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Bacteriologia - 2º Semestre de 2018 25/10/2018

Infecções de pele e de
tecidos moles

Prof. Cláudio Galuppo Diniz

Pele Tecidos moles


Maior órgão do corpo humano; Interligam, apoiam ou protegem outras
estruturas e órgãos do corpo humano
Envolve o corpo determinando seu limite como músculos, tendões, gordura, vasos
com o meio externo; sanguíneos e nervos.
Corresponde a 16% do peso corporal;
Infecções dos tecidos moles entende-se
Funções : regulação térmica, defesa inata, as que afetam as estruturas entre a pele
controle do fluxo sanguíneo, e funções e o osso.
sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato);
É formada por três camadas: epiderme,
derme e hipoderme.
Pele - imunidade inata
Umidade limitada;
pH abaixo de 7,0;
Temperaturas < cororal;
Alta salinidade – suor;
Excreção (ac. graxos, sebo e ureía);
Microbiota residente
Abaixo da pele Fáscia muscular e Músculo

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Infecções de pele e de tecidos moles

Classificação:

Primárias (sem porta de entrada aparente);


Secundárias (complicações de lesões de pele)
Agudas (duram poucos dias);
Crônicas (duram meses ou anos);
Monomicrobianas;
Polimicrobianas .

Infecções de pele e de tecidos moles


Associadas à invasão direta e proliferação dos microrganismos, que leva à
destruição tecidual e com possibilidade de produção de toxinas

Superficiais Circunscritas Abscesso


ou focais Foliculite
Furunculo
Carbunculo
Impetigo

Difusas ou Celulite
disseminadas Erisipela

Profundas Fasciite necortizante


Miosite necrotizante

Outras Úlceras de pressão


Úlceras de estase venosa
Pé diabético

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Infecções de pele e de tecidos moles


Principais patógenos:

Aeróbios - Cocos Gram + Staphylococcus


Streptococcus pyogenes

- Bastonetes Gram + Bacillus anthracis


- Bastonetes Gram - Pseudomonas aeruginosa
Haemophilus influenzae
Enterobactérias

Anaeróbios - Cocos Gram + Peptoestreptococcus


- Bastonetes Gram + Clostridium perfringens
Propionibacterium acnes
Actinomyces
- Bastonetes Gram - Bacteroides fragilis
Fusobacterium necrophorum
Porphyromonas sp.
Prevotella sp.

Infecções de pele e de tecidos moles


Principais patógenos:

Aeróbios - Cocos Gram + Staphylococcus


Streptococcus pyogenes

- Bastonetes Gram + Bacillus anthracis


- Bastonetes Gram - Pseudomonas aeruginosa
Haemophilus influenzae
Enterobactérias

Anaeróbios - Cocos Gram + Peptoestreptococcus


- Bastonetes Gram + Clostridium perfringens
Propionibacterium acnes
Actinomyces
- Bastonetes Gram - Bacteroides fragilis
Fusobacterium necrophorum
Porphyromonas sp.
Prevotella sp.

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Cocos Gram positivos

• S. aureus
• S. shleiferi
Coagualse positivo • S. intermedius
Staphylococcus
• S. hyicus
• S. delphini

Coagulase negativo Outras espécies do gênero

• Estreptococos do Grupo Viridans


α- hemolítico
• S. pneumoniae

• S. pyogenes (A)
Streptococcus β-hemolítico • S. agalactiae (B)
(Agrupados pela sorologia de Lancefield) • S. dysgalactiae/equi (C, F, G)
• S. bovis/equinus (D)

γ- hemolítico Estreptococos do Grupo Viridans

• E. faecium
Enterococcus 23 espécies putativas
• E. faecalis

GÊNERO Staphylococcus

Morfologia e fisiologia:

Cocos Gram-positivos , anaeróbios facultativos, não formadores de esporos - agrupados


em forma de cachos, em cadeias curtas, aos pares ou sozinhos;

Podem apresentar cápsula polissacarídica (S. aureus) ou camada mucóide (filme


frouxamente ligado que consiste em monossacarídeos e pequenos peptídeos) => inibe a
fagocitose;

Mesófilos => crescem em ampla variação de temperatura: 18 a 40oC.

