Você está na página 1de 71

INSTAGRAM: @profrenanaraujo

TELEGRAM:
https://t.me/profrenanaraujo
CONCEITO DE CRIME. CRIME E
CONTRAVENÇÃO.

Prof. Renan Araujo


Conceito de crime
Ø Conceito formal
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com
a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou
cumulativamente.

Ø Conceito material

Conduta que ofende, significativamente, um bem jurídico relevante


para a sociedade
Crime x contravenção penal
Principais diferenças
CRIMES CONTRAVENÇÕES
Admitem tentativa (art. Não se admite punição de contravenção na
14, II) modalidade tentada
Prática de crime no A prática de contravenção no exterior não
exterior gera reincidência gera reincidência
Tempo máximo de
Tempo máximo de cumprimento de pena:
cumprimento de pena:
05 anos
40 anos
Não se aplicam as hipóteses de
Aplicam-se as hipóteses
extraterritorialidade do art. 7° do Código
de extraterritorialidade
Penal
(2021/ISE-AC/AGENTE)
O Direito Penal brasileiro acolheu um sistema dicotômico, ao fracionar
o gênero “infração penal” em duas espécies: crime ou delito e
contravenção penal. No crime ou delito o agente é punido com pena
de reclusão ou de detenção, isolada, alternativa ou cumulativamente
com a pena de multa. Já na contravenção penal, a pena é de prisão
simples ou multa, isolada, alternativa ou cumulativamente. Sobre as
contravenções penais, é correto afirmar que:
A) O Roubo é uma forma de contravenção penal.
B) O Estelionato é uma forma de contravenção penal.
C) A pena máxima de uma contravenção são 10 (dez) anos
D) A ação penal é pública condicionada a representação.
E) Não é punível a tentativa de contravenção.
(2013/TJAM/OJA)
Sobre a contravenção penal, assinale a afirmativa incorreta.
A) Em geral, a contravenção penal é espécie de infração penal menos
grave do que o crime, sendo, por isso, chamada pela doutrina de crime-
anão.
B) Assim como o Código Penal, a Lei de Contravenções Penais (DL n.
3.688) prevê hipóteses de extraterritorialidade em que a lei brasileira será
aplicável à contravenção praticada fora do território nacional.
C) Como regra geral, o sujeito que pratica contravenção penal depois de
transitado em julgado a sentença que o tenha condenado por crime no
Brasil ou no exterior ou, no Brasil, por contravenção, é reincidente.
D) Não é punível a tentativa de contravenção.
E) Para a contravenção penal, nos termos da lei especial, as penas
principais são multa e prisão simples.
(2018/TJMT/JUIZ LEIGO)
Para as contravenções penais, a lei prevê.
A) A aplicação isolada ou cumulativa das penas de
reclusão e detenção.
B) Multa e prisão simples.
C) Detenção e multa.
D) Reclusão e prisão simples.
Conceito analítico de crime
Prof. Renan Araujo
Elementos do fato típico -
Introdução

Prof. Renan Araujo


Elementos do fato típico

q Conduta

q Nexo de causalidade

q Resultado

q Tipicidade
(2021/PCCE/INSPETOR)
Segundo a teoria tripartite, majoritariamente adotada, o delito é
composto de fato típico, ilicitude e culpabilidade. São elementos
do fato típico:
A) tipicidade, ilicitude, imputabilidade.
B) conduta dolosa ou culposa, ausência de situações justificantes,
imputabilidade.
C) conduta dolosa ou culposa, resultado, nexo causal e
tipicidade.
D) tipicidade, ausência de situações justificantes, culpabilidade.
E) tipicidade formal, tipicidade material, ausência de situações
justificantes e imputabilidade.
(2018/SETRABES/AGENTE)
São elementos do fato típico, exceto:
A) conduta.
B) resultado.
C) tipicidade.
D) nexo causal.
E) antijuricidade.
(2015/MPE-SP/PROMOTOR)
São elementos do fato típico:
A) conduta, resultado, relação de causalidade e tipicidade.
B) conduta, resultado, relação de causalidade e culpabilidade.
C) conduta, resultado, antijuridicidade e culpabilidade.
D) conduta, resultado, nexo de causalidade e antijuridicidade.
E) conduta, relação de causalidade, antijuridicidade e
tipicidade.
Prof. Renan Araujo
Elementos do fato típico –
Conduta

Prof. Renan Araujo


Conduta penalmente relevante
Ø Conduta

q Ação

q Omissão

q Mista
Teoria da conduta

qTeoria causalista ou naturalista

qTeoria social da ação

qTeoria finalista
Conduta comissiva

qTraduz-se num “fazer” alguma coisa


Conduta omissiva

qCrime omissivo próprio (puro)

qCrime omissivo impróprio (impuro ou comissivo por


omissão)
Crime omissivo impróprio
q O agente se omite quando devia e podia agir para evitar o
resultado

q A quem incumbe o dever de agir?

q Quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância

q Quem, de alguma forma, assumiu a responsabilidade de impedir o


resultado

q Quem, com seu comportamento anterior, criou o risco da


ocorrência do resultado
Crimes de conduta mista

qTipo penal descreve a necessidade de uma conduta


comissiva e uma conduta omissiva
Art. 169
(...) § único:
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou
parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no
prazo de quinze dias.
(2022/DPE-RS/DEFENSOR)
Com relação à responsabilidade penal, julgue o
próximo item.
Segundo a teoria adotada pelo Código Penal brasileiro,
a conduta humana, comissiva ou omissiva, é sempre
projetada a um fim e iluminada pelo acolhimento ou
desprezo a um valor reconhecido pelo direito.
(2022/DPE-RS/DEFENSOR)
Com relação à responsabilidade penal, julgue o
próximo item.
Nos crimes omissivos próprios, a conduta omissiva se
esgota em si mesma, independentemente do
resultado decorrente do não fazer do agente.
(2021/TCDF/AUDITOR)
Acerca do fato típico, da teoria e da classificação dos
crimes, julgue o item subsecutivo.
O ordenamento jurídico brasileiro admite que fato
típico capaz de caracterizar um crime pode decorrer
de uma conduta comissiva ou omissiva.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
(2017/PM-AL/SOLDADO)
A respeito da aplicação da lei penal, do crime e da
imputabilidade penal, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Joana contratou Antônia para servir de
curadora de sua mãe, uma pessoa idosa. Certo dia,
enquanto Antônia dormia, a mãe de Joana, ao caminhar
pela sala, caiu e fraturou o fêmur da perna esquerda.
Assertiva: Nessa situação, Antônia não será
responsabilizada pela lesão sofrida pela mãe de Joana: a
conduta omissiva de Antônia é penalmente irrelevante.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
Prof. Renan Araujo
Elementos do fato típico –
Resultado

Prof. Renan Araujo


Resultado

Ø Jurídico

Ø Naturalístico

q Crimes materiais

q Crimes formais

q Crimes de mera conduta


(2019/TJAL/JUIZ)
É imprescindível a ocorrência de resultado naturalístico
para a consumação dos delitos materiais e formais.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
(2019/TJAL/JUIZ)
Os crimes comissivos são aqueles que requerem
comportamento positivo, independendo de resultado
naturalístico para a sua consumação, se formais.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
(2016/PCGO/ESCRIVÃO)
Nos crimes materiais, a consumação só ocorre ante a
produção do resultado naturalístico, enquanto que, nos
crimes formais, este resultado é dispensável.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
Prof. Renan Araujo
Elementos do fato típico – Nexo
de causalidade

Prof. Renan Araujo


Relação de causalidade
Ø Teorias adotadas expressamente pelo CP

q Regra – Teoria da equivalência dos antecedentes causais

q Exceção – Teoria da causalidade adequada


Concausas
Ø Absolutamente independentes – Não possuem qualquer
relação com a conduta do agente. O evento (concausa)
ocorreria mesmo que não houvesse a conduta do agente.
Podem ser:

q Pré-existentes

q Concomitantes

q Supervenientes
Concausas
Ø Relativamente independentes – Possuem alguma relação
com a conduta do agente. Podem ser:

q Pré-existentes

q Concomitantes

q Supervenientes
Concausa superveniente
relativamente independente
q Concausa superveniente relativamente independente que não
produziu sozinha o resultado

q Concausa superveniente relativamente independente que, por


si só, produziu o resultado
(2022/PPDF/POLICIAL PENAL)
Imagine que Caio, com animus necandi, ministre dose
letal de veneno na comida de Ana. No entanto, antes
que a substância produza o efeito almejado, Ana é
atingida por um raio, morrendo eletrocutada. Nessa
situação, em decorrência da quebra da relação de
causalidade, Caio deverá responder por tentativa de
homicídio.
(2019/DPE-DF/DEFENSOR)
A superveniência de causa relativamente independente
da conduta do agente excluirá a imputação do
resultado nos casos em que, por si só, ela tiver
produzido o resultado.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
Teoria da imputação objetiva
Ø Teoria da imputação objetiva

q Criação ou aumento de um risco

q Risco proibido pelo Direito

q Risco criado seja o causador do resultado (analisando-se


o alcance de proteção e finalidade da norma violada)
(2019/MPE-SC/PROMOTOR)
A chamada “teoria da imputação objetiva” reúne um conjunto
de critérios pelos quais se restringe o âmbito da relevância
penal dos fatos abrangidos pela relação de causalidade, e que
seriam imputáveis ao sujeito caso não fossem empregados
esses critérios.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
Relação de causalidade
Ø Nexo de causalidade nos crimes omissivos

q Crime omissivo puro (próprio)

q Crime omissivo impuro (impróprio)


