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A agenda brasileira para a Indústria 4.0 e o papel do Finance Business


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março 21, 2018 1:55 pm Publicado por IBEF SP

Um passo a passo para o Finance Business Partner inserir a quarta revolução industrial no sistema de gestão do desempenho

Por Marcos Batista, gerente sênior de Management Consulting na PwC e membro da Comissão de Controladoria e Contabilidade do IBEF SP*
Na terceira semana de março deste ano foi lançada a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0. Trata-se de um conjunto de medidas que visa contribuir
para a transformação das empresas em direção à Indústria 4.0. Dada esta informação, o Finance Business Partner (FBP) precisa entender melhor o
assunto e, estruturalmente, direcionar sua empresa para o caminho da transformação por meio do sistema de gestão do desempenho.
A indústria 4.0 é uma “iniciativa estratégica” do governo alemão que foi adotada como parte do plano de ação High-Tech Strategy 2020 em
novembro de 2011. Também conhecida como “Quarta revolução industrial”, se baseia em sistemas ciber-físicos – Cyber Physical Systems (CPS) que
compreendem máquinas inteligentes, sistemas de armazenamento e instalações produtivas capazes de trocar informações de maneira autônoma,
disparando ações e controlando cada uma independentemente.
No site http://www.industria40.gov.br/, a estimativa de redução dos custos industriais no Brasil a partir da migração da indústria para o
conceito 4.0, será de, no mínimo, R$ 73 bilhões/ano (levantamento da ABDI – Agência Brasileira de desenvolvimento industrial). Essa economia
envolve ganhos de eficiência, redução nos custos de manutenção de máquinas e consumo de energia. Outra boa notícia é que – de acordo com o
Ministério da Indústria, Comercio Exterior e Serviços – instituições financeiras públicas e privadas oferecem linhas de crédito especiais para a
modernização das plantas produtivas, produção de máquinas ou sistemas. A iniciativa envolve atualmente a Finep, BNDES e BASA, cujas linhas de
crédito, com perfis distintos, somam cerca de R$ 9,1 bilhões.
Os fatores mencionados acima confirmam o ambiente externo em plena mudança com a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0. Portanto, o FBP
deve avaliar a quarta revolução industrial e abordar o tema de forma estruturada para que o sistema de gestão de desempenho da organização tenha
consistência e mobilização para atingir os objetivos traçados. Dessa maneira, o passo a passo para a transformação será abordado de maneira
holística, por meio de dimensões do sistema de gestão do desempenho. Elencamos essas etapas a seguir:
Alteração no sistema
O FBP ao se deparar com um tema disruptivo, deve assumir um papel de agente de mudanças, influenciando e disseminando a importância do
assunto com os demais gestores. Dessa maneira, uma das primeiras ações é: Em conjunto com as outras funções e áreas organizacionais, avaliar o
impacto que a agenda brasileira para a indústria 4.0 tem no sistema de gestão do desempenho. Sabe-se que dentro da empresa o FBP não deve ser o
principal expert no assunto. Entretanto, como gestor preocupado em manter a continuidade do negócio, deve colocar o tema na mesa para
discussão.
Missão e Visão
A missão indica o principal propósito da organização e que é importante saber como os valores e propósitos organizacionais são estabelecidos.
Portanto, deve o FBP, com relação à quarta revolução industrial, participar ativamente das escolhas dos objetivos e propósitos da organização, bem
como sua formalização por meio da declaração da missão e visão.
Fatores-chave de sucesso
Após o alinhamento do reconhecimento da Industria 4.0 como um dos objetivos da empresa, o FBP deve se preocupar em participar ativamente da
definição dos fatores-chave de sucesso do sistema de gestão do desempenho. Ferreira e Otley (2009) definem os fatores-chave de sucesso como uma
codificação da missão e visão em termos mais concretos.
Uma sugestão para o FBP é medir a maturidade de sua empresa no site https://www.industria40.abdi.com.br/. A plataforma de
autoavaliação se baseia em cinco grandes grupos: dados, processos, produtos, sistemas de informação e organização. Com o resultado da
autoavaliação, o FBP terá mais informações para definir os fatores-chave de sucesso para a jornada de transformação da Indústria 4.0 de sua
empresa.
Estratégias e planos, estrutura organizacional e sistemas de recompensa