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Epidemiologia:

Ubiquitários - componentes da microbiota residente anfibiôntica de seres humanos e


outros animais:
=> Pele, axilas
=> Cavidade nasal (nasofaringe)
=> Orofaringe
=> Trato gastrintestinal
=> Trato geniturinário

Aproximadamente 15% dos adultos saudáveis são portadores sãos de S. aureus na nasofaringe

Podem ser transmitidos entre os hospedeiros por contato direto ou através de fômites;

Importância na Odontologia: infecções oportunistas e nosocomiais - biossegurança


Transmissão profissional/paciente
Transmissão paciente/paciente

Os S. aureus causam doenças através da produção de toxinas ou da invasão direta e


proliferação dos microrganismos, que leva à destruição tecidual.
Os demais (coagulase negativos) causam doença pela invasão e destruição tecidual.

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Patogênese:
S. aureus – Doenças mediadas por toxinas

Síndrome da pele escaldada estafilocócica

Caracterizada pelo aparecimento abrupto de um eritema (vermelhidão)


localizado, inicialmente ao redor da boca e que cobre o corpo inteiro em dois dias.

Ocorre descamação do epitélio, pois a toxina esfoliativa atua despolimerizando


os desmossomos das células epiteliais.

Doença primariamente neonatal.

Pode ocorrer a formação de bolhas


superficiais na pele => impetigo bolhoso

S. aureus – Doenças mediadas por toxinas

Sindrome do choque tóxico estafilocócico

Linhagens de S. aureus produtoras da toxina do


choque tóxico (TSST-1) podem se multiplicar em
tampões absorventes e liberar a toxina no sangue.

As manifetsções clínicas incluem febre, hipotensão


e erupção eritematosa macular difusa, e a pele,
palma das mãos e sola dos pés descamam.

Pode haver envolvimento sistêmico (SNC,


gastrointestinal, muscular, renal),

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S. aureus – Doenças cutâneas causadas pela invasão e destruição tecidual (piogênicas)

Impetigo

Infecção superficial que ocorre, principalmente, na face e nos membros.

Caracterizada por vesículas cheias de pus que se desenvolvem em uma base


eritematosa. Após o rompimento da vesícula, a lesão seca e formam-se crostas.

S. aureus – Doenças cutâneas causadas pela invasão e destruição tecidual (piogênicas)

Foliculite, terçol, furúnculo, infecções em feridas

Infecção dos folículos pilosos, com formação de pus embaixo da superfície da


epiderme.

Se o quadro ocorre na pálpebra, é chamado terçol.

Furúnculos (agravamento da foliculite) são nódulos grandes, dolorosos, que


possuem tecido morto e necrótico => abscesso

Infecções podem ocorrer quando são introduzidos em feridas

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Doenças sistêmicas causadas por S. aureus


Bacteremias, endocardite aguda, pneumonia, artrite séptica, osteomielite

Staphylococcous coagulase (-) => Doenças causadas pela invasão e destruição tecidual

Infecções de catéter intravenosos e infecções de articulações protéticas

Mais de 50% de todas as infecções de catéter são causadas por estafilococos


coagulase (-): a camada mucóide favorece a formação do biofilme nos catéteres e
protege as bactérias dos antibióticos e da resposta imunológica.

Infecções em feridas cirúrgicas

Infecções oportunistas em qualquer parte do corpo (oculares, cutâneas, etc)

Os Staphylococcus coagulase negativo podem causar, ainda, doenças sistêmicas como


endcardite bacteriana, ou infeções localizadas como infeções urinárias
Bacteremias, endocardite aguda, pneumonia, artrite séptica, osteomielite

GÊNERO Streptococcus

Características gerais

Cocos Gram positivos, anaeróbios facultativos, imóveis e


dispostos em cadeias (às vezes aos pares).

Apresentam metabolismo fermentativo – utilizam carboidratos


sem a produção de gás, liberando como produtos finais ácido
lático, etanol ou acetato.

São catalase negativo => distinção de Staphylococcus.

Possuem uma cápsula de polissacarídeo

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Classificação taxonômica:

Três esquemas são utilizados para diferenciar as espécies do gênero Streptococcus:

1. Padrões hemolíticos (hemólise β- completa, α- parcial ou γ-sem hemólise)

2. Propriedades sorológicas: sorotipagem de Lancefild (grupos A até V)

3. Propriedades bioquímico-fisiológicas

Classificação taxonômica:

Três esquemas são utilizados para diferenciar as espécies do gênero Streptococcus:

1. Padrões hemolíticos (hemólise β- completa, α- parcial ou γ-sem hemólise)

2. Propriedades sorológicas: sorotipagem de Lancefild (grupos A até V)

3. Propriedades bioquímico-fisiológicas

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Bacteriologia - 2º Semestre de 2018 25/10/2018

