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Universidade de Brasília

Departamento de Processos Psicológicos Básicos


Seminário em Ciências do Comportamento
Período: 02/2016
Professora: Elenice Seixas Hanna

Memória e Raciocínio
Andressa Bonafe
Bruna Tavares
Vanessa Faria
Apresentação
1. Tipos de memórias

2. Codificação

3. Raciocínio
Tipos de Memórias

Modelo de memória de 3 estágios

Memória Memória
Memória
de curto de longo
sensorial
prazo prazo

(Griggs, 2009)
Memória Sensorial

Input sensorial
Memória Sensorial

Input sensorial

Armazenagem temporária

Interpretação

Mudança de estágio de processamento


Memória Sensorial

Registro
sensorial
Memória Sensorial

Registro
sensorial
Memória Sensorial
Memória Icônica

- 1 segundo
Memória Sensorial
Memória Icônica

- 1 segundo
Memória Icônica

3 procedimentos

Procedimento de Procedimento de Procedimento de


integração relato completo relato parcial de
temporal. de Sperling. Sperling.
Procedimento de integração
temporal
Procedimento de integração
temporal
Procedimento de integração
temporal

< 1s
Procedimento de integração
temporal

< 1s

Integração Memória icônica


Procedimento de integração
temporal

< 1s
=
Padrão significativo

VGH
Procedimento de Relato Completo
de Sperling

L...
Procedimento de Relato Completo
de Sperling

4,5 letras em média


Procedimento de Relato Parcial
de Sperling

L...
Procedimento de Relato Parcial
de Sperling

L... Agudo

Médio

Grave
Procedimento de Relato Parcial
de Sperling

100% das vezes


Procedimento de Relato Parcial
de Sperling

100% das vezes

<1s

Memória icônica
3 Estágios da Memória

Memória
Memória Memória de
de longo
sensorial curto prazo
prazo
3 Estágios da Memória

Memória
Memória Memória de
de longo
sensorial curto prazo
prazo

Informação
3 Estágios da Memória

Memória
Memória Memória de
de longo
sensorial curto prazo
prazo

Informação Consciência
3 Estágios da Memória

Memória
Memória Memória de
de longo
sensorial curto prazo
prazo

Informação Consciência

< 30 s
Memória de curto
prazo

2 procedimentos

Tarefa de Tarefa de
intervalo distração
Tarefa de intervalo
Casa A AFG
Lua B BHM
Sol D JKI
Jardim G OPM

(Griggs, 2009)
Tarefa de intervalo
Casa A AFG
Lua B BHM
Sol D JKI
Jardim G OPM

● Quantos itens são lembrados?

(Griggs, 2009)
Tarefa de intervalo
Casa A AFG
Lua B BHM
Sol D JKI
Jardim G OPM

● Quantos itens são lembrados?


5 à 9 porções de informações (unidade significativa
na memória)

(Griggs, 2009)
Tarefa de intervalo
Casa A AFG
Lua B BHM
Sol D JKI
Jardim G OPM

● Quantos itens são lembrados?


5 à 9 porções de informações (unidade significativa
na memória)
Ex: 5 à 9 letras ou 5 à 9 acrônimos
(Griggs, 2009)
Tarefa de Distração

HJK
Tarefa de Distração

HJK
3,
6,
9,
12...
Tarefa de Distração

HJK ?
3,
6,
9,
12...
Tarefa de Distração

< 30 segundos
Memória de curto prazo

Memória icônica
3232-4567
Memória de curto prazo

Memória icônica
3232-4567

Memória Curto prazo

3232-4567
Memória de curto prazo

Memória icônica
3232-4567

Memória Curto prazo

3232-4567
Memória de curto prazo

Memória icônica
3232-4567

Memória Curto prazo

3232-4567
Memória de curto prazo
● Esqueceríamos os números

● Armazenamento temporário (< 30s)

● Ensaio de manutenção: repetir a informação várias


vezes.
● Manter a informação na memória de curto prazo.

(Griggs, 2009)
3 Estágios da Memória

Memória
Memória Memória de
de curto
sensorial longo prazo
prazo
Tipos de memória de longo prazo

E: Quem foi seu primeiro namorado(a)?


Tipos de memória de longo prazo

S: Quem descobriu o Brasil?


Tipos de memória de longo prazo

P: Dirigir
Tipos de memória de longo prazo

C: Parar diante do sinal vermelho


Modelo de memória de 3 estágios

Memória Memória
Memória
de curto de longo
sensorial
prazo prazo
Modelo de memória de 3 estágios

Memória Memória
Memória
de curto de longo
sensorial
prazo prazo

Codificação

Armazenamento Processos

Recuperar
Codificação
da informação ?
Ensaio
Elaborativo

Informação bem Própria


Nova com o Antiga
conhecida experiência
Como melhorar a codificação?
Como melhorar a codificação
● Mnemônica: um auxílio para a memória.

