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O Caminho…

●  Modelo de Memória de Três Estágios

●  Codificando a Informação na Memória

●  Recuperando a Informação da
Memória
Memória(

n ó s (
q u a l(
p e l o ( s ,( e (
e s s o( n a m o
p r o c a z e
•  O ( o s ,( arm çõ es (
i fi cam f o r m a
co d o s (i n
p e r a m
rec u
Codificação Armazenamento Recuperação

Refere-se ao A manutenção do O Conteúdo na


processo pelo qual conteúdo salvo armazenagem
a informação é nos sistema de da memória é
inicialmente memória localizado, e
gravada em forma t r a z i d o à
de uma memória consciencia, e
possível de ser usado
usada
Modelo de Memória
de Três Estágios

Memória Sensorial
Memória de Curto Prazo
Memória de Longo Prazo
O Modelo de Três Estágios
●  Orienta a pesquisa sobre a memória
desde a década de 1960

●  Vê a memória como composta por três


estágios relativamente distintos

Sensorial Curto Prazo Longo Prazo


O Modelo de Três Estágios
Memória Sensorial

●  Consiste em um conjunto de cinco registros


(locais de armazenamento temporário, um
para cada sentido) das informações
sensoriais que chegam do ambiente físico
até podermos prestar atenção a elas,
interpretá-las e levá-las adiante para o
próximo estágio de memória (memória de
curto prazo)
Memória Icônica
●  É uma cópia exata da informação visual
● Menos de um segundo de duração
● Capacidade muito grande

●  Considere o exemplo de um desenho


animado, que não é nada mais do que
uma série de desenhos estáticos
exibidos em rápida sucessão
● A memória icônica nos permite perceber
movimento nos desenhos
Testando a Memória Icônica
●  O procedimento de integração temporal
envolve a apresentação sequencial de dois
padrões aleatórios de pontos sem
significado aparente, na mesma localização
visual, com uma breve demora de tempo
entre as duas apresentações

● Quando os dois padrões são integrados é


produzido um padrão significativo
Exemplo de um Procedimento
de Integração Temporal
Testando a Memória Icônica
●  Para que o padrão significativo seja
percebido, os dois padrões precisam ser
integrados em algum lugar do sistema de
memória

● No entanto, se a demora de tempo entre


as duas apresentações for maior do que
um segundo não será percebido nenhum
padrão significativo, porque a imagem do
primeiro padrão já terá desaparecido da
memória icônica
Testando a Memória Icônica
●  O s p r o c e d i m e n t o s d e r e l a t o
completo e parcial de Sperling
apresentam aos participantes matrizes
diferentes, 3 x 3, de consoantes não
relacionadas (um total de 9) por 50 ms
em numerosas repetições
experimentais

●  Aqui está um exemplo: L "Z "Q"


R "B "P"
S "K "N"
Testando a Memória Icônica
●  No procedimento de relato completo
os participantes precisavam relatar
toda a matriz

