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PROFISIO SESCAD
EXTUBAÇÃO
LENY VIEIRA CAVALHEIRO
n INTRODUÇÃO
O termo extubação, também entendido como o ato de desentubar, refere-se à remoção do tubo
endotraqueal da via aérea de um paciente. O processo de extubação é complexo e está diretamente
ligado à integração da equipe multidisciplinar nas informações e no manejo clínico do paciente.
Existem alguns parâmetros a serem utilizados para melhorar a segurança no momento da decisão
de extubar os pacientes. Os parâmetros descritos na literatura são o pico de fluxo da tosse (peak
cough flow), o cuff leak test, além do processo de desmame, que inclui o teste de respiração
espontânea (TRE).
Quando uma extubação acidental ocorre há consequências para o paciente em diversos aspectos.
O índice ou a taxa de extubação acidental esperado para a população de pacientes intubados em
unidades de terapia intensiva (UTI) varia de 3 a 12%, de acordo com a característica dos pacientes
e dos processos de assistência das unidades.
n OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:
n ESQUEMA CONCEITUAL
Retirada da cânula endotraqueal
Vias aéreas
Caso clínico
Conclusão
LEMBRAR
O processo de extubação é complexo e está diretamente ligado à integração da equipe
multidisciplinar nas informações e no manejo clínico do paciente.
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Para a retirada da cânula endotraqueal de forma segura dos pacientes em desmame do ventilador
mecânico, é necessário orientá-los sobre todos os procedimentos a serem realizados, como a
aspiração endotraqueal, orotraqueal e nasotraqueal, até a necessidade de aspiração para posterior
retirada da cânula. Além disso, deve-se explicar, de forma detalhada, o procedimento de retirada
da cânula, solicitando ao paciente que realize uma inspiração profunda para que na expiração a
cânula seja retirada.
n higienizar as mãos;
n eleger o material de oxigenoterapia de acordo com a necessidade do paciente;
n posicionar o paciente em decúbito dorsal com a cabeceira elevada;
n aspirar a traqueia e as vias aéreas superiores;
n cortar ou retirar a fixação da cânula;
n desinsuflar o cuff;
n solicitar que o paciente realize uma inspiração profunda (no adulto) e, no momento
da expiração, tracionar externamente a cânula;
n instalar oxigenoterapia eleita;
n auscultar o paciente;
n observar o padrão respiratório, a expansibilidade torácica e a saturação de oxigênio.
Está(ão) correta(s):
A) as afirmativas I e II.
B) apenas a afirmativa II.
C) apenas a afirmativa III.
D) Todas as afirmativas.
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LEMBRAR
Há três fatores importantes a serem avaliados no processo decisório da extubação:
n nível de consciência;
n quantidade de secreção;
n capacidade de fazer a proteção das vias aéreas.
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PICO DE FLUXO DA TOSSE (PEAK COUGH FLOW)
O pico de fluxo da tosse (peak cough flow) é uma medida realizada a fim de se conhecer a efetividade
ou a capacidade para a tosse. A tosse eficaz é um aspecto importante que sinaliza a capacidade
do paciente em se manter respirando e com autonomia para proteger a via aérea.
A medida do pico de fluxo da tosse pode ser realizado no próprio circuito do ventilador ou utilizando
um peak flow meter, pelo qual o fisioterapeuta solicita ao paciente uma tosse. Essa medida fornece
a capacidade para tosse e, por consequência, uma estimativa de que, após a extubação, o paciente
consiga realizar a expectoração e manter a permeabilidade das vias aéreas.
O teste pode ser realizado de forma qualitativa e quantitativa. No aspecto qualitativo, utiliza-se
a ausculta da região da traqueia quando se desinsufla o cuff para verificar a passagem de ar
durante a respiração. No aspecto quantitativo, a diferença entre o volume corrente inspiratório
e o volume corrente expiratório (Vt) é medida com cuff insuflado e desinsuflado. Uma diferença
entre o Vt < 110mL ou 12% do volume exalado infere risco de estridor laríngeo.3
LEMBRAR
Caso não seja detectado vazamento durante a realização desse teste, deve-se
comunicar a equipe para definir a conduta clínica.
O padrão-ouro para essa avaliação da via aérea é a videobroncoscopia (método invasivo e mais
seguro em pacientes traqueostomizados). Chung e colaboradores analisaram a correlação entre
a videobroncoscopia e o cuff leak test e encontraram, como resultado, sensibilidade de 88,6% e
especificidade de 90%.4
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POSICIONAMENTO DO TUBO ENDOTRAQUEAL
O posicionamento do tubo endotraqueal é comumente realizado pela via oral e verificado por um
exame radiográfico, no qual a extremidade distal deve estar de 2 a 6cm acima da carina (Figura
1). Essa posição deve ser avaliada periodicamente, pois existe a possibilidade de migração devida
a episódios de tosse, aspiração e movimentação do paciente.
