Immanuel Kant e o Ensino de
Filosofia
As literaturas das quais, Kant expõe o
problema da educação e de ensino de
filosofia são as seguintes: Sobre a
pedagogia (1803), Resposta à que o rodeia. Ela fornece ao aluno instrumentos para a
pergunta: o que é o esclarecimento
(Aufklarung) (1784), O conflito das
faculdades (1798) e Crítica da razão
pura (1787). Mas é sobretudo na
Critica da razão pura que ele debruça-
se sobre o ensino de filosofia. Nesta
obra, Kant demarca a impossibilidade
de se ensinar a filosofia, enfatizando a
autonomia do sujeito no aprender a
filosofar.
A máxima do “ensino da filosofia”, se
ela pudesse ser enunciada no interior
de seu pensamento, seria a de criar
condições para se aprender a pensar
correctamente; melhor dizendo, criar
condições que possibilitem a cada um
cultivar o espírito, cultivar o
pensamento e a capacidade reflexiva
para pensar autonomamente.
Nesta perspectiva, ilustra
O sentido da pedagogia de Kant está
atrelado a alguns princípios da sua
filosofia. É possível destacar, para os
nossos propósitos, pelo menos três
aspectos, que irão determinar a sua
visão de ensino, inclusive, da filosofia.
São eles: a) o ideal de perfectibilidade
do género humano; b) o preceito da
aufklärung do pensar por si mesmo e o
exercício crítico da razão, e c) a
necessidade da coacção como
instrumenta para a realização dos fins
racionais do carácter normativo da
conduta humana (Ramos, 2007, p.3).
Spinoza e o ensino da filosofia
Marnoto (1989, p.13) Spinoza defende
a existência de uma incompatibilidade
entre a actividade de investigação
filosófica e a de ensino da filosofia em
instituições escolares públicas
universitárias, na medida em que
afirma: “teria que abandonar a minha
investigação filosófica se quisesse
dedicar-me à instrução da juventude”.
A filosofia no Ensino Médio
A aprendizagem da Introdução à Filosofia no ensino médio,
visa desenvolver competências e habilidades que levem o
aluno a reflectir sobre a realidade, relacionar e
problematizar as diferentes formas de interpretar o mundo
construção da sua própria visão do mundo, aplicando
diferentes formas de acesso ao conhecimento e sua
integração na sociedade. Foi concebida com vista a alargar
o quadro conceptual dos alunos dotando-os de capacidades
de abstracção e de critérios metodológicos de estudo (Pinto
& Sousa, 2019, p. 314).
Temáticas do ensino de filosofia no ensino secundário
geral do II˚ ciclo.
Horn (2009, p. 80), afirma que filosofia no 11º ano de
escolaridade, se constituem como ʺsubsídios para criticar o
próprio pensamento e repensar a cultura, a sociedade,
enfim, o momento histórico que estamos vivendoʺ. Quer
dizer, o ensino da filosofia no ESG2 no país tem como
proposta “repensar a cultura e a sociedade”, e isso se
concretiza através dos temas tratados na unidade sobre
Teoria de Conhecimento e na Ética, em que se prioriza a
reflexão do aluno, visto que, depois da leitura e análise de
textos, ele deve partir da sua realidade social e cultural.
O Lugar da Filosofia no Elenco Curricular
É hoje questão discutida a de sabermos se o lugar de ensino
da filosofia no currículo devera situar-se no término dos
estudos secundários. Tal posicionamento adquiriu foros de
tradição em virtude das próprias características da reflexão
filosófica serem de tal modo abstractizantes e exigirem uma
atitude de indagação tão radical que se pensava apenas
poderem vir a ser atingidas quando o desenvolvimento
psicológico do jovem aluno tivesse atingido a sua
plenitude.
O valor Pedagógico da Filosofia
Segundo Marnoto (S/d. p.260), Podemos encontrar um
triplo valor do ensino da Filosofia que é Cientifico,
pedagógico e filosófico.
Ao nível científico: desempenhar um papel de lugar
especialmente vocacionado para uma reflexa
interdisciplinar, de fundamentação metodológica e
epistemológica dos saberes função mediatizante,
sistematizante e crítica do mundo da cultura.
Ao nível pedagogico-formativo: desempenhar uma função
de algum modo análoga a desempenhada pelas disciplinas
de Matemática e gramática como disciplinas lógicas de
valor basilar para a aquisição dos instrumentos. Ao nível
filosófico existencial: desempenhar o papel de um
contributo para a formação dos jovens, fazendo despertar
neles uma atitude critica de redobrada atenção a si mesmos.