● Os participantes diziam que haviam


percebido toda a matriz, mas que ela
havia desaparecido da memória
antes que eles conseguissem dizer
todas as 9 letras
Testando a Memória Icônica
●  No procedimento de relato parcial
os participantes tinham de relatar
apenas uma fileira da matriz, uma
fileira indicada por uma deixa auditiva
em cada repetição
● Quando a deixa auditiva era dada
imediatamente depois da breve
apresentação da matriz de letras, os
participantes lembravam a fileira
indicada 100% das vezes
● Quando havia um retardo de um
segundo entre a apresentação da
matriz e a deixa auditiva, a
lembrança dos participantes da
fileira indicada piorava
MEMÓRIA(DE(CURTO(PRAZO(
(MCP)(
Memória de Curto Prazo
●  É o estágio da memória em que a informação
reconhecida da memória sensorial entra na
consciência
● É onde você está fazendo o seu processamento
cognitivo consciente neste momento
!  Serve como um lugar para repetir a informação
para que possa ser transferida para a memória de
longo prazo, e como um lugar para trazer
informações da memória de longo prazo quando
precisamos lembrá-las
! Precisamos nos concentrar na informação na
memória de curto prazo ou ela será perdida em 30
segundos
Capacidade da Memória de Curto Prazo
●  As tarefas de intevalo de memória testam a
capacidade da memória de curto prazo
apresentando uma série de itens, um de cada
vez
● A pessoa precisa lembrar os itens na ordem
em que foram apresentados
●  O intervalo de memória é o número médio de
itens que conseguimos lembrar em uma série
de repetições
● Os seres humanos têm um intervalo de
memória de
7+/- 2 (5 a 9) porções de informação
●  Uma porção é uma unidade de
informação significativa
● E specialistas em áreas específicas
costumam ter porções maiores de informação
na sua área de perícia
Duração da Memória de Curto Prazo
●  É medida com a tarefa de distração, em que se
dá à pessoa uma pequena quantidade de
informação (p. ex., três consoantes não
relacionadas, como CWZ)
● E ntão, o participante é imediatamente
distraído de se concentrar na informação por
um breve período de tempo (deve contar em
voz alta, para trás, de 3 em 3), e depois
precisa lembrar a informação
●  Para manter a informação na memória de curto
prazo nós usamos o ensaio de manutenção
(i.e., repetir a informação na memória de curto
prazo para evitar que desapareça dessa
memória)
Resultados da Tarefa de Distração
para a Memória de Curto Prazo
•  Mnemônicas((
•  Ensaio(de(manutenção( –  Técnicas( formais(
–  A(repe[ção(da(informação(que(entrou( para( organizar( a(
a(memória(de(curto(prazo( i n f o r m a ç ã o( d e(
( uma( maneira( mais(
•  Ensaio(elabora[vo( provável( de( ser(
lembrada(
–  Ocorre( quando( a( informação( é(
considerada( e( organizada( de( uma(
maneira( resultando( em( uma( grande(
probabilidade( de( ser( transferida( para(
a(memória(de(longo(prazo(
Memória de Longo Prazo

Permite o armazenamento
de informações por um
longo período de tempo
(talvez permanentemente)
e a sua capacidade é
essencialmente ilimitada
Abordagens(Contemporâneas(
sobre(a(Memória(

•  Memória(de(Trabalho(
–  Perspec[va( da( memória( de(
curto( prazo( como( se( fosse( um(
“espaço( de( trabalho”( a[vo( no(
qual( a( informação( é( apreendida(
e( manipulada,( e( no( qual( a(
informação( é( re[da( através( do(
ensaio(
A relação entre a memória de trabalho e a memória de longa
duração, conforme a teoria dos estágios
Memória(de(Trabalho(

Processador Excecutivo Central


(racioncínio e tomada de decisão)

Armazenagem Armazenagem
Visual Verbal
(informação (fala, palavras e
espacial e visual) números)
Módulos(de(Memória(
•  Módulo(Associa[vo( •  A[vação(Espalhada(
–  A( m e m ó r i a( c o n s i s t e( d e( –  A[vando( uma( memória(
representações( mentais( de( dispara( a( a[vação( de(
aglomerações( de( informações( memórias(relacionadas(
interconectadas(
•  Priming(
–  Fenomêno(no(qual(a(exposição(
à( uma( palavra( ou( conceito(
torna( mais( fácil( a( recuperacao(
da(informação(relacionada(
Tipos de Memória de Longo Prazo
●  A memória explícita (também chamada
memória declarativa) é a memória de longo
prazo de conhecimentos factuais e experiências
pessoais, e requer lembrança consciente

●  Há dois tipos de memória explícita:


● As memórias semânticas são as memórias
de conhecimentos factuais que valem para
todo o mundo (p. ex., o atual presidente do
Brasil)
● As memórias episódicas são memórias de
experiências pessoais de vida (p. ex., a noite
do seu baile de formatura)
Tipos de Memória de Longo Prazo
●  A memória implícita (também chamada de memória não
declarativa) é a memória de longo prazo que influencia o
nosso comportamento, mas não requer percepção consciente
ou afirmações declarativas (p. ex., para a maioria dos adultos,
dirigir um carro; caminhar)
●  Algumas memórias implícitas são memórias procedurais
porque incluem um aspecto de procedimentos físicos
● P ara uma tenista profissional, como
Serena Williams, os movimentos para jogar
tênis são memórias implícitas,
procedurais, ao passo que para a pessoa
comum esses movimentos requerem
lembranças conscientes, e são mais
memórias semânticas
● Outras memórias implícitas se tornam
respostas automáticas a certos estímulos
(p. ex., ficar tenso quando as luzes de uma
viatura policial estão piscando atrás do
nosso carro)
Tipos de Memória de Longo Prazo
Módulos(de(Memória(