PRESSÃO DE CUFF
A pressão de cuff (balonete) deve ser aferida por meio de equipamentos específicos (Figura 2A
e B). Nos serviços que não possuem esses equipamentos, a pressão de cuff pode ser medida
utilizando-se o manômetro do medidor de pressão arterial.
A B
LEMBRAR
A melhor pressão de cuff (dentro da faixa sugerida) é aquela na qual há o mínimo
escape de ar suficiente para manter a VM adequada e que não faça compressão na
parede da traqueia.
Os riscos de complicações que comprometem a via aérea devem ser monitorados, e a prevenção
dessas complicações deve considerar os seguintes aspectos:
VIAS AÉREAS
As complicações observadas nas vias aéreas estão relacionadas às lesões de laringe e ao edema
de laringe. Os fatores de risco nos casos de lesões de laringe incluem:
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9. Assinale V (verdadeiro) e F (falso) em relação à pressão de cuff.
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11. Nas lesões de laringe, quais os fatores de risco que podem acarretar complicações?
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Ferrer e colaboradores avaliaram 162 pacientes considerados de risco para desenvolver insuficiência
respiratória após a extubação, randomizando-os em um grupo que recebia a ventilação não invasiva
imediatamente após a retirada do tubo endotraqueal por 24 horas e em outro grupo que foi tratado
convencionalmente. Os resultados do estudo sugerem que a ventilação não invasiva está associada
à baixa mortalidade na UTI, mas não evidenciou diferença em relação à taxa de reintubação.
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O subgrupo analisado mostrou que o benefício da ventilação não invasiva é mais importante para os
EXTUBAÇÃO
pacientes com hipercapnia (PaCO2 acima de 45mmHg) durante o teste de respiração espontânea
realizado previamente à extubação.14
Na literatura, a taxa de falência varia entre 12 a 14% dos pacientes submetidos ao protocolo de
desmame da VM. Os fatores de risco associados ao insucesso na extubação são a ineficiência da
tosse, a instabilidade cognitiva (nível de consciência) e a hipersecreção brônquica presente
nos pacientes.
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12. Relacione as colunas em relação aos critérios de gerenciamento do paciente
no processo de extubação.
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n CASO CLÍNICO
Paciente internado há três dias na UTI por rebaixamento do nível de consciência com
hipótese diagnóstica de encefalite, ou status epiléptico ou intoxicação exógena.
14. Que parâmetros precisam ser avaliados para que se faça a decisão por uma
extubação segura em relação ao paciente desse caso clínico?
n CONCLUSÃO
Para se obter sucesso na extubação, devem ser considerados vários fatores durante o período
em que o paciente encontra-se em VM, assim como durante a fase pré-extubação. Além disso, os
pacientes devem ser monitorados criteriosamente após a extubação.
Em muitos casos, decisões precoces podem evitar a reintubação, como a aspiração de secreções
das vias aéreas, terapia com broncodilatadores, utilização de corticoides, uso de diuréticos ou
indicação do uso de ventilação não invasiva precocemente.
As estratégias e os testes que podem auxiliar na avaliação do sucesso da extubação devem ser
utilizados para direcionar a decisão clínica a fim de que o paciente tenha autonomia respiratória
sem o uso de via aérea artificial.
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Atividade 3
Resposta: C
Comentário: Antes de realizar o procedimento de extubação, recomenda-se a aspiração das vias
aéreas a fim de evitar que o paciente aspire o conteúdo da secreção que fica na região, o que é
considerado um risco na segurança do paciente em relação à colonização de microrganismos.
Atividade 4
Resposta: V, F, F, V
Comentário: II) O material de oxigenoterapia deve ser escolhido de acordo com a necessidade
do paciente. III) O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal com a cabeceira elevada.
Atividade 5
Resposta: A
Comentário: Segundo estudos relacionados, a medida da eficácia da tosse para predizer o sucesso
na extubação e traduzir que o paciente conseguirá lidar bem com a eliminação de secreções
brônquicas deve ser ≥ 60L/min.
Atividade 7
Resposta: 2, 1, 2, 1
Atividade 9
Resposta: V, F, V, F
Comentário: II) A pressão do cuff (balonete) deve permanecer entre 18 e 25mmHg. As medidas
acima de 18mmHg previnem o escape de ar ao redor da cânula e diminuem o risco de aspiração
de secreções que ficam represadas acima do cuff. No entanto, se a pressão exceder os 25mmHg,
aumenta o risco de necrose no local onde o cuff fica em contato com a mucosa da traqueia. IV)
A medida do pico de fluxo da tosse é que fornece a capacidade para tosse e, por consequência,
uma estimativa de que, após a extubação, o paciente consiga realizar a expectoração e manter a
permeabilidade das vias aéreas.
Atividade 12
Resposta: 2, 3, 1
Atividade 14
Resposta: A
Comentário: Segundo estudos relacionados, os parâmetros que precisam ser avaliados para que
se faça a decisão por uma extubação segura nesse paciente são a medida do pico de fluxo da
tosse, o cuff leak test e o TRE.
n REFERÊNCIAS
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