Classificação taxonômica:

Três esquemas são utilizados para diferenciar as espécies do gênero Streptococcus:

1. Padrões hemolíticos (hemólise β- completa, α- parcial ou γ-sem hemólise)

2. Propriedades sorológicas: sorotipagem de Lancefild (grupos A até V)

3. Propriedades bioquímico-fisiológicas

Rebecca Lancefield (1933) desenvolveu um sistema de sorotipagem para a


classificação dos estreptococos β-hemolíticos, baseado em antígenos
específicos => carboidratos da parede celular

Classificação Sorológica Padrão de hemólise


S. pyogenes A β
S.agalactiae B β; ocasionalmente não hemolítico
S. equi, dysgalactiae C, F, G β; ocasionalmente α ou não hemolítico
S. bovis/equinus D β; α; ocasionalmente não hemolítico
Grupo Viridans Não grupável α ou não hemolítico
S. pneumoniae Não grupável α

Grupo A => Streptococcus pyogenes

A virulência dos estreptococos do grupo A é determinada pela habilidade da


bactéria de aderir à superfície das células hospedeiras, invadir as células epiteliais,
evitar a opsonização e a fagocitose e produzir uma variedade de toxinas e enzimas.

Epidemiologia

Ubiquitários, colonizam assintomaticamente o trato respiratório superior e colonização


transitória na pele.

São considerados importantes patógenos humanos, estão associados com processos


supurativos (com formação de pus) e processos não-supurativos.

Disseminação pessoa-pessoa ocorre através de perdigotos (faringite) ou através de


abertura na pele após contato direto com o indivíduo infectado ou através de fômites;

Indivíduos com maior risco incluem crianças entre 2 e 15 anos com pouca higiene pessoal;
crianças pequenas e idosos com infecções preexistentes do trato respiratório ou de pele.

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Doenças supurativas (ou piogênicas):

• Faringite (tonsilite ou “dor de garganta”): inflamação da faringe.

• Piodermite (impetigo): erupções purulentas e amareladas na pele.

• Erisipela: Inflamação no tecido subcutâneo. Pode ocorrer na face e extremidades inferiores.

• Celulite: Envolvimento dos tecidos subcutâneos mais profundos com invasão e


acometimento sistêmico. Mais profunda do que a erisipela, associada a traumatismos ou
evolução de feridas superficiais. Streptococcus pyogenes (2/3);

•Staphylococcus aureus (1/3), Haemophilus influenza (face de crianças) e Pseudomonas


(mãos e pés).

• Fasciíte necrosante (“bactérias comedoras de


carne”): Infecção nos tecidos subcutâneos
profundos que pode se espalhar rapidamente
pela fáscia muscular, comprometendo músculos
e gordura.

Doenças mediadas por toxinas:

Escarlatina: complicação da faringite estreptocócica - neste caso há a produção da toxina


eritrogênica.

Síndrome do choque tóxico por estreptococos: Semelhante à toxina estafilocócica da


síndrome do choque tóxico. Sintomas inespecíficos de dor, febre, calafrios, mal estar, e a
medida que a doença progride pode evoluir para choque e falência dos órgãos.

Outras doenças:

Sepse puerperal, inflamação dos vasos linfáticos, pneumonia e bacteremia: ocorrência e


disseminação de bactérias no sangue, seqüelas não supurativas febre reumática e
glomerulonefrite

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Estreptococos do Grupo Viridans

O nome do grupo é derivado de viridis => verde em latim, pelo fato das bactérias
produzirem o pigmento verde em agar sangue (resultado da alfa hemólise).

Colonizam a cavidade oral, a orofaringe, o TGI e o trato geniturinário, sendo raramente


encontrados na pele, pois os ácidos graxos da superfície são tóxicos para eles.

Doenças clínicas: Formação de abscessos supurativos intra-abdominais, cárie dental,


endocardite bacteriana sub-aguda

Streptococcus pneumoniae

Características Gerais

O microrganismo é ubíquo, e é um habitante comum da orofaringe e da nasofaringe de


indivíduos saudáveis.

A maioria das infecções é causada pela disseminação endógena a partir da nasofaringe


ou orofaringe, para outros locais (pulmões, seios paranasais, ouvido, etc.).

Outras doenças: meningites (disseminação para o SNC), otites (infecção nos ouvidos),
sinusites (infecção nos seios paranasais) e bacteremias.

