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Micologia
(anamórfica)
Características gerais
Superficial: atingem a camada externa “morta”
da pele e cabelos
Cutânea: atingem porções queratinizadas da
pele, unhas e cabelo.
Parasitam apenas camadas mais superficiais do
estrato córneo e pelos
Induzem apenas alterações estéticas
Prevalentes em zonas de clima tropical e
subtropical
Frequente em adolescentes e adultos
Principais micoses superficiais
Pitiríase ou tínea versicolor: Malassezia spp.
Tínea nigra: Hortaea werneckii
Piedra branca: Trichosporon spp.
Formas de reprodução em fungos Piedra negra: Piedraia hortae
Sexuada (teleomórfica): fragmentação de
hifas; produção de conídios por mitose
Malassezia spp.
Fungo lipofílico (exceto M. pachydermatis):
precisa de uma fonte graxa para crescer
Manifestações clínicas: Pitiríase versicolor
(tínea versicolor ou micose de praia); caspa;
dermatite seborreica
Tratamento
Uso tópico: shampoos e sabonetes a base de
selênio, zinco, enxofre. Antifúngicos:
terbinafina, miconazol e cetoconazol.
Uso oral: azóis – cetoconazol e fluconazol
Colonização de áreas oleosas do corpo
Tínea nigra
Fatores de predisposição:
Hortaea werneckii
* Alta temperatura e umidade Levedura escura polimórfica. Em parasitismo,
apresenta-se com hifas demáceas, septadas e
* Secreção cutânea aumentada de ácidos ramificadas
graxos
Fungo halofílico: habita diversos ambientes
* Sudorese elevada com elevada concentração de sal
Comum em crianças e adolescentes
* Fatores hereditários
* Hipovitaminose Piedra branca
Trichosporon spp
* Uso externo de cremes estéticos Acomete os pelos, comumente encontrada em
* Doenças crônicas pelos pubianos
Forma pequenos nódulos que se parecem com
* Terapias imunossupressoras grãos ou minúsculas pedras
Lesões descamativas, geralmente
Piedra negra
assintomáticas, sem coceira nem dor
Em alguns casos, é crônica e recorrente Piedraia hortae
Formação de placas geralmente Fortemente aderida ao cabelo, difícil remoção
hiper/hipopigmentadas: a Malassezia secreta por processos mecânicos
enzimas e uma lipase que degrada ácidos Estruturas semelhantes a um mosaico,
graxos presentes na pele, sendo o mais comum formadas por um grupamento de unidades
o ácido oleico. A lipase cliva o ácido oleico fúngicas de coloração acastanhadas, podendo
gerando ácido azelaico, que possui estar associada ou não a filamentos septados
propriedades anti-inflamatórias e inibe a similares a artroconídios
síntese de melanina pelos queratócitos da pele, Pode-se usar shampoos antifúngicos ou corte
formando manchas hipopigmentadas.
de cabelo
Micose de praia é um termo errôneo pois essa
micose não é contraída na praia, o que
Micoses cutâneas
acontece é que, pela exposição ao sol, a
diferença de cor das manchas ficará mais Causadas por fungos dermatófitos:
evidente. dermatofitoses
Na lesão apresenta-se como hifas septadas Tropismo por queratina
curtas e curvas e leveduras em formas de Fungos adaptados à colonização de tecidos
cachos de uva: aspecto “espaguete com queratinizados como unhas, pelos, cabelos e
almôndegas” estrato córneo
Cosmopolitas
Agentes infecciosos mais comuns do ser
humano
Principais dermatofitoses
Tinea pedis (pé-de- Espaços interdigitais nos
atleta) pés
Tinea cruris (prurido de
Virilha
jóquei)
Tinea unguium
Unhas
(onicomicose)
Tinea barbae Pelo da barba
Tinea corporis Pele lisa e sem pelo
Couro cabeludo,
Tinea capitis
sobrancelha e cílios
Diagnóstico
Transmissão Exame direto de pele, unhas e pelos
3 grupos: geofílicos, zoofílicos, antropofílicos infectados: presença de hifas (micélio septado)
Contato com área ou terra contendo elementos e artroconídios (fragmentação do micélio)
fúngicos viáveis Exame por cultura: identificação gênero e
Contato com escamas de pele, pelos infectados espécie
ou outros pacientes
Coceiras e transmissíveis muito facilmente Local de provável transmissão:
Antropofílico: roupas e sapatos
Etapas: Zoofílico: gatos, cachorros
1. Inoculação de artroconídeos ou fragmentos de Tratamento
