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Atualização em Urgências

40 horas

Cerebrovasculares e
Cardiovasculares

Com certificado
Dayanne Rakelly de Oliveira
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Atualização em Urgências
Cerebrovasculares e
40 horas

Cardiovasculares
Dayanne Rakelly de Oliveira
Com certificado
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autor (Artigo 29).
SUMÁRIO

EPIDEMIOLOGIA DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL......................................... 4


DEFINIÇÕES..............................................................................................................................5
2.1 CLASSIFICAÇÃO....................................................................................................................5
2.2 FISIOPATOLOGIA.................................................................................................................. 7
2.3 ATENDIMENTO INICIAL NA EMERGÊNCIA AO AVC HIPERAGUDO.........................8
2.4 TERAPIA TROMBOLÍTICA................................................................................................... 9
DOR TORÁCICA ISQUÊMICA............................................................................................ 11
3.1 DEFINIÇÕES..........................................................................................................................11
3.2 FATORES DE RISCO E SINTOMATOLOGIA....................................................................11
3.3 ABORDAGEM NA EMERGÊNCIA..................................................................................... 13
3.3.1 Medidas Terapêuticas Gerais........................................................................................... 13
3.4 CONCLUSÕES.......................................................................................................................14
AVALIAÇÃO............................................................................................................................15
REFERÊNCIAS........................................................................................................................18
Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares

01
EPIDEMIOLOGIA DO ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa mais frequente de óbitos em todo
o mundo, com repercussões dramáticas na qualidade de vida dos indivíduos acometidos
por essa condição, dado o grau de incapacidade adquirida que o AVC impõe. Vale
ressaltar que a mortalidade apresenta variação significativa em relação ao nível de
desenvolvimento socioeconômico do país. Assim, cerca de 85% dos óbitos por AVC e suas
consequências, concentram-se em países em desenvolvimento, com impacto, em um terço
dos casos, sobre a população economicamente ativa, o que reafirma a importância de
estratégias de saúde pública para controle desse agravo.

Condição semelhante é encontrada nas estatísticas brasileiras, as quais trazem o


AVC como a principal causa de morte, considerando a população adulta em geral (em
torno de 10%), com registro de taxas em média de 108 casos por 100 mil habitantes. O
AVC também constitui causa importante de internação hospitalar (10% em hospitais
públicos no país).

Estima-se que nos primeiros trinta dias após o AVC, a mortalidade seja de 10%,
sendo que no primeiro ano do icto, esta passa a ser em torno de 40%, o que demonstra o
grau de complicações associadas e seu potencial de letalidade. A necessidade de terapia de
reabilitação para os usuários vítimas de um AVC é muito comum e a incapacidade de
retorno para o trabalho gira em torno de 70% (impacto econômico/social).

É importante considerar que significativos avanços têm sido observados nas duas
últimas décadas, em especial na abordagem de pacientes na fase aguda do AVC,
relacionados ao uso da terapia trombolítica e da internação em unidades de cuidados em
AVC, as quais contam com equipe especializada.

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Unidade 2- Definições

02
DEFINIÇÕES

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) se refere ao desenvolvimento rápido de sinais e


sintomas neurológicos, com alteração focal ou global da função cerebral, de origem
vascular, com déficits nas funções cognitivas e sensório-motoras, sendo importante
considerar que o tempo de 24 horas ou mais de duração destes sintomas, foi revisado após
os avanços obtidos através de exames de neuroimagem, tendo em vista que na verdade,
cerca de um terço dos pacientes que possuem clínica de Ataque Transitório Isquêmico
(AIT), possuem, evidência de infarto cerebral.

A partir dos avanços tecnológicos, redefiniu-se o AIT como um episódio transitório


de disfunção neurológica, associada a um processo isquêmico cerebral focal, na medula
espinhal ou retina, sem a ocorrência de infarto agudo.

De forma geral, o AVC é caracterizado pelo surgimento repentino de


comprometimento neurológico focal, que mantém relação com o local e a extensão da
lesão, com manifestações de fraqueza, dormência, alterações visuais, diratria, disfagia ou
afasia.

2.1 CLASSIFICAÇÃO
O Acidente Vascular Cerebral se caracteriza por uma falha/interrupção no suprimento
sanguíneo ao tecido cerebral, sendo classificado em dois tipos. Quando decorrente de
oclusão por trombos, denomina-se de Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCi),
tendo como etiologia: aterosclerose de grandes artérias, oclusão de pequenos vasos,
cardioembolia, entre outras causas. Já o Acidente Vascular Cerebral hemorrágico (ACVh)
decorre da ruptura espontânea de um vaso, sendo subclassificado em hemorragia
intraparenquimatosa (HIP) e hemorragia subaracnóidea (HSA).

