE REFORMADA. 1. Nos termos do art. 48 da Lei nº
8.213/91, o trabalhador rural, enquadrado na condição de segurado
especial (art. 11, VII, da Lei nº 8.213/91), para fazer jus à
aposentadoria por idade, necessita preencher os seguintes requisitos:
idade de 55 (cinquenta e cinco) anos, se mulher, e 60 (sessenta) anos,
se homem, e comprovar o efetivo exercício de atividade rural (na
forma do art. 106 da Lei nº 8.213/91), ainda que de forma
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição
correspondente à carência estabelecida no art. 142 c/c art. 143 da Lei
8.213/1991 (art. 48, §§ 1º e 2º, da Lei 8.213/91). 2. A comprovação
do efetivo labor como trabalhador rural em regime de economia
E o que a jurisprudência entende?
familiar (segurado especial) se dá nos termos do art. 106 da Lei nº
8.213/91 e, na esteira de precedentes do STJ, por meio de início
razoável de prova material, complementado por prova testemunhal,
e, por ser apenas o início de prova, os documentos não precisam
abranger todo o período a ser comprovado, como bem aponta o
enunciado nº 14 da TNU. 3. Na esteira da jurisprudência do STJ que,
o "segurado especial tem que estar laborando no campo, quando
completar a idade mínima para se aposentar por idade rural,
momento em que poderá requerer seu benefício. Se, ao alcançar a
faixa etária exigida no artigo 48, § 1º, da Lei 8.213/1991, o segurado
especial deixar de exercer atividade rural, sem ter atendido a regra
transitória da carência, não fará jus à aposentadoria por idade rural
pelo descumprimento de um dos dois únicos critérios legalmente
previstos para a aquisição do direito. Ressalvada a hipótese do
direito adquirido em que o segurado especial preencheu ambos os
requisitos de forma concomitante, mas não requereu o benefício."
(STJ, REsp 1.354.908, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/09/2015).
E o que a jurisprudência entende?

4. Ao que se extrai do CNIS (fls. 16), é certo que o autor deixou de


ostentar a condição de trabalhador rural, passando a figurar como
contribuinte individual, desde 09/1999 até 08/2000 e de 05/2003 a
12/2003. E não há provas de que tenha se dedicado à lida
campesina em regime de economia familiar no intervalo que
remanesce entre um período e outro ou posteriormente a ambos.
Além disso, os dados mencionados do Sistema INFBEN (fls. 39 e 41),
demonstram que o autor, a partir de 26/01/2004, esteve em gozo
do auxílio-doença por duas vezes, totalizando mais de quatro anos
de afastamento, ainda na condição de contribuinte individual, na
categoria comerciário. 5. As declarações das testemunhas (fls.
69/70) são no sentido de que o autor se dedicava à atividade rural.
Contudo, não são robustas o suficiente para desconstituir as
evidências de que tal atividade deixou de ser desempenhada cerca
de cinco anos antes do implemento da idade. Pelo contrário, ambas
noticiam que o autor deixou de trabalhar há 4 ou 5 anos na atividade
campesina, embora
E o que a jurisprudência entende?

uma delas atribua tal fato apenas aos problemas de saúde (fl. 69) e
outra mencione vagamente a ocorrência de mudança do modus
operandi do desempenho laboral, ao dizer que o autor "atualmente
trabalha por conta própria tendo umas vaquinhas para tirar leite e se
sustentar" (fl. 70). 6. Portanto, não estando o autor laborando no
meio rural quando do implemento da idade mínima exigível, não faz
ele jus ao benefício, devendo ser reformada integralmente a
sentença e cassado o benefício concedido. 7. Inversão do ônus da
sucumbência. Pagamento pelo autor de custas e de honorários
fixados em 10% do valor da causa, cuja exigibilidade ficará suspensa
(art. 98, § 3º, do CPC), em razão da assistência judiciária gratuita
deferida na instância primeva. 8. Remessa necessária provida para
reformar integralmente a sentença e cassar a aposentadoria por
idade rural. (TRF-1 - AC:
0067191332009401919900671913320094019199, Relator: JUIZ
FEDERAL DANIEL CASTELO BRANCO RAMOS, 2ª CÂMARA REGIONAL
PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, Data de Publicação: 27/02/2019)
E essa tal
autodeclaração da lei
13.846/19????
A COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO
ESPECIAL:
COMO ERA? COMO FICOU?

