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08/02/2017 Mesmo 

endividado, Brasil segue como país que paga juros reais mais altos ­ Notícias ­ UOL Economia

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Mesmo endividado, Brasil segue


como país que paga juros reais
mais altos
Do UOL, em São Paulo 02/03/2016 19h56 > Atualizada 02/03/2016 19h56

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Com a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 14,25%


(http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/03/02/bc-define-juros.htm) ao
ano o Brasil continua sendo, disparado, o país que paga os juros reais mais altos
aos credores, descontando o efeito da inflação. Os chamados "juros reais"
descontam a inflação projetada para os próximos 12 meses.

O país só perderia essa liderança se houvesse um corte de 4,5 pontos percentuais


na taxa básica de juros (Selic).

Juros altos fazem dívida crescer

Os juros altos fazem a dívida pública crescer, porque boa parte dela tem o
rendimento calculado com base na taxa básica de juros (Selic).

Funciona assim: o governo emite títulos de dívida pública para captar recursos no
mercado e financiar suas atividades. Os investidores compram esses títulos e, em
troca, recebem no futuro o valor emprestado mais juros.

Esses juros são calculados de acordo com a variação da Selic. Portanto, quanto
maior é a taxa Selic, maior será o gasto do governo com a dívida pública.

Em 2015, a dívida pública federal avançou 21,7%


(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1733262-divida-publica-federal-
sobe-245-e-fecha-o-ano-em-r-28-trilhoes.shtml) e totalizou R$ 2,8 trilhões. Do total
da dívida, R$367,7 bilhões foram referentes ao pagamento de juros, o maior valor já
registrado. Com a alta da Selic em 2015 e a disparada do dólar, o custo médio da
dívida subiu ao maior patamar desde o fim de 2008.

Juros afetam emprego e Bolsa

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Além disso, juros altos tornam os títulos públicos bastante atrativos aos
investidores: basta comprar os títulos para garantir um bom rendimento, graças aos
juros altos.

Por outro lado, isso também atrai recursos que seriam investidos em empresas para
aumentar ou melhorar sua produção. Com menos investimentos, diminui a atividade
econômica do país e pode haver alta no desemprego.

Juros altos também tendem a ter efeito negativo para a Bolsa de Valores. Para os
investidores, é melhor garantir os ganhos com renda fixa a arriscar investindo em
ações.

Ranking de juros reais

Veja quem tem os maiores juros reais:

1. Brasil: 6,79%
2. China: 2,71%
3. Rússia: 2,30%
4. Indonésia: 2,29%
5. Índia: 1,67%

Na outra ponta, os menores juros reais são:

1. Venezuela: -61,82%
2. Argentina: -5,72%
3. Estados Unidos: -1,87%
4. Dinamarca: -1,83%
5. Hong Kong: -1,71%

Ranking de juros nominais

No entanto, falando de juros nominais, ou seja, sem descontar a inflação, Argentina


e Venezuela aparecem na frente do Brasil.

Veja quem tem os maiores juros nominais:

1. Argentina: 25,87%
2. Venezuela: 21,03%
3. Brasil: 14,25%
4. Rússia: 11%
5. Turquia: 7,5%

Na outra ponta, quem tem os menores juros nominais:

1. Suíça: -0,75%
2. Dinamarca: -0,65%
3. Suécia: -0,5%
4. Japão: -0,10%
5. Empatados com 0,05%: República Tcheca, Portugal, Itália, Holanda, Grécia,
França, Espanha, Bélgica, Áustria e Alemanha

Metodologia da pesquisa

O ranking não inclui todas as nações do mundo, somente os 40 países mais


relevantes do mercado de renda fixa mundial nos últimos 25 anos.

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Os dados foram levantados pelo portal MoneYou (http://moneyou.com.br/), do


economista Jason Vieira, usando as taxas de juros determinadas pelos respectivos
bancos centrais e as projeções médias de inflação futura das respectivas
autoridades monetárias e institutos de pesquisa econômica.

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