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HORIZONTE/MINAS GERAIS.
PRELIMINARMENTE
O Autor entrou em contato diversas vezes com os Réus, mas nunca obteve
sucesso. Sendo assim, excedidos os esforços para solucionar amigavelmente as
pendencias supra, e diante dos inúmeros atos ilícitos cometidos pelas Rés que
acarretaram prejuízos ao Autor, não restou alternativa a não ser a propositura da
vertente ação, dentre os quais serão mencionados a seguir:
Deste modo, as Rés ficaram inadimplentes com sua obrigação de entregar o imóvel,
sem apresentar qualquer justificativa aceitável. Portanto restou infringida a cláusula
contratual que determinou a entrega do imóvel na data de 30/11/2014.
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais
juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
Ocorre que no caso do Autor, não houve sequer a entrega do imóvel, descumprindo
as Rés com o estabelecido contratualmente, são muitas as decisões nos Tribunais
de Justiça quanto ao não cumprimento contratual por uma das partes, vejam;
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IV – DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Além de não usufruir do imóvel, a não entrega desse, gerou ao Autor diversos
danos, pela impossibilidade de utilização da propriedade.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Dessa forma, as rés não podem repassar ao consumidor o risco da atividade que
exerce, impondo ao autor prejuízos pelo atraso na entrega do imóvel. O imóvel não
foi entregue no prazo ajustado e até os dias de hoje o que resulta na
responsabilização das rés.
"aquele que afeta a paz interior de cada um. Atinge o sentimento da pessoa, o
decoro, o ego, a honra, enfim, tudo aquilo que não tem valor econômico, mas que
lhe causa dor e sofrimento. É, pois, a dor física e/ou psicológica sentida pelo
indivíduo". (NUNES, Luiz Antonio Rizzato. Curso de Direito do Consumidor. 2. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2005, p. 307).
Enfim, quando se trata de reparação de dano moral como no caso em tela, nada
obsta a ressaltar o fato de ser este, tema pacífico e consonante tanto sob o prisma
legal, quanto sob o prisma doutrinário. Por conseguinte, mera relação de causa e
efeito seria falar-se em pacificidade jurisprudencial. Faz-se patente, a fartura de
decisões brilhantes em consonância com o pedido do autor, proferidas pelos mais
ilustres julgadores em esfera nacional.
[...] “O valor da indenização do dano moral deve ser arbitrado pelo juiz de maneira a
servir, por um lado, de lenitivo para o abalo creditício sofrido pela pessoa lesada,
sem importar a ela enriquecimento sem causa ou estímulo ao prejuízo suportado; e,
por outro, deve desempenhar uma função pedagógica e uma séria reprimenda ao
ofensor, a fim de evitar a recidiva” [...] (TJSC, AC n. 2001.010072-0, de Criciúma, rel.
Des. Luiz Carlos Freyeslebem, Segunda Câmara de Direito Civil, j. Em 14-10-04).
Neste mesmo sentido, tem-se que o dever de indenizar surge até mesmo pela
simples conjectura da 'perda de uma chance', vez que, no caso, o Autor poderia até
mesmo ter colocado em locação seu imóvel, pois residia na casa dos sogros, não
importando a real finalidade de aquisição do bem.
Trata-se, portanto, de uma possibilidade real, que somente não se concretizou por
culpa única e exclusiva dos Réus, pois estes, ao não entregarem o imóvel,
impediram indevidamente o Autor de imitir na posse, causando a frustração de
aproveitamento de uma oportunidade e, consequentemente, fazendo nascer o dever
de indenizar. Neste sentido, observe-se o que dispõe o enunciado sumulado
Superior Tribunal Federal:
Súmula 162: “Descumprido o prazo para a entrega do imóvel objeto do compromisso
de venda e compra, é cabível a condenação da vendedora por lucros cessantes,
havendo a presunção de prejuízo do adquirente, independentemente da finalidade
do negócio. ”
Nesta linha de raciocínio, forçoso reconhecer que os lucros cessantes devem ser
calculados como sendo o valor do aluguel do imóvel em atraso.
4.4 Ao pagamento da multa contratual, esta fixada em R$15.000 (quinze mil reais).
5 Condenar as rés nos consectários legais decorrentes de tal julgamento, tais como
nas custas, despesas processuais e verba honorária de sucumbência.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitido, ainda
que não admitido em nosso ordenamento jurídico, mas desde que obtidos de forma
lícita, notadamente pelo depoimento pessoal dos representantes das rés, oitiva de
testemunhas oportunamente arroladas, juntada de novos documentos e perícias, o
que fica tudo desde logo requerido.
OAB/XX