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Processo Saúde Doença

(Maria Paula Maia)

TRICOMONÍASE
Agente etiológico: parasita Trichomonas vaginalis
Transmissão: sexualmente transmissível.

Sinais e sintomas
Em mulheres variam desde quadros assintomáticos até doença inflamatória pélvica grave.
Vulvo-vaginite, corrimento amarelo-esverdeado espumoso (com bolhas), odor fétido,
prurido vaginal, disúria e dor no ato sexual. Dor abdominal em hipogástrio ou fossas ilíacas
também podem ser relatadas.
Hemorragias puntiformes em região de vagina e cérvice podem eventualmente serem
visualizadas. A vagina e a cérvice podem ser edematosas e eritematosas, com erosão e
pontos hemorrágicos na parede cervical conhecidos como colpitis macularis ou cérvice com
aspecto de morango.
Homens geralmente possuem casos assintomáticos, ou, apresentam uretrite com fluxo
leitoso ou purulento, disúria, prurido, sensação de queimação pós relação sexual.

Possíveis complicações: aumenta risco de contaminação por HIV, infertilidade, DIP. A


infeção faz surgir uma resposta imune celular agressiva com inflamação no epitélio vaginal e
exocérvice em mulher e na uretra do homem. Essa reposta induz infiltração de leucócitos,
incluindo células alvo do HIV, TCD4 e macrófagos. Além disso, pontos hemorrágicos na
mucosa permitem acesso do vírus de modo direto na corrente sanguínea, facilitando a porta
de entrada

Tratamento
As infecções são geralmente tratadas com agentes antimicrobianos 5-nitroimidazol, que são
a única classe de medicamentos aprovados pela FDA para o tratamento da tricomoníase. A
primeira linha de tratamento consiste no uso do metronidazol ou tinidazol.

Fisiopatologia
O parasita Trichomonas vaginalis é um protozoário unicelular com quatro flagelos que
infectam principalmente o epitélio escamoso do trato gênito-urinário. Esses flagelos
parecem gerar propulsão ao parasita. A infecção pode produzir inflamação local com os
parasitas aderindo ao tecido da mucosa.
O estaleceimento do protozoario no sitio de infeção inicia com aumento do PH
Metabolismo anaeróbico. Fonte de energia glicose, frutose, maltose, glicogenio e amido.
Reprodução por divisão binária longitudina.
Habitat feminino na mucosa vaginal e no homem no prepúcio, na uretra e na prostata.

Morfologia
Célula polimorfa, são elipsoides ou ovais, tem a capacidade de formar pseudopodes, os
quais saõ utilizados para capturar nutrientes e se fixar em particulas solidas. Em média
medem 10 um de comprimento podendo varias de 5 as 20 um, e largura 7 um podendo
varuas de 3 a 12 um.
Somenta apresenta estágio de trofozoíto.
Possui quatro flagelos anteriores, desiguais em tamanho, que partem de uma depressão do
pólo anterior, denominada canal períílagelar, e se dirigem para frente. um outro flagelo,
recorrente, emerge fora desse canal e fica voltado para trás, mantendo-se aderente em
toda a sua extensão ao corpo celular por uma prega que constitui a membrana ondulante,
mas não chega até a extremidade posterior. O axóstilo é uma estrutura rígida e hialina,
formada por microtúbulos, que se projeta através do centro do organismo, prolongando-se
até a extremidade posterior. O núcleo é elipsóide, próximo à extremidade anterior. Esse
protozoário é desprovido de mitocôndrias, mas apresenta grânulos densos que podem ser
vistos ao microscópio óptico, os hidrogenossomos
A forma do protozoário modifica-se facilmente, pois não existem, sob a membrana,
estruturas de sustentação que lhe confiram rigidez. Não possuem a forma cística, somente a
trofozoítica.

Diagnóstico
O diagnostico não pode ser somente baseado na apresentação clínica, pois a infeção pode
ser confundida com outras ISTS, visto que o corrimento espumoso e cérvix com aspecto de
morango são achados específicos, mas não comuns.
Assim, o diagnostico laboratorial é mais eficaz.
Exames parasitológicos, microscópio através de esfregaços fixados e corados e cultura.
Exame imunodiagnóstico, por meio de reações de aglutinações e métodos de
imunofluorescência e técnicas imunoenzimáticas (ELIZA).

