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Quiet Quitting: entenda o termo que vai contra o

excesso de trabalho
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Maura Martins

O termo quiet quitting – que, em português, significa algo como "demissão silenciosa" –
viralizou recentemente nas redes sociais e tem chamado a atenção de muita gente.

Trata-se de uma discussão atrelada às questões do mundo de trabalho, e sugere que as


pessoas cumpram o mínimo desejado para que continuem empregadas, sem se
esforçar a mais do que necessário.

Ou seja: diferente dos discursos que falam que os trabalhadores deve dar seu máximo  à
empresa e superar suas limitações, o movimento do quiet quitting chama a atenção de
que, muitas vezes,os colaboradores não colhem os lucros de seus esforços – que ficam
para os bolsos de seus contratantes.

A sugestão, portanto, é que os adeptos a ele façam apenas o combinado para suas
funções: não trabalhem no fim de semana, não se ofereçam para tarefas extra não-
remuneradas e saiam sempre no horário combinado.

Quiet quitting e os movimentos que repensam o mundo do


trabalho
A proposta desta "demissão silenciosa" se ajusta a outras discussões bastante urgentes
dentro do contexto trabalhista em diversos países - como a redução de carga horária
para menos dias por semana.

Nos Estados Unidos, por exemplo, há um movimento chamado "grande renúncia", em


que os jovens pedem demissão em massa e compartilham em suas redes sociais
quando saem de um trabalho que os explora.

No TikTok, a hashtag #quietquitting viralizou e ajudou a espalhar esta ideia. Um dos


primeiros vídeos foi o de um engenheiro de 24 anos chamado Zaid Khan, que
explicou o que seria a proposta da demissão silenciosa: "Você não está desistindo do
seu emprego, mas está abandonando a ideia de ir além no trabalho".

Ou seja, o movimento quiet quitting coloca foco na ideia de que o mercado de trabalho
possa ser pensado de outras formas, avaliando as necessidades dos próprios
funcionários – algo que, tradicionalmente, nem sempre as empresas fizeram.

Por que estamos insatisfeitos com o trabalho?

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Segundo dado levantado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
(Firjan), cerca de 2,9 milhões de trabalhadores brasileiros pediram demissão apenas no
primeiro semestre de 2022. Este é o maior índice anotado desde 2005.

Levando em consideração que vivemos um período de séria crise econômica no país, é


de se avaliar que esta informação indique que muita gente está insatisfeita com suas
atuais condições trabalhistas.

O aumento de casos de burnout também evidencia que muitos sentem o efeito do


excesso de trabalho em suas vidas, levando, inclusive, a problemas de saúde.

Há muitos fatores que podem levar ao desgosto quanto ao próprio trabalho, tal como a
sensação de ganhar pouco pela quantidade de dedicação e a impressão de não estar
sendo valorizado pela empresa.

Com a pandemia de COVID-19, que ocasionou o aumento do trabalho remoto, muita


gente passou também a sentir as consequências da invasão do trabalho na vida
particular. Para essas pessoas, o equilíbrio entre vida profissional e pessoal começou
a parecer cada vez mais distante.

Quando o trabalho prejudica a saúde?


(Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

É importante lembrar que o movimento de quiet quitting não está sugerindo


necessariamente que as pessoas saiam de seus trabalhos. Mas sim que repensem a
relação que possuem com ele.

No entanto, antes de partir para a decisão de fazer o mínimo esforço possível, vale a
pena fazer uma autoanálise sincera sobre o que você está se sentindo em relação ao
seu ofício.

Para isso, sugerimos algumas dicas e algumas perguntas que podem ajudar você a fazer
esta reflexão. Veja:

Seu plano de carreira

Pense sobre qual a ideia de carreira que você quer para o seu futuro. O seu trabalho
está ajudando você a chegar neste lugar?

As funções que você desempenha atualmente estão adequadas ao que você busca? A
sua insatisfação já existia em outros empregos que você teve?

Veja Também: Como é a geração Z no mercado de trabalho? Entenda!

Posicione-se

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O movimento da "demissão silenciosa" sugere ficar quieto e fazer o mínimo possível.
Mas nem sempre esta será uma melhor decisão para encontrar mais prazer no que você
faz.

Por isso, se você está insatisfeito, cogite conversar com seu chefe.Se houver abertura
para isso, leve seus argumentos sobre por que está se sentindo incomodado com o seu
trabalho. A conversa pode servir para você obter um feedback e sentir se você e a
empresa estão na mesma página.

Estabeleça seus limites


Pode ser que seu trabalho exija que você se envolva fora dos seus horários profissionais
– precisando atender chamadas ou responder e-mails.

Se for possível, estabeleça seus limites claros de até onde o trabalho adentra na sua
vida pessoal, mesmo que seus colegas não façam o mesmo. Caso haja abertura,
converse sobre isso com seu superior.

Procure apoio

Dependendo do grau do seu incômodo no seu atual trabalho,considere contar com


alguma ajuda, inclusive terapêutica. Isto poderá inclusive esclarecer se sua insatisfação
tem a ver com a sua situação atual ou remete a algo mais profundo.

E então, você é adepto – ou não – ao Quiet Quitting? Para mais conteúdos como esse,
continue de olho no TecMundo e mantenha-se atualizado sobre carreira, tecnologia,
saúde e entretenimento!

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