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inventário: Etapas e
Documentação
Prof.a Lili de Souza
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.a Lili de Souza
S729o
Souza, Lili de
ISBN 978-65-5663-897-3
ISBN Digital 978-65-5663-892-8
CDD 342
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, este livro inaugura uma etapa importante, senão a
mais importante do seu Curso, pois visa trazer informações diretamente sobre
o processo de inventário extrajudicial em si, com suas etapas e exigências,
adicionadas de informações sobre os documentos necessários.
Prof.a Lili de Souza
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
O PROCESSO DE INVENTÁRIO
EXTRAJUDICIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos, inicialmente, questões
conceituais sobre sucessões e herança. Isso será feito para melhor engajá-lo na
temática, pois, à medida que você vai apreendendo o conteúdo, o conhecimento
igualmente segue fluindo, tornando sua percepção mais lógica e sequenciada.
Por exemplo, você primeiramente irá compreender o que é, quando e por que
ocorre a sucessão, entendeu?
Vamos lá?
3
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
2 CONCEITO DE SUCESSÃO
Podemos iniciar com a pergunta: O que é “sucessão”? Partindo da pesquisa
em alguns dicionários, jurídicos ou não, encontramos no Dicionário on-line:
sucessão
su·ces·são
sf
1 Ato ou efeito de suceder(-se); sucedimento.
2 Sequência ou série de pessoas, de acontecimentos ou de coisas que se
sucedem sem interrupção ou com pequeno intervalo.
3 Ato ou efeito de prosseguir; continuação, prosseguimento.
4 Transmissão de direito ou de patrimônio deixado por uma pessoa
falecida a uma ou diversas pessoas vivas; herança.
5 Transmissão de direitos ou de poder, especialmente poder político,
conforme determinadas regras ou leis.
6 Grupo de herdeiros ou de descendentes; prole.
7 MAT V sequência, acepção 8.
8 ECOL Mudança gradual entre tipos de comunidades ou ecossistemas
transitórios que envolve modificações na composição das espécies
vegetais e animais. Dados um período de tempo suficiente e uma
falta de interrupções repetidas, a sucessão conduz finalmente a uma
comunidade estável, uma comunidade clímax.
EXPRESSÕES
Sucessão hereditária, JUR: transmissão de patrimônio e de direitos de
pessoa falecida para seus herdeiros; sucessão universal.
Sucessão legítima, JUR: sucessão que ocorre por disposição da lei;
sucessão por força da lei.
Sucessão mista, JUR: sucessão em que existem herdeiros legítimos e
herdeiros testamentários.
Sucessão por força da lei, JUR: V sucessão legítima.
Sucessão primária, ECOL: desenvolvimento sequencial de
comunidades numa área que não foi previamente ocupada por
organismos, como a superfície de um vulcão recente ou de um terreno
descongelado.
Sucessão provisória, JUR: sucessão que é aberta em consequência de
sentença que declara a ausência da pessoa, cujo patrimônio e direitos
são, em geral, transmitidos aos herdeiros necessários.
Sucessão secundária, ECOL: sucessão ecológica numa área onde uma
comunidade terrestre clímax (ou outra vegetação) existia previamente
e foi removida, sem remover ou destruir completamente o solo
subjacente. Esse tipo de sucessão ocorre após a derrubada de madeira
e o abandono de terras agrícolas.
Sucessão testamentária, JUR: a) sucessão que por meio de testamento,
procede de disposição de última vontade; b) conjunto de normas de
direito civil que regulam cada forma de sucessão.
Sucessão universal, JUR: V sucessão hereditária.
ETIMOLOGIAl
lat successĭo, -ionis.
4
TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
5
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Acadêmico, você irá se deparar muito com essa expressão “de cujus”,
então é importante que se familiarize com o termo, mas que também saiba
aplicá-lo corretamente. Veja que, mesmo com boa dose de humor nossos autores
visitados, nos trazem um grande exemplo de como a falta do conhecimento nos
submete a situações risíveis: “... grassa uma história engraçada, de petição de
inventário feita por advogado bisonho. Apreciador do latinório, informou ao
juiz que o de cujus havia deixado “uma de cuja e dois de cujinhos” (OLIVEIRA;
AMORIM, 2016, s.p.).
Parece-nos que essa questão sobre o conceito de sucessão ficou bem
compreendido, então passaremos à HERANÇA, e, igualmente o objetivo é que
você, acadêmico, se aproprie desse conhecimento, com a finalidade única de
capacitado, poder colocar em prática seu aprendizado de maneira eficaz.
2.2 HERANÇA
Para Carvalho (2018, s.p.), “a herança, que às vezes é confundida com
espólio ou monte, abrange a totalidade dos bens, direitos e obrigações que se
transmite aos herdeiros e legatários com a morte, sendo considerada bem imóvel
(Art. 80, II, e 1.793 do CC), obedecendo a todas as normas e peculiares desses bens”.
[...] “A herança possui duração temporária, permanecendo da morte do de cujus
até a partilha dos bens, momento em que se extingue o espólio”. Explica o autor
que “Tecnicamente, o legado, que é um bem certo e específico, individualizado,
deixado pelo autor da herança ao legatário, não integra a herança em sentido
estrito, mas compõe o espólio”.
Oliveira e Amorim (2016, s.p.) ensinam que “Aos bens que se transferem
ao sucessor em virtude da morte de alguém, dá-se o nome de herança, isto
é, patrimônio que se herda, acervo hereditário ou, no aspecto formal e de
representação, espólio”. Obtemperam ainda que: “A transmissão da herança
preserva a continuidade do próprio ente familiar, sendo elencada entre
os direitos e garantias individuais, conforme o Artigo 5°, inciso XXX, da
Constituição Federal de 1988”.
Gagliano e Pamplona Filho (2021, s.p.) conceituam herança, de maneira
“simples e precisa”, como chamam: “a herança nada mais é do que o patrimônio
deixado pelo falecido.
Mais direto impossível, não é verdade? Todavia, os autores enfatizam,
que é necessário passar pelo entendimento do que é patrimônio, e obtemperam:
7
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Por outro lado, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2021,
s.p.), com precisão, confirmam que:
8
TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
NTE
INTERESSA
Vamos passar brevemente por essas duas categorias, porque a que mais
nos importa é realmente a sucessão “causa mortis”. Todavia, importante que se
traga ambas, acadêmico, para melhor permitir a você aprofundar o conhecimento.
Para isso invocamos a doutrina de Gonçalves (2021, s.p.), que expressa:
9
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
ATENCAO
10
TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
E
IMPORTANT
11
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
12
TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
3.2 COMORIÊNCIA
Acadêmico, você já ouviu falar em comoriência? Sim, no meio jurídico
tem muitos termos diferentes. Por isso fique atento, e aproveite para cada vez
mais enriquecer seu aprendizado e aumentar seu vocabulário também!
A comoriência se dá na presunção de morte simultânea, quando ocorre
a morte de duas ou mais pessoas e não existe meios de apurar quem faleceu
primeiro (Art. 8° do Código Civil).
Essa presunção de simultaneamente mortos, em regra, ocorre nos casos
de acidentes envolvendo pessoas de uma família que se encontravam em um
mesmo local, todavia, nada impede que não possa acontecer em locais diversos,
aplicando-se comoriência se não puder identificar quem faleceu primeiro.
Na dúvida, a presunção legal é de morte simultânea, não existindo
qualquer indício de que o mais velho faleceu primeiro, conforme Carvalho (2018,
s.p.) “a presunção é relativa, podendo ser afastada por perícia médica ou até
mesmo por testemunhas idôneas que presenciaram o óbito”.
Carvalho (2018, s.p.) apresenta exemplo: [...] "em um acidente envolvendo
veículos, as pessoas, ao prestarem socorro, comprovam que o motorista faleceu e
um dos passageiros ainda estava respirando, mas falece logo depois”.
Isso acontece para garantir o efeito da comoriência que irá resguardar o
sucessor, conforme avança o autor: “o efeito da comoriência no direito sucessório
é de que não existe transmissão de herança entre os comorientes, por não saber
quem morreu primeiro para transmitir os bens ao seu herdeiro que faleceu
depois” (CARVALHO, 2018, s.p.).