GIARDIA INTESTINALIS

A Giardia lamblia, também chamada de Giardia intestinalis ou Giardia duodenale, é um


protozoário que pode parasitar os intestinos dos seres humanos.
A doença causada pela Giardia lamblia recebe o nome de giardíase ou giardiose, e sua
transmissão se dá pelo contato com fezes de pessoas contaminadas.

Forma Evolutiva
Trofozoíto: Forma ativa, ou seja, está no nível do ID realizando parasitismo. O formato
lembra uma pera com axônemas que dão estrutura a célula e ausência de mitocôndrias.
Conta ainda com a presença de um ducto sectorial adesivo que permite a fixação do
parasita na parede do intestino delgado.
Cistos: Forma de resistência e disseminação, com o formato ovoide contendo até 4 núcleos
(forma infectante).

Ciclo biológico
O ser humano ingere água ou alimento contaminado por cistos de giárdia que, quando
chegam ao nível do estomago começam o processo de desincistamento devido ao pH,
temperatura e suco pancreático.
Ao nível do Intestino Delgado (duodeno) o desincistamento está completo formando o
trofozoíto que começa então a se reproduzir assexuadamente por meio da divisão binária
longitudinal e se aderir a mucosa intestinal por meio do disco adesivo.
Após um tempo ocorre um encistamento novamente, principalmente no ceco.Ocorre
produção de quitina que dá estruturação da parede cística formando um novo cisto, sem
mecanismos de adesão a parede do intestino delgado. Esse cisto não consegue se aderir e
acaba se desprendendo da mucosa intestinal, saindo junto com o bolo fecal pronto para
infectar novas pessoas.

Transmissão
A giardíase é transmitida pela via fecal-oral.
Exemplos: beber ou banhar-se em águas contaminadas, contaminação de alimentos por
mãos mal lavadas, manuseio de solo contaminado sem a devida limpeza posterior das mãos.
Sintomas
Diarreia do tipo aquosa, explosiva, odor fetido, com gases e distensao e dores abdominal. A
diarreia pode ser gordurosa (esteatorreia), resulta um quadro de emagrecimento.
A síndrome de má absorção, caracterizada clinicamente pela perda de peso e esteatorreia.
O paciente com giardíase apresenta dificuldade em digerir gorduras, carboidratos e
vitaminas. Podendo deselvolver intolerância à lactose.
A colonização do intestino pelo parasilto pode altetar a arquitetura da mucosa intsinal,
sobretudo, nas microvilosidades, sem que haja inavssaõ tissular e celular.
O disco adesivo fixa o trofozoíto na mucosa intestinal, formando um atapetamento da
mucosa duodenal com formação de barreira mecânica de parasitas que impedem a
absorção de nutrientes.
Associado a isto temos uma reação inflamatória que causa lesão celular com decorrente
atrofia das vilosidades, hiperplasia das criptas.
O corpo, tentando recuperar essas células perdidas começa a aumentar a produção de
enterócitos que são formados imaturos. Essa imaturidade do enterócito gera uma
deficiência das dissacarídases.
Sem as dissacaridases, é estabelecido um quadro de Síndrome de Má Absorção, que é muito
grave, principalmente em crianças, que desenvolvem má absorção de açúcares, gorduras,
vitaminas A, D, E, K, B12, ácido fólico e ferro, entre outros nutrientes.

Diagnóstico
Clínico: é difícil pois a sintomatologia é inespecífica (com exceção da esteatorrea).
Laboratorial: parasitológico de fezes (método de FAUST) o padrão ouro, ELISA e o de
Imunofluorescência direta.

Tratamento: drogas que incluem compostos derivados dos 5-nitroimadozois, dos


nitrofuranos, dos corantes de acridina e dos benzimidazois.
O metronizadol é o medicamento de escolha para o tratamento da giardíase.

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