Segundo Ferreira e Otley (2009), decisões de estrutura organizacional estão relacionadas aos fatores-chave de sucesso e às decisões estratégicas. A
identificação dos fatores-chave de sucesso requer que as organizações avaliem a estrutura existente.. Talvez uma estratégia adotada para o
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desenvolvimento da indústria 4.0 requeira a definição de outros fatores-chave de sucesso ou até mesmo a mudança da estrutura organizacional.
Portanto, a sugestão de ação para o FBP é: Em conjunto com as outras funções e áreas organizacionais, avaliar a compatibilidade entre a estrutura
organizacional vigente, os fatores-chave de sucesso e a estratégia.
De acordo com o IMA – Institute of Management Accountants (1998), sistemas de recompensa não devem existir no vácuo, mas estar relacionados
com a estratégia da organização e com os objetivos de curto, médio e longo prazos. Além disso, os sistemas de recompensa devem levar em
consideração os aspectos financeiros e não financeiros. Portanto, o FBP deve tomar como ação: Participar da avaliação do sistema de recompensas
(financeiras e não financeiras) para o desenvolvimento da indústria 4.0.
Medidas-chave de desempenho
Definir um KPI –Key Performance Indicator – não é uma tarefa fácil. Um conceito bem simples e de grande utilidade é avaliar se o indicador tem
cinco características: específico, mensurável, alcançável, relevante e temporal. Diante deste desafio, o FBP deve participar do processo de escolha
dos indicadores da quarta revolução industrial. Como exemplo, um indicador de evolução do OEE – Overall Equipment Efficiency – é uma boa
alternativa. O KPI trata do OEE do ano futuro dividido pelo OEE antes da Indústria 4.0, diminuído do número um (Evolução OEE = OEE Futuro /
OEE antes Indústria 4.0 -1). O OEE é um simples, prático e poderoso KPI para monitorar e melhorar o desempenho dos processos produtivos. Ele
leva em consideração as perdas de produção em três categorias: disponibilidade, desempenho e qualidade.
Definição de metas
Uma vez que as medidas-chave de desempenho foram selecionadas, o FBP deve participar ativamente do processo de definição das metas de cada
medida-chave de desempenho. Com isso, deve-se levar em consideração que os níveis de meta têm efeito no desempenho. Segundo Ferreira e Otley
(2009), metas entre 80% e 90% de chances de serem atingidas são consideradas desejáveis, ao passo que metas agressivas não estão associadas com
maior desempenho quando envolvem necessidade de cooperação entre as unidades. Portanto, o FBP deve avaliar o nível de dificuldade e
factibilidade da meta de cada medida-chave de desempenho. No nosso KPI de evolução do OEE, o FBP deve avaliar se um avanço de 5% em um ano,
por exemplo, é um número factível de ser atingido. O profissional pode fazer essa avaliação consultando os especialistas da própria empresa e
também buscando fontes externas.
Avaliação de desempenho
Como a avaliação de desempenho da quarta revolução industrial é um processo relativamente novo, o FBP deve auxiliar na definição de métodos e
processos para a medição do desempenho. O processo subjetivo tem a vantagem de o avaliador poder corrigir falhas identificadas na mensuração
do desempenho; entretanto, essa vantagem tem o custo do tempo gerencial. Já no processo objetivo não há ambiguidade nos pesos, geralmente não
há ajustes nos padrões de desempenho acordados e nem nos pesos.
Força e coerência
Como o próprio nome da dimensão diz, esse componente trata de avaliar se o sistema de gestão do desempenho está forte e coerente. O FBP deve,
em conjunto com as outras funções e áreas organizacionais, avaliar se cada componente do sistema de gestão do desempenho funciona bem em
conjunto para garantir a realização dos objetivos pretendidos. Em outras palavras, no contexto da indústria 4.0, o FBP deve assegurar que a quarta
revolução industrial seja um dos objetivos da empresa e que o sistema está configurado para suportar tal atingimento.
Mediante o exposto, o passo a passo pode ajudar o Finance Business Partner a tratar a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0. Não somente isso,
demonstra o tema de maneira holística, ajudando o FBP a estruturar a quarta revolução industrial no sistema de gestão do desempenho de sua
empresa.
*Marcos Batista é mestre em Controladoria Empresarial pelo Mackenzie. Autor do livro: A contribuição do controller como business partner –
sistematização de atividades sob a ótica do sistema de gestão do desempenho. Atua como gerente sênior na área de Management Consulting na PwC.
 
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