hifas (lesão cutânea ou escoricões) Uso tópico preparados à base de enxofre, iodo,
2. Colonização da camada córnea ácido salicílico, etc
3. Adesão do fungo ao tecido Azoles de uso tópico restrito: miconazol,
4. Proliferação do fungo clotrimazol e econazol
5. Secreção de queratinase Azoles de uso tópico ou oral: cetoconazol e
6. Invasão da derme itraconazol
7. Resposta inflamatória Outros agentes: griseofulvina, terbinafina e
8. Prurido e coceira ciclopirox
Manifestações clínicas Prevenção
Fungo cresce e se espalha num padrão Manter pele e pés limpos e secos
centrífugo, formando anéis
Uso de shampoos e controladores de
oleosidade
Não compartilhar roupas, toalhas, barbeadores,
escovas de cabelo e outros itens de uso pessoal
Não andar descalço em academias, saunas, etc
Lavar mãos após contato com animais
Evitar carícias em animais com lesões de pele Lesões extensas, grande infiltrado inflamatório
Encaminhar animais para tratamento e ricas em parasitas
veterinário
Homem:
Criptococose
Cryptococcus neoformans:
Adesão: capacidade das leveduras de C. Cosmopolita
albicans aderirem nas células e tecidos. Pode Oportunista
ocorrer pelo contato da parede celular do Imunodepressão celular
fungo e célula hospedeira, fatores não Uma das micoses mais letais em pacientes
biológicos e biológicos com AIDS
Biofilme: comunidades microbianas aderidas à
um substrato e embebidas em uma matriz Cryptococcus gattii
extracelular polimérica. A estrutura do
Criptococose primárias
biofilme contribui para a tolerância dos
Hospedeiros imunocompetentes
antifúngicos agindo como barreira e inibindo
sua ação e penetração.
Matriz extracelular: polissacarídeos, proteínas,
ácidos nucléicos, lipídeos lipopolissacarídeos. Micose sistêmica que atinge vários órgãos,
principalmente pulmões e SNC
Manifestações clínicas Ocorre em animais e homens, mas a
Vulvovaginite/balanite: lesões pruriginosas transmissão animal-homem ou homem-homem
com corrimento e sensação de queimadura não foi documentada
Candidíase oral: formação de placas brancas
na mucosa oral e cantos dos lábios
Fontes ambientais: solo contendo excrementos
de pombos ou eucaliptos e outras árvores e
madeiras em decomposição.
Transição morfológica
Cápsula polissacarídica
Melanina
Enzimas extracelulares
1. Cápsula polissacarídea Provas bioquímicas
Testes sorológicos: PCR
Formada por Glucuronoxilomanana (GXM) -> 90%
massa capsular. Glucoronoxilomanogalactana Testes moleculares: ELISA
(GXMGal) e manoproteínas. Tratamento
Essa estrutura protege o fungo contra dessecação e Indução: anfotericina B + flucitosina +
predadores (fagocitoses de predadores ambientais, já fluconazol
que essa estrutura pode fazer a célula adquirir Consolidação: fluconazol
tamanhos superiores aos capazes de serem fagocitados Manutenção: fluconazol
por amebas)
Aspergilose
No hospedeiro humano é o principal fator de Aspergillus spp.
virulência, causando ausência de resposta a anticorpos, Ubíquos e cosmopolitas
inibição da migração de leucócitos, depleção do Habitar primário: solo
complemento, produção de citocinas, interferência A. fumigatus (mais comum)
com a apresentação de antígeno e prevenção da
fagocitose por macrófagos. Fatores de virulência de A. fumigatus
Pequeno tamanho do conídio
2. Melanina Termotolerância
Proteção contra predadores, temperaturas elevadas, Toxinas
agressões pelo raio UV e metais pesados. Reduz a Resistente ao estresse oxidativo
fagocitose, antioxidantes e reduz efeito de Formação de biofilmes
antifúngicos. Componentes da superfície celular. Conídios
(melanina e rodlet) e hifas
3. Produção de enzimas extracelulares (galactosaminogalactana (GAG))
Enzimas com funções diversas, mas focadas na GAG é um polissacarídeo insolúvel em água -
colonização ambiental. Favorecem a disseminação do > adesina envolvida na formação de biofilme,
fungo no hospedeiro humano. se liga às células epiteliais e auxilia na
formação de tubos germinativos. Propriedades
Urease: enzima que catalisa a hidrólise da imunossupressoras.
ureia em dióxido de carbono e amônia.