E conclui: desse modo, se o marido e a mulher, sem descendentes e
ascendentes, faleceram em comoriência, os bens de cada um serão herdados
por seus respectivos colaterais. Se, entretanto, um deles falecer primeiro e o
outro logo após, o último herdará todos os bens do cônjuge falecido primeiro,
ocorrendo transmissão entre eles. Esses bens, em seguida, serão herdados apenas
pelos parentes colaterais do cônjuge falecido posteriormente.
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UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
4.1 INDIGNIDADE
Podemos ver a indignidade como a ausência de dignidade em alguém, no
dicionário encontramos a categoria “indignidade” com sinônimos desenvolvidos
para cinco sentidos:
14
TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
15
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
4.2 DESERDAÇÃO
Em poucas, mas necessárias linhas, se diz que “a deserdação só pode
ocorrer na sucessão testamentária, pois depende de testamento, com expressa
declaração de causa (Art. 1.964) (GONÇALVES, 2021, s.p.).
16
TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
E
IMPORTANT
NOTA
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UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
18
TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
ATENCAO
Esse assunto da renúncia é tão sério que conforme dispõe o Art. 1.811
do Código Civil/2002 (BRASIL, 2002), “ninguém poderá suceder, representando
herdeiro renunciante”. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se
todos os outros da mesma classe renunciarem à herança, poderão os filhos vir à
sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
Lembre-se das classes: imagine que uma pessoa deixa oito herdeiros e sete
renunciam. Considere que os oito são todos da mesma classe; para facilitar, eram
todos irmãos – filhos do falecido. Renunciando sete, aquele que não renunciou,
herdará 100% da herança e entre os sete e esse um, não há que se falar em imposto,
ok? Não está se falando em transmissão. Isto tem que ficar bem claro, pois, quando
há renúncia, a parte renunciada volta ao monte-mor, já vimos antes, tornando a
ser dividido. No exemplo aqui, como só tinha um, não tinha com quem dividir.
Agora, se todos os oito renunciarem, a herança vai para a próxima classe,
que seria os filhos desses oito, e netos do falecido, mas neste momento não irá
para a viúva.
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UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
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TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Conforme Galiano e Pamplona Filho (2021, s.p.) “A doação tem, por objeto,
coisas, ou seja, bens materializados, corpóreos, passíveis de alienação, ao passo
que a cessão versa sobre direitos”. E, asseveram:
6.1 CONCEITO
Após todo desdobramento da matéria, parece-nos que o conceito fica
dedutivo, porém, é na doutrina de Gagliano e Pamplona Filho (2021, s.p.) que
vamos compreender que “A cessão de direitos hereditários consiste em um ato
jurídico negocial, pelo qual o herdeiro (cedente), por escritura pública ou termo
nos autos, transfere, gratuita ou onerosamente, a sua quota hereditária a um
terceiro (cessionário)”.
22
TÓPICO 1 — NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
E
IMPORTANT
Pela atual codificação civil, todavia, por ser exigida escritura pública para a
cessão de direitos hereditários, como vimos e bem frizamos anteriormente, torna-
se viável o seu registro no álbum fundiário (registro de imóveis), para que seja
oponível erga omnes (contra todos), em vista da publicidade inerente a esse ato.
7 RENÚNCIA À MEAÇÃO
Jamais se confundindo com a renúncia da herança, a “renúncia da
meação”, é possível segundo a doutrina de Amorim e Oliveira (2020, s.p.), que
inclusive apontam decisão do TJSP, destacando:
23
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Superada esta parte dos nossos estudos com essas noções introdutórias
sobre conceitos, abertura da sucessão, aceitação, renúncia e cessão da herança,
concluímos este nosso primeiro tópico, e seguimos nossos estudos, com a
sucessão legítima.
24
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
25
• A renúncia é ato solene, deve ser sempre expressa e lavrada por escritura
pública (no Tabelionato de Notas) ou por Termo nos Autos. Não tem validade
jurídica a renúncia feita em mero instrumento particular.
26
AUTOATIVIDADE
27
todo próprio para o Direito das Sucessões. De acordo com o conceito de
sucessão hereditária “mortis causa”, da categoria “de cujus”, bem como os
critérios de aceitação e renúncia da herança, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
4 Nosso Código Civil, prevê: “Art. 8 o Se dois ou mais indivíduos falecerem
na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes
precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos” (BRASIL,
2002). Percebe-se, portanto, a disposição da COMORIÊNCIA, na nossa lei
civil. Isso, sabemos, que tem uma razão e é bastante significativa. Disserte
sobre a aplicação da comoriência na situação sucessória no Brasil.
28
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
SUCESSÃO LEGÍTIMA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, iniciamos este segundo tópico, já podendo dizer que temos
uma noção de que trata um processo de inventário. Agora isso já não é mais uma
novidade. Você já sabe que é pelo processo de inventário que se dá a transferência
dos bens da sucessão, que nada mais é do que os bens de alguém que faleceu para
os seus herdeiros, sucessores ou, em algumas hipóteses, aos seus testamentários.
Sei que você já está querendo as respostas, mas vamos com calma, ainda
vamos passar pelo parentesco também. O parentesco é mais um assunto de
que trataremos neste tópico. É muito importante saber o grau de parentesco.
Seguramente, você já ouviu falar em “meu primo de segundo grau ...”, mas, será
que existe esse grau de parentesco? Isso, vamos descobrir! E fará toda diferença,
porque depois de estudar a ordem da vocação hereditária, vamos perceber que
ao falecer uma pessoa solteira sem vínculo de união estável com outra, por
exemplo, que não deixa filhos/netos (descendentes), nem tem mais os pais/avós
29
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Acadêmico, aqui vamos pedir sua atenção para que compreenda bem a
questão de como se dá a secessão legítima, porque teremos duas categorias de
herdeiros: herdeiros necessários e herdeiros legítimos, além dos testamentários.
E, qual a diferença dos herdeiros?
30
TÓPICO 2 — SUCESSÃO LEGÍTIMA
ATENCAO
Em outro exemplo: Carlos, viúvo, não vive em união estável, com certos
bens, tem um filho de 20 anos de idade. Neste exemplo, o filho representa o herdeiro
necessário (que também é legítimo, porque todo herdeiro necessário é legítimo),
significando daí, que se Carlos desejar beneficiar alguém por testamento, apenas
o poderá fazê-lo com 50% dos seus bens (Art. 1.789 do CC).
31
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Curioso, acadêmico, como de toda maneira a lei civil protege essa legítima.
Perceba que lá na parte destinada aos contratos, quando o Código Civil trata do
Contrato de Doação (Art. 549 do CC), também disciplina essa vedação e chama
de “doação inoficiosa”, considerando nula a doação quanto à parte que exceder a
de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. E,
como se corrige isso?
32
TÓPICO 2 — SUCESSÃO LEGÍTIMA
Acadêmico, importante que você observe que o cônjuge para concorrer com
descendentes, depende do regime de bens no casamento, conforme análise do inciso
I do artigo retro transcrito. Agora, com o ascendente, o cônjuge concorre em qualquer
regime, porém, continua a figurar como terceiro na ordem da vocação hereditária,
recebendo a totalidade da herança se não houver descendentes ou ascendentes.
33
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a
natureza e a situação dos bens.
§ 1° A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou
de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus.
§ 2° A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade
para suceder (BRASIL, 1942).
4 PARENTESCO
É senso comum que o Direito de Família e o Direito das Sucessões guardam
entre si fortes laços e importantes interações. Tartuce (2020, p. 162) leciona que “o
direito parental ou as relações de parentesco trazem, como conteúdo, as relações
jurídicas estabelecidas entre pessoas que mantém entre si um vínculo familiar,
sobretudo de afetividade”.
34
TÓPICO 2 — SUCESSÃO LEGÍTIMA
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UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
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TÓPICO 2 — SUCESSÃO LEGÍTIMA
ATENCAO
Imagine, acadêmico, uma escada. Isso mesmo, para subir e descer. Assim
você pode inserir no seu imaginário como pode contar o parentesco em linha reta,
porque ele pode ser:
• Linha reta ascendente – quando sobe (os ascendentes – pais, avós etc.).
• Linha reta descendente – quando desce (os descendentes – filhos, netos etc.).