•  Memória(Explícita(
–  Recordações( intencionais( e(
conscientes(de(informações(
•  Memória(Implícita(
–  Memórias( das( quais( as(
p e s s o a s( n ã o( e s t ã o(
c o n s c i e n t e s ,( m a s( q u e(
p o d e m( a f e t a r( s u a s(
p e r f o r m a n c e s( e( s e u s(
c o m p o r t a m e n t o s(
subsequentes(
Modalidades(de(Memória(
Modalidades"de"Memória"
•  Memória"episódica:(capacidade(de(sen[r(fatos(e(eventos(
no(tempo(i(Autobiógrafico((temporal(hipocampo).(
•  Memória" semânAca:( repertório( de( cada( indivíduo:(
categorias(de(eventos,(objetos,(conhecimento(espaciais(e(
descrições(simbólicas.(
•  Memória"Motora:(O(cortex(frontal(planeja(e(organiza(os(
acontecimentos,( enquanto( os( gânglios( basais( e( o(
hipocampo( atuam( em( conjunto( para( armazenar( a(
memória(de(longa(duração.(
•  Memória" vísuoFespacial:( habilitainos( a( recordar( a(
aparência( visual( de( objetos( ou( cenas,( incluindo( a(
colocação(tridimensional(e(o(formato(do(mobiliário(numa(
sala(conhecida,(mas(escura.(
•  Memória"de"futuro:(Memória(de(compromissos,(agenda,(
do(que(se(vai(fazer.(
Modalidades(de(Memória(
MEMÓRIA A LONGO PRAZO

MEMÓRIA MEMÓRIA
EXPLÍCITA IMPLÍCITA

CONDICIONAMENTO APRENDIZADO
PROCEDURAL PRIMING
CLÁSSICO NÃO
ASSOCIATIVO

RESP. RESP.
FATOS EVENTOS
EMOCIONAL MUSCULAR

Lobo Vias
Corpo Neocórtex Amígdala
Temporal Cerebelo Reflexas
Estriado
Processo(Constru[vo(da(Memória(

•  Processo(Constru[vo(
–  Processo(no(qual(as(memórias(são(
influenciadas(pelo(significado(que(
nós(atribuimos(aos(eventos(
•  Esquemas(
–  C o r p o s( o r g a n i z a d o s( d e(
informações( armazenados( na(
memória( que( influenciam( a(
maneira( com( que( as( novas(
informações( são( interpretadas,(
armazenadas(e(recuperadas(
Bases(Biológicas(da(Memória(

•  Potenciação(de(Longo(Prazo(
–  Certas( rotas( neurais( se( tornam( mais(
facilmente(excitáveis(enquanto(uma(nova(
resposta(está(sendo(aprendida(
•  Consolidação(
–  Mudanças(nos(números(de(sinapses(entre(
os( neurônios( enquanto( os( dendritos(
ramificamise( para( receber( mensagens( e(
as(memórias(se(tornam(fixas(e(estáveis(na(
memória(de(longo(prazo(
Recuperando(Memórias(de(
Longo(Prazo(

•  Fenômeno( Ponta( Da( Língua(


(TOT(–(Tip(of(the(Tongue)(
–  Inabilidade( de( recuperar(
informação(que(se(sabe(possuir(
•  Pistas(de(Recuperação(
–  Um( espmulo( que( nos( permite(
recuperar( mais( facilmente(
i n f o r m a ç õ e s( q u e( e s t ã o(
localizadas( na( memória( de(
longo(prazo(
•  Níveis(de(processamento(
–  Enfa[za(o(grau(no(qual(o(novo(
conteúdo( é( mentalmente(
analisado(
(
•  M e m ó r i a s( C i n [ l a n t e s(
(Flashbulb(Memories)(
–  Memórias( sobre( um( evento(
específico,( importante,( ou(
surpreendente( que( é( tão(
vívido( que( representam( uma(
[ragem( instantânea,( foto,( do(
evento(
Codificando a Informação
na Memória

