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Técnicas Básicas de Recuperação de

Afogados
GRUPAMENTO DE BOMBEIROS MARÍTIMO

CAP JÚLIO ARAÚJO


TEN SILVA PINHEIRO
TEN BARRETO
GRAUS DE AFOGAMENTO
A Classificação de afogamento permite ao socorrista estabelecer a
gravidade de cada caso, indicando a conduta a ser seguida. Foi
estabelecida pelo Ten Cel Médico DAVID SZPILMAN da Reserva do
Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, com o estudo de
casos de afogamento no Centro de Recuperação de Afogados (CRA)
em Copacabana – RJ, onde foi chefe do centro de recuperação de
afogados por 12 anos; Membro do Conselho Médico da Federação
Internacional de Salvamento Aquático (ILS); Sócio Fundador, Ex-
Presidente e atual Diretor Médico da Sociedade Brasileira de
Salvamento Aquático – SOBRASA; Membro da Câmara Técnica de
Medicina Desportiva do CREMERJ.
continuação
• Guarda-vidas formado pelo serviço de San Diego, Califórnia; revisor
médico das revistas “Resuscitation e New England Journal of
Medicine”. Autor de 3 livros, 48 capítulos de livros e mais de 122
artigos médicos nacionais e internacionais sobre afogamento.
Palestrante convidado, a 390 palestras no Brasil, e 22 internacionais
(Bélgica, Hungria, Inglaterra(2), Espanha(3), EUA (4), Argentina (3),
Venezuela, Uruguai, Itália, Holanda, Portugal(2), Irlanda, e Austrália).
• A classificação não tem caráter evolutivo, devendo ser estabelecida
no local do afogamento ou no 1º atendimento, com o relato de
melhora ou piora do quadro. O primeiro passo no entendimento do
processo de afogamento é diferenciarmos entre um caso de Resgate e
Afogamento.
GRAUS DE AFOGAMENTO
RESPIRAÇÃO

SIM

CARACTERÍSTICAS PROCEDIMENTOS
• Avaliar a vítima;
- ASPIRAÇÃO MÍNIMA DE ÁGUA,
suficiente para produzir TOSSE; • Fazer a vítima repousar;
- ASPECTO GERAL BOM; • Tranquilizá-la, aquecer;
- LUCIDEZ; • Condução ao PS caso seja
- AGITAÇÃO À SONOLÊNCIA necessário, liberação da vítima
somente após criteriosa avaliação,
descartando comprometimento e
agravamentos posteriores.
GRAU 1
GRAUS DE AFOGAMENTO
RESPIRAÇÃO

SIM

PROCEDIMENTOS
CARACTERÍSTICAS
- Aspiração de pequena quantidade • Decúbito lateral direito;
de água, suficente para a (alterar • Limpar vômitos e secreções;
a hematose O2 - CO2); • O2 (ministrar 5 L/min);
- TOSSE; • Monitorar sinais vitais;
- LUCIDAS, AGITADAS OU E DESORIEN- • Aquecer a vítima;
TADAS; • * (Condução ao PS, decúbito
- POUCA ESPUMA BOCA E NARIZ;
- CIANOSE (NOS LÁBIOS E DEDOS) elevado, sentado ou semi
- TAQUICARDIA E TAQUIPINÉIA sentado)

GRAU 2
GRAUS DE AFOGAMENTO
RESPIRAÇÃO

SIM

CARACTERÍSTICAS PROCEDIMENTOS
- Aspiração considerável de água, alterando
a hematose;
• Decúbito lateral direito;
- Insuficiência Respiratória; • Limpar vômitos e secre-
- Cianose de mucosas e extremidades;
çôes;
- Agitação Psicomotora.
- Grande quantidade de ESPUMA (B/N); • O2 ( ministrar 15 L/min);
- Pode ocorrer vômitos; • Monitorar sinais vitais;
- PRESENÇA DE PULSO RADIAL.
• Aquecer a vítima;
• (Conduzir ao PS) para
GRAU 3 atendimento médico.
GRAUS DE AFOGAMENTO
RESPIRAÇÃO

SIM

CARACTERÍSTICAS PROCEDIMENTOS
- Insuficiência respiratória aguda;
- Cianose de mucosas e • Decúbito lateral direito;
extremidades; • Limpar vômitos e
- Nível de consciência pode variar da secreções;
agitação ao coma;
• O2 ( ministrar 15 L/min);
- Grande quantidade de espuma
- NÃO APRESENTA PULSO RADIAL • Monitorar sinais vitais;
• Aquecer a vítima;
• (Conduzir ao PS) para
GRAU 4 atendimento médico.
TRATAMENTO PARA
O AFOGADO ATÉ
GRAU 4
TRATAMENTO
 Após a Análise Primária, em vítima
consciente ou inconsciente, com
batimentos cardíacos e respiração (até o
GRAU 4), aplicar o seguinte tratamento:
D.L.O.M.A
D.L.O.M.A.
 Decúbito lateral direito;
 Limpar vômitos e secreções;
 Oxigenoterapia;
 Monitorar sinais vitais e
 Aquecer a vítima.
OXIGENOTERAPIA
 Fluxo de O2 dependendo do Grau de
Afogamento:
 AFOGAMENTO GRAU 2: 5 lpm;
 AFOGAMENTOS GRAUS 3 e 4: 15 lpm;

 Aumenta a taxa de oxigênio no sangue;