37
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
[...] o grau de parentesco entre eu e meu pai é primeiro grau na linha reta
ascendente. O parentesco entre eu e meu avô é de segundo grau na linha
reta ascendente. O parentesco entre eu e meu bisavô é de terceiro grau
na linha reta ascendente, e assim de forma sucessiva. Esquematizando:
38
TÓPICO 2 — SUCESSÃO LEGÍTIMA
E
IMPORTANT
Embora possa parecer óbvio, mas é muito importante registrar que, conforme
também sublinha Tartuce (2020, p. 167), “[...] para vários fins sucessórios, o grau de parentesco
mais próximo exclui o mais remoto: o filho exclui o neto, que exclui o bisneto, que exclui o
trineto. O pai exclui o avô, que exclui o bisavô e assim na sequência lógica”.
39
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
ATENCAO
A segunda parte do art. 1.594 do Código Civil, enseja que na linha colateral, os
graus de parentesco contam-se pelo número de gerações, subindo até o parente comum,
e descendo até encontrar o outro parente procurado.
40
TÓPICO 2 — SUCESSÃO LEGÍTIMA
A atenção aqui deve ser redobrada, pois o erro mais comum é subir
até o pai, o que não está correto. Repita-se que é necessário subir até
o avô, que é o tronco comum, para depois descer ao tio. Portanto, o
parentesco é colateral de terceiro grau. Ato contínuo, percebe-se que o
grau de parentesco entre primos (eu e o filho do meu tio) é de quarto
grau, o máximo previsto em lei.
41
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
42
TÓPICO 2 — SUCESSÃO LEGÍTIMA
43
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
NOTA
E o autor segue:
44
TÓPICO 2 — SUCESSÃO LEGÍTIMA
45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Todo herdeiro necessário é legítimo, mas nem todo herdeiro legítimo é necessário.
46
• O Artigo 1.591 do Código Civil apresenta quem são os parentes em linha reta:
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as
outras na relação de ascendentes e descendentes” (BRASIL, 2002).
• O parentesco em linha reta pode ser contado em: linha reta ascendente – quando
sobe (os ascendentes – pais, avós etc) e linha reta descendente – quando desce
(os descendentes – filhos, netos etc).
• Para vários fins sucessórios, o grau de parentesco mais próximo exclui o mais
remoto: o filho exclui o neto, que exclui o bisneto, que exclui o trineto. O pai
exclui o avô, que exclui o bisavô e assim na sequência lógica.
• O grau de parentesco entre mim e meu pai é primeiro grau na linha reta
ascendente. O parentesco entre mim e meu avô é de segundo grau na linha reta
ascendente. O parentesco entre mim e meu bisavô é de terceiro grau na linha
reta ascendente, e assim de forma sucessiva.
• O grau de parentesco entre mim e meu tio é colateral de terceiro grau. Ato
contínuo, percebe-se que o grau de parentesco entre primos (eu e o filho do
meu tio) é de quarto grau, o máximo previsto em lei.
• A segunda parte do Art. 1.594 do Código Civil, enseja que na linha colateral, os
graus de parentesco contam-se pelo número de gerações, subindo até o parente
comum, e descendo até encontrar o outro parente procurado.
47
AUTOATIVIDADE
48
( ) Aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge.
( ) Ao cônjuge sobrevivente.
( ) Aos companheiros(as) em concorrência com os colaterais.
49
50
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
RECEBIMENTO DA HERANÇA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3 abordaremos o recebimento da herança. Vamos
passar por alguns temas que precisamos, desde já, pedir muito a sua atenção,
porque o nome pode levá-lo a pensar que vai se tratar de um objetivo, quando na
verdade é outro. É o caso, por exemplo, da “petição de herança”. À primeira vista
podemos até imaginar que é a petição para o inventário, mas, não é isso! E esta é
a razão desta primeira advertência sobre sua ATENÇÃO!
Você descobrirá, neste tópico, o que verdadeiramente vem a ser a petição
de herança, quando ela ocorre, quem é o herdeiro aparente, que direitos tem ele,
onde o Código Civil disciplina essa matéria, entre outros dispositivos.
Seja muito bem-vindo, a este último tópico e que seja uma satisfação este
aprendizado, igual está sendo o tempo dedicado à sua formação, porque você é
muito especial!
51
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Com relação à temática, o Código Civil dispõe em seus Artigos 1.824 a 1.828
a faculdade do exercício da ação a qualquer dos herdeiros, abrangendo todo o acervo
hereditário e responsabilizando o possuidor pela restituição dos bens objetos da
ação de petição de herança, sob pena de responder por má-fé e pela mora.
[...] aquele que, como tal, surgisse aos olhos de todos, em face de
determinadas circunstâncias, como um verdadeiro e legítimo herdeiro,
sem sê-lo realmente. É aquele que, não sendo titular dos direitos
sucessórios, é tido, entretanto, como legítimo proprietário da herança,
em consequência de erro invencível e comum.
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TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
ATENCAO
Amorim e Oliveira (2018, s.p.) sintetizam: “seria aquele que nunca foi herdeiro
pela essência, mas o foi pela aparência”. E trazem exemplos como a pessoa que entra na
posse de determinados bens sem saber da existência de outros herdeiros de graus mais
próximos; ou aquele que recebe bens por testamento, depois vem a perder em virtude de
nulidade ou falsidade no testamento; ou ainda, salientam os autores como hipótese mais
comum: a transmissão de bens a certos herdeiros e depois surge outro filho do falecido,
reconhecido por investigação pos mortem.
Como vimos, o herdeiro aparente pode estar na posse dos bens de boa ou
de má-fé, e daí temos que invocar os artigos sobre os estudos da POSSE (Art. 1.214
a 1.222 do CC), em razão dos efeitos em relação a terceiros. Perceba, acadêmico,
aqui vale a pena reforçar, que o Artigo 1.817 do Código Civil apenas defende as
alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé; e, também os atos
praticados pelo herdeiro excluído, antes da sentença de exclusão, com direito aos
coerdeiros a demandar perdas e danos, quando prejudicados. Esse excluído da
sucessão tem direito a ser indenizado das despesas que teve com a conservação
dos frutos e rendimentos, muito embora seja obrigado a restituí-los, na dicção do
parágrafo único do Art. 1.817 do Código Civil:
53
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
E
IMPORTANT
Nossa incursão pelo tema é mais no sentido de, além de alargar seu
conhecimento, também deixá-lo preparado para não confundir as categorias, pois
a petição de herança não está nos procedimentos extrajudiciais, por encontrar-
se como questões que suscitam demandas judiciais, e não é a proposta nuclear
de nosso estudo neste livro, de modo que, a matéria não será aprofundada por
caracterizar no inventário como alta indagação e questões que, seguramente
levarão as partes às vias ordinárias. Então já passaremos ao novo item chamado
Direito de Interpretação sem, contudo, lhe tirar o direito, e até incentivá-lo, a
buscar mais e mais informações sobre tema que muito nos move.
3 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
Neste item apresentaremos novos termos jurídicos que integram o
vocabulário do Direito das Sucessões, por exemplo: “herança paga por direito
próprio ou por cabeça” e “herança paga por direito de representação”.
54
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
3.1 CONCEITO
Conforme vimos, essas novas expressões também significam que “há
duas maneiras de suceder: por direito próprio (jure próprio) e por representação
(jure representationis)” (GONÇALVES, 2020, s.p.). Continua o autor, informando
que a sucessão por direito próprio se dá quando a herança é deferida ao herdeiro
mais próximo, seja em virtude de seu parentesco com o falecido, seja por força
de sua condição de cônjuge ou companheiro; e a sucessão por representação se
dá quando chamado a suceder em lugar de parente mais próximo do autor da
herança, porém pré-morto.
ATENCAO
55
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
56
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
DICAS
57
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
58
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
ATENCAO
ATENCAO
59
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
4 DESCENDENTES
Conforme podemos observar nas lições anteriores, os descendentes
situam-se na primeira classe da ordem da de vocação hereditária apresentada
pelo Código Civil, no Artigo 1.829, conforme a proximidade de parentesco por
graus: primeiro os filhos, depois os netos, e assim por diante. Colhemos ainda da
lição de Amorim e Oliveira (2018, s.p.) que “Justifica-se a colocação prioritária dos
descendentes no recebimento da herança porque, supostamente, seria vontade
do falecido proteger sua prole, mediante a transmissão do patrimônio que lhe
garanta digna sobrevivência”.