Como Codificamos a Informação

Como Melhorar a Codificação


Processos do Sistema de
Memória

Recuperação
Codificação O processo de
O processo de Armazenamento trazer
transferir a O processo de informações
informação de um manter a armazenadas na
estágio de informação em um memória de longo
memória para o estágio específico prazo para o nível
seguinte consciente da
memória de curto
prazo
Como Codificamos a Informação
●  O processamento automático é o
processamento que ocorre
subconscientemente e não requer
atenção

●  O processamento com esforço é o


processamento que ocorre
conscientemente e requer atenção

●  Para um tipo específico de


processamento é necessário
muita prática
Teoria dos Níveis de Processamento
●  Descreve os tipos de codificação
que levam à uma melhor
recuperação

●  Três níveis de processamento


● Físico: Como a informação se apresenta
● Acústico: Como a informação soa
● Semântico: O que a informação significa

●  A memória de longo prazo é melhor para as


informações codificadas semanticamente, a seguir
para as informações codificadas acusticamente e é
pior para as informações codificadas fisicamente
Ensaio Elaborativo
●  Repetir ou praticar informações relacionando o
novo material às informações que já estão na
memória de longo prazo
● É diferente do ensaio de manutenção (i.e., a
ciclagem repetitiva das informações na
memória de curto prazo)
● O ensaio elaborativo fornece mais deixas/
pistas de recuperação para facilitá-la
●  Uma boa maneira de elaborar novos materiais é
relacioná-los a você mesmo
● O efeito de autorreferência diz que é mais
fácil lembrar informações que relacionamos a
nós mesmos, porque essas conexões
fornecem mais deixas de recuperação e dão
mais significado às novas informações
Efeitos Ambientais sobre a Codificação
●  O princípio da especificidade da codificação
propõe que as deixas/pistas apresentadas
durante a codificação servem como as melhores
deixas/pistas para a recuperação
● É por isso que os vários conceitos e
exemplos que relacionamos a um novo
conceito durante o ensaio elaborativo nos
ajudam a lembrar o conceito

●  A memória dependente do estado é uma


memória que depende da relação do nosso
estado fisiológico no momento da codificação e
no momento da recuperação
Efeitos Ambientais sobre a Codificação
●  Os efeitos da memória dependente do humor
confirmam o fato de que a memória é melhor quando o
humor da pessoa é o mesmo durante a codificação e a
recuperação
● Por exemplo, se você estiver feliz durante a
codificação da informação, será mais fácil recuperar
essa informação se você também estiver feliz no
momento da recuperação

●  O efeito da congruência do humor é o fato de que a


memória é melhor para as experiências que são
congruentes com o humor atual da pessoa
● Por exemplo, quando estamos tristes é mais fácil
recuperar acontecimentos negativos da nossa vida
O efeito de mudar a situação de recuperação
Como Melhorar a Codificação
●  Mnemônica são os auxílios para a memória que requerem
ensaio elaborativo

● N o método das localizações, porções


sequenciais das informações a serem
lembradas são associadas a localizações
sequenciais em uma sala ou local muito
conhecido
●  Quando quiser recuperar a informação, você
simplesmente anda pela sala (ou localização)
e recupera o item armazenado em cada
localização sequencial; utiliza imagens
mentais elaborativas
● No sistema de palavras fixadas, você
associa visualmente os itens a serem
lembrados em uma rima memorizada
O Método das Palavras Fixadas
O Método das Palavras Fixadas
O Método das Palavras Fixadas
Outras Dicas para
Melhorar a Codificação
●  O efeito de espaçamento (ou o efeito do
estudo distribuído) afirma que a sua memória
vai melhorar se você estudar para um exame
durante um intervalo de tempo maior e não
apenas alguns dias antes do exame

●  Superaprendizagem é estudar a matéria além


do ponto da aprendizagem inicial, e foi
demonstrado que ajuda a recuperar aquelas
informações
Aquisição
Representações interativas e não interativas
Recuperando a Informação
da Memória