-Não precisava de cadastro Art. 38-A: O Ministério da Economia


específico para comprovação manterá sistema de cadastro dos
do trabalho – mas já havia segurados especiais no Cadastro Nacional
de Informações Sociais - CNIS, observado
previsão no artigo 45, §1º, IN o disposto nos § 4º e § 5º do art. 17 desta
77/15; lei, e poderá firmar acordo de cooperação
com o Ministério da Agricultura, Pecuária
- A lei, no seu artigo 106, e Abastecimento e com outros órgãos da
estabelecia uma série de administração pública federal, estadual,
documentos para comprovar a distrital e municipal para a manutenção e
atividade rural, inclusive a a gestão do sistema de cadastro.
declaração do sindicato rural § 1º O sistema de que trata o caput
homologada pelo INSS – agora preverá a manutenção e a atualização
anual do cadastro e conterá as
revogada. (IN 77/15  artigos informações necessárias à caracterização
47 e 54). da condição de segurado especial, nos
termos do disposto no Regulamento.
§ 4º A atualização anual de que trata o
COMO ERA?
§ 1º será feita até 30 de junho do ano
-Não precisava de cadastro subsequente.
específico para comprovação do
trabalho – mas já havia previsão § 5º § 5º É vedada a atualização de que
no artigo 45, §1º, IN 77/15; trata o § 1º deste artigo após o prazo de
5 (cinco) anos, contado da data
- A lei, no seu artigo 106, estabelecida no § 4º deste artigo.
estabelecia uma série de
documentos para comprovar a
§ 6º Decorrido o prazo de 5 (cinco)
atividade rural, inclusive a
anos de que trata o § 5º deste artigo, o
declaração do sindicato rural
homologada pelo INSS – agora
segurado especial só poderá
computar o período de trabalho rural
revogada. (IN 77/15  artigos
se efetuados em época própria a
47 e 54). comercialização da produção e o
recolhimento da contribuição prevista
no art. 25 da Lei nº 8.212, de 24 de
julho de 1991." (NR)  se não
comercializar, não será mais
considerado segurado especial.
Art. 38-B, § 1º:
COMO ERA? A partir de 1º de janeiro de
2023***, a comprovação da
-Não precisava de cadastro
condição e do exercício da
específico para comprovação do
atividade rural do segurado
trabalho – mas já havia previsão
no artigo 45, §1º, IN 77/15;
especial ocorrerá, exclusivamente,
pelas informações constantes do
- A lei, no seu artigo 106, cadastro a que se refere o art. 38-
estabelecia uma série de A desta Lei.
documentos para comprovar a
atividade rural, inclusive a
§ 3º Até 1º de janeiro de 2025, o
declaração do sindicato rural
cadastro de que trata o art. 38-A
homologada pelo INSS – agora
poderá ser realizado, atualizado e
revogada. (IN 77/15  artigos
47 e 54). corrigido, sem prejuízo do prazo
de que trata o § 1º deste artigo e
da regra permanente prevista nos
§§ 4º e 5º do art. 38-A desta Lei.
** Art. 25, § 1º, EC 103/19:
“Para fins de comprovação de atividade rural exercida até a data de
entrada em vigor desta Emenda Constitucional, o prazo de que
tratam os §§ 1º (**a partir de 01/01/2023 – CADASTRO) e 2º (**de
18/01/19 a 31/12/20 – AUTODECLARAÇÃO) do art. 38-B da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, será prorrogado até a data em que
o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) atingir a
cobertura mínima de 50% (cinquenta por cento) dos
trabalhadores de que trata o § 8º do art. 195 da Constituição
Federal (**§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges,
que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos
da lei.” – EC 20/98), apurada conforme quantitativo da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
NECESSIDADE DE AUTODECLARAÇÃO DO
SEGURADO ESPECIAL:
COMO FICOU:
COMO ERA?
"Art. 38-B. § 2º Para o período
- Já exigida pelo INSS, em anterior a 1º de janeiro de 2023, o
segurado especial comprovará o
pedidos administrativos, tempo de exercício da atividade rural
desde 2017, em por meio de autodeclaração
ratificada por entidades públicas
substituição à entrevista credenciadas ao PRONATER
(programa nacional do
rural: fortalecimento da agricultura
familiar), nos termos do disposto no
- Era o anexo II, da art. 13 da Lei nº 12.188, de 11 de
janeiro de 2010, e por outros órgãos
portaria n. 01/2017 públicos, na forma prevista no
(07/08/2017). Regulamento.