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Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares

FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DO AVCi E DO AVCh

Sangramento proveniente da Oclusão do fluxo sanguíneo por


ruptura de um vaso. trombo para uma área do
cérebro.

Fonte: Adaptada de American Heart Association (2018).

QUADRO 1: CAUSAS E PRINCIPAIS SINTOMAS, DE ACORDO COM O


TIPO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Variável Isquêmico Hemorrágico

Causas  Trombose de  Hemorragia


grandes artérias; intracerebral;

 Trombose de  Hemorragia
pequena artéria subaracnóidea;
penetrante;
 Aneurisma cerebral;
 Cardioembolia;
 Malformações
 Causa arteriovenosas.
desconhecida.

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Unidade 2- Definições

Sintomas principais  Dormência ou  “Cefaleia


fraqueza na região explosiva” – pior
da face, braços, dor de cabeça da
pernas, que tende a vida;
ser mais comum em
 Rebaixamento do
um dos lados do
nível de
corpo.
consciência.

Fonte: Adaptado de Brunner; Suddarth (2018).

2.2 FISIOPATOLOGIA
O fluxo sanguíneo cerebral (FSC) necessário para uma adequada função tecidual neuronal
é de 50 a 100 mL/100g de cérebro/minuto, sendo que taxas inferiores a 10 mL/100g de
cérebro/min conduzem a infarto e morte celular. Nesse intervalo, chama a atenção a área
de penumbra, na qual se encontra um fluxo sanguíneo entre 22 a 10 mL/100g de
cérebro/min., sendo particularmente interessante que as medidas de reversão da isquemia
sejam realizadas nesse momento, considerando que há hipofluxo, entretanto, as células
preservam a sua capacidade de recuperação. Diz-se portanto, que em se tratando de AVC,
“tempo é cérebro”.

Tem-se início a “cascata isquêmica” decorrente da interrupção do suprimento


sanguíneo cerebral, com um fluxo sanguíneo inferior a 25 mL/100g de cérebro minuto,
com predomínio da respiração anaeróbica, provocando um desequilíbrio eletrolítico,
conforme fluxograma apresentado na figura 2.

A isquemia cerebral acarreta disfunção nas bombas de sódio e potássio e


despolarização das membranas, levando à excitotoxicidade e excesso de cálcio no meio
intracelular, desencadeando reações em cascata, mediadas por enzimas, que conduzirão à
fosfolipase das membranas neuronais e morte celular. O edema cerebral decorrente deste
processo de excitotoxicidade constitui o principal fator de agravamento e morte nos
pacientes.

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FIGURA 2: CASCATA ISQUÊMICA DO AVC


Isquemia

Insuficiência de
energia

Acidose

Aumento do cálcio Despolarização


intracelular

Glutamato
Decomposição de membranas celulares e proteínas aumentado

Formação de radicais livres

Produção e proteína diminuída

Lesão e morte
celulares

Fonte: Adaptado de Brunner; Suddarth (2018).

2.3 ATENDIMENTO INICIAL NA EMERGÊNCIA AO AVC


HIPERAGUDO
A unidade especializada no cuidado à vítima de AVC deve possuir um protocolo
sistemático de atendimento, com vistas ao reconhecimento rápido e preciso de sinais e
sintomas, estabelecimento de prioridades e etapas no atendimento, bem como, o início de
terapêutica específica.

O protocolo de condutas recomenda a avaliação do padrão respiratório, sendo que


para os pacientes que apresentam rebaixamento do nível de consciência, deve-se iniciar

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Unidade 2- Definições

assistência ventilatória, a fim de se manter um saturometria > 94%. Manter a


monitorização cardíaca por no mínimo, as primeiras 24 horas após o icto. Controlar
rigorosamente a hiper e a hipoglicemia, manter paciente normoglicêmico, e tratar a
hipertermia com antipiréticos.

A avaliação inicial deve seguir as etapas preconizadas pelo Advanced Cardiac Life
Support (ACLS) – abordagem baseada no ABC (airway, breathing, circulation).

QUADRO 2: METAS/TEMPOS ESTABELECIDOS PELO National Institute


of Neurological Disorders (NINDS) NO ATENDIMENTO AO PACIENTE COM
AVC.