Como Medir a Recuperação


Por que Esquecemos
A Natureza Reconstrutiva da
Recuperação
Amnésia
Perda de Memórias de Longo Prazo
●  Amnésicos são pessoas que apresentam graves déficits
de memória após cirurgia ou ferimento no cérebro
●  H. M. teve o hipocampo e a área circundante do lobo
temporal removidos aos 27 anos (para reduzir convulsões
epilépticas)
● Antes da operação, tanto a memória de curto prazo
quanto a de longo prazo eram normais
● D epois da operação, ele parecia incapaz de
armazenar qualquer informação nova na memória de
longo prazo
●  H.M. apresentava amnésia anterógrada – a incapacidade
de formar memórias de longo prazo para eventos
posteriores à cirurgia ou ao trauma cerebral
●  Em contraste, a amnésia retrógrada é a incapacidade de
lembrar eventos que aconteceram antes, especialmente
logo antes, da cirurgia ou do trauma
Disfunções(da(Memória(

•  A(Doença(de(Alzheimer(
–  Uma( doença( que( inclui( entre( os(
seus( sintomas( problemas( severos(
de(memória(
(
(
•  A(Síndrome(de(Korsakoff(
–  Uma( doença( que( afeta( alcoólatras(
crônicos(
Variedades da Memória
Regiões do cérebro onde uma lesão pode causar
perda da memória
Amnésia Infantil
●  O cerebelo parece ser importante para a
formação de memórias implícitas, enquanto
o hipocampo parece ser importante para a
formação de memórias explícitas

●  Uma vez que o hipocampo não está


plenamente desenvolvido antes dos 3 anos de
idade, isso explica por que não conseguimos
lembrar, quando adultos, eventos que
aconteceram antes dessa idade (i.e., amnésia
infantil/da criança)
Comprovação da Distinção entre
Curto Prazo e Longo Prazo
●  A memória de curto prazo de H. M. não sofreu nenhum
prejuízo substancial depois da operação
●  A tarefa de recordação livre é um procedimento
experimental em que os participantes recebem uma
lista de palavras, uma de cada vez, e depois devem
lembrá-las na ordem que quiserem

● Comparada ao meio da lista, a recordação dos


itens no começo da lista é superior (o efeito de
primazia)
● Comparada ao meio da lista, a recordação dos
itens no final da lista é superior (o efeito de
recentidade)
Efeitos da Posição Serial na
Tarefa de Recordação Livre
Comprovação da Distinção entre
Curto Prazo e Longo Prazo
●  O efeito de recentidade é causado pela recordação da
memória de curto prazo, enquanto o efeito de primazia é o
resultado da recordação superior da memória de longo prazo
das primeiras palavras da lista
● As primeiras palavras entram em uma memória de longo
prazo vazia e recebem, proporcionalmente, mais atenção do
que as palavras do meio da lista e, portanto, podem ser
transferidas para a memória de longo prazo
● As últimas palavras ainda estão na memória de curto prazo
no momento da recordação
● Se a recordação é atrasada fazendo-se com que os
participantes contem rapidamente, para trás, de 3 em 3, por
30 segundos, o efeito de recentidade é eliminado, mas o
efeito de primazia permanece
● Para eliminar o efeito de primazia, simplesmente repita cada
um dos itens da lista igualmente
Efeitos da primazia e da recentidade na recordação livre
O efeito da recentidade e a memória de trabalho
Como Medir a Recuperação
●  A recordação é uma medida de recuperação que
requer a reprodução da informação praticamente
sem nenhuma deixa de recuperação

●  O reconhecimento é uma medida de recuperação


que requer somente a identificação da informação
na presença de deixas de recuperação

●  A reaprendizagem, também chamada de método


de poupança, é uma medida da quantidade de
tempo economizado quando aprendemos a
informação pela segunda vez
Um Estudo Inicial
●  Ebbinhaus realizou os primeiros estudos
experimentais sobre a memória humana há mais
de cem anos, utilizando o método de
reaprendizagem.
●  Ele estudou uma lista de sílabas sem sentido até
conseguir recitar corretamente a lista completa
sem nenhuma hesitação. Então, ele pôs a lista de
lado, esperou um tempo e depois reaprendeu a
lista seguindo o mesmo critério.
●  Para obter uma medida de aprendizagem, ele
calculou um escore de economia ou poupança –
a redução no número de tentativas necessárias
para atingir o critério.
●  Resultado? A “curva de esquecimento” revela que
a maior parte do esquecimento acontece nos
primeiros dois dias depois da aprendizagem do
material
Curva de Esquecimento na
Memória de Longo Prazo
Por que Esquecemos?