- Oficio circular n. 62 (19/12/19) -


anexo I - VER TAMBÉM O OC n. 46
(13/09/19)
COMO FICOU:
COMO ERA?

- Já exigida pelo INSS, "Art. 38-B, § 4º:


em pedidos Na hipótese de
administrativos, desde divergência de
2017, em substituição informações entre o
à entrevista rural: cadastro e outras bases
- Era o anexo II, da
de dados, para fins de
portaria n. 01/2017
reconhecimento do
(07/08/2017).
direito ao benefício, o
INSS poderá exigir a
apresentação dos
documentos referidos
no art. 106 desta Lei.
COMO O INSS ENTENDE?????

- LER O OFICIO CIRCULAR N. 46/2019 E O DE N.


62/19:

- INSTRUMENTO RATIFICADOR DE
AUTODECLARAÇÃO  O QUE É??

- A) base governamental;

- B) documentos do rol dos arts 106 da LB, do art.


47 e 54 da IN 77/15;
COMO O INSS ENTENDE?????

- LER O OFICIO CIRCULAR N. 46/2019 E O DE N.


62/19:

- ITEM 6.1: IMPORTANTISSIMO:!!!!

“I - na análise de benefícios de aposentadoria por idade, para fins


de cômputo de carência, deverá ser apresentado, no

mínimo, um instrumento ratificador (base


governamental ou documento) contemporâneo para cada
metade da carência exigida no benefício. Caso o segurado
declare período superior à carência, o mesmo poderá ser
reconhecido, desde que haja instrumento ratificador ao período
adicional;”
COMO O INSS ENTENDE?????

- LER O OFICIO CIRCULAR N. 46/2019 E O DE N.


62/19:

- ITEM 6.1 QUER DIZER ISSO:

- __________________________/______________________
90 MESES 90 MESES = 180 M
UM IR NO MINIMO UM IR NO MINIMO

- SAIBA ANALISAR OS IRs QUE POSSUIR!!!!


- INDIQUE O OC 62/19 E O TRANSCREVA NO PEDIDO!!!!
E A PROVA ORAL?
- JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA;
- AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO.
- Justificação administrativa: art. 574 da IN 77/15:

“574. A Justificação Administrativa - JA constitui


recurso que deve ser oportunizado, quando
cabível, ao interessado para suprir a falta ou
insuficiência de documento ou produzir prova de
fato ou circunstância de interesse dos
beneficiários, perante o INSS, na forma prevista
nos arts. 142 a 151 do RPS, e nas demais
disposições constantes nesta Instrução
Normativa.”
- Justificação administrativa: art. 575 da IN 77/15:

“Art. 575. O processamento da JA ou Justificação


Judicial JJ, para fins de comprovação de tempo de
serviço ou de contribuição, dependência
econômica, união estável, identidade e relação de
só produzirão efeitos
parentesco,
quando baseadas em início de prova
material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal.”
- Justificação administrativa: art. 579 da IN 77/15:

“Para a comprovação de atividade rural em


qualquer categoria, caso os documentos
apresentados não sejam suficientes, por si só,
para a prova pretendida, mas se constituam como
início de prova material, a pedido do interessado,
poderá ser processada JA, observando que:
I - servem como prova material, dentre outros, no
que couber, os documentos citados nos arts. 47 e
54;
(...)”
§1º Tratando-se de comprovação na categoria de
segurado especial, o documento existente em
nome de um dos componentes do grupo familiar
poderá ser utilizado como início de prova
material, por qualquer dos integrantes deste
grupo, assim entendidos os pais, os cônjuges,
companheiros, inclusive os homoafetivos e filhos
solteiros ou a estes equiparados.

- Como se solicitar a JA???