Tendências e critérios da legitimação curricular do
ensino de filosofia
Primeiro Critério - ir ao encontro dos interesses dos alunos!
E que disciplina, mais, do que a filosofia, vai justamente ao
encontro dos interesses dos alunos?
Segundo Critério Preparar para as grandes mudanças do
futuro!
Terceiro critério- segundo o qual a legitimação curricular
de uma se faz pelo seu valor educativo.
O lugar da filosofia no ensino secundário
No contexto do Ensino Secundário a Filosofia possui um
grande valor, na medida em que convida o aluno para a sua
autoformação
Principais métodos educativos
I-Métodos não-directivos
A auto-determinacao infantil e a função facilitadora do
mestre.
II-Métodos semi-directivos.ou aqueles onde o mestre tem
uma intervenção moderada
As técnicas de Freneit e a pedagogia institucional ‫׃‬
valorização do papel da escola como mediadora
imprescindível do processo de ensino-aprendizagem,
A pedagogia dialéctica de Makarenko, entre outros, e os
métodos didácticos que operam na tensão
individuo/sociedade, liberdade/condicionamento.
A Relação Filosofia e Ensino de Filosofia
Segundo Spinoza, a pratica Filosófica exige a liberdade de
filosofar, independência face as doutrinas circunstanciais e
determinações extricicas. Assim Spinoza neste pensamento
conclui afirmando que “a escola é considerada lugar
improprio para a filosofia” (Marnoto, apud Espinosa: 1990:
20)..
Como planificar uma aula
Segundo Libaneo (2006, p.222) define a planificação como sendo um
processo de racionalização, organização e coordenação da acção
docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto
social.
Neste sentido, plano de aula é um guia que orienta o professor sobre
as actividades do processo de ensino-aprendizagem a desenvolver
num determinado tempo lectivo. O plano de aula integra todos os
detalhes ou passos do processo de ensino-aprendizagem e é
desenvolvido na escola pelo docente da disciplina, a partir do plano
analítico. (Ribeiro,11989).
Aspectos A Ter Em Conta Na Planificação De Uma Aula
Aspectos Psicopedagógicos։
Promover laços afectivos entre as crianças nos aspectos de
desenvolvimento normal e anormal;
Ajudar as crianças e os adolescentes socialmente desfavorecidas a
prevenir as dificuldades emocionais resultantes da falta de amparo
social;
Tratar as crianças de acordo com as suas particularidades individuais;
Adequar as aprendizagens às faixas etárias.
Aspectos Técnicos
Segundo Mattes, (2011, P. 22), versa que, os aspectos técnicos na
planificação de uma aula são, métodos e suas respectivas técnicas,
conteúdos, objectivos e funções didácticas, meios de ensino/
material a ser usado.
O Método De Ensino é o conjunto de procedimentos e formas que o
professor usa para levar o aluno a elaborar conhecimentos.
As Técnicas Ou Meios De Ensino são recursos auxiliares e a maneira
de utilizá-los para a efectivação da aprendizagem pelo aluno
Métodos Quanto À Relação Professor -Aluno
Método Expositivo/Explicativo Método De Trabalho Independente
Método De Elaboração Conjunta
Funções Didácticas na concepção de Nerici (1991) são etapas que
ocorrem no processo de ensino aprendizagem. Estas funções estão
estruturadas e sistematizadas.
 Introdução/Motivação
 Mediação e Assimilação,
 Domínio E Consolidação
 Controlo E Avaliação
Filosofia versus filosofar um falso problema
Ensinar a filosofia para Kant, pressupõe a existência de uma área em
questão, mas se não existe um problema eterno, então não se pode
ensinar a filosofia, mas sim, a filosofar. Não se pode ensinar a filosofia
segundo Kant, porque estaríamos a ensinar doutrinas, ou seja, assuntos
acabados. Para Kant o que se ensina é a filosofar. Todavia, nem tudo o
que é da filosofia é ensinável, podemos instituir um ensino de filosofia,
poi existe um aspecto como os ‘conceitos’.
O que é um problema filosófico?
Um problema filosófico está constituído fundamentalmente por
questões abertas que podem encerrar uma variedade de respostas e
essas respostas nunca se apresentam como definitivas, mas sempre
Contudo, as razões da sua recusa são
os seguintes: a) a natureza das
intuições e as exigências de
investigação filosófica.