5 ASCENDENTES
Percebe-se, acadêmico, que pela ordem da vocação hereditária, conforme
já analisamos, os ascendentes continuam em segundo lugar, mas não isolados, em
consonância com as disposições do Artigo 1.836 do Código Civil, pois concorrem
com o cônjuge ou com o companheiro, pois tal dispositivo, agora, também se
aplica ao companheiro, por força da decisão no Recurso Extraordinário n° 878.694
do Supremo Tribunal Federal (STF) que alterou o Art. 1.790.
60
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
E
IMPORTANT
61
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Amorim e Oliveira (2018, s.p.) nos fazem lembrar que “Havendo cônjuge
sobrevivente, concorre com os ascendentes recebendo um terço da herança, ou
metade se houver um só ascendente de 1° grau ou ascendentes de maior grau
(avós), conforme disposto no Artigo 1.837”.
Uma celeuma, que para muitos parece lógica, para outros nem tanto assim,
ainda é a temática da adoção – dos filhos adotivos. Muito embora conhecemos
a plena equiparação de direitos consagrada constitucionalmente, sempre
encontramos, na doutrina, pontos nos chamando a atenção a essas situações,
todavia, não há distinções decorrentes da filiação adotiva.
62
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
6 CÔNJUGE
Conforme lecionam Amorim e Oliveira (2018, s.p.), “o cônjuge
sobrevivente, na qualidade de viúvo do autor da herança, tem dupla vocação
hereditária, como herdeiro concorrente ou como herdeiro exclusivo.
63
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Outro tema que tem encontrado eco nas mais diversas doutrinas e
até recebeu decisão do STF para resolver a celeuma, é a questão do herdeiro
companheiro, que convivia em união estável com a pessoa falecida, e é o nosso
próximo ponto.
64
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
8 COLATERAIS
Os colaterais estão em quarto lugar na ordem da vocação hereditária. Se
não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no Art. 1.830 do
Código Civil, “serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau”, Art.
1.839, da Lei 10.406 de 10 janeiro de 2002 (BRASIL, 2002).
66
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
67
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
ATENCAO
68
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
69
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
O Código Civil, em seu Artigo 8°, assim estabeleceu “se dois ou mais
indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”.
70
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
Instituto de origem romana criado para reparar o mal sofrido pela morte
prematura dos pais.
71
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Ensina Silvio de Salvo Venosa: “se não houver diversidade de graus, isto
é, os descendentes vivos mais próximos estiverem no mesmo grau, não haverá
representação: a herança é dividida por cabeça. Assim, se o falecido deixou só
netos, não havendo filhos vivos, a herança é dividida pelo número exato de netos,
não importando quantos tenham sido os filhos”.
72
TÓPICO 3 — RECEBIMENTO DA HERANÇA
REPRESENTAÇÃO E COMORIÊNCIA
73
UNIDADE 1 — O PROCESSO DE INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
74
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O legislador afirma que são válidas as alienações que o herdeiro aparente fizer
a terceiro de boa-fé, a título oneroso.
• O Código Civil aponta no Artigo 1.835 que “os filhos sucedem por cabeça, e os
outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no
mesmo grau.
• Herdar por estirpe é o mesmo que herdar por direito de representação. Assim,
havendo descendentes de graus diversos, a herança dividir-se-á em tantas estirpes
quantos forem os vários ramos, isto é, os descendentes em grau mais próximo.
75
• Na linha colateral, a representação ocorrerá em favor dos filhos de irmãos do
falecido (dos sobrinhos) quando irmão deste concorrerem, é o que dispõe o
Artigo 1.853 do CC.
• Se o finado deixa apenas sobrinhos, herdam estes por cabeça e em partes iguais.
• Se os netos herdaram por direito próprio, é irrelevante tenham ou não seus pais
recebido doações do autor da herança. Herança, todavia, se herdaram por direito
de representação, devem conferir as doações recebidas pelo ascendente que
representam, ainda que os bens objeto das doações não componham a herança.
76
• Pela regra do parágrafo único do Artigo 1.836 do Código Civil, o ascendente
de grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. Assim,
em caso de pai sobrevivo e mãe pré-morta, receberá, aquele, a totalidade da
herança, ainda que sejam sobrevivos os avós maternos.
CHAMADA
77
AUTOATIVIDADE
2 O Código Civil aponta no Artigo 1.835 que “os filhos sucedem por cabeça,
e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem
ou não no mesmo grau". Logo, há duas maneiras de suceder: por direito
próprio e por representação. Com base nas definições dos enfoques das
modalidades de sucessão, analise as sentenças a seguir:
5 Pode acontecer, e nossa legislação prevê, de alguém vir a falecer sem deixar
parente algum sucessível, ou se o tem, ainda assim renunciam à herança.
Essa herança é chamada “herança jacente”. Neste contexto, disserte sobre
como se dá essa “sucessão” dos bens desse falecido, dissertando também
sobre a herança jacente e vacante.
79
REFERÊNCIAS
AB INTESTATO. In: DICIONÁRIO Brasileiro da Língua Portuguesa. São
Paulo: Michaelis, 2021. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-
portugues/busca/portugues-brasileiro/ab%20intestato/. Acesso em: 29 abr. 2021.
AMORIM, S.; OLIVEIRA, E. Inventário e partilha: teoria e prática. 26. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020
AMORIM, S.; OLIVEIRA, E. Inventário e partilha: teoria e prática, 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2018.
AMORIM, S.; OLIVEIRA, E. Inventário e partilha: teoria e prática, 24. ed. São
Paulo: Saraiva, 2016.
80
SUCESSÃO. In: DICIONÁRIO Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo:
Michaelis, 2021b. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/busca?id=XpaPo.
Acesso em: 28 mar. 2021.
GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro: direito das sucessões, vol. 7. 15. ed.
São Paulo: Saraiva Educação, 2021.
PEREIRA, C M.S. Instituições de direito civil: direito das sucessões. v. 6. 27. ed. rev.
e atualizada por Carlos Roberto Barbosa Moreira. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
81
82
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
83
84
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, superada as questões de pano de fundo do Direito das
Sucessões, com relação a parte mais teórica, na Unidade 1, este primeiro tópico
da Unidade 2 tem como objetivo, como o próprio nome já diz, apresentar uma
visão geral, ou seja, ofertar um panorama macro das questões que abrangem
um inventário extrajudicial, do ponto de vista das formalidades que compõem a
atividade do serviço notarial em si.
85
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
2 PODER JUDICIÁRIO
Acadêmico, você se incursionou por um caminho de temas jurídicos, então
nada mais natural de querer saber também um pouquinho da origem, da história
do nosso país, não é mesmo? Pensando nisso, resolvemos iniciar este tópico, e até
mesmo inaugurar esta unidade com breves linhas sobre o início do Poder Judiciário
no Brasil, antes de chegarmos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
86
TÓPICO 1 — VISÃO GERAL SOBRE A LEGITIMIDADE DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Nossa história, sempre nos lembra que um dia fomos súditos, pois a
Constituição de 25 de março de 1824, no seu Artigo 163, definiu que as Relações
ficariam sujeitas ao Supremo Tribunal de Justiça sediado na Capital do Império,
e era um rígido centralismo.
Em últimas notas históricas, até 1889 funcionou no Império uma Justiça
única, de âmbito nacional. “A administração da Justiça, até então, era confiada a
magistrados singulares, nomeados e demitidos livremente pelo Rei, e aos Tribunais
da Relação, que podiam também decidir questões administrativas” (TJSC, 2021a).
Vamos falar agora sobre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e, uma coisa
que lhe chamará a atenção, é que é um órgão jovem, pois tem apenas 15 anos!
87
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Transparência e controle:
• Na Política Judiciária: zelar pela autonomia do Poder Judiciário e
pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, expedindo atos
normativos e recomendações.
• Na Gestão: definir o planejamento estratégico, os planos de metas e
os programas de avaliação institucional do Poder Judiciário.
• Na Prestação de Serviços ao Cidadão: receber reclamações,
petições eletrônicas e representações contra membros ou órgãos
do Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias
e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem
por delegação do poder público ou oficializado.
• Na Moralidade: julgar processos disciplinares, assegurada ampla
defesa, podendo determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo
de serviço e aplicar outras sanções administrativas.