Método de localizações:
As palavras são associadas a lugares ou a números.

Sistema de palavras fixadas:


É associada visualmente os itens de uma lista a
uma rima.
1A – Hoje Li Na Kama Robinson Crusoé em Francês

2A – Bela Margarida Casou com o Senhor Bartolomeu


Ramos

3A – Belas Alunas Germânicas Indo Telefonar


Bom, Algum Gato Invadiu o Telhado
Bebi Alcóol e Ganhei uma Indigestão Tola
2 conceitos que ajudam a
codificação

● 1-Distribuir o estudo ao longo do tempo e não


apenas estudar na véspera (Efeito de espaçamento).

● 2- A prática leva a perfeição. Quanto mais estuda,


mais aprenderá.
Recuperando a Informação da
memória
● Há três métodos principais: Reaprendizagem
Recordação Medida da
Medida de quantidade de tempo
recuperação que poupado quando
requer a reprodução aprendemos a
da informação sem informação pela
nenhuma dica. segunda vez.
Reconhecimento
Ex: provas escritas
Identificação da
informação na
presença de dicas de
recuperação.
Ex: Provas com
múltiplas escolhas.
Ebbinghaus 1885/1964

Realizou um estudo
experimental sobre memória Lista de sílabas
humana, na Alemanha, há sem sentido
mais de 100 anos atrás.
BAN
MON

Estudava uma lista de KIL
sílabas sem sentido até PEL
conseguir recita-la sem erro. FAD
GUL
● Esperava de 20 à 31 dias e
reaprendia a lista.
Curva de esquecimento para a memória de
longo prazo
Há uma grande
quantidade de
esquecimento,
depois esse
esquecimento
se estabiliza

• Para aprender as sílabas foram necessárias 10 tentativas.

• Para reaprender foram necessárias apenas 5 tentativas.


Por que esquecemos?
● Há 4 teorias que podem explicar esse fato.

1- Teoria do fracasso da codificação:

● Afirma que não ocorre um esquecimento, mas


sim um fracasso na codificação (armazenamento).

● A informação entrou para a memória de longo


prazo.
Psicologia – Richard A. Griggs
Por que esquecemos?
2- Teoria da deterioração do armazenamento:

● Sugere que esquecemos devido a um problema


no armazenamento da informação.

● “O que não usa se perde.”

● O traço da memória deteriorou-se.


Por que esquecemos?
● 3- Teoria da interferência
● Problema na recuperação.
● Outras informações interferem e tornam inacessível a
informação esquecida.

● 3.1 Interferência proativa – efeito atrapalhador de uma


aprendizagem anterior sobre a recuperação de novas
informações.

Ex: Você mudou de número de telefone


após ter o mesmo número por vários anos.
Não consegue lembrar o novo número.
Por que esquecemos?
● 3- Teoria da interferência

● 3.2 Interferência Retroativa – efeito atrapalhador


de novas aprendizagens sobre a recuperação de
antigas informações.
● Ex: Em uma festa com várias pessoas após
conhecer várias é difícil se
lembrar da primeira que conheceu
Psicologia – Richard A. Griggs
Por que esquecemos?
● 4 - Teoria dependente da deixa (dica)

●A informação está disponível, mas não conseguimos


acessá-la porque não conseguimos encontrá-la

● Não temos acesso a informação desejada.

● As dicas necessárias para a recuperação não estão


disponíveis.
Por que esquecemos?
● Esquecemos porque:
● 1- As informações não foram para a memória de
longo prazo.

● 2- As informações podem ir desaparecendo se não


forem utilizadas.

● 3- Outras informações pode interferir na


recuperação.
A natureza reconstrutora da
recuperação
● Nossa memória não é uma gravadora ou
filmadora.
● Estruturamos as informações através de
esquemas.
● Esses nos permitem organizar e interpretar
informações sobre o nosso mundo.
A natureza reconstrutora da
recuperação
● Osesquemas nos permite codificar e
recuperar as informações mais eficientes.

● Nãofornecem uma cópia exata do


ocorrido.

● Ex:Sujeitos lembravam de parte que não


estavam na história, mas que fazia sentido
para eles.
Distorção da memória
● Má atribuição da fonte:
Nós não nos lembramos da verdadeira fonte
de uma lembrança e ainda a atribuímos a
uma fonte errada.
Ex: falso sequestro de Piaget.
● Falsa memória: uma memória inexata que
se parece com a memória real.
● Efeito de desinformação: a memória é
distorcida pela constante exposição a
informação enganadora.
Temas de Estudo:

- Raciocínio Indutivo
- Categorização
- Raciocínio Condicional
Raciocínio: Visão Geral

● Inferência

Ato de obter uma conclusão a partir de um conjunto de


premissas iniciais reconhecidas como verdadeiras.
Conclusão é consequência necessária das premissas.

Todos os homens são mortais.


