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Ela localiza essa di culdade diagnóstica e até mesmo a insu ciência de certas
teorias para dar conta desse tipo de quadro, como por exemplo ao se referir que
Freud privilegiou “questões de amadurecimentos às traumáticas, e as de
repressão receberam mais importância que as dissociações” (p. 361). McWilliams
localiza em "Anna O" um exemplo “personalidade múltipla altamente funcional”,
o que alias abre aqui a inclusão de uma fato, de que, muitas vezes, tais
personalidades são compreendidos como casos de histeria. O “rival de Freud”, P.
Janet já tinha uma visão mais próxima do modelo dissociativo.
O modelo freudiano acabou por privilegiar as fantasias “e em sua interação com
os desa os do desenvolvimento” (p. 364) do que a ênfase colocada no trauma e
no molestamento, como ele deixa bem claro em sua famosa carta a Fliess de
1896 em que a rma: “não acredito mais na minha neurótica”. Apesar disso Freud
fez uma a rmação que se aproxima muito da forma que compreenderemos a
personalidade múltipla nessa aula: “Talvez o segredo dos casos descritos como
de personalidades múltiplas seja que as diferentes identi cações, uma de cada
vez, tomem conta da consciência” (p. 365).
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Padrões relacionais
Esse é um tipo de quadro que parece ser o único a apresentar uma “causa” certa.
Nas personalidades dissociativas existe sempre uma experiência de abuso vivido
na infância. E em geral os pais desses indivíduos estão em mesmas condições
dissociativas ou outros casos graves, como esquizofrenia (como no lme Sybil).
Vivem um tipo de apego desorganizado-desorientado.
Existe uma hipótese transgeracional, a nal, crianças sofrem abusos desde a
antiguidade, e não necessariamente apresentavam este tipo de quadro, parece
que nesse tipo de quadro, os casos de abusos ocorrem por pessoas que também
foram abusadas e os abusadores desta última também o foram e assim
sucessivamente (p. 371).
O cenário de abuso parece inevitável, e é fundamental aqui acrescentarmos um
dos pontos descritos por Kluft (1984), o quarto ponto em que, não existe
"nenhum tipo de conforto antes ou depois dos episódios traumáticos” P. 371).
O self dissociativo
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Transferência e contratransferência
Diagnóstico Diferencial
Dissociativas vs Psicoses
Dissociativas e Borderline
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Dissociativas e Histéricas
Como dois círculos que se sobrepõem em uma parte, existe na histeria o aspecto
dissociativo, ao ponto de muitos tomarem como sendo o mesmo quadro (Mais
uma vez referência aqui ao lme Sybil).
Aqui cabe a distinção, arriscada, porém necessária de trauma real e fantasia de
trauma. Na histeria os mau