88
TÓPICO 1 — VISÃO GERAL SOBRE A LEGITIMIDADE DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Acadêmico, a missão do CNJ, não poderia ser outra a não ser a voltada
à Sociedade. “Missão: promover o desenvolvimento do Poder Judiciário em
benefício da sociedade, por meio de políticas judiciárias e do controle da atuação
administrativa e financeira” (CNJ, 2021b, s.p.). Perceba que o controle da atividade
judiciária é a essência do CNJ, do qual estão subordinadas às Corregedorias Gerais
de Justiça dos Estados – que veremos a seguir – e, assim sendo, os Tabelionatos,
por sua vez recebem tais orientações direta e indiretamente, que é para lá que
nosso vetor está apontado.
Registra-se que o CNJ se movimenta, se faz ser ouvido, pelos atos que
pratica, por meio dos seus Atos Normativos, quais sejam: Instruções Normativas,
Portarias, Provimentos, Resoluções, Recomendações, Notas Técnicas, Enunciados,
Orientações, entre outros atos internos. Adiante, em subtópico próprio,
apresentaremos a Resolução n° 35 de 24 de abril de 2007 do CNJ, que disciplina a
aplicação da Lei n° 11.441/07 pelos serviços notariais e de registro.
NOTA
89
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Gestão
Orçamentária
FONTE: <https://boaspraticas.cnj.jus.br/portal>. Acesso em: 2 maio 2021.
Como não poderia deixar de ser, acadêmico, o CNJ, por essa Gestão de
Processo, visa o contínuo aperfeiçoamento das Tabelas Processuais Unificadas.
Todavia, quando se “abre” o eixo temático apontado anteriormente, temos:
91
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
E
IMPORTANT
Sustentabilidade e Acessibilidade
92
TÓPICO 1 — VISÃO GERAL SOBRE A LEGITIMIDADE DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
93
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
94
TÓPICO 1 — VISÃO GERAL SOBRE A LEGITIMIDADE DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
RESOLVE:
95
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
SEÇÃO I
96
TÓPICO 1 — VISÃO GERAL SOBRE A LEGITIMIDADE DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
SEÇÃO II
Art. 13. A escritura pública pode ser retificada desde que haja o consentimento
de todos os interessados. Os erros materiais poderão ser corrigidos, de ofício
ou mediante requerimento de qualquer das partes, ou de seu procurador, por
averbação à margem do ato notarial ou, não havendo espaço, por escrituração
própria lançada no livro das escrituras públicas e anotação remissiva.
97
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Art. 18. O(A) companheiro(a) que tenha direito à sucessão é parte, observada
a necessidade de ação judicial se o autor da herança não deixar outro
sucessor ou não houver consenso de todos os herdeiros, inclusive quanto ao
reconhecimento da união estável.
Art. 24. A escritura pública deverá fazer menção aos documentos apresentados.
98
TÓPICO 1 — VISÃO GERAL SOBRE A LEGITIMIDADE DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Art. 25. É admissível a sobrepartilha por escritura pública, ainda que referente
a inventário e partilha judiciais já findos, mesmo que o herdeiro, hoje maior e
capaz, fosse menor ou incapaz ao tempo do óbito ou do processo judicial.
Art. 30. Aplica-se a Lei n.° 11.441/07 aos casos de óbitos ocorridos antes de sua
vigência.
Art. 31. A escritura pública de inventário e partilha pode ser lavrada a qualquer
tempo, cabendo ao tabelião fiscalizar o recolhimento de eventual multa,
conforme previsão em legislação tributária estadual e distrital específicas.
SEÇÃO III
99
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Art. 35. Da escritura, deve constar declaração das partes de que estão cientes
das conseqüências da separação e do divórcio, firmes no propósito de pôr
fim à sociedade conjugal ou ao vínculo matrimonial, respectivamente, sem
hesitação, com recusa de reconciliação.
Art. 43. Na escritura pública deve constar que as partes foram orientadas sobre
a necessidade de apresentação de seu traslado no registro civil do assento de
casamento, para a averbação devida.
100
TÓPICO 1 — VISÃO GERAL SOBRE A LEGITIMIDADE DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
SEÇÃO IV
Art. 48. O restabelecimento de sociedade conjugal pode ser feito por escritura
pública, ainda que a separação tenha sido judicial. Neste caso, é necessária e
suficiente a apresentação de certidão da sentença de separação ou da averbação
da separação no assento de casamento.
Art. 50. A sociedade conjugal não pode ser restabelecida com modificações.
101
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
SEÇÃO V
102
TÓPICO 1 — VISÃO GERAL SOBRE A LEGITIMIDADE DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
103
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os juízes, na época usavam como insígnia a vara branca, sinal de distinção régia.
A Vara era símbolo da antiga magistratura e continua um sinal de jurisdição.
104
• A Corregedoria Nacional de Justiça é responsável pela orientação, coordenação
e execução de políticas públicas voltadas à atividade correicional e ao bom
desempenho da atividade judiciária dos tribunais e juízos e dos serviços
extrajudiciais do País, isso é o que declara o o CNJ.
105
AUTOATIVIDADE
106
3 Os Artigos 982 e 983 do CPC/1973 foram alterados pela Lei n° 11.441/2007,
sendo que o atual CPC/2015, em seu Art. 610, §§ 1° e 2°, segue com tais
disposições. Essa Lei n° 11.441/2007 foi regulamentada pela Resolução
n° 35 do CNJ, apresentando os procedimentos para os atos notariais de
lavratura de escritura pública de inventário, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
107
108
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos o caráter opcional que tem o
inventário extrajudicial. É claro, que conforme você já aprendeu, existem alguns
critérios para essa opção. Todavia, os observando, o fato de o inventário tramitar
judicialmente ou extrajudicialmente será sempre uma opção da parte.
Outro assunto que será tratado neste tópico é com relação aos prazos. Aqui,
acadêmico, pedimos que fique bem atento, porque há uma distinção no prazo
para a abertura do inventário, entre a legislação civil e a legislação processual.
109
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
110
TÓPICO 2 — CARÁTER OPCIONAL DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
E
IMPORTANT
111
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Mas é de ver que esses prazos não são rígidos nem fatais. É comum p
atraso na abertura do inventário. Diversas as razões, como o trauma
decorrente da perda de um ente familiar, dificuldades financeiras,
problemas na contratação de advogado ou necessidade de diligências
para localização dos bens e sua documentação (AMORIM; OLIVEIRA,
2020, p, 304).
112
TÓPICO 2 — CARÁTER OPCIONAL DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
4 DO INVENTÁRIO
Trataremos do inventário iniciando pelo seu conceito, buscando na
doutrina a derivação do termo propriamente dito, objetivando com isso levar
você sempre nesta proposta de unir a teoria com a praxis.
113
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Desse modo, conforme destaca Carvalho (2020, p. 143) “no direito das
sucessões, inventário é o processo judicial ou extrajudicial de levantamento e
apuração de bens pertencentes ao falecido, visando repartir o patrimônio entre
seus herdeiros, realizando o ativo e o pagamento do passivo”. É, por fim, uma
maneira de se oficializar instrumentalmente a transferência dos bens deixados
pelo falecido aos herdeiros e/ou legatários, apurando e descrevendo os bens,
efetuando o pagamento das dívidas, avaliando os bens, realizando o cálculo e
recolhimento dos imóstos para fins de partilha.
Com essa noção do conceito de inventário, que para o nosso estudo
nos interessa mais o inventário extrajudicial, conforme a análise exposta
anteriormente, inventário é o processo de levantamento daquilo que pertencia à
pessoa falecida, com o objetivo de pagar débitos existentes e dividir o patrimônio
entre os herdeiros.
114
TÓPICO 2 — CARÁTER OPCIONAL DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
115
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Por fim, Maria Berenice Dias apud Carvalho (2020, p. 155) destaca que
“além de aliviar a atividade judicial e diminuir o volume de demandas em juízo,
a dejudicialização de questões, quando não existe conflito entre os seus titulares,
redimensiona a presença do Estado na vida do cidadão”. Interessante, acadêmico,
essa ótica da desembargadora, pois, ainda ressalta o quão importante representa
a dispensa da intervenção do Estado, pois consebe mais valor à vontade das
pessoas, não as obrigando à ações judicias, e possibilitando que elas decidam as
questões fora do âmbito do Poder Judiciário.