Aumenta o pH microambiental. No hospedeiro Manifestações clínicas
a urease está associada a passagem da BHE e Asma grave com sensibilização fúngica
também controle do pH do fagolisossomo (SAFS)
Proteases: enzimas que degradam proteínas, Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA)
fazem parte do metabolismo nutricional do Aspergiloma
fungo e geram lesões teciduais no hospedeiro Aspergilose broncopulmonar crônica (CPA)
Fosfolipases: altamente relevantes na invasão Aspergilose pulmonar invasiva (IPA)
tecidual e proteção contra predadores.
Diagnóstico
Manifestações clínicas Amostras: lavado broncoalveolar, sangue, biópsia
Criptococose disseminadas:
Exame direto
meningoencefalite, afecção cutânea
Cultura (padrão ouro)
Criptococose pulmonar: imunocompetentes
(assintomática ou sintomática); Testes sorológicos
imunocomprometidos (lesão pulmonar, tosse, Testes moleculares
febre, expectoração) Tratamento
Diagnóstico laboratorial Aspergilomas: ressecção (remoção cirúrgica)
Material biológico: escarro, líquor, material Aspergilose invasiva: voriconazol,
ganglionar, lesões mucocutâneas isavuconazol, anfotericina B, equinocandinas
Antifúngicos que atuam na membrana plasmática Pouca interação com outras drogas
Poliênicos: ligação ao esgosterol Não apresenta resistência cruzada aos agentes
azólicos
Nistatina e anfotericina B Uso IV restrito
Efeitos adversos gastrointestinais
1. Nistatina
Má absorção gastrointestinal, muito tóxica Não passa pela BHE
Limitado a uso tópico Ação restrita para Candida e Aspergillus
Mecanismo de ação: alterações da Antifúngicos que atuam no citoesqueleto
permeabilidade da membrana e extravasamento Griseofulvina: microtúbulos e fuso mitótico
de componentes intracelulares Mecanismo de ação: interage com os
2. Anfotericina B desocixolato (AmB): microtúbulos inibindo a mitose.
Amplo espectro de ação (leveduras e fungos Agente sistêmico ativo principalmente contra
filamentosos) dermatófitos
Formulação tópica e IV Sem atividade contra leveduras
Muito tóxica Substituído por azóis
Eliminação renal lenta
Mecanismo de ação: permeabilização de Antifúngicos antimetabólitos
membrana, sequestro de esterol (essencial para a Flucitosina: síntese de DNA
atividade fungicida), dano oxidativo. Age na síntese de DNA, RNA e proteínas
Formação de complexos que atravessam a Uso limitado a Candida spp, C. neoformans,
membrana e formam poros, nos quais a cadeia Rhodotorula spp, Saccharomyces cerevisiae e
poliênica fica voltada para o ambiente lipídico alguns fungos dematiáceos.
e a cadeia poliol é orientada em direção ao Resistência primária rara
ambiente aquoso no interior dos poros. Uso indicado em conjunto com outros
antifúngicos
Azóis e alilamina: síntese de ergosterol Intolerância gastrointestinal e depressão da
medula óssea
1. Alilamina: terbinafina Uso não autorizado pela ANVISA
Uso oral ou tópico
Boa ação em fungos filamentosos Resistência aos antifúngicos x uso de pesticidas
(dermatófitos) Os azóis são usados para controle de fungos
Acumula na pele, unha e tecido adiposo que prejudicam as plantações e esse
Causa algumas reações adversas fungicidas são semelhantes aos usados para
2. Azóis: miconazol, cetoconazol, fluconazol, tratar pessoas que adoecem com Aspergillus
itraconazol, voriconazol, posaconazol fumigatus. Fungos que adquirem resistência
no ambiente podem contaminar os pacientes,
que não irão responder ao tratamento com
azóis.