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ISSN 2177-4005
ARTIGO DE REVISÃO
Figura 1 - Fluxograma dos estudos identificados e selecionados conforme a busca nas bases de dados.
Cinergis, Santa Cruz do Sul, 17(3):235-238, jul./set. 2016 ISSN: 2177-4005 Páginas 02 de 04
não para fins de citação
PREVALÊNCIA DE LESÕES EM CORREDORES DE RUA E FATORES ASSOCIADOS: REVISÃO SISTEMÁTICA
Danilo Gonçalves, Sabrina Weiss Sties, Leonardo Vidal Andreato, Eduardo Eugênio Aranha, Luana Pedrini, Catiane de Oliveira.
prevalência de lesões, algo que pode explicar a diferença en- pacto durante a prática dessa modalidade, submetendo
tre os percentuais de prevalência encontrados nos estudos. a estresse a musculatura e as articulações dos MMII.
Em relação ao tipo de lesões o estudo de Ferreira Outros locais acometidos por lesões foram a coluna
et al.10 avaliou as lesões osteomioarticulares, ao passo vertebral, coxa, quadril/virilha e glúteos.11,13
que Hino et al.3 e Ishida et al.4 abordaram as lesões de Os fatores associados às lesões, avaliados nos
modo geral. No entanto, esses três estudos não des- estudos, foram: idade, sexo, índice de massa corporal
crevem especificamente os tipos de lesões. Um estudo (IMC), tempo de prática de corrida, quantidade de trei-
descreveu os tipos, mas não relatou quais foram mais nos semanais, distância média diária, duração do treino,
prevalentes.13 No entanto, foi possível observar que as características do calçado, se treina com orientação de
tendinopatias e as distensões musculares foram os tipos um profissional, duração da lesão, tipo de prova, tipo de
mais relatados. Durante a corrida o corpo é exposto a car- piso, momento no qual ocorreu a lesão, características
gas as quais são consideradas um importante fator para anatômicas, sintomatologia das lesões, níveis de he-
o desenvolvimento das distensões e das tendinopatias. O moglobina, ferritina, cortisol e ferro, densidade mineral
tendão patelar, devido às cargas excêntricas do músculo óssea, potência aeróbia, ingestão total e de macronu-
quadríceps e o tendão calcâneo são os mais acometidos.14 trientes (proteína, carboidrato e lipídio).3,4,10-13
Para Junior et al.,11 a tendinopatia foi seguida de Quanto ao volume de treinamento, pode-se obser-
distensões, entorse, fascite plantar, lombalgia, lesão var que, tanto a distância percorrida no treino,10,12 como
nos meniscos ou cartilagem e fratura por estresse. na prova4 foram associadas às lesões. Neste sentido, o
Purim et al.12 relataram que a distensão (estiramento aumento da distância percorrida reflete também o in-
muscular) foi seguida de tendinites, dor nos quadris e cremento no número de passadas e consequentemente
lombalgia. Pillegi et al.13 observaram fratura de estres- o nível de estresse sobre o corpo que, possivelmente
se, lesão muscular, síndrome da banda íliotibial, tendi- colaborou para o aumento de lesões.
nopatia, bursite, periostite, síndrome do estresse tibial, Pillegi et al.13 sugerem que corredores submetidos
entesopatia, tendinite e fascite plantar. à intensidades elevadas de treinamento estão, de fato,
Quanto ao momento no qual ocorreram as lesões, mais propícios às lesões, pois a intensidade do treina-
a maioria relatou que foi durante o treino e em rela- mento relacionada ao aumento da velocidade promove
ção a sintomatologia a maioria foi subaguda seguida de aumento da força de reação do solo que é transmitida
crônica e aguda.13 Portanto, é relevante verificar o local para as estruturas funcionais (osteomioarticulares) dos
de treinamento, as vestimentas adequadas para a prática corredores. Este fator merece melhor atenção uma vez
da atividade e respeitar o tempo de recuperação entre os que a maioria dos estudos não avaliou associação da
treinos. Além disso, se faz importante que o treino seja intensidade do treinamento com as lesões. Em adendo,
adequadamente organizado, uma vez que a periodização as mudanças súbitas que ocorrem durante a prática da
tem papel importante na prevenção de lesões, pois além corrida podem influenciar na prevalência de lesões, pois
de diminuir os riscos, evita overtraining e possibilita me- não permitem adaptação ao treinamento.10
lhor recuperação do atleta.15 Desse modo, deve ocorrer o Apesar de Hino et al.3 terem relatado que nenhuma
monitoramento da carga de treino para evitar o excesso das variáveis investigadas (sexo, idade, IMC, volume
de treinamento e diminuir assim as chances de lesões.16 de treinamento e supervisão do treino por um profis-
No que se refere aos locais mais acometidos, dois sional) foram associadas com a prevalência de lesões.
estudos3,10 não relataram esta informação, no entanto, Os autores apontaram maior prevalência de lesões de
nos demais artigos os membros inferiores (MMII) foram modo geral em homens, quando os indivíduos foram
os mais relatados com destaque para o joelho. Isto pode divididos por faixas etárias sendo mais acometidos os
ser explicado devido ao fato do joelho sofrer grande im- que apresentaram idade acima dos 30 e 45 anos de
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PREVALÊNCIA DE LESÕES EM CORREDORES DE RUA E FATORES ASSOCIADOS: REVISÃO SISTEMÁTICA
Danilo Gonçalves, Sabrina Weiss Sties, Leonardo Vidal Andreato, Eduardo Eugênio Aranha, Luana Pedrini, Catiane de Oliveira.
Como citar: GONÇALVES, Danilo et al. Prevalência de lesões em corredores de rua e fatores associados: revisão sistemática.
Cinergis, Santa Cruz do Sul, v. 17, n. 3, set. 2016. ISSN 2177-4005. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/
cinergis/article/view/7798>. Acesso em: 30 set. 2016. doi:http://dx.doi.org/10.17058/cinergis.v17i3.7798.
Cinergis, Santa Cruz do Sul, 17(3):235-238, jul./set. 2016 ISSN: 2177-4005 Páginas 04 de 04
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