Dessarte, vimos o Código de Processo Civil (CPC) caminhando no sentido
de desjudicialização das demandas sem litígio, agilizando e simplificando os
procedimentos, dispondo no Art. 610:
E
IMPORTANT
“Não existe vedação, a nova regra pode ser aplicada também nas sucessões
anteriores à modificação legislativa” (CARVALHO, 2020, p. 155).
O que significa dizer que mesmo que o falecimento tenha ocorrido antes de 2007,
mas todos são capazes e concordes, podem tanto fazer o processo de inventário pela via
administrativa, como converter o processo judicial para o extrajudicial.
116
TÓPICO 2 — CARÁTER OPCIONAL DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
5.2 REQUISITOS
São requisitos para o inventário extrajudicial:
117
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Com relação à capacidade, exigida para poder se optar pela esfera administrativa,
deve ser analisada não na abertura da sucessão (morte), mas no momento da
lavratura do inventário e da partilha.
118
• O ITCMD – Imposto de Tramsmissão Causa Mortis e Doação é de competência
estadual, ou seja, de cada Estado da Federação. Portanto, as tabelas são
diferenciadas e cada Estado tem suas regras e sistemas de cobrança e aplicação
das multas quando há o atraso na abertura do inventário.
• Mesmo que o falecimento tenha ocorrido antes de 2007, mas todos são capazes e
concordes, podem tanto fazer o processo de inventário pela via administrativa,
como converter o processo judicial para a via extrajudicial.
119
AUTOATIVIDADE
120
3 Sabemos que a abertura da sucessão é diferente que a abertura do inventário,
pois, compreende-se que a abertura da sucessão é quando ocorre o evento
morte, já a abertura do inventário, é quando se dá início ao procedimento
de formalizar e instrumentalizar a transferência dos bens da pessoa falecida
para os seus herdeiros e/ou legatários. De acordo com as regras para
abertura do inventário, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para
as falsas:
121
122
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Este tópico encerra mais uma unidade dos nossos estudos. Aqui vamos
compreender os efeitos do inventário e partilha extrajudicial.
123
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
124
TÓPICO 3 — A COMPETÊNCIA FUNCIONAL DO TRABELIÃO E A ASSISTÊNCIA DO ADVOGADO
125
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
ATENCAO
E, por fim, Gonçalves (2014, s.p.) conclui seu artigo: “de todo o exposto,
nota-se a importância de o notário estar sempre atento na observação dos princípios
da administração pública durante a sua atuação, de modo a exercer seu mister com
a qualidade e segurança esperada pelo Estado delegante e os usuários”.
126
TÓPICO 3 — A COMPETÊNCIA FUNCIONAL DO TRABELIÃO E A ASSISTÊNCIA DO ADVOGADO
127
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
4 RESPONSABILIDADE DO TABELIÃO
Mesmo que as escrituras de partilha amigável sejam celebradas por pessoas
capazes, com a obrigatória assistência de advogado, o tabelião é responsável por
eventuais desvios e atos que sejam praticados contra expressa disposição legal.
5 ASSISTÊNCIA DO ADVOGADO
Conforme dispõe o parágrafo segundo do Artigo 610 do Código de
Processo Civil: “§ 2 o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as
partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público,
cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial” (BRASIL, 2015, grifo nosso).
128
TÓPICO 3 — A COMPETÊNCIA FUNCIONAL DO TRABELIÃO E A ASSISTÊNCIA DO ADVOGADO
E
IMPORTANT
129
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
2 REQUISITOS
No Estado de São Paulo, o inventário que não for requerido nesse prazo,
o imposto será calculado com acréscimo de multa equivalente a 10% do valor do
imposto e, se o atraso exceder a 180 dias, a multa será de 20%, conforme a Lei n°
10.705/2000. A súmula 542 do Supremo Tribunal Federal prevê que os Estados
podem impor multa aos herdeiros, por retardar o prazo da abertura do inventário.
130
TÓPICO 3 — A COMPETÊNCIA FUNCIONAL DO TRABELIÃO E A ASSISTÊNCIA DO ADVOGADO
3 INVENTÁRIO JUDICIAL
a) Inventário negativo:
131
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
5 INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
132
TÓPICO 3 — A COMPETÊNCIA FUNCIONAL DO TRABELIÃO E A ASSISTÊNCIA DO ADVOGADO
133
UNIDADE 2 — AS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Outra decisão semelhante foi tomada pela 10ª Vara de Família e Sucessões,
do Fórum João Mendes Júnior, em São Paulo, o magistrado decidiu que, “na
hipótese de todos os herdeiros serem maiores e capazes, poderão proceder ao
inventário extrajudicial, de maior celeridade em benefício das partes, em vista de
que apenas esta ação de abertura, registro e cumprimento de testamento requer a
intervenção do Poder Judiciário”.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CHAMADA
134
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Atualmente para ser tabelião precisa passar em concurso público, e cada Estado
da Federação brasileira se ocupa de editar esses concursos para o preenchimento
das vagas para os Tabelionatos de Notas – os cartórios extrajudiciais.
• Conforme artigo publicado pelo Colégio Notarial, escrito por Luis Flavio
Fidelis Gonçalves, em 2014, o tabelião “pode figurar como sujeito passivo em
Mandado de Segurança”, na dicção do Art. 327 do Código Penal.
135
• Há o Registro Central de Inventários, que concentra dados e informações dos
atos notariais lavrados, servindo para prevenir duplicidade de escrituras e
facilitar as buscas.
• Não cabe ao tabelião indicar advogado às partes, e muito menos, ter no cartório
um advogado de plantão.
136
AUTOATIVIDADE
137
3 Em regra os atos notariais não estão sujeitos ao Código de Defesa do
Consumidor. Todavia, os princípios da atividade notarial, também se
sujeitam aos princípios do Direito Administrativo, que visam garantir
a publicidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos. Com relação aos
princípios da atividade notarial, classifique V para as sentenças verdadeiras
e F para as falsas:
5 Foi com a Lei n° 11.441/2007 que se iniciou no Brasil essa nova modalidade
de instrumentalização do Inventário – Inventário extrajudicial. É feito
em Tabelionato de Notas, por escritura pública, cumprindo algumas
exigências legais, uma delas, é não ter entre as partes nenhum incapaz;
outra exigência é a ausência de testamento e, também a assistência de
advogado. Nesse contexto, disserte sobre a assistência do advogado no
inventário extrajudicial.
138
REFERÊNCIAS
AMORIM, S.; OLIVEIRA, E. Inventário e Partilha: teoria e prática. 26. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020.
139
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 1 mai. 2021.
CARVALHO, D. M. Direito das sucessões. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
140
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). Súmula 542. Brasília, DF,
2021. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/
menuSumarioSumulas.asp?sumula=3345. Acesso em: 17 jul. 2021.
TARTUCE, F. Direito Civil: direito das sucessões. 13. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2020, v. 6.
141
142
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
143
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
144
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos as partes no inventário. Desde o
início deste livro você tem recebido conteúdos que já o fazem imaginar a existência
do inventariado – que é o autor da herança, o “de cujus” (falecido). Todavia,
aqui não o trataremos como parte, não estamos em um processo judicial, nosso
assunto, vale lembrar, é o inventário extrajudicial.
NOTA
145
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
2 PARTES NO INVENTÁRIO
Diferentemente do inventário judicial, que tem as partes inventariado (de
cujus) e inventariante, no nosso estudo – o inventário extrajudicial – partiremos
do texto legal: parágrafo primeiro do Artigo 610 do CPC: “§ 1° Se todos forem
capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura
pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem
como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras”
(BRASIL, 2015, grifo nosso).
• nacionalidade;
• profissão;
• idade;
• estado civil;
• regime de bens;
• data do casamento;
• pacto antenupcial e seu registro imobiliário, se houver;
• número do documento de identidade;
• número de inscrição no CPF/MF;
• domicílio e residência.
146
TÓPICO 1 — DOCUMENTAÇÃO DAS PARTES E DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NO INVENTÁRIO
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UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Com relação aos documentos do “de cujus”, não se tem muito que examinar,
como vimos é a Certidão de óbito e os documentos pessoais, acompanhados
da qualificação completa. O que você precisa atentar, acadêmico, é que pode
acontecer de chegar até você um caso de alguém que tenha falecido, cujo óbito
não tenha sido registrado.
Para o caso de o óbito ainda não ter sido registrado e o prazo legal já
houver transcorrido, será necessário a ação judicial de registro tardio de óbito.