Infecções de pele e de tecidos moles


Principais patógenos:

Aeróbios - Cocos Gram + Staphylococcus


Streptococcus pyogenes

- Bastonetes Gram + Bacillus anthracis


- Bastonetes Gram - Pseudomonas aeruginosa
Haemophilus influenzae
Enterobactérias

Anaeróbios - Cocos Gram + Peptoestreptococcus


- Bastonetes Gram + Clostridium perfringens
Propionibacterium acnes
Actinomyces
- Bastonetes Gram - Bacteroides fragilis
Fusobacterium necrophorum
Porphyromonas sp.
Prevotella sp.

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Bacillus anthrax

Bastonete Gram positivo formador de esporo ubiquitário, encontrado


principalmente no solo;

Associado a risco ocupacional – trabalhadores da terra;

Bioterroismo – inalatório

Carbúnculo ou anthrax é uma infecção que pode afetar a pele, a região nasal e
faringe, os pulmões, o mediastino (região central do tórax, incluindo o coração)
e os intestinos.

Bacillus anthrax

Em geral, apresenta-se como uma infecção na pele que pode começar com
uma coceira => ferida avermelhada pequena que pode se seguir com a
formação de pus, vesícula e evoluir para uma úlcera.

A úlcera pode evoluir para uma ferida chamada escara, com formação de
uma crosta escura.

Pode se transformar numa doença que afetará os gânglios locais e pode levar
até a morte. Esses sinais apresentam-se mais frequentemente na região da
cabeça e mãos.

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Infecções de pele e de tecidos moles


Principais patógenos:

Aeróbios - Cocos Gram + Staphylococcus


Streptococcus pyogenes

- Bastonetes Gram + Bacillus anthracis


- Bastonetes Gram - Pseudomonas aeruginosa
Haemophilus influenzae
Enterobactérias

Anaeróbios - Cocos Gram + Peptoestreptococcus


- Bastonetes Gram + Clostridium perfringens
Propionibacterium acnes
Actinomyces
- Bastonetes Gram - Bacteroides fragilis
Fusobacterium necrophorum
Porphyromonas sp.
Prevotella sp.

Pseudomonas aeruginosa

Bastonetes Gram negativos não-fermentadores, ubiquitários e importantes


causadores de infecções hospitalares Resistencia a antibióticos;

Particularmente para queimados - infecções podem gerar pus de coloração


azul-esverdeada (piocianina);

Dermatite por Pseudomonas – erupção autolimitada - associada ao uso de


piscinas, saunas e banheiras (salão de beleza – manicures);

Água quente – abertura dos folículos pilosos => porta de entrada - oportunismo

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Pseudomonas aeruginosa

Infecções em
queimados

Folicute Síndrome da “unha verde”

Infecções de pele e de tecidos moles


Principais patógenos:

Aeróbios - Cocos Gram + Staphylococcus


Streptococcus pyogenes

- Bastonetes Gram + Bacillus anthracis


- Bastonetes Gram - Pseudomonas aeruginosa
Haemophilus influenzae
Enterobactérias

Anaeróbios - Cocos Gram + Peptoestreptococcus


- Bastonetes Gram + Clostridium perfringens
Propionibacterium acnes
Actinomyces
- Bastonetes Gram - Bacteroides fragilis
Fusobacterium necrophorum
Porphyromonas sp.
Prevotella sp.

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Porque o oxigênio é letal para os anaeróbios?

Incapacidade de eliminação ou capacidade limitada de eliminar produtos do metabolismo


do oxigênio molecular.

EROs em procariotos anaeróbios

Oxidação e lipídios, proteínas e DNA

MORTE
CELULAR

A maioria dos microrganismos encontrados em infecções anaeróbicas são de origem


endógena - caráter anfibiôntico (exceção Clostridium).

A perda do suprimento sanguíneo em qualquer tecido pode induzir uma necrose local
e/ou metabolismo anaeróbico pelas células daquele tecido, estabelecendo assim um Eh
mais baixo

=> anaerobiose.
• Algumas vezes microrganismos aeróbios podem auxiliar na redução do ambiente pelo
consumo de pequenas concentrações de oxigênio presente no ambiente.

As infecções anaeróbicas podem apresentar-se de três maneiras:

- Coleção de bactérias anaeróbias facultativas;


- Coleção de anaeróbios facultativos e anaeróbios obrigatórios;
- Coleção de uma ou mais espécies de anaeróbios obrigatórios.