Art. 584. Para o processamento de JA, o interessado deverá apresentar,
além do início de prova material, requerimento expondo os fatos que
pretende comprovar, elencando testemunhas idôneas em
número não inferior a três e nem superior a seis, cujos
depoimentos possam levar à convicção dos fatos alegados.

Parágrafo único. Deverá ser oportunizada ao interessado a


complementação dos dados necessários, mediante exigência para
cumprimento no prazo máximo de trinta dias, em virtude da ausência dos
requisitos previstos no caput deste artigo.

Art. 585. Caso uma ou mais testemunhas residam em localidade distante


do local do processamento da JA, a oitiva poderá ser realizada na Unidade
de Atendimento mais próxima da residência de cada uma delas, mediante
requerimento do interessado.

Parágrafo único. A JA deverá ser analisada e concluída na Unidade de


Atendimento do protocolo, realizando-se apenas a oitiva das testemunhas
em Unidade diversa, se assim requerido.
Prova testemunhal – detalhes importantes:

1. A prova testemunhal DEVE detalhar o labor agrícola realizado pelo segurado e ser uníssona
a respeito do período de trabalho nas lides do campo.
2. Tem a função de complementar/ratificar o início de prova material, demonstrado o efetivo
trabalho rural.
3. Necessidade de serem harmônicos os depoimentos das testemunhas.

Prova testemunhal – no mínimo, deve esclarecer:

1. O período laborado, se exercido exclusivamente ou não; 2. O local


de trabalho; 3. As atividades desenvolvidas; 4. As lavouras cultivadas;
5. A frequência do labor; 6. O regime (individual ou em economia
familiar); 7. Se houve atividade urbana intercalada e, em caso positivo,
por quanto tempo; 8. A existência de empregados ou auxiliares, e por
quanto tempo; 9. a existência de outra fonte de renda; 10. Se algum
membro familiar exerce atividade urbana, em caso positivo, se a
atividade rural é INDISPENSÁVEL ao sustento familiar.
E O QUE É REABERTURA DE TAREFA???
- quando há erro no processo administrativo, cabe o
pedido;

- E que tipos de erros?


a) Falta de emissão de exigência;
b) Não abertura de JA, mesmo como inicio de prova
material;
c) Contagem errada;
d) Indicação de ausência de instrumento ratificador,
mas tem no processo adm;
e) Etc.
E O QUE É REABERTURA DE TAREFA???

- Art. 696, IN 77/15: Conclui-se o processo administrativo


com a decisão administrativa, ressalvado o direito de o
requerente solicitar recurso ou revisão nos prazos
previstos nas normas vigentes.

- Parágrafo único. Constatado erro, ainda que em fase de


novo requerimento, o processo administrativo
anterior, já concluído, deverá ser reaberto de
ofício para a concessão do benefício, observado a
decadência e a prescrição.

- PORTARIA N. 02, DE 30/08/2019 – ITEM II, 6.2 – fls. 06.


E por fim, O QUE SUSTENTAR???

- FATOS - apoiado em jurisprudência atual;

- PROVAS PRODUZIDAS OU NECESSÁRIAS E


INDEFERIDAS;

- ERROS DE ENQUADRAMENTO DE CATEGORIA DE


SEGURADO OU DE TIPO DE ATIVIDADE RURAL;

- SEJA TÉCNICO, SUSCINTO E DIRETO!


E o que eu, GISELE PAIVA, lhe desejo???

- SUCESSO A CADA DIA E QUE NUNCA


DESISTA DE ACREDITAR NO DIREITO
PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO QUE
ESTAMOS CONSTRUINDO!!!!
- Lembre-se: “Sucesso é questão de
atitude, quando você decidir fazer
alguma coisa, faça o seu melhor e
faça até o fim”!!!
Prof. Gisele Paiva advogada previdenciarista, pós graduada e MBA
,
em direito previdenciário pela Faculdade Legale, pós graduada em direito público pela
Faculdade Damásio de Jesus e pela Escola Paulista de Direito, palestrante, professora de
direito previdenciário na Central de Concursos, na ESA, na ESD – escola superior de
direito, no Proordem – unidade Goiania e Anápolis, na Unoeste, no Legale e no Gisele
Paiva Treinamento para Advogados (presencial e on line).

Email: cursosgiselepaiva@gmail.com
Instagram: @profgiselepaiva

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