CONDUTA TEMPO

Porta-médico ≤ 10 minutos

Porta-time AVC ≤ 15 minutos

Porta-realizar TC de crânio ≤ 25 minutos

Porta-interpretação da TC de crânio ≤ 45 minutos

Porta-início do fibrinolítico ≤ 60 minutos

Porta-admissão na unidade de AVC ≤ 3 horas

*TC: tomografia computadorizada.

2.4 TERAPIA TROMBOLÍTICA


Uma vez determinado o tipo de AVC, o tratamento será definido e, para os casos de AVCi,
a terapia trombolítica estará indicada em até 4 horas e 30 minutos a contar do início dos
sintomas. Esse tratamento fundamenta-se na recanalização arterial por trombólise química
ou mecânica.

O uso do rtPA por via endovenosa está aprovado desde 1996, possuindo na
atualidade, uma janela terapêutica, com desfechos clínicos mais relevantes, entre 3 horas a
4 horas e 30 minutos. Logo, uma vez aplicados os critérios de elegibilidade para a terapia
trombolítica, esta deve ser infundida na dose de 0,9 mg/kg, sendo 10% da dose
administrada em 1 minuto e o restante infundido em 1 hora, não excedendo a dose máxima
de 90 mg.

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Faz-se necessário a monitorização do paciente em uso da terapia trombolítica, com


especial atenção para a ocorrência de sangramento, razão pela qual não se deve administrar
heparina, antiagregante plaquetário ou anticoagulante, nem realizar passagem de sondas ou
cateteres, nas primeiras 24 horas desta terapia.

A avaliação do paciente, com destaque para o controle rigoroso da função


neurológica, deve ser realizada através da aplicação de instrumentos, sendo um dos mais
utilizados no mundo, o escore de AVC do National Institutes of Health, a NIHSS (National
Institutes of Health Stroke Scale). Esta escala é composta por onze itens mesuráveis, com
objetivo de avaliar o nível de consciência e o grau de comprometimento neurológico,
devendo ser aplicada a cada 15 minutos durante a terapia trombolítica, a cada 30 minutos
durante as seis horas seguintes e, a cada hora, até que se complete as 24 horas.

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Unidade 3 – Dor Torácica Isquêmica

03
DOR TORÁCICA ISQUÊMICA

3.1 DEFINIÇÕES
A Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é terminologia empregada para um amplo espectro
de variações clínicas decorrentes do comprometimento no suprimento sanguíneo ao
miocárdio, que em um primeiro momento, na abordagem ao paciente, podem se manifestar
de forma muito similar, por vezes, indistinguíveis.

Essas variações vão desde um quadro de angina instável (AI) até o infarto agudo do
miocárdio (IAM), com graus variáveis de obstrução. A diferenciação entre a síndrome
coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (SCASST) e o infarto agudo
do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) se faz pelo grau de
isquemia e dano miocárdico, ambos os espectros clínicos provocam alterações nos
marcadores de necrose miocárdica.

O IAMSSST é o espectro mais grave, decorrente da obstrução total de um


segmento da artéria coronária envolvida com intensa isquemia. A não resolução rápida e
precisa deste evento isquêmico conduz a necrose e perda da capacidade contrátil ao
miocárdio.

3.2 FATORES DE RISCO E SINTOMATOLOGIA


A Doença Arterial Coronariana (DAC) decorre da presença de aterosclerose das artérias
coronárias. As placas ateroscleróticas provocam o estreitamento progressivo da luz do vaso
sanguíneo, com diminuição do fluxo sanguíneo (figura 3).

Dentre os fatores de risco modificáveis para a DAC, tem-se:

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 O sedentarismo

 O tabagismo

 A obesidade

 A hipertensão arterial sistêmica (principal fator)

 Uso abusivo de álcool

 Diabetes

 Dislipidemia.

No que diz respeito aos fatores de risco não modificáveis para a DAC, estão a
idade, sexo, raça e história familiar (especial atenção para DAC em menos de 55 anos em
homens e menos de 65 anos em mulheres).

Classicamente, a dor tem sido apontada como um dos principais sintomas da


isquemia miocárdica, que tende a ser descrita como uma sensação de opressão (aperto) no
peito ou queimação, com irradiação para a região da mandíbula, membros superiores,
epigástrio e dorso. No IAM, a dor torácica típica costuma durar mais de 20 minutos, sendo
irresponsiva a medidas de repouso ou mudança de posição.

É importante considerar que alguns grupos populacionais específicos (mulheres,


idosos e diabéticos) não irão apresentar a dor torácica típica observada no IAM, mas sim
equivalentes de isquemia miocárdica: dispneia, palidez cutânea, diaforese e síncope. Para
essa população, a atenção deve estar direcionada a essa sintomatologia, com vistas a não
retardar o diagnóstico.