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Bacilos Gram-positivos esporulados

Clostridium
• Presentes nos solo, ambientes aquáticos e TGI (algumas espécies)

• Anaeróbios estritos

• Produção de diversas toxinas

• C. tetani – tétano (pele porta entrada)

• C. botulinum – botulismo

• C. perfringens - gangrena gasosa

• C. difficile - diarreia associada a antibióticos e colite pseudomembranosa

Clostridium perfringes
• Amplamente distribuído na natureza - solo, água e TGI

• Gangrena gasosa ou mionecrose ou miosites

• Ocorre geralmente após trauma ou ferimento – rápida progressão e alta


taxa de mortalidade

• Destruição tecidual – decorrente da produção de metabólitos – dispersão


da bactéria para outros sítios

• Toxinas (α-toxina – mais importante)

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Clostridium perfringes

Gangrena Gasosa (Mionecrose)

• Infecção grave, atinge derme,


tecido subcutâneo e músculo.

• Progressão rápida, podendo ser


fatal.

• Excisão do tecido afetado.

Clostridium perfringes

• Colagenase - destrói o colágeno que sustenta os tecidos

• Metabólitos - ácidos , proteases, gases

• Tratamento - debridamento do tecido necrosado e antibioticoterapia


dependendo das condições vasculares do paciente.

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Sinais clínicos sugestivos de infecções


inespecíficas por anaeróbios
• Secreção de odor fétido (ácidos orgânicos e aminas) e necrose tecidual
intensa

• Formação de abscessos

Sinais clínicos sugestivos de infecções


inespecíficas por anaeróbios
• Produção de gás (CO2 e H2) e coloração escura - cianose

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Abscessos cerebrais

• Anaeróbios
- Mais freqüentes: Bacteroides, Fusobacterium, Peptostreptococcus
- Menos freqüentes: Clostridium, Actinomyces

• Não – anaeróbios
- Streptococcus, Staphylococcus, Haemophilus, Actinobacillus

• Fatores de risco: sinusite, otite, infecções orais, infecções pulmonares,


endocardite, bacteremia.

Angina de Vincent

Infecção metastática que se manifesta-se como faringite em crianças e adultos jovens. Ocorre a
formação de lesão com pseudomembrana, ulceração e necrose. A doença geralmente evolui
para embolia pulmonar séptica, abscessos pulmonares, abscessos de fígado, etc.

• Anaeróbios
- Fusobacterium necrophorum é o patógeno chave, particularmente quando as complicações
resultam em sepse.

Infecções orofaciais e odontogênicas

• Anaeróbios
- Bacteroides, Fusobacterium, Peptostreptococcus, Prevotella, Porphyromonas,
Actinomyces...

• Não – anaeróbios
- Streptococcus do grupo viridans

• Fatores de risco: infecções de canal radicular, abscessos periapicais, cáries dentais,


gengivite, periodontite, trauma ou cirurgia oral.

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Abscessos de fígado (envolvimento de anaeróbios – aproximadamente 50%)

• Anaeróbios
- Peptostreptococcus, Bacteroides, Fusobacterium, Actinomyces.

• Não – anaeróbios
- Streptococcus viridans, Enterococcus, bastonetes Gram negativos entéricos,
Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus.

• Fatores de risco: infecções de trato biliar, bacteremia, peritonite, diverticulite, infecções


intra-abdominais, abscessos periretais, traumas da cavidade intra-abdominal...

Infecções de trato biliar

• Anaeróbios:
- Bacteroides, Clostridium, Peptostreptococcus, Clostridium...
- Não-anaeróbios: Enterobacteriaceae (especialmente E. coli),
Enterococcus, Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus.

• Fatores de risco: cálculo biliar, inflamação aguda...

Abscessos intra-abdominais e peritonites

• Anaeróbios
- Peptostreptococcus, Bacteroides, Fusobacterium, Clostridium.

• Não – anaeróbios
- Streptococcus viridans, Enterococcus, bastonetes Gram negativos entéricos,
Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus.

• Fatores de risco: cirurgia gastrintestinal, supuração de feridas, diverticulite, doença


inflamatória de intestino, isquemia intestinal, pancreatite, traumas da cavidade intra-
abdominal.

Outras manifestações clínicas envolvendo anaeróbios

• Apendicite, diverticulite, abscessos renais, endometrites, inflamações pélvicas, abscessos


tubo-ovarianos, aborto séptico, infecções secundárias em feridas, infecções de pele e
tecidos moles, osteomielite, artrite purulenta, tétano, botulismo.

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