●  A teoria do fracasso da codificação diz que o


esquecimento, às vezes, não é realmente
esquecimento; o que acontece é que a informação não
chega a entrar na memória de longo prazo

●  A teoria da deterioração do armazenamento sugere


que o esquecimento acontece devido a algum problema
no armazenamento da informação
● O traço biológico da memória se deteriora
gradualmente com o passar do tempo e o uso
periódico da informação ajuda a mantê-la
armazenada
Por que Esquecemos
●  A teoria dependente da deixa afirma que
esquecemos porque as deixas necessárias
para a recuperação não estão disponíveis
● A informação está na memória, mas não
podemos acessá-la
● Esta teoria é análoga a saber que um livro
está na biblioteca, mas que não podemos
acessá-lo porque a biblioteca não tem o
seu número de registro

●  A teoria da interferência propõe que uma


informação semelhante interfere e torna
inacessível a informação esquecida
Tipos de Interferência
● A interferência pró-ativa ocorre
quando uma informação que já
temos dificulta a recuperação de
informações recém-aprendidas

● A interferência retroativa ocorre


quando informações que acabamos
de aprender dificultam a
recuperação de informações
antigas
Tipos de Interferência
Tipos de Interferência
●  Imagine que você mudou o número do seu
telefone depois de ter o mesmo número por
muitos anos. Quando lhe perguntam o novo
número, lembrar o antigo atrapalha a
recuperação do novo número.
● Isto é interferência pró-ativa
●  Agora imagine que está numa festa com muitas
pessoas que não conhece. Você conhece alguém
com quem gostaria de conversar mais tarde, mas
logo depois de conhecê-la é apresentado a
muitas outras pessoas. Agora, você não
consegue se lembrar do nome dela.
● Isto é interferência retroativa
A Natureza Reconstrutiva da
Recuperação
●  Ao ler um artigo de jornal, por exemplo, nós geralmente
codificamos o essencial ou o tema principal da história,
juntamente com alguns dos aspectos de especial
interesse
● Então, quando recuperamos a informação da nossa
memória, nós reconstruímos uma memória da história
usando o tema e os aspectos principais

●  A recuperação reconstrutora é guiada pelos esquemas –


estruturas organizadas de conhecimento sobre pessoas,
objetos e eventos que nos dizem o que normalmente
acontece em uma dada situação
● Eles nos permitem codificar e recuperar a informação
mais eficientemente
Endel(Tulving(i(O(que(é(memória?(
(
Espaço(de(armazenagem(ou(o(ato(e(a(estratégia(de(recuperação?(
•  É( o( ato( de( vasculhar( a( memória( ou( e( a( energia( dedicada( à(
formação(da(memória.(
–  Uma(memória(só(é(formada(quando(solicitada.(
–  Onde(as(memórias(são(armazenadas?(
–  Nos(neurônios(da(percepção?(
–  No(hipocampo?(
–  No(lobo(frontal?(
•  Em(nenhum(deles(e(em(todos(eles.(
•  Fragmentos(de(uma(única(lembrança(estão(armazenados(em(
diferentes(redes.(
•  Uma( memória( é( minimamente( diferente( a( cada( vez( que( a(
relembramos.(
Estruturas(envolvidas(
Memória"–"natureza"reconstruAva"
•  “O( Córtex( frontal( é( a( parte( de( cérebro(
q u e( o r g a n i z a( c o r r e t a m e n t e( o s(
fragmentos( e( peças( numa( história(
temporal,( lógica( e( “significa[va”.( Para(
que( isto( ocorra( ele( deve( ser( acionado(
pela( amígdala,( a( qual( fornece( um( rótulo(
emocional( a( uma( memória,( um(
“significado”( que( ajuda( a( aglu[nar( as(
peças”.((RATEY,(2002,(p.(210)(
•  Mesmo( que( as( memórias( não( estejam( catalogadas( num(
repositório(central(e(tenham(que(ser(reconstruídas(todas(as(
vezes(que(as(recordamos,(uma(outra(questão(ainda(subsiste:(
Onde(reside(a(memória?(
–  Os(elementos(se(reúnem(e(se(recombinam(em(“zonas(de(
convergência”( perto( dos( neurônios( sensoriais( que(
primeiro( registram( o( acontecimento.( (Damásio( e(
Damásio).(
–  O( hipocampo( não( armazena( memórias.( Funciona( como(
uma( máquina( de( aferição( i( filtra( o( que( é( importante,(
decide( o( que( ignorar( ou( comprimir,( ( seleciona( os(
resultados(e(depois(envia(vários(pacotes(de(informação(a(
outras( partes( do( cérebro.( “Etapa( intermediária( que(
distribui(peças”.(
O"sono"desempenha"um"papel"
"
•  Experimentos( com( ratos( i( mesmas(
células(es[muladas(durante(o(período(de(
vigília(a[vam(durante(o(sono.(
•  Interrupção( do( sono( REM( bloqueia( a(
aprendizagem.( Sono( REM( par[cipa( da(
organização( das( peças( e( a( associação(
entre(elas.(
A Natureza Reconstrutiva da
Recuperação
●  Os esquemas, todavia, podem nos levar a “lembrar
erroneamente” algumas informações, tornando-as
mais consistentes com os nossos esquemas