E
IMPORTANT
Perceba, acadêmico, que temos o prazo máximo de três meses para registrar
o óbito no Registro Civil das Pessoas Naturais, sob pena de recorrer ao Judiciário
e suportar as formalidades de uma ação judicial, embora de jurisdição voluntária.
148
TÓPICO 1 — DOCUMENTAÇÃO DAS PARTES E DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NO INVENTÁRIO
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UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
FONTE: <https://www.policiacivil.go.gov.br/noticias-da-policia-civil/instituto-de-identificacao-ja-
emite-novo-modelo-de-carteira-de-identidade.html>. Acesso em: 18 jul. 2021.
150
TÓPICO 1 — DOCUMENTAÇÃO DAS PARTES E DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NO INVENTÁRIO
Isso significa dizer que se o falecido era casado pelo regime da comunhão
universal de bens, na vigência da Lei 6.515/77, deverá ser apresentado o pacto
antenupcial pelo cônjuge sobrevivente, que também é meeiro. A mesma situação
serve para os herdeiros, se casados em regime diverso do legal, devem apresentar
o pacto antenupcial.
151
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
FONTE: <https://www.26notas.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/11/Ato_63_anexoprov63.pdf>.
Acesso em: 19 jul. 2021.
152
TÓPICO 1 — DOCUMENTAÇÃO DAS PARTES E DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NO INVENTÁRIO
FONTE: <https://www.26notas.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/11/Ato_63_
anexoprov63.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2021.
3 CREDORES DO ESPÓLIO
“A existência de credores do espólio não impedirá a realização do
inventário e partilha, ou adjudicação, por escritura pública”. Isso é o que reza o
Artigo 27 da Resolução n° 35/2007 do CNJ.
É certo que, conforme afirmam os autores: “cabe aos herdeiros indicar não
só o ativo, mas também o passivo do espólio, nesse caso discriminando as dívidas,
os respectivos credores, bem como a forma de seu pagamento” (AMORIM;
OLIVEIRA, 2020, p. 450).
Mesmo que não sejam indicados credores do espólio, seus direitos serão
sempre ressalvados, podendo agir por ação própria contra os herdeiros, na
medida dos quinhões da herança atribuídos na partilha.
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TÓPICO 1 — DOCUMENTAÇÃO DAS PARTES E DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NO INVENTÁRIO
155
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
156
• Os documentos que deverão ser apresentados na lavratura da escritura do
inventário extrajudicial são:
◦ certidão de óbito do autor da herança;
◦ documento de identidade oficial e CPF das partes e do autor da herança;
◦ certidão comprobatória do vínculo de parentesco dos herdeiros;
◦ certidão de casamento do cônjuge sobrevivente e dos herdeiros casados e
pacto antenupcial, se houver;
◦ certidão de propriedade de bens imóveis e direitos a eles relativos;
◦ direitos, se houver;
◦ certidão negativa de tributos; e
◦ Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR, se houver imóvel rural a
ser partilhado.
• Para o caso de o óbito ainda não ter sido registrado e o prazo legal já houver
transcorrido, será necessário a ação judicial de registro tardio de óbito.
• Mesmo que não sejam indicados credores do espólio, seus direitos serão sempre
ressalvados, podendo agir por ação própria contra os herdeiros, na medida dos
quinhões da herança atribuídos na partilha.
157
AUTOATIVIDADE
FONTE: BRASIL. Lei n° 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília,
DF: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 16 mar. 2015. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 2 ago. 2021.
158
( ) Na qualificação das partes, a escritura deverá conter o regime de bens do
casamento, quando for o caso; pacto antenupcial e seu registro imobiliário,
se houver.
( ) No caso de união estável, o reconhecimento dos direitos do companheiro
depende de prévio reconhecimento em ação própria.
( ) No caso de união estável, o reconhecimento dos direitos do companheiro
depende da anuência dos demais interessados ou de prévio reconhecimento
em ação própria.
159
160
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os bens que fazem parte
do inventário. Os bens podem ser móveis e/ou imóveis. Cada um tem sua
particularidade, tanto na sua descrição, forma, registro, entrega e transferência.
Neste tópico você também entenderá como se atribui os valores aos bens.
Como se chega a esses valores e as consequências que esses valores representam.
161
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Após esta parte introdutória do que iremos tratar neste Tópico, vamos
iniciar com os Bens.
162
TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
Art. 225 - Os tabeliães, escrivães e juízes farão com que, nas escrituras e
nos autos judiciais, as partes indiquem, com precisão, os característicos,
as confrontações e as localizações dos imóveis, mencionando os nomes
dos confrontantes e, ainda, quando se tratar só de terreno, se esse fica
do lado par ou do lado ímpar do logradouro, em que quadra e a que
distância métrica da edificação ou da esquina mais próxima, exigindo
dos interessados certidão do registro imobiliário (BRASIL, 1973).
163
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Quanto aos bens móveis, a letra “b” do inciso IV, do comentado artigo do
CPC (BRASIL, 2015) dispõe: “Os móveis, com os sinais característicos”. Portanto,
para descrever um veículo, é necessário apontar, além da marca, o número
do chassi e o das placas, com outros dados como a cor, o ano de fabricação, à
capacidade e até ao seu estado de conservação.
Como visto, os bens móveis devem ser descritos com os sinais característicos,
com apresentação de documento comprobatório de domínio e valor. “Os direitos
de compromisso de compra e venda e mesmo os direitos de posse são igualmente
suscetíveis de inventário e partilha, com a precisa indicação de sua natureza,
origem e os documentos comprobatórios” (AMORIM; OLIVEIRA, 2020. p. 454).
164
TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
FONTE: <https://www.noticiasautomotivas.com.br/como-bloquear-um-veiculo-que-nao-foi-
transferido/>. Acesso em: 25 jul. 2021.
FIGURA 8 – SEMOVENTES
165
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/jewelry-buyer-pawn-shop-buy-
sell-1465050167>. Acesso: 25 jul. 2021.
Pela letra “e”, arrolam-se também os títulos da dívida pública, bem como
as ações, as quotas e os títulos de sociedades, mencionando-se-lhes o número, o
valor e a data.
FONTE: <https://www.acoesdobesc.com.br/wp-content/uploads/2020/02/cartula-destak.jpg>.
Acesso em: 27 jul. 2021.
166
TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
Já a letra “g” cuida dos direitos e ações, como as dívidas ativas, o usufruto,
o uso, a habitação, as servidões, os foros, as pensões, os direitos à linha telefônica,
as posses em imóveis, e os créditos em bens. Aqui deve ser analisada a questão
dos direitos reais sobre coisas alheias (usufruto, habitação, por exemplo). E, a
atenção se deve ao fato de que, tem direitos que passam para os herdeiros – como
as servidões – conforme foi instituída; porém, o usufruto, já não, é um direito que
não se transmite, ou seja, acaba junto com a morte do de cujus.
Com relação aos bens no estrangeiro, ficamos por aqui, repetindo que não
será possível o inventário extrajudicial nesses casos. Agora, vamos seguir com a
declaração dos valores dos bens.
167
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
NOTA
FONTE: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/publicano>.
Acesso em: 5 out. 2021.
168
TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
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UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
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TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
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UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
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TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
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UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
175
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
III- de 6% (seis por cento), sobre o valor da base de cálculo que exceder
a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) até R$ 600.000,00 (seiscentos
mil reais);
IV- de 8% (oito por cento), sobre o valor da base de cálculo que
exceder a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais).
São isentos de pagamento de imposto de transmissão causa mortis o
herdeiro ou legatário que fora aquinhoado com um bem imóvel (Art. 79):
a) urbano, edificado, destinado à moradia própria ou de sua família,
desde que, cumulativamente:
1. o beneficiário não possua outro imóvel residencial;
2. a doação, a legação ou a participação na herança limite-se a esse
bem;
3. o valor do bem seja igual ou inferior a R$ 25.000,00 (vinte e cinco
mil reais);
b) rural, cuja área não ultrapasse o módulo da região;
176
TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
Essa legislação catarinense inicia com a alíquota de 1%, todavia vai até
8%. As isenções não são consideradas como grandes benefícios, pois, realmente o
seguro de vida deixado pelo falecido, não faz parte do seu espólio, logo, não cabe
a incidência do imposto. E, quanto a isenção de quem receber o único bem imóvel
que lhe sirva de moradia, de valor não superior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), é
bem difícil nos dias atuais encontrar tal imóvel nesse valor.
FIGURA 12 – DIEF/ITCM-D
178
TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
179
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
180
TÓPICO 2 — BENS, DESCRIÇÃO, VALORES E OS IMPOSTOS CAUSA MORTIS ITCM-D E OUTROS
FIGURA 13 – DARE/ITCMD
181
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Quanto aos bens móveis, devem ser descritos no inventário com os sinais
característicos, com apresentação de documento comprobatório e valor. Por
exemplo, ao descrever um veículo, é necessário apontar, além da marca,
o número do chassi e o das placas, com outros dados como a cor, o ano de
fabricação, à capacidade e até ao seu estado de conservação.
182
• Quanto aos semoventes, no processo de inventário, devem ser descritos com a
referência ao seu número, às suas espécies, às marcas e aos sinais distintivos,
inclusive a raça, se for o caso. O número de reses, mas por raça, ou peso
aproximado, pois naturalmente essas diferenças importam em estimativas
econômicas diferentes.
• Há direitos reais que se transmite aos herdeiros, outros não. As servidões, por
exemplo, podem ser transmitidas aos herdeiros, dependendo como foram
constituídas. Todavia, o usufruto, a habitação, são direitos reais sobre coisas
alheias que não se transmite aos herdeiros.
• O valor dos bens é declarado pelos herdeiros, que poderá divergir da estimativa
exigida pela Fazenda Pública.
• A Fazenda Estadual tem prazo de cinco anos a contar do fato gerador, que é a
morte, para se pronunciar, a partir daí considera-se homologado o lançamento
e definitivamente extinto o crédito fazendário.
183
• A base de cálculo, que também obedece a legislação de cada Estado da
Federação, para se apurar o quantum devido para o recolhimento do tributo,
é a herança líquida, e não o total do patrimônio. Havendo renúncia, sobre ela
não há incidência de imposto.
184
AUTOATIVIDADE
185
3 Com relação ao Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação, que é o
imposto devido e deve ser recolhido antes da partilha dos bens do falecido.
Esse imposto é devido nos casos em que há transferência de bens de uma
pessoa falecida a seus herdeiros/sucessores. De acordo com o que reza a
Constituição Federal e a legislação tributária, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
186
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos ao Tópico 3 da Unidade 3, o que significa que
chegamos ao último tópico da última Unidade do nosso Livro de Estudos! Aqui
merece uma reflexão: sempre que percorremos um longo caminho, seja ele em
linha reta, ou subindo um monte, vamos deixando algo passar em nossas vidas,
vamos aprendendo nessa caminhada ... Com o avanço em nossos estudos acontece
a mesma coisa. Você lembra que foi advertido que a Unidade 1 teria um aporte
teórico? Então, você foi desafiado à construção de uma abordagem teórica, para,
agora compreender o que teremos nesta última Unidade, que é a chegada ao topo
da caminhada.
E
IMPORTANT
188
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
3 RENÚNCIA DA HERANÇA
Na Unidade 1, subtópico 5, mais precisamente no subtópico 5.2 tratamos
da RENÚNCIA DA HERANÇA com seu conceito, nas palavras de Gagliano e
Pamplona Filho, bem como o que acontece com o sucessor, e ainda a forma que
deve ser feita a renúncia, pois se trata de um negócio jurídico, logo, gerando
efeitos no mundo jurídico, porque sua finalidade é a aquisição, modificação ou
extinção de direito.
189
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
190
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
xxxxx
xxxxxxxx
192
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
xxxxx
xxxxxxxxx
FONTE: A autora
193
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
194
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
xxxxxxxxx
xxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxx
xxxxxxxxx xxxxxxxxx
FONTE: <https://brusque.atende.net/autoatendimento/servicos/ficha-de-lancamento-
do-imovel/detalhar/1>. Acesso em: 5 maio 2021.
195
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
196
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
xxxxxx
xxxx xxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxx
xxx xxxxxxxxx xxxxxxxxxxxx
197
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
6 SOBREPARTILHA EXTRAJUDICIAL
Havendo bens que ficaram fora do inventário, serão sobrepartilhados, em
procedimento semelhante ao da partilha, em uma nova escritura, especialmente
lavrada para tal. Logo, podemos entender que a sobrepartilha é a repartição de
bens posteriormente à partilha, por terem ficado fora do inventário.
I- sonegados;
II- da herança que se descobrirem após a partilha;
III- litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;
IV- situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o
inventário (BRASIL, 2015).
198
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
199
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
E
IMPORTANT
200
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
ATENCAO
7. Documentos necessários2
201
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
NOTA
9 EMOLUMENTOS DA ESCRITURA
“Cabe aos Estados fixar por lei os emolumentos cartorários para a
celebração de escrituras públicas de inventário e partilha”. Isso é o que afirmam
Amorim e Oliveira (2020, p. 870).
202
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
10 GRATUIDADE
Para Tartuce (2020, p. 635), “[...] infelizmente, não há mais menção à
possibilidade de gratuidade para o inventário, como estava no antigo § 2° do Art.
982 do CPC/1973”. Entretanto, Tartuce (2020) reafirma a validade dessa aplicação
pelos procedimentos adotados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em
decisão de 2018.
E
IMPORTANT
203
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
É o caso do inventário
204
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
Extrajudicial:
OBS: É dito por alguns que o inventário não pode ser feito no cartório
quando existe testamento. Ocorre que isso é um engano. O próprio STJ já se
manifestou sobre o assunto e desde que o testamento seja homologado por um
juiz (em uma ação de abertura, registro e cumprimento de testamento — e não a
ação de inventário) o inventário poderá ser realizado em cartório.
205
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Judicial:
O inventário judicial é aquele feito por meio do poder judiciário, e por isso
evidentemente é o mais demorado. Entretanto é o caminho a se tomar quando há
herdeiros incapazes ou discordância entre eles sobre a partilha dos bens.
206
TÓPICO 3 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
A razão disso é que no estado de São Paulo existe uma multa caso
o inventário não seja feito em determinado tempo após o falecimento. Caso o
inventário não seja feito em até 60 dias após a morte, ocorrerá uma multa de 10%
sobre o valor a ser pago a título de ITCMD. E, caso não seja feito em até 180 dias,
a multa será de 20%. Sendo muito recorrente que essa multa seja aplicada, já que
a maioria das pessoas acabam deixando o inventário para depois.
Da mesma forma que nas custas, existem casos em que os herdeiros não
têm condições de arcar com a custa do referido imposto. Nessas hipóteses pode
ser que o inventário judicial faça sentido novamente, já que será possível pedir
um alvará judicial para se realizar a venda de um dos bens do inventário para
arcar com o tributo.
207
UNIDADE 3 — DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
208
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Mandato é o ato que é exercido por quem tem uma procuração. E, procuração,
tecnicamente falando é o instrumento do mandato.
209
• A escritura de retificação da partilha, é o ato notarial que visa retificar alguma
inconformidade na escritura da partilha lavrada; e a escritura de retificação se
chama Escritura Pública de Re-ratificação, porque retifica e ratifica os atos que
permanecem inalterados.
CHAMADA
210
AUTOATIVIDADE
212
REFERÊNCIAS
AMORIM, S.; OLIVEIRA, E. Inventário e Partilha: teoria e prática. 26. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020.
213
BRASIL. Lei n° 6.015, de 31 de dezembro de 1973 – Lei de Registros Públicos.
Brasília, DF: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 31 dez. 1973.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm.
Acesso em 19 jul. 2021.;
CARVALHO, D. M. Direito das sucessões. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
PORTAL SÃO FRANCISCO. Portal São Francisco, 2021. Disponível em: https://
www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/publicano. Acesso em: 26 jul. 2021.
RIZZARDO, A. Direito das Sucessões. 11. ed. Rio de Janeiro. Forense, 2019.
214
SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DE SANTA CATARINA (SEFAZ).
Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações, Florianópolis, SC, 2021.
Disponível em: https://www.sef.sc.gov.br/servicos/assunto/45/ITCMD. Acesso
em: 26 jul. 2021.
TARTUCE, F. Direito Civil: direito das sucessões. 13. ed. Rio de Janeiro.
Forense, 2020, v. 6.
215