 Equilibra a Frequência Cardíaca;
 Acalma e promove conforto a vítima;
TRANSPORTE

Vítimas graus 3 e 4
• Devem ser transportadas em DLD, em prancha longa.
• Suspeita de lesão raquimedular, o transporte deve
ser feito em DDH, prancha longa, colar cervical e
imobilizador lateral de cabeça, no interior da Vtr, a
prancha deve ser lateralizada ou inclinada para o
lado direito
• Se houver náuseas e vômitos, a prancha deve ser
lateralizada para o lado direito.
GESTANTE
• O transporte de vítimas:
• Graus 3 e 4, até o 3º (terceiro)
mês de gestação, deve ser feito em DLD;

• À partir do 4º (quarto) mês de gestação, o transporte


deve ser feito em DDH, com deslocamento do útero
para o lado esquerdo, com cabeceira elevada para
evitar regurgitação.
Deslocamento do ÚTERO para o lado
ESQUERDO

Deslocamento Deslocamento
do útero com do útero com
uma mão. as duas mãos.
GRAUS DE AFOGAMENTO
RESPIRAÇÃO

NÃO

PULSO CARODITEO PROCEDIMENTOS

SIM
• Efetuar a ventilação de
resgate de acordo com a idade
- PARADA RESPIRATÓRIA da vítima (Utilizar reanimador
- COMA LEVE A PROFUNDO manual);
- CIANOSE INTENSA • Caso a vítima volte a
- SECREÇÃO NASAL E BUCAL respirar, tratar como graus
anteriores;
• (Conduzir ao PS) para
GRAU 5 atendimento médico.
TRATAMENTO
PARA O AFOGADO
GRAU 5
PARADA RESPIRATÓRIA
 Ao constatar:
 A ausência de respiração (após
Manobra de verificação simultânea)

Realizar (05) ventilações


 Caso não haja retorno da respiração espontânea:
 INICIAR AS VENTILAÇÕES DE RESGATE
VENTILAÇÃO DE RESGATE
 Efetuar 01 ventilação a cada:
 5 segundos ( 12 vent./min) acima de 08 anos;
 3 segundos ( 20 vent./min) entre 28 dias e 08
anos;
 2 segundos (30 vent./min) abaixo de 28 dias;
 Obs: Checar pulso carotídeo e frequência
respiratória constantemente.
GRAUS DE AFOGAMENTO
RESPIRAÇÃO

NÃO

PULSO CARODITEO PROCEDIMENTOS

NÃO • Efetuar RCP de acordo com


a faixa etária;
PARADA • Caso a vítima volte a ter
Cardio-Respiratória frequência cardíaca e
respiratória, tratar como
grau 4;
• (Conduzir ao PS) para
GRAU 6 atendimento médico.
TRATAMENTO
PARA O AFOGADO
GRAU 6
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
 O que é RCP?
 Reanimação Cardiopulmonar é uma manobra
composta por compressões torácicas e ventilações
artificiais realizadas pelo socorrista, utilizada em
vítimas com parada cardiorrespiratória, com a
finalidade de manter artificialmente sua circulação e
respiração, até que haja um socorro médico adequado.
COMO REALIZAR A RCP?
 Confirmar a PCR constatando: inconsciência, ausência do
movimento respiratório e ausência do pulso central.
 Posicionar a vítima em DDH em superfície rígida;
 Efetuar compressões torácicas a uma frequência de (100 a
120/min.);
 Permitir o retorno total do tórax após cada compressão;
 Efetuar ventilações;
 Minimizar as interrupções das compressões torácicas num
tempo inferior a 10 segundos;
 Verificar o pulso a cada 2 minutos.
Resumo das técnicas de RCP

Faixa Acima de De 1 a 8 de 28 dias a 1 Abaixo de 28


Etária/Ação 8 anos anos ano dias
Carotídeo Carotídeo
Checagem de pulso Braquial Braquial

Metade inferior Metade inferior Ligeiramente abaixo Ligeiramente abaixo


Local de compressão do tórax, sobre do tórax, sobre da linha que une os da linha que une os
o esterno o esterno dois mamilos dois mamilos

Método de Utilizar a técnica dos


Utilizar a técnica dos
compressão Sobre o 2 mãos 1 mão dedos: médio e
dedos: médio e anelar
esterno anelar

Ritmo de No mínimo de
compressões por No mínimo de No mínimo de 100 a No mínimo de 100 a
100 a 120
minuto 100 a 120 120 compressões 120 compressões
compressões
compressões

No mínimo 1/3 do No mínimo 1/3 do No mínimo 1/3 do


Depressão do esterno entre 5 e 6 cm diâmetro do tórax diâmetro do tórax diâmetro do tórax (cerca
(cerca de 5 cm) (cerca de 4 cm) de 4 cm)
FREQUÊNCIA
Ponto de compressão
• Para definição de tórax, utilizamos como parâmetro o osso da
clavícula e a base do músculo peitoral (fig.1), a metade
inferior do tórax sobre o esterno é o ponto ideal para
compressão (fig.2).

1 2
PONTO DE COMPRESSÃO
Técnica de compressão torácica
 VÍTIMAS COM IDADE ACIMA DE 08 ANOS
 Profundidade da compressão: no mínimo (05) cm e no
máximo (06) cm.
Técnica de compressão torácica
 VÍTIMAS COM IDADE ENTRE 01 E 08 ANOS
 Profundidade da compressão: 5 cm (1/3 do diâmetro do
tórax).
Técnica de compressão torácica
 VÍTIMAS COM IDADE ABAIXO DE 01 ANO
 Profundidade da compressão: 4 cm (1/3 do diâmetro do
tórax).
“Prevenir é Salvar
educar Para não afogar”
SZPILMAN

CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS– CFS BM 2021

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