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de Caso
Gestão do Conhecimento
Professor: Cláudia Herrero Martins Menegassi
Unicesumar
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Para trabalhar esse ciclo, a empresa trabalha os pilares de pessoas, processos e ferramen-
tas. Ferramentas são produtos que ajudam bastante, mas não são elas que vão configurar
um diferencial, pois todas as empresas podem ter acesso a elas. Pessoas e processos signifi-
cam diferencial. Dentro desse contexto, a GC é considerada um sistema sóciotécnico. Sendo
assim, o pilar “pessoas” é considerado pela Embraer o mais importante da GC.
Quanto a processos, a empresa adota uma estratégia de implantação. Há duas linhas de
atuação: práticas estimuladas e práticas gerenciadas. A respeito das práticas estimuladas, não
existe uma obrigatoriedade em participar; as pessoas participam porque querem, porque
veem utilidade. Há foco na geração e disseminação do conhecimento e no aprendizado. O
principal resultado dessa linha de atuação foi a mudança de cultura das pessoas, a geração
de novos conhecimentos e a confiança entre as pessoas para compartilhar conhecimento.
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A partir do momento em que se conseguiu maturidade nessa linha das práticas estimula-
das, foram implantadas as práticas gerenciadas, que são práticas com início, meio e fim. São
planejadas visando ter clareza de como essas práticas serão aplicadas, quais são os objetivos
específicos e onde a empresa quer chegar com elas. O foco dessa etapa está na incorporação
do conhecimento, que ganha maturidade através de reúso, da aplicação e do seu registro.
Quanto às práticas específicas, há diversas e serão apresentadas a seguir:
3. Gestão documental: tem o intuito de fornecer ao engenheiro que tem pouco tempo
para resolver determinado problema, a informação certa, no momento certo, com a
qualidade necessária, tanto de bases internas quanto externas.
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Então, as comunidades integram as pessoas pelos assuntos. Não importa onde a pessoa
está alocada e localizada, as comunidades integram as pessoas por assunto e essas pessoas
trazem diversos pontos de vista, o que traz uma grande riqueza para a discussão, muito mais
do que se cada um estivesse somente em uma área ou segmento de atuação. Comunidade,
para a Embraer, são pessoas, e dentro das comunidades, há vários processos dinâmicos
que acontecem, como as lições aprendidas, por exemplo. Toda CP tem uma base de lições
aprendidas, relacionadas à tecnologia daquela comunidade. A CP discute essas lições e no
momento em que faz essa discussão, o conhecimento já é disseminado entre as pessoas e
difundido dentro das CP.
Há também fóruns de discussão, onde cada pessoa de qualquer parte ou de qualquer
tecnologia pode postar uma dúvida, pedir uma informação ou um material específico dentro
desses fóruns. Desse modo, todas as CP têm um ambiente aberto para todas as outras CP.
Qualquer um pode entrar nesse ambiente, postar uma dúvida ou consultar algum material.
As CP fazem reuniões presenciais, o que tem se mostrado fundamental para que haja
relacionamentos de confiança, pois para compartilhar conhecimento é necessário que haja
confiança entre as pessoas de determinado ambiente. Sendo assim, a empresa incentiva que
as CP se reúnam presencialmente pelo menos uma vez por mês e há aquelas que se reúnem
até mesmo semanalmente para discutirem assuntos técnicos, problemas e melhorias.
Existe um networking muito grande dentro das CP, por meio das redes que se formam.
As CP seguem um conjunto de premissas: participação voluntária, são criadas por assunto
e número ideal de membros entre 20 e 40 por comunidade (para facilitar que as pessoas
se conheçam, discutam e interajam). É importante notar, todavia, que não são todas as co-
munidades assim. Há comunidades com 200 pessoas, mas estas se subdividem em fóruns
menores e as reuniões são feitas de acordo com os interesses das pessoas. Ainda são pre-
missas que toda comunidade tenha um coordenador, que deve ser uma referência técnica
e a comunidade deve ser integrada aos processos do dia a dia e trazer retorno.
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Surge, porém, uma questão: como trazer as pessoas para dentro desses processos todos?
Segundo Eduardo Carara Júnior, são dois os aspectos determinantes:
1) Criando um ambiente favorável.
2) Utilidade.
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O que fazer para conseguir o ambiente favorável? A Embraer tem trabalhado ao longo dos
anos em algumas ações de reconhecimento (coletivo, de comunidades, e individual, de
pessoas que se destacam na GC dentro da organização). A empresa disponibiliza, também,
um ambiente chamado sala Bá ou espaço Bá, que é um ambiente propício para as comuni-
dades interagirem, inclusive com equipamentos para vídeo conferência.
Além disso, há a integração com processo de carreira em Y. Hoje, para um funcionário ir
para a vertente técnica da carreira da Embraer, o coordenador da comunidade de prática é
convidado a participar do comitê do funcionário e fala sobre a atuação deste na GC, então,
hoje, para ser um carreira Y, é necessário ser atuante na GC, como forma de requisito. Inclusive,
isso consta no descritivo dos funcionários de carreira mais experientes: o compartilhamen-
to do próprio conhecimento.
Eduardo destaca que a pessoa não vai deixar de ser um carreira Y se ele não for tão bom
assim no compartilhamento do conhecimento, mas será feito um plano de desenvolvimento
para que ele se engaje ou como um mentor, ou instrutor interno ou líder de CP. Há também
a avaliação por competências, que é algo complexo, mas um de seus tópicos é a busca e
difusão do conhecimento, dentro do qual cada empregado é avaliado.
Com relação à utilidade, é importante destacar que a GC tem que ser útil para que o fun-
cionário que está desenvolvendo o produto consiga fazer isso de forma melhor, mais rápida
e que ajude no seu dia a dia. Para isso, a empresa trabalha com modelos de maturidade
das comunidades de prática, para identificar onde estão os principais gaps, propor um en-
gajamento maior e, por consequência, trazer uma melhor utilidade para as pessoas. Com a
comunicação das práticas de GC, para divulgar o que tem sido feito, a empresa é muito forte
em treinamento e workshops (com base nos mesmos gaps) para coordenadores e membros
para engajar pessoas.
O resultado da combinação entre ambiente favorável à GC e sua utilização são pessoas
engajadas. A partir dessa experiência da Embraer com a implantação da GC, destacam-se
algumas lições aprendidas pela empresa:
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4. Atenção com os indicadores – cuidar para que as metas não prejudiquem o sistema
de GC.
5. GC tem a ver com pessoas – por mais que o processo esteja bem desenhado, precisa
estar perto, dentro das áreas, com pessoas dos setores.
A Embraer tem sido vista como um caso bem sucedido de Gestão do Conhecimento,
tanto em seu modo de implementar a GC quanto nos resultados oriundos dessa implantação.
Referências
Fonte: adaptado de: A gestão do Conhecimento na Embraer. Disponível em: <http://www.
fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/cases-de-sucesso/a-gestao-do-conhecimento-
-na-embraer.> Acesso em 11 dez. 2015.
Palestra de José Eduardo Carara Júnior, engenheiro de desenvolvimento do produto
da Embraer, proferida na 14ª edição do Fórum de Boas Práticas da Fundação Nacional da
Qualidade (FNQ). Disponível em: <http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/
cases-de-sucesso/a-gestao-do-conhecimento-na-embraer.> Acesso em 11 dez. 2015.
Relatório anual 2014 da Embraer. Disponível em: <http://www.embraer.com.br/relato-
rioanual2014/perfil.html.> Acesso em 11 dez. 2015.