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1 Nocoes Introdutorias de Direito Administrativo 8
1 Nocoes Introdutorias de Direito Administrativo 8
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
SUMÁRIO
Os Poderes de Estado figuram de forma expressa em nossa Constituição: são Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (art. 2º). A cada um dos Poderes
de Estado foi atribuída determinada função. Assim, ao Poder Legislativo foi cometida a função normativa; ao
Executivo, a função administrativa; e, ao Judiciário, a função jurisdicional. Entretanto, não há exclusividade no
exercício das funções pelos Poderes, mas uma preponderância.
Segundo ensina José dos Santos Carvalho Filho, para a identificação da função administrativa, os
autores têm se valido de critérios de três ordens:
Nenhum desses critérios sozinhos é suficiente para identificar de forma satisfatória a função
administrativa, de maneira que eles devem ser combinados. É verdade, porém, que o critério material por
vezes é utilizado com protagonismo, especialmente para se aferir o exercício dessa função, de forma atípica,
pelos demais Poderes da República.
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
O Direito Administrativo, como sistema jurídico de normas e princípios, somente foi criado com a
instituição do Estado de Direito, tendo nascido a partir dos movimentos constitucionalistas do final do século
XVIII (em oposição às monarquias absolutas).
Através do novo sistema, já no século XIX, o Estado passava a ter órgãos específicos para o exercício
da administração pública e, por consequência, foi necessário o desenvolvimento do quadro normativo
disciplinador das relações internas da Administração e das relações entre esta e os administrados.
Hely Lopes Meirelles, por sua vez, afirma que: “o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para
nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.”
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o Direito Administrativo é “o ramo do direito público que tem por
objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a
atividade jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de
natureza pública”.
Diógenes Gasparini elenca seis principais correntes que buscam identificar um conceito para o
Direito Administrativo:
CRITÉRIO DAS RELAÇÕES É a disciplina das relações jurídicas travadas entre a Administração Pública e
JURÍDICAS os particulares.
CRITÉRIO DO SERVIÇO É a disciplina jurídica dos serviços públicos.
PÚBLICO
O Direito Administrativo é ramo do Direito Público, na medida em que seus princípios e normas
regulam o exercício de atividades estatais, especialmente a função administrativa.
Diz-se que seu objeto imediato são as normas jurídicas aplicáveis à função administrativa, entendidas
aquelas como gênero, do qual são espécie os princípios e as regras. Por outro lado, seu objeto mediato é a
disciplina das atividades, funções, pessoas, órgãos, entidades da Administração Pública.
Tendo em vista todas as premissas até aqui vistas, é preciso distinguir conceitos que por vezes são
utilizados como sinônimos:
a) Sentido objetivo: corresponde à própria atividade administrativa exercida pelo Estado por seus
órgãos e agentes, caracterizando a função administrativa; é a gestão dos interesses públicos executada pelo
Estado;
b) Sentido subjetivo: corresponde ao conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que possuem a
incumbência de executar as atividades administrativas.
Modernamente, entende-se que à Administração Pública cabe o exercício das seguintes funções ou
tarefas:
Fontes normativas correspondem aos fatos jurídicos dos quais emanam as normas. Podem ser fontes
primárias ou principais, ou fontes secundárias (verdadeiros acessórios).
No Direito Administrativo, somente a lei constitui fonte primária, na medida em que as demais
fontes (secundárias) estão a ela subordinadas. Doutrina, jurisprudência e costumes são fontes secundárias.
#SELIGA:
- Modelo inglês de jurisdição una: todas as causas são apreciadas pelo Poder Judiciário, ainda que
envolvam como parte a Administração Pública. É o modelo adotado pelo Brasil, consubstanciado no art. 5º,
XXXV, da Constituição Federal (princípio da inafastabilidade da jurisdição);
Não se aplica.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2018.