Descartes e o ensino da filosofia
Marnoto (1989, p. 15) mostra-nos que
o dilema de ensino da filosofia em
Descartes encontra-se sobretudo no seu
método da dúvida. Ora, todos sabem
que Descartes inicia seu itinerário
espiritual com a dúvida. Mas é
necessário compreender que essa
dúvida tem um outro alcance que a
dúvida metódica do cientista.
Descartes dúvida voluntária e epistemológicos sobre a possibilidade da própria
sistematicamente de tudo, desde que
possa encontrar um argumento, por
mais frágil que seja, mesmo que um
demónio o possa enganar. Por
conseguinte, os instrumentos da dúvida
nada mais são do que os auxiliares
psicológicos de uma ascese, os
instrumentos de um verdadeiro
"exercício espiritual” (Descartes,
2001,p.07).
Descartes empenhado num projecto de
legitimação que se pretende construir a
partir do ponto de vista das exigências
de uma “ratio cognoscendi.
Wolff e o ensino de filosofia
A concepção da filosofia em Wolff se
delineia em duas perspectivas: a
primeira por uma tentativa de
renovação da ontologia escolástica,
que pretendia tonificar uma crítica ao
método de Descartes, que era trazia
expressões mais obscuras. E portanto,
para tornar a filosofia segura e útil ao
género humano, ele percebe que há
uma dependência das demonstrações
de Euclides com as noções ontológicas
(Saltiel, 2012:13).
A relevância do Ensino de filosofia podem apresentar novas possibilidades. Os problemas filosóficos são
O ensino de Filosofia torna-se relevante na medida em que conceituais, não empíricos.
se propõe a ressignificar a prática quotidiana e promove Por que o conceito de Filosofia é um problema filosófico?
uma atitude de abertura e de esperança do sujeito e da Se trabalhamos essencialmente com problemas filosóficos, isso
sociedade concreta. significa que a filosofia não é o domínio do capricho vulgar, no qual
O Ensinar da Filosofia e Dificuldade da Questão cada um diz aquilo que quiser. O já mencionado carácter não empírico
Na perspectiva de Marnoto (1990,P.244).A presente 2 da mesma não é uma pura arbitrariedade, nem mesmo uma confusão
questões da dificuldade de ensinar a filosofia. crónica. Ainda que existam múltiplos projectos de distintos autores,
A primeira- da questão da essência da filosofia, ou seja, conforme Porta (2002, p. 25):
se é possível e legitimo conceber uma nova didáctica geral Com qual conceito de filosofia trabalhar no ensino médio
da filosofia a semelhança do que é realizado em áreas Propomos aqui dois conceitos de filosofia que a experiência em sala
científicas, independentemente da natureza dos conteúdo. de aula nos mostrou ao longo de anos ministrando a disciplina de
A segunda questão- a da autonomia da didáctica face a filosofia, ser bastante razoável e compreensível para os alunos obterem
reflexão filosófica, ou sua subordinação a esta ultima, uma compreensão do que é, e do que trata a filosofia no ensino médio.
suscitaria um conjunto de reflexões de carácter O primeiro conceito que escolhemos foi o de Saviani (1985, p.24)
que nos diz que:
constituição dos domínios didácticos específicos e da sua “ A filosofia é uma reflexão (radical, rigorosa e de conjunto) sobre os
relação. problemas que a realidade apresenta”.
Articulação das Metodologias com as Perspectiva
Filosofia Pedagogias e sua Fundamentação
A articulação dos métodos com as perspectivas filosóficas e
pedagógicas, pressupõe uma análise entre a preocupação
filosófica com o ensino e a preocupação pedagógica com a
filosofia. De um lado, muitos filósofos parecem acreditar
que somente o domínio do conteúdo garantiria a qualidade
de sua transmissão, que basta conhecer bem um autor ou a
matéria para ser um bom professor.
Segundo Marnoto (1990, p.270). Salienta que A
diversidade de métodos em uso na didáctica da filosofia
não é alheia as varias orientações segundo as quais o ensino
deva ser ministrado nas escola.
Em que consiste o método da filosofia em Wolff?
O método da filosofia em Wolff se percebe na medida em
que a filosofia é definida como uma ciência, que obriga ao
esclarecimento de tudo quanto se fala em seu seio,
demonstrando mediante silogismos legítimos, a partir de
princípios certos e inabaláveis.