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SENTENÇA
I.
Trata-se de ação civil pública por ato de improbidade administrativa ajuizada pelo
Ministério Público Federal em face do ex-prefeito do município de Elísio Medrado/BA,
Everaldo Oliveira Caldas, e da ex-Secretária de Saúde do município supra, Jacqueline Silva
do Bonfim.
Assim, pugna pela condenação dos réus nas penas do art. 10, caput, e artigo 11, inciso I, da
Lei de Improbidade Administrativa, sendo que, subsidiariamente, postula a aplicação das
penas previstas do art. 12, inciso III, do mesmo diploma legal.
Para lastrear a sua pretensão, junta as peças do inquérito civil n° 1.14.004.000121/2014-
84.
Já o réu Everaldo Oliveira Caldas requereu assistência judiciária gratuita, defendeu a
existência de litisconsórcio passivo necessário e impugnou o valor da causa. No
mérito, sustentou a rejeição dos pedidos, em razão de ausência de improbidade
administrativa, de prejuízo ao erário e de dolo (758145505 - Contestação (01 Defesa
Everaldo ACP 1001104 31.2017)).
Autos conclusos.
É o relatório.
II.
Quanto à concessão da AJG requerida pelos réus, a atividade pública outrora exercida por
estes não sugere a insuficiência econômica justificadora da concessão da gratuidade da
justiça, além de não haver nos autos documentação que comprove o atendimento aos
requisitos para a concessão da justiça gratuita.
Além disso, a preliminar de litisconsórcio passivo necessário deve ser afastada, conforme
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
Afasto também a alegada incorreção do valor da causa, já que, nos termos do art. 212, II, do
CPC, o valor da causa deve refletir o valor total do ato tido por fraudulento, no caso, R$
443.743,87, oriundos da contratação da JANAÚBA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA
através da Tomada de Preços n. 11/2012 (3964155 p. 3/20).
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Assim, resta a este juízo analisar a efetiva prática de ato de improbidade por parte dos
requeridos.
Nos casos que envolvem a prática de atos ímprobos, assim como no direito penal, o
elemento subjetivo nem sempre é de fácil verificação. Isso porque as intenções
normalmente situam-se no pensamento, no íntimo das pessoas, e ali permanecem. Assim, o
dolo é aferido através de processo lógico, em razão das circunstâncias objetivas
comprovadas no caso concreto.
Entretanto, no caso dos autos, a atuação dolosa dos réus é de simples constatação, na
medida em que as evidências levantadas apontam para a simulação de procedimento
licitatório, levada a efeito pelo ex-gestor, bem como pelo saque indevido de valores efetuado
pela ex-secretária municipal de saúde.
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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas
no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
[...]
Ainda em razão da alteração legislativa, o art. 12, II, da Lei 8.429/92 passou a cominar as
seguintes sanções:
[...]
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada pela Lei
nº 14.230, de 2021)
III.
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Intimem-se.
1. intimar os réus para pagamento das custas processuais, no prazo de 15 (quinze) dias, a
contar da intimação, nos termos do art. 16 da Lei n. 9.289/96;
2. intimar o MPF para requerer o que for do seu interesse, em 15 (quinze) dias;
[assinatura eletrônica]
Juiz(a) Federal
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
ID do documento:
1352405268
22101015054651300001340895451
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