(2022/PCPB/DELEGADO)
O dever de agir, no crime omissivo, também incumbe a
quem não tem obrigação legal, mas, por outro motivo,
assumiu a responsabilidade de evitar o resultado.
(2022/MPE-PE/PROMOTOR)
O Código Penal estabelece que a omissão é penalmente relevante quando
o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. Sobre a relevância da
omissão, o dever de agir incumbe a quem
I. tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância.
II. tenha assumido a responsabilidade de impedir o resultado.
III. criou, com seu comportamento anterior, o risco da ocorrência do
resultado.
IV. impede que o resultado se produza.
Está correto o que se afirma APENAS em
A) I e II.
B) I, II e III.
C) I, II e IV.
D) III e IV.
E) II, III e IV.
(2021/SEFAZ-ES)
José trabalha como guarda-vidas da piscina do Clube Romano,
aberto ao público das 8h às 22h, diariamente. A piscina do clube
funciona das 9h às 21h, de terça a domingo, sendo aberta por
Antônio, que trabalha como zelador no mesmo clube. José é
sempre o primeiro a entrar na área da piscina, tão logo ela é aberta,
para assumir seu posto no alto da cadeira de guarda-vidas.
Contudo, no dia 1º de novembro de 2020, ele não chegou no
horário porque sua condução atrasou. O espaço da piscina foi
aberto por Antônio no horário habitual, mas José somente chegou
ao clube às 10h. Ao entrar na área da piscina deparou-se com uma
cena terrível: o corpo de uma criança morta, boiando na piscina.
(...)
(2021/SEFAZ-ES)
(...) Sobre a conduta de José, assinale a afirmativa correta.
A) José não praticou nenhum crime.
B) José omitiu-se na prestação de socorro (Art. 135 do CP).
C) José cometeu homicídio culposo (Art. 121, § 3º, do CP).
D) José cometeu homicídio culposo na modalidade comissiva por
omissão, pois exercia a função de garantidor (Art. 121, § 3º, c/c. o
Art. 13, § 2º, ambos do CP).
E) José cometeu homicídio doloso na modalidade comissiva por
omissão, pois exercia a função de garantidor (Art. 121, caput, c/c. o
Art. 13, § 2º, ambos do CP).
(2019/TJAL/JUIZ)
Os crimes omissivos próprios dependem de
resultado naturalístico para a sua consumação.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
(2019/TJAL/JUIZ)
É normativa a relação de causalidade nos crimes
omissivos impróprios ou comissivos por omissão,
prescindindo de resultado naturalístico para a sua
consumação.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
(2016/PCPE/DELEGADO)
O CP adota, como regra, a teoria da causalidade
adequada, dada a afirmação nele constante de que “o
resultado, de que depende a existência do crime,
somente é imputável a quem lhe deu causa; causa é a
ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido”.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
(2016/TCE-PR/ANALISTA)
As causas supervenientes relativamente independentes
possuem relação de causalidade com conduta do sujeito
e não excluem a imputação do resultado.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
Prof. Renan Araujo
Elementos do fato típico –
Tipicidade

Prof. Renan Araujo


Tipicidade formal e material
q Tipicidade

§ Formal

§ Material

Ø Tipicidade conglobante
(2022/DPE-DF/ANALISTA)
Com relação a aspectos do direito penal, julgue o item
a seguir.
Pela teoria da tipicidade conglobante, a existência de
estado de necessidade putativo afasta a tipicidade da
conduta.
Adequação típica

q Direta ou imediata

q Indireta ou mediata
(2018/PCPR/ESCRIVÃO)
Pela adequação típica mediata ou indireta, haverá
subsunção da conduta ao tipo penal por meio de uma
outra norma, de caráter extensivo.

Prof. Renan Araujo


Facebook: @profrenanaraujoestrategia
(2021/DPE-AM/DEFENSOR)
A tipicidade material é a adequação da conduta à
norma incriminadora configurando um mecanismo de
subsunção.
Teoria do tipo penal
Ø Conceito de tipo penal

Ø Espécies

q Tipo incriminador

q Tipo permissivo
Teoria do tipo penal
Ø Funções do tipo penal

q Função de garantia

q Função fundamentadora e limitadora

q Função indiciária

q Função seletiva

q Função diferenciadora do erro


Teoria do tipo penal
Ø Elementos do tipo penal

q Objetivos

q Subjetivos
(2022/PCERJ/PERITO)
Constituem elementos do tipo objetivo
A) elementos descritivo e normativo;
B) objeto material e objeto jurídico;
C) conduta verbal e sujeito;
D) ação ou omissão e elementares;
E) núcleo do tipo e verbo do tipo.
Teoria do tipo penal
Classificações doutrinárias

q Tipo congruente x Tipo incongruente

q Tipo simples x Tipo misto

q Tipo fechado x Tipo aberto

q Tipo fundamental x Tipo derivado


(2022/PCERJ/PERITO)
Nos crimes de tipo misto alternativo, a prática de um
dos verbos já é suficiente para a consumação da
infração.
(2019/MPE-MT/PROMOTOR)
O estupro (art. 213 do Código Penal), com redação
dada pela Lei n° 12.015/2009, é tipo penal misto
alternativo. Logo, se o agente, no mesmo contexto
fático, pratica conjunção carnal e outro ato libidinoso
contra uma só vítima, pratica um só crime do art. 213
do Código Penal.
Prof. Renan Araujo
OBRIGADO!
Prof. Renan Araujo
INSTAGRAM: @profrenanaraujo

TELEGRAM:
https://t.me/profrenanaraujo

Você também pode gostar