FIGURA 3: ETIOLOGIA DA ISQUEMIA MIOCÁRIDICA ETIOLOGIA

Fonte: Linha de cuidado IAM/BRASIL (2011).

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Unidade 3 – Dor Torácica Isquêmica

3.3 ABORDAGEM NA EMERGÊNCIA


Na abordagem do paciente com suspeita de SCA, no momento da classificação de risco,
pode-se empregar como mnemônico para a avaliação da dor torácica, a sigla PQRST*:

 P = o que provoca a dor? Causas?

 Q = o paciente deve qualificar a dor;

 R = irradiação – a dor irradia para algum lugar?

 S = severidade (intensidade) – na escala de 0 a 10, qual é a severidade da dor?

 T = há quanto tempo a dor começou? É contínua ou intermitente?

 *Nursing Crib (2018).

Preconiza-se a realização do eletrocardiograma em menos de 10 minutos da


chegada do paciente ao serviço de emergência, que apresente sinais clínicos de SCA.
Deve-se mensurar os marcadores bioquímicos de necrose miocárdica, na admissão, e
repetidos de 3 a 6 horas. As troponinas T e I são os marcadores de escolha para o
diagnóstico.

3.3.1 Medidas Terapêuticas Gerais


O paciente com dor torácica e diagnóstico eletrocardiográfico de IAMSSST deve ser
submetido à terapêutica de recanalização coronariana, através de fibrinólise ou angioplastia
primária. Na ausência de SSST, mas com ECG demonstrando alterações compatíveis com
isquemia, deve-se iniciar a terapia anti-isquêmica imediatamente: morfina, oxigênio,
nitrato, ácido acetilsalicílico (AAS), betabloqueadores (BB), clopidogrel e heparina
(MONABCH).

A morfina é a droga analgésica de escolha na dor torácica de origem isquêmica,


com efeitos sobre a redução da resistência vascular sistêmica, da pré e pós-carga
ventricular esquerda, na dose de 3 a 5 mg (IV), a cada 5 a 30 minutos.

Na presença de dor torácica isquêmica, recomenda-se a administração de oxigênio


em pacientes com saturação < 94% ou sinais de hipóxia. A terapia com nitratos é efetiva na
redução da dor, pelo efeito vasodilatador sobre as coronárias, na dose de 5 mg sublingual,
de 5 em 5 minutos, no máximo, três vezes.

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O AAS é efetivo na inibição da reoclusão coronariana, antiagregante plaquetário,


atuando na diminuição de recorrências da isquemia, na dose de 160 a 325 mg (mastigados).
Já a ação dos BB ocorre através do bloqueio da estimulação simpática sobre a frequência
cardíaca e a contratilidade miocárdica, diminuindo o consumo de oxigênio. Devem ser
iniciados nas primeiras 24 horas. Os anticoagulantes são indicados a todos os pacientes
portadores de SCA.

3.4 CONCLUSÕES
As urgências cerebrovasculares e cardiovasculares são causas comuns de procura por
serviço de emergência, no atendimento pré-hospitalar e de pronto socorro, com
repercussões dramáticas sobre a população acometida. Representam as principais causas de
óbito na população em geral, no mundo e no Brasil, sendo que em países em
desenvolvimento, os fatores implicados no atraso quanto ao reconhecimento de sinais e
sintomas e na condução adequada dos casos (protocolos) são aspectos envolvidos na maior
mortalidade.

As linhas de cuidados ao acidente vascular cerebral e ao infarto agudo do miocárdio


oferecem estratégias de organização da Rede de Atenção às Urgências, de modo a melhor
condução dos casos e adoção de práticas de manejo desde os fatores de risco modificáveis
até as medidas no setor de emergência e no seguimento destes pacientes.

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Avaliação

AVALIAÇÃO

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superior a 60% para poder emitir o seu certificado.

1. A Doença Arterial Coronariana (DCA) é a causa principal de mortalidade no Brasil.


Assinale a alternativa que apresenta o fator de risco mais importante para esse evento.

a. Obesidade.

b. Idade.

c. Tabagismo.

d. Hipertensão arterial.

2. Em qual espectro clínico da Síndrome Coronariana Aguda, indica-se a fibrinólise?

a. Angina instável.

b. IAM sem SSST.

c. IAM com SSST.

d. Angina estável.

3. A dor torácica típica é o principal sintoma de SCA. Entretanto, populações de idosos,


mulheres e diabéticos costumam apresentar equivalentes de isquemia miocárdica. Opte
pela alternativa que possui o mais importante destes sintomas.

a. Náuseas.

b. Dispneia.

