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 Assexuada

Micologia
(anamórfica)

Importância dos fungos


 Ambiente: interação
planta-solo; micorrizas; controle biológico;
decompositores; ciclos biológicos e
Fungos biorremediação
 Indústria: alimentar (queijos, cerveja, vinho),
Características gerais
farmacêutica (antibióticos, vitaminas) e
 Ausência de clorofila
energia (bioetanol).
 Heterotrofismo: precisa absorver nutrientes do
meio externo  Desvantagens: ameaçam a biodiversidade,
 Armazenam glicogênio economia e saúde humana
 Parede celular de quitina e glucanas Fatores de virulência fúngicos
 Estão mais relacionados aos animais do que às
 Termotolerância: tolerância a temperatura de
plantas
no mínimo 37ºC
 Preferencialmente saprotróficos: se alimentam
absorvendo substâncias provenientes de  Estruturas de superfície celular: geram
matéria orgânica em decomposição robustez e resistência ao estresse. *Cápsula
 Crescimento ótimo 25-30ºC (mesófilos) polissacarídica – estrutura formada
 Espécies termotolerantes ou termofílicas (30- fundamentalmente pro açúcares, sendo um
35ºC) mecanismo de evasão do sistema imune do
 Espécies psicrotolerantes (<5ºC) ou psicrófilas hospedeiro (Cryptococcus)
(5-20ºC) *Deposição da melanina na parede celular:
 Muitos fungos vivem em simbiose: associação proteção contra raios UV e agentes
intimida estabelecida com seres de diferentes microbicidas
espécies  Secreção de enzimas
 Transição morfológica
Morfologia geral
 Formação de biofilme: comunidades de fungos
 Ergosterol na membrana plasmática
embebidas em uma matriz extracelular que
 Podem ser macroscópicos quando visualizados
permite os fungos uma maior sobrevida contra
a olho nu (cogumelos) e podem ser
drogas antifúngicas
microscópicos quando precisam do
microscópio para serem visualizados.

Micoses superficiais e cutâneas

Características gerais
 Superficial: atingem a camada externa “morta”
da pele e cabelos
 Cutânea: atingem porções queratinizadas da
pele, unhas e cabelo.
 Parasitam apenas camadas mais superficiais do
estrato córneo e pelos
 Induzem apenas alterações estéticas
 Prevalentes em zonas de clima tropical e
subtropical
 Frequente em adolescentes e adultos
Principais micoses superficiais
 Pitiríase ou tínea versicolor: Malassezia spp.
 Tínea nigra: Hortaea werneckii
 Piedra branca: Trichosporon spp.
Formas de reprodução em fungos  Piedra negra: Piedraia hortae
 Sexuada (teleomórfica): fragmentação de
hifas; produção de conídios por mitose
Malassezia spp.
 Fungo lipofílico (exceto M. pachydermatis):
precisa de uma fonte graxa para crescer
 Manifestações clínicas: Pitiríase versicolor
(tínea versicolor ou micose de praia); caspa;
dermatite seborreica

Pitiríase versicolor Diagnóstico laboratorial


 Exame direto: observação de leveduras
agrupadas e pequenos fragmentos de hifas
septadas
 Cultivo (isolamento): hifas não podem ser
reproduzidas no cultivo em laboratório, apenas
leveduras