● Frederick Bartlett (1932) fez pessoas lerem


histórias incomuns e, subsequentemente, lembrar
detalhes das histórias

● Quando os participantes lembraram as histórias,


eles as tornaram mais consistes com seus
esquemas sobre o mundo
Má Atribuição da Fonte
●  Ocorre quando nós não lembramos a fonte
verdadeira de uma memória e a atribuímos à
fonte errada

●  A má atribuição da fonte resulta em falsas


memórias, que são memórias inexatas que
parecem tão reais quanto as exatas

●  Falsas memórias também podem ocorrer


devido ao efeito de desinformação, que
ocorre quando uma memória é distorcida pela
subsequente exposição a informações
enganadoras
Quando a Memória Falha

●  Uma fonte de erros da memória está na confusão de fonte.

●  Esse engano é promovido pelo fato de que a


familiaridade e a recordação são distintas por várias razões,
incluindo os princípios que as regem e também as áreas
do cérebro que as sustentam durante a aprendizagem e
durante a recuperação.
Quando a Memória Falha
Familiaridade e fonte da memória
Quando a Memória Falha

●  Os psicólogos têm procurado sem êxito um meio de


distinguir memórias corretas de memórias enganadas.

●  A confiança que a pessoa expressa em suas lembranças


tem pouco valor para essa discriminação.

●  A hipnose também não ajuda a melhorar a memória e,


na verdade, pode aumentar o risco de erros de
memória.
Quando a Memória Falha
Lembranças estudadas por meio de desenhos
feitos sob hipnose
Um Estudo sobre Falsas Memórias
●  Loftus e Palmer (1974) mostraram a algumas pessoas
o filme de um acidente de trânsito e depois testaram a
sua memória do acidente
●  A algumas pessoas foi feita a pergunta “A que
velocidade iam os carros quando se chocaram
violentamente?” e a outras, “A que velocidade iam os
carros
quando bateram um no outro?”
●  Os participantes aos quais foi feita a
primeira pergunta estimaram a
velocidade como muito mais alta
no momento do impacto e disseram
ter visto vidros quebrados, quando
na verdade não havia
Ratey.(J.((2002).(O"Cérebro."Um"guia"para"o"
usuário.(Rio(de(Janeiro:(Obje[va.(
•  Estudos(sobre(memórias.(
•  Falsas(lembranças(–(detalhes(ficpcios,(poder(
da(sugestão((Estudo(de(Elizabeht(Lous(
(Seatle(na(década(de(70)((
•  Experiência(de(Lous(i(morte(da(mãe(i(
recomposição(da(cena.(
(
Memória e Testemunho

●  As falsas memórias sugerem que as


testemunhas oculares estão sujeitas a
erro e podem ser manipuladas por
informações enganadoras

●  Igualmente, as falsas memórias


sugerem que as lembranças
recuperadas não são,
necessariamente, exatas
Memória e Testemunho

•  Memória(em(Juízo(
–  Memórias(Reprimidas(
–  Falsas(Memórias(
(
(
•  Memórias(Autobiográficas(
–  Recordações(de(
circunstaâncias(e(episódios(de(
nossas(próprias(vidas(

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