As teorias da cultura e o surgimento da Antropologia científica
Escola Período Características
Evolucionismo Séc. XIX aplicação da teoria geral da evolução ao
Cultural fenômeno cultural
Difusionismo maior proeminência Procura explicar o desenvolvimento cultural
entre 1900 e 1930 através do processo de difusão de elementos
culturais de uma cultura para a outra por
meio do contato entre os povos, com ênfase
para a raridade de novas invenções e a
importância dos constantes empréstimos
culturais ao longo da história. Seus
elementos básicos são o método histórico, a
pesquisa de campo e a formulação de
conceitos
Funcionalismo a partir de 1930 compreendem a cultura a partir de uma visão
sincrônica (conhecer a realidade cultural em
dado momento) e sistêmica (relacionar a
sociedade a um organismo). Sofre influência
organicista do funcionalismo sociológico,
especialmente Spencer e Durkheim. traços
culturais e objetos materiais existentes nas
sociedades possuem funções específicas e
tem relações com todos os outros aspectos
dessa cultura para manutenção do modo de
vida total, como num organismo.
Principais críticas
desconsiderarem tempo e espaço como
fatores, de empregarem o método
comparativo de forma indiscriminada e de
darem ênfase ao conceito de sobrevivência
(busca de um grupo social mais rígido e
autossuficiente – retardou o início dos
trabalhos de campo)
As principais críticas apontadas contra o
difusionismo são o tratamento unitário da
cultura (relegar seus aspectos universais),
manipulação estatística de traços culturais,
simulando distribuições culturais
mecanicamente ocorridas, tratamento do
indivíduo como um elemento passivo no
qual a cultura imprime suas características
como elemento ativo.
padronização dos elementos culturais e de
atividades sociais para todo o sistema;
realização de funções sociológicas por
todos os elementos culturais;
indispensabilidade consequente de todos
os elementos.
Principais contribuições
deram o impulso inicial à formalização da
antropologia em sua tarefa de analisar a
realidade social, conhecer diferentes
sociedades e buscar entender a humanidade
no século XIX; empregaram o conceito de
cultura como algo diferente de raça a partir da
observação de que fenômenos culturais estão
sujeitos à lei científica; deram ênfase ao
estudo das relações de parentesco e do
casamento, estabelecendo terminologia
própria e correlações entre os termos e
princípios de descendência; contribuíram com
o vocabulário antropológico introduzindo
termos como exogamia e endogamia,
classificação do sistema de parentesco,
sobrevivência, evolução cultura, religião,
magia simpática, totemismo, clã, tribo,
fratrias etc.
introdução de mais rigor científico aos
métodos da antropologia cultural por meio
de técnicas de pesquisa de campo, em
especial a observação participante.
reação positiva ao evolucionismo cultural e ao
difusionismo (especialmente quanto ao
conceito de sobrevivência) e valorização da
pesquisa de campo que aproxima observador
e grupos nativos.
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Configuracionismo a partir de 1930 Seus principais elementos são: visão da
configuração cultural como um todo
funcional que se forma por partes em
reciprocidade de ação, a cultura é um todo e
não um mero somatório de partes; o grau de
integração é proporcional à eficácia do
funcionamento da sociedade, então a
integração das configurações culturais
dependem disso; o conceito de difusão de
traços e complexo culturais deve evidenciar
os aspectos psicológicos que interferem no
mesmo; empréstimos culturais são
readaptados de acordo com as necessidades
do grupo em pauta, visando à integração da
cultura, em processo não consciente.
Estruturalismo Desenvolveu-se Seus elementos básicos são: visão sincrônica
paralelamente ao e sistêmica da cultura; visão globalizante do
funcionalismo, mas fenômeno cultural; adoção de noções de
teve seu apogeu nas estrutura social e relações sociais; utilização
décadas de 1940 e de modelos na análise cultural; estruturas
1950 mentais inconscientes como unidade de
análise; compreensão ampla da realidade
cultural.
Fonte: ALVES, Elizete et al. Iniciação ao Conhecimento da Antropologia Jurídica. Rio de Janeiro: Conceito Editorial.
Principais críticas
metodologia que apresenta lacunas e
falhas, não sendo capaz de demonstrar
plenamente o mecanismo de integração
proposto.
a dificuldade de demarcação e
acompanhamento das transformações
culturais ocorridas nas estruturas mentais
básicas de sociedades heterogêneas: se
fosse extravasado além dos conjuntos
homogêneos, o método estruturalista
correria o risco de se tornar mais
conjuntural que estrutural.
Principais contribuições
emprego de conceitos como configurações
culturais, padrões de cultura total, propósitos,
molas mestras, objetivos, orientações;
desenvolvimento da ideia de que todo
comportamento cultural é simbólico;
investigação concreta de casos culturais;
empréstimo de conceitos psicológicos de
Nietzsche e Spengler, na classificação da
cultura em apolínea (introvertida) e dionisíaca
(extrovertida).
conceito de estrutura social, que requer
quatro condições para se caracterizar nos
modelos culturais: caráter de sistema;
modelos culturais se agrupam em conjuntos
de transformações; possibilidade de previsão
das reações do modelo segundo as
modificações de seus elementos; construção
do modelo de forma que os fatos observados
possam ser explicados.