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c. Dor epigástrica.

d. Cefaleia intensa.

4. O eletrocardiograma (ECG) é o principal exame complementar na investigação inicial


de pacientes com suspeita de SCA. Segundo os protocolos clínicos, este exame deve
ser realizado na emergência, com tempo máximo após a chegada do paciente de:

a. 10 minutos.

b. 5 minutos.

c. 20 minutos.

d. 15 minutos.

5. Recomenda-se a administração de oxigênio em pacientes com SCA na emergência em


qual das situações?

a. Deve-se administrar oxigênio a todos os pacientes.

b. Excepcionalmente, quando saturação de oxigênio < 94%.

c. Apenas quando presente dor torácica refratária à nitratos.

d. Sinais de hipoxemia

6. A área de penumbra no AVCi, é particularmente importante para as medidas de


reversão da isquemia, uma vez que as células neuronais preservam a sua capacidade de
recuperação. Nesta condição, é possível encontrar:

a. Fluxo sanguíneo cerebral entre 22 a 10 mL/100g de cérebro/min.

b. Fluxo sanguíneo cerebral < 10 mL/100g de cérebro/min.

c. Fluxo sanguíneo cerebral > 100 mL/100g de cérebro/min.

d. Fluxo sanguíneo cerebral em torno de 50 mL/100g de cérebro/min.

7. A cascata isquêmica no AVC é desencadeada por uma série de eventos de


excitotoxicidade, mediada por aminoácidos excitatórios, em resposta ao
comprometimento na produção de ATP. Assinale o principal fator de morte em
pacientes com AVC.

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Avaliação

a. Pneumonia.

b. Sepse.

c. Edema cerebral.

d. Úlcera por pressão.

8. A trombólise no AVCi, é o único procedimento específico comprovado para a


terapêutica em sua fase aguda. Com relação ao tempo “porta-início do fibrinolítico”,
este deve ser:

a. ≤ 45 minutos.

b. ≤ 60 minutos.

c. ≤ 3 horas.

d. ≤ 25 minutos.

9. O uso do rtPA endovenoso na terapia trombolítica do AVCi é aprovado desde 1996.


Estudos atuais recomendam uma janela terapêutica para a utilização do rtPA de:

a. Estendida a 24 horas pós-icto.

b. Inferior a 3 horas pós-icto.

c. Entre 3h e 4:30 horas pós-icto.

d. Por no máximo, 90 minutos pós-icto.

10. Durante a administração da terapia trombolítica no AVCi, deve-se monitorar


rigorosamente, a função neurológica do paciente, através da aplicação de escore de
AVC, a intervalos:

a. A cada 1h durante a terapia trombolítica.

b. A cada 30 minutos durante as seis horas seguintes à terapia trombolítica.

c. A cada 15 minutos durante as seis horas seguintes à terapia trombolítica.

d. 24 horas após a terapia trombolítica.

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REFERÊNCIAS

Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda mais o


seu conhecimento.

AMERICAN HEART ASSOCIATION. Impact of Stroke (Stroke Statistics) [internet].


In: American Stroke Association; 2016,

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com


acidente vascular cerebral. Brasil: MS, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Especializada. Manual instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências no
Sistema Único de Saúde (SUS)/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013.
84 p.

BRUNNER, L.S.; SUDDARTH, D. S. Brunner & Suddarth: manual de enfermagem


médico-cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2015.

COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SISTEMA


ÚNICO DE SAÚDE. Linha de cuidados em Acidente Vascular Cerebral (AVC) na
rede de atenção às urgências e emergências. Brasília: CONITEC; 2018.

GÓIS, A. F. T. de. Emergências médicas. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.

GOLIN, V.; SPROVIERI, S. R. S. Condutas em urgências e emergências para o clínico.


2.ed. São Paulo: Atheneu, 2012.

MONTEIRO, N. C. A. et al. Assistência de enfermagem a pacientes com acidente vascular


cerebral hiperagudo em unidades de emergência. In: PROENF Programa de Atualização
em Enfermagem: Urgência e Emergência. Ciclo 6. Volume 2. Associação Brasileira de
Enfermagem: organizadora-geral. Porto Alegre: Artmed Panamericana, 2018.

NURSING CRIB. Remember PQRST for pain assessment [internet]. 2018.

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Referências

PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Urgência e Emergência. Ciclo 6.


Volume 1. Associação Brasileira de Enfermagem: organizadora-geral. Porto Alegre:
Artmed Panamericana, 2018.

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