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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

DISCIPLINA: ESTÁGIO

PROFESSOR: PEDRO

DISCENTE: LUCIANA SOUZA LIMA

ANÁLISE TEXTUAL
O texto da Doutora em Educação Juliana Campregher Pasqualini traz,
de início, uma visão geral sobre o panorama que permeia sua pesquisa de
Mestrado, onde a mesma trata de trazer uma perspectiva acerca do
desenvolvimento do ensino e da própria infância de 0 a 6 anos. A autora inicia
o debate justificando que irá trabalhar com o ponto de vista de três teóricos , a
saber: Vigotski, Leontiev e Elkonin, trazendo a teoria dos três junta com uma
Literatura contemporânea que trata da atuação do professor junto à essa etapa
da vida escolar.
Pasqualini inicia o debate discorrendo sobre como a Literatura
contemporânea trata a relação entre ensino e vivência nas crianças da idade
acima citada. Para a autora essa literatura traz a tendência antiescolar em sua
essência, que defende que a educação para crianças de 0 a 6 anos não deve
ser guiada por uma instrumentalização teórico-pedagógica, mas sim caminhar
junto com a vivência da idade, deixando o ensino em segundo plano.
Para contrapor essas literaturas, a autora apresenta, inicialmente, o
pensamento de Vigotski, onde o mesmo defende que, para uma educação
infantil mais eficaz, seriam necessárias novas abordagens, e não somente
classificar o ensino como algo obsoleto e vazio. Para Pasqualini, com essas
abordagens Vigotski refuta a questão do “dom” e que o aprendizado estaria
totalmente ligado às vivências e às próprias predisposições da criança, mas
defende que existe o atrelo entre o aprendizado e o mundo escolar, onde os
processos biológicos estariam subordinados ao desenvolvimento cultural e até
mesmo ao ensino-aprendizagem, o que ajudaria esse aluno a se desenvolver
de forma mais satisfatória. Ao invés de haver uma classificação exclusivamente
biológica, o diálogo entre esse aspecto com a cultura, principalmente a cultura
escolar, traria melhores resultados no desenvolvimento da aprendizagem.
Ainda segundo a autora, o pensamento de Leontiev sobre esse tema discorre
da seguinte forma: a idade da criança não seria um fator determinante no seu
estágio de desenvolvimento da aprendizagem, mas sim uma ligação entre este
fator e a posição que este individuo ocupa nas relações sociais.
Na questão da aprendizagem, a autora aborda que Vigostski a considera
um fator essencial para o desenvolvimento humano, e que a ausência desse
aspecto na vida humana não trará nenhuma espécie de desenvolvimento
apreciável, mas que para isso, é preciso ter uma organização nos processos de
aprendizagem, para que estes sigam desenvolvendo gatilhos e aberturas para
novos processos. Para isso não deve existir uma separação de etapas, mas
uma junção de todas para um desfecho satisfatório.
A autora segue sua discussão acerca dos teóricos propondo um debate
entre o processo de aprendizagem e a imitação, que a mesma considera,
apoiada em Vigotski, um aspecto fundamental para o ensino, onde o ser
humano não apenas copiaria comportamentos de outros, como fazem os
animais, mas assimilaria o significado de suas ações, o que termina por
influenciar o desenvolvimento, tornado este um processo de profundo
significado dentro das acepções cognitivas.
Pasqualini também destaca as elucubrações de Elkonin acerca desses
aspectos educativos da infância, onde o teórico afirma que os processos de
ensino aprendizagem passam pela direção e organização dos adultos, e nesse
exercício, os atos dos adultos terminam por influenciar o desenvolvimento
cognitivo e educacional das crianças, o que, como percebemos, também passa
pelo processo de imitação, fazendo uma ponte com as ideias anteriores. Ainda
para Elkonin, esse desenrolar do aprendizado não deve pular etapas, mas
respeitar cada particularidade, sendo aplicadas em cada etapa do
desenvolvimento modificações que se adequem às necessidades de cada
criança.
Por fim, podemos perceber que a autora faz um passeio pelas teorias
dos três teóricos supracitados, apontando suas hipóteses como antítese para
as literaturas contemporâneas e os discursos antiescolares. A defesa da junção
do ambiente escolar com as vivências diárias, contida na fala dos três autores
estudados, mostra que a autora se propõe a dar ênfase a estas teorias ,
mostrando que não existe apenas um tipo de infância, mas sim vários tipos,
que devem ser exploradas e contextualizadas para que o processo de ensino-
aprendizagem aconteçam de forma efetiva e espontânea, sem tirar o direito de
aprender e de conviver.

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