Tratamento
 Uso tópico: shampoos e sabonetes a base de
selênio, zinco, enxofre. Antifúngicos:
terbinafina, miconazol e cetoconazol.
 Uso oral: azóis – cetoconazol e fluconazol
 Colonização de áreas oleosas do corpo
Tínea nigra
 Fatores de predisposição:
 Hortaea werneckii
* Alta temperatura e umidade  Levedura escura polimórfica. Em parasitismo,
apresenta-se com hifas demáceas, septadas e
* Secreção cutânea aumentada de ácidos ramificadas
graxos
 Fungo halofílico: habita diversos ambientes
* Sudorese elevada com elevada concentração de sal
 Comum em crianças e adolescentes
* Fatores hereditários
* Hipovitaminose Piedra branca
 Trichosporon spp
* Uso externo de cremes estéticos  Acomete os pelos, comumente encontrada em
* Doenças crônicas pelos pubianos
 Forma pequenos nódulos que se parecem com
* Terapias imunossupressoras grãos ou minúsculas pedras
 Lesões descamativas, geralmente
Piedra negra
assintomáticas, sem coceira nem dor
 Em alguns casos, é crônica e recorrente  Piedraia hortae
 Formação de placas geralmente  Fortemente aderida ao cabelo, difícil remoção
hiper/hipopigmentadas: a Malassezia secreta por processos mecânicos
enzimas e uma lipase que degrada ácidos  Estruturas semelhantes a um mosaico,
graxos presentes na pele, sendo o mais comum formadas por um grupamento de unidades
o ácido oleico. A lipase cliva o ácido oleico fúngicas de coloração acastanhadas, podendo
gerando ácido azelaico, que possui estar associada ou não a filamentos septados
propriedades anti-inflamatórias e inibe a similares a artroconídios
síntese de melanina pelos queratócitos da pele,  Pode-se usar shampoos antifúngicos ou corte
formando manchas hipopigmentadas.
de cabelo
 Micose de praia é um termo errôneo pois essa
micose não é contraída na praia, o que
Micoses cutâneas
acontece é que, pela exposição ao sol, a
diferença de cor das manchas ficará mais  Causadas por fungos dermatófitos:
evidente. dermatofitoses
 Na lesão apresenta-se como hifas septadas  Tropismo por queratina
curtas e curvas e leveduras em formas de  Fungos adaptados à colonização de tecidos
cachos de uva: aspecto “espaguete com queratinizados como unhas, pelos, cabelos e
almôndegas” estrato córneo
 Cosmopolitas
 Agentes infecciosos mais comuns do ser
humano

Principais dermatofitoses
Tinea pedis (pé-de- Espaços interdigitais nos
atleta) pés
Tinea cruris (prurido de
Virilha
jóquei)
Tinea unguium
Unhas
(onicomicose)
Tinea barbae Pelo da barba
Tinea corporis Pele lisa e sem pelo
Couro cabeludo,
Tinea capitis
sobrancelha e cílios

 Pele, pelos e unhas podem ser afetados

Onicomicoses (micoses nas unhas)


 Fatores de risco: trauma, idade avançada,
diabetes, obesidade, tumores,
imunossupressão, tinea pedis, psoriasis
 Atinfúngicos tópicos ou sistêmicos
 Remoção cirúrgica da unha
 Nem todas as onicomicoses são causadas por
dermatófitos

Diagnóstico
Transmissão  Exame direto de pele, unhas e pelos
 3 grupos: geofílicos, zoofílicos, antropofílicos infectados: presença de hifas (micélio septado)
 Contato com área ou terra contendo elementos e artroconídios (fragmentação do micélio)
fúngicos viáveis  Exame por cultura: identificação gênero e
 Contato com escamas de pele, pelos infectados espécie
ou outros pacientes
 Coceiras e transmissíveis muito facilmente Local de provável transmissão:
 Antropofílico: roupas e sapatos
Etapas:  Zoofílico: gatos, cachorros
1. Inoculação de artroconídeos ou fragmentos de Tratamento
hifas (lesão cutânea ou escoricões)  Uso tópico preparados à base de enxofre, iodo,
2. Colonização da camada córnea ácido salicílico, etc
3. Adesão do fungo ao tecido  Azoles de uso tópico restrito: miconazol,
4. Proliferação do fungo clotrimazol e econazol
5. Secreção de queratinase  Azoles de uso tópico ou oral: cetoconazol e
6. Invasão da derme itraconazol
7. Resposta inflamatória  Outros agentes: griseofulvina, terbinafina e
8. Prurido e coceira ciclopirox
Manifestações clínicas Prevenção
 Fungo cresce e se espalha num padrão  Manter pele e pés limpos e secos
centrífugo, formando anéis
 Uso de shampoos e controladores de
oleosidade
 Não compartilhar roupas, toalhas, barbeadores,
escovas de cabelo e outros itens de uso pessoal
 Não andar descalço em academias, saunas, etc
 Lavar mãos após contato com animais
 Evitar carícias em animais com lesões de pele  Lesões extensas, grande infiltrado inflamatório
 Encaminhar animais para tratamento e ricas em parasitas
veterinário
Homem:

 Cutânea fixa: lesão única no local do


Fungos dimórficos térmicos inóculo
 Linfocutânea: disseminação pela
Micoses subcutâneas circulação linfática.
 Causadas por fungos dimórficos;  Disseminada: imunossupressão
 Encontrados naturalmente no solo, plantas,  Mucosa (ocular, nasal e outros)
vegetação e madeira em decomposição (20-  Cutânea localizada: lesão próxima ao
25ºC) na forma filamentosa ou micélio local do inóculo
septado. Após contato com o tecido a 37ºC, os
fungos transformam-se em leveduras Diagnóstico
 Exame microscópico direto e hispatológico:
 Infecção iniciada por implantação traumática
observa-se pequenas leveduras e podem ser
do fungo
intracelulares
 Não colonizam a pele íntegra pois não
 Exame microscópico direto: exame
secretam queratinases
histopatológico – pouco sensível para o
Esporotricose homem e o cão
Doença epidêmica negligenciada no RJ.  Exame de cultura: confirmar o dimorfismo –
cultura em duas temperaturas
 Sporothrix spp.
 Doença benigna
 Redução da morbidade da doença em humanos
 Histopatologia material de biópsia
não interrompe a cadeia de transmissão
 Devido ao alto número de casos, é uma doença Tratamento
de notificação obrigatória no estado do RJ.  Cutânea, linfocutânea e mucosa:
 Clássica: ambiente para o homem itraconazol V.O, terbinafina V.O, iodeto de
 Horizontal: entre animais potássio V.O
 Zoonótica: animal para o homem  Forma disseminada (grave): anfotericina B
I.V, AmB formulações lipídicas I.V, ou
AmB I.V + itraconazol V.O
Transmissão
 Saprofítica: agricultores, mineiros, jardineiros,
etc. Conídios e hifas são inoculados na pele
 Zoonótica: micose urbana. Arranhadura ou
mordedura de gatos infectados, ou contato
com secreção. Leveduras são inoculadas na
pele
 Gato: iodeto de potássio + itraconazol
Fatores de virulência de Sporothrix spp.
 Termodimorfismo Prevenção
 Termotolerância  Isolar o gato de outros animais
 Produção de melanina: proteção contra  Usar luvas para manipular o animal e lavá-las
espécies reativas de oxigênio e antifúngicos após
 Adesina: aderência na matriz extracelular do  Desinfetar o ambiente onde o gato se encontrar
tecido subcutâneo  Evitar que o animal tenha acesso à rua
 Enzimas hidrolíticas