Sócrates é um homem.
Portanto, Sócrates é mortal.
Tipos de Inferência
●Dedução

Toda a informação contida na conclusão já estava


contida nas premissas (explícita ou implicitamente).

Vai do geral ao específico.

Todos os pássaros têm bico.


Achamos uma nova espécie de pássaro.
Logo, a nova espécie de pássaro possui bico.
Tipos de Inferência
●Indução

Premissas fornecem indícios suficientes para


permitir estimar uma determinada conclusão.

Vai do específico ao geral.

Até hoje, todos os pássaros vistos


possuem bicos;

Logo, provavelmente um novo


pássaro deve ter um bico.
Conhecimento Conceitual e
Raciocínio Indutivo

●Gerar
conclusões a partir de informações
incompletas. Ir além das evidências acessíveis.

●Utilização de informações adicionais

Informação dada Cadeias de derivações


+ indutivas
Outras fontes
de conhecimento
Influências sobre a Indução
●Conhecimento
conceitual afeta
BASES PREDITIVAS da indução.

●Aspectos: Categorias (homogeneidade,


características ontológicas e propriedades dos
membros)
Categorias de Conceitos
●Homogeneidade

Favorece a generalização.

Se membros de uma categoria são similares, os fatos


atribuídos a um dos membros poderiam ser inferidos
com maior probabilidade de acerto para os outros
membros da mesma categoria.
Categorias de Conceitos
●Características Ontológicas

Naturais: Artefatos: Abstratos:


Possuem “essência”. Criados pelo homem. Pouca homogeneidade.
Alta homogeneidade. Susceptíveis à mudança. Menor valor indutivo.
Cadeias indutivas extensas. Média homogeneidade.
Cadeias indutivas extensas.
Categorias de Conceitos
●Propriedades dos Membros
Permanentes:
Âmago dos conceitos.
Favorecem induções.
Mais generalizáveis.

Transitórias:
Superficiais.
Não generalizáveis.
Podem gerar erro de indução.
Raciocínio Condicional

●Premissacondicional:
Se… então…

Se é inverno, então faz frio.


(antecedente) (consequente)
Regras da Lógica Formal

●Afirmativa do Antecedente

Uma vez posto o antecedente, posto está o consequente.

Se alguém desligar este interruptor, a lâmpada se apaga.


(antecedente) (consequente)

Eu desliguei este interruptor.


A lâmpada se apagou.
Regras da Lógica Formal

●Negação do Consequente

Da negação do consequente, segue a negação do antecedente.

Se eu piso numa casca de banana, eu caio.


(antecedente) (consequente)

Eu não caí.
Então não pisei em uma casca de banana.
Regras da Lógica Formal

●Falácia: Afirmação do Consequente

Da afirmação do consequente, segue a afirmação do antecedente.

Se Pedro é carioca, ele é brasileiro.


(antecedente) (consequente)

Pedro é brasileiro.
Portanto, ele é carioca.
Regras da Lógica Formal

●Falácia: Negação do Antecedente

Da negação do antecedente, segue a negação do consequente.

Se Pedro é carioca, ele é brasileiro.


(antecedente) (consequente)

Pedro não é carioca.


Portanto, ele não é brasileiro.
Pesquisas Empíricas

Processos de raciocínio seriam antes


justificados pela experiência do
indivíduo do que pelo uso de regras formais.

Conhecimento Coloquial
(conceitos associados na memória
semântica)
+
Raciocínio Condicional
Processos Semânticos x Raciocínio Condicional

Se é inverno, então faz frio.


(antecedente) (consequente)

Uso de Contraexemplos:

Quem mora no nordeste: difícil aceitação da afirmação


do antecedente. Consequente alternativo = não-suficiência.
Faz calor também
no inverno!

Quem mora no sul: facilidade de rejeição da afirmação do


consequente. Antecedente alternativo = não-necessidade.
Faz frio em outras
estações do ano!
Variáveis a Considerar:

Força Associativa:

Maior força associativa, mais facilidade em aceitar fórmulas


lógicas.

Se cor de cabelo, então… castanho > azul.

Tamanho do Grupo de Associados:

Maior conjunto semântico = Mais exemplos alternativos. Mais


difícil (facilita reijeição de fórmulas inválidas, mas dificulta
válidas).

Se raça de cachorro, é pastor alemão.


Referências
Castilho, G. M. & JANCZURA, G. A. (2002). Influência
do conhecimento conceitual sobre o raciocínio
Indutivo. Estudos de Psicologia (Natal), v. 7,
p. 151-162.

Castilho, G. M. & JANCZURA, G. A. (2012). Raciocínio


condicional: a conclusão depende do conhecimento
armazenado na memória. Estudos de Psicologia
(UFRN),17, p. 53-61.

Griggs, R, A. (2009) Psicologia: uma abordagem concisa.


Artmed editora.
Psicologia – Richard A. Griggs

Muito Obrigada!

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