Manifestações clínicas Micoses sistêmicas


Gato:
Causadas por fungos dimórficos
 Eliminação de estruturas fúngicas pelo
 Histoplasmose
exsudato das lesões teciduais, secreções oro-
 Paracoccidioidomicose
nasais, unhas e fezes
 Coccidioidomicose Tratamento
 Histoplasmose pulmonar aguda: melhora
Histoplasmose espontânea ou itraconazol V.O
 H. capsulatum var. capsulatum (América)
 Histoplasmose pulmonar crônica: itraconazol
 H. capsulatum var. duboisii (África e Europa) V.O
 Cosmopolita  Histoplasmose disseminadas: anfotericina B
 No Brasil a real incidência é desconhecida, I.V, ou anfotericina B. I.V seguido de
pois não está incluída na lista de notificação itraconazol V.O
compulsória
 Mata mais pacientes que convivem com Paracoccidioidomicose (PCM)
HIV/AIDS do que tuberculose nas Américas  Paracoccidioides brasilienses
 Paracoccidioides lutzii
Dimorfismo  Tatu é um reservatório
 Ser humano inala conídios (células
reprodutoras dos fungos) que acessam os Dimorfismo
pulmões. A maioria das pessoas consegue  Ser humano inala os conídios do fungo, e nos
combater a infecção com quadros pulmões viram leveduras (irão se dividir por
assintomáticos/leves. brotamento único ou duplo)
 No solo tem morfologia de micélio septado, se  Forma-se uma levedura grande com a
reproduz na natureza formando microconídeos formação de diversos conídios, que
e macroconídeos. Os macroconídeos podem posteriormente darão origem a novas
auxiliar no diagnóstico micológico. leveduras
Transmissão Transmissão
 Fungo cresce em solos ricos em nitrogênio e Fatores de risco:
guano de morcegos e aves
 Principais locais de infecção: prédios urbanos  Manejo do solo contaminado com o fungo
habitados por morcegos/pombos; porões e  Pacientes expostos a atividades agrícolas
sótãos; grutas e cavernas; túneis e minas durante as duas primeiras décadas de sua vida
abandonadas; galinheiros  Fumo e alcoolismo são frequentemente
associados à forma crônica
Manifestações clínicas  Acomete preferencialmente homens: estradiol
 Assintomáticas ou leves é inibidor da formação de leveduras
 Agudo: febre, mialgia, dor de cabeça, tosse,  PCM é confundida com câncer e tuberculose
dispneia e desconforto no peito
 Crônico: mal-estar, tosse, sudorese noturna Manifestações clínicas
 Progressiva: pacientes imunocomprometidos, Forma crônica tipo adulto (90% dos casos)
especialmente acometidos por infecção  Pulmonar assintomático ou leves: pode ter
avançadas pelo HIV e/ou uso de cura espontânea
corcosteroides.  Pulmonar agudo: febre, tosse, falta de ar e
Diagnóstico sudorese
 Exame microscópico direto: presença de  Pulmonar crônico: febre, tosse, falta de ar,
pequenas leveduras intracelulares sudorese, gânglios inchados, dor no corpo,
 Exame de cultura: cultura em duas perda de peso e fraqueza
temperaturas  Cutânea: lesões na pele, principalmente nariz e
boca
Forma aguda/subaguda ou juvenil:

 Evolui rapidamente e dissemina para múltiplos


órgãos
 Febre, perda de peso, anorexia,
linfonodomegalia, hepatoesplenomegalia
 Manifestações digestivas, lesões cutâneas,
osteoarticulares
 Detecção de antígenos fúngicos circulantes
Diagnóstico Fungos oportunistas
 Exame microscópico direto: observa-se Normalmente não são infectantes, mas se aproveitam
leveduras com múltiplos brotamentos (“roda de alterações nas condições imunológicas e/ou
de leme”) fisiológicas do hospedeiro para causarem as doenças.
 Exame de cultura: cultura em duas
temperaturas  Micoses sistêmicas causadas por leveduras
clássicas: Cryptococcus neoformans e C. gatti;
Candica albicans
 Micoses sistêmicas causadas por bolores
presentes no ambiente: Aspergillus spp,
Fusarium spp, Mucor spp. e Rhizopus spp.
Fatores predisponentes do hospedeiro: cirurgias,
transplantes, quimioterapia imunossupressora,
corticosteroides, diabetes, gravidez, infecção HIV,
antibactariano de amplo espectro de ação.
Tratamento
Candidíase
 Formas leves/moderadas: itraconazol
 Candida spp.
 Formas graves e disseminadas: anfotericina B
e assim que possível transição para itraconazol  Levedura comensal, em desequilíbrio:
oral infecções -> pele, cavidade oral, genitais,
unhas, invasivas
Coccidiodomicose  Temperatura: 20-38ºC, pH 2,5-7,5
 Coccidioides spp.  Mais frequente: C. albicans
 Rara no Brasil
Transmissão
Dimorfismo e transmissão  Infecção endógena (predominante): microbiota
 Divisão ocorre pela fragmentação dos local perturbada, as barreiras normais dos
filamentos gerando artroconídios tecidos enfraquecidas ou as defesas
 Não forma levedura tradicional no pulmão imunológicas comprometidas -> crescimento
 Entra num processo de endoesporulação descontrolado
dentro do paciente. Um artroconídeo consegue  Infecção exógena: contaminação água,
formar uma estrutura chamada esférula que se alimentos, superfície de instrumentos,
divide formando vários endósporos cateteres, dispositivos protéticos, transmissão
 Endósporos começam a ser individualizados, pessoa a pessoa
formando estruturas que vão ser liberadas para  75% das mulheres em idade reprodutiva terá
circulação do paciente, gerando picos de febre pelo menos um episódio de candidíase
e uma disseminação muito grande de fungos vulvovaginal ao longo da vida
 Fatores de risco candidíase vulvovaginal: altos
Manifestações clínicas níveis de estrogênio, uso de contraceptivos
 A maioria assintomáticos ou pouco orais, diabetes descontrolado, episódios
sintomáticos idiopáticos
 Fadiga e erupção cutânea  Fatores de risco candidíase sistêmica: danos à
 1% dos pacientes apresentam infecção barreira intestinal (cirurgia ou trauma),
disseminada com locais extratorácicos imunossupressão induzida por medicamentos,
uso de antibióticos de amplo espectro
Diagnóstico
 Exame microscópico direto: observa-se Candida auris
grandes esférulas  Resistência aos antifúngicos
Tratamento  Permanece no ambiente hospitalar: tolerante
 Fluconazol, itraconazol e voriconazol aos desinfetantes de assepsia
 Anfotericina B: casos mais graves  Surtos nosocomiais
 Fluconazol: mais comum  Pode causar infecções sanguíneas, feridas,
infecções no ouvido, infecções respiratórias e
urinárias
 Fatores de risco: diabetes, doenças pulmonares  Candidíase intertriginosa: lesões eritematosas
e renais; uso de cateteres, cirurgias; localizadas nas dobras das peles
antibióticos e antifúngicos prolongados  Onicomicose: lesões na unha e região
periungueal, que se apresenta inflamada
Fatores de virulência cândida
 Candidíase disseminada: ocorre em mais de
 Enzimas extracelulares: destrói a membrana
80% dos pacientes HIV+
plasmática do hospedeiro e facilita a invasão
o Fosfolipases: C. albicans -> gene Diagnóstico laboratorial
PBLI.  Material: pele e unha, urina, escarro e lavado
o Proteinases: família de genes SAP. broncoalveolar, líquor, fluido pleural e sangue,
Degrada colágeno, queratina e biópsia de diferentes órgãos, cateteres
peptídeos localizados na superfície  Exame direto: em caso de invasão tecidual, C.
mucosa. Atua sobre componentes do albicans pode formar tubos germinativos que
sistema imunológico como as vão gerar formas filamentosas (hifas
imunoglobulinas, complemento e verdadeiras e pseudohifas)
citocinas, facilitando os processos de  Histopatologia
invasão tecidual.  Cultura (padrão ouro): permite isolamento de
 Atividade hemolítica: invasão tecidual mais de uma espécie
 Polimorfismo em C. albicans: alteração da
morfologia dependendo das condições Testes morfológicos e bioquímicos para identificação
ambientais, como pH e nutrientes. as espécies
o Blastoconídeos: arredondados  Teste do tubo germinativo
o Hifas ou micélios verdadeiros: eleva a  Micromorfologia
capacidade de aderência da levedura  Bioquímicos: assimilação de carboidratos ou
aos tecidos do hospedeiro, de nitrogênio; fermentação dos carboidratos
favorecendo a invasão tecidual e  Testes sorológicos
disseminação  Testes moleculares
o Pseudohifas
o Tubo germinativo: transição entre
levedura e micélio Tratamento
 Azóis (principalmente fluconazol)
 Equinocandinas
 Poliênicos

Criptococose
Cryptococcus neoformans:
 Adesão: capacidade das leveduras de C.  Cosmopolita
albicans aderirem nas células e tecidos. Pode  Oportunista
ocorrer pelo contato da parede celular do  Imunodepressão celular
fungo e célula hospedeira, fatores não  Uma das micoses mais letais em pacientes
biológicos e biológicos com AIDS
 Biofilme: comunidades microbianas aderidas à
um substrato e embebidas em uma matriz Cryptococcus gattii
extracelular polimérica. A estrutura do
 Criptococose primárias
biofilme contribui para a tolerância dos
 Hospedeiros imunocompetentes
antifúngicos agindo como barreira e inibindo
sua ação e penetração.
 Matriz extracelular: polissacarídeos, proteínas,
ácidos nucléicos, lipídeos lipopolissacarídeos.  Micose sistêmica que atinge vários órgãos,
principalmente pulmões e SNC
Manifestações clínicas  Ocorre em animais e homens, mas a
 Vulvovaginite/balanite: lesões pruriginosas transmissão animal-homem ou homem-homem
com corrimento e sensação de queimadura não foi documentada
 Candidíase oral: formação de placas brancas
na mucosa oral e cantos dos lábios
 Fontes ambientais: solo contendo excrementos
de pombos ou eucaliptos e outras árvores e
madeiras em decomposição.

Virulência fúngica e patogênese


Fatores de virulência:

 Transição morfológica
 Cápsula polissacarídica
 Melanina
 Enzimas extracelulares
1. Cápsula polissacarídea  Provas bioquímicas
 Testes sorológicos: PCR
Formada por Glucuronoxilomanana (GXM) -> 90%
massa capsular. Glucoronoxilomanogalactana  Testes moleculares: ELISA
(GXMGal) e manoproteínas. Tratamento
Essa estrutura protege o fungo contra dessecação e  Indução: anfotericina B + flucitosina +
predadores (fagocitoses de predadores ambientais, já fluconazol
que essa estrutura pode fazer a célula adquirir  Consolidação: fluconazol
tamanhos superiores aos capazes de serem fagocitados  Manutenção: fluconazol
por amebas)
Aspergilose
No hospedeiro humano é o principal fator de  Aspergillus spp.
virulência, causando ausência de resposta a anticorpos,  Ubíquos e cosmopolitas
inibição da migração de leucócitos, depleção do  Habitar primário: solo
complemento, produção de citocinas, interferência  A. fumigatus (mais comum)
com a apresentação de antígeno e prevenção da
fagocitose por macrófagos. Fatores de virulência de A. fumigatus
 Pequeno tamanho do conídio
2. Melanina  Termotolerância
Proteção contra predadores, temperaturas elevadas,  Toxinas
agressões pelo raio UV e metais pesados. Reduz a  Resistente ao estresse oxidativo
fagocitose, antioxidantes e reduz efeito de  Formação de biofilmes
antifúngicos.  Componentes da superfície celular. Conídios
(melanina e rodlet) e hifas
3. Produção de enzimas extracelulares (galactosaminogalactana (GAG))
Enzimas com funções diversas, mas focadas na GAG é um polissacarídeo insolúvel em água -
colonização ambiental. Favorecem a disseminação do > adesina envolvida na formação de biofilme,
fungo no hospedeiro humano. se liga às células epiteliais e auxilia na
formação de tubos germinativos. Propriedades
 Urease: enzima que catalisa a hidrólise da imunossupressoras.
ureia em dióxido de carbono e amônia.
Aumenta o pH microambiental. No hospedeiro Manifestações clínicas
a urease está associada a passagem da BHE e  Asma grave com sensibilização fúngica
também controle do pH do fagolisossomo (SAFS)
 Proteases: enzimas que degradam proteínas,  Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA)
fazem parte do metabolismo nutricional do  Aspergiloma
fungo e geram lesões teciduais no hospedeiro  Aspergilose broncopulmonar crônica (CPA)
 Fosfolipases: altamente relevantes na invasão  Aspergilose pulmonar invasiva (IPA)
tecidual e proteção contra predadores.
Diagnóstico
Manifestações clínicas Amostras: lavado broncoalveolar, sangue, biópsia
 Criptococose disseminadas:
 Exame direto
meningoencefalite, afecção cutânea
 Cultura (padrão ouro)
 Criptococose pulmonar: imunocompetentes
(assintomática ou sintomática);  Testes sorológicos
imunocomprometidos (lesão pulmonar, tosse,  Testes moleculares
febre, expectoração) Tratamento
Diagnóstico laboratorial  Aspergilomas: ressecção (remoção cirúrgica)
Material biológico: escarro, líquor, material  Aspergilose invasiva: voriconazol,
ganglionar, lesões mucocutâneas isavuconazol, anfotericina B, equinocandinas

 Exame direto: observação de levedura Terapia antifúngica


encapsulada Requisitos para o antifúngico ideal:
 Histopatologia
 Cultura (padrão ouro)  Toxicidade seletiva: baixos efeitos colaterais
 Amplo espectro de ação  Inibidores da enzima 14α lanosterol
 Não permita a seleção de cepas resistentes demetilase
 Não ser alérgeno  Trizóis tem maior especificidade pela enzima,
 Solúvel em água são menos tóxicos que os imidazóis e tem
 Boa estabilidade maior espectro de ação.
 Boa farmacocinética
Antifúngicos que atuam na parede celular
 Baixo custo
 Equinocandinas: síntese de glucanas.
Problemas encontrados: Caspofungina, micafungina e anidulafungina.

 Poucos antifúngicos Glucanas são importantes para integridade


 Baixa especificidade e alta toxicidade osmótica da célula fúngica, para divisão celular e
 A maioria dos antifúngicos comerciais são crescimento. São particularmente importantes na
fungistáticos, podendo levar a resistência manutenção da integridade da parede celular de
 Os antifúngicos comerciais se restringem a Candida spp e Aspergillus spp. representando os
poucos grupos farmacológicos (classes) componentes majoritários da parede celular desses
 Poucos alvos conhecidos fungos.

Antifúngicos que atuam na membrana plasmática  Pouca interação com outras drogas
 Poliênicos: ligação ao esgosterol  Não apresenta resistência cruzada aos agentes
azólicos
Nistatina e anfotericina B  Uso IV restrito
 Efeitos adversos gastrointestinais
1. Nistatina
 Má absorção gastrointestinal, muito tóxica  Não passa pela BHE
 Limitado a uso tópico  Ação restrita para Candida e Aspergillus
 Mecanismo de ação: alterações da Antifúngicos que atuam no citoesqueleto
permeabilidade da membrana e extravasamento  Griseofulvina: microtúbulos e fuso mitótico
de componentes intracelulares  Mecanismo de ação: interage com os
2. Anfotericina B desocixolato (AmB): microtúbulos inibindo a mitose.
 Amplo espectro de ação (leveduras e fungos  Agente sistêmico ativo principalmente contra
filamentosos) dermatófitos
 Formulação tópica e IV  Sem atividade contra leveduras
 Muito tóxica  Substituído por azóis
 Eliminação renal lenta
 Mecanismo de ação: permeabilização de Antifúngicos antimetabólitos
membrana, sequestro de esterol (essencial para a  Flucitosina: síntese de DNA
atividade fungicida), dano oxidativo.  Age na síntese de DNA, RNA e proteínas
Formação de complexos que atravessam a  Uso limitado a Candida spp, C. neoformans,
membrana e formam poros, nos quais a cadeia Rhodotorula spp, Saccharomyces cerevisiae e
poliênica fica voltada para o ambiente lipídico alguns fungos dematiáceos.
e a cadeia poliol é orientada em direção ao  Resistência primária rara
ambiente aquoso no interior dos poros.  Uso indicado em conjunto com outros
antifúngicos
 Azóis e alilamina: síntese de ergosterol  Intolerância gastrointestinal e depressão da
medula óssea
1. Alilamina: terbinafina  Uso não autorizado pela ANVISA
 Uso oral ou tópico
 Boa ação em fungos filamentosos Resistência aos antifúngicos x uso de pesticidas
(dermatófitos)  Os azóis são usados para controle de fungos
 Acumula na pele, unha e tecido adiposo que prejudicam as plantações e esse
 Causa algumas reações adversas fungicidas são semelhantes aos usados para
2. Azóis: miconazol, cetoconazol, fluconazol, tratar pessoas que adoecem com Aspergillus
itraconazol, voriconazol, posaconazol fumigatus. Fungos que adquirem resistência
no ambiente podem contaminar os pacientes,
que não irão responder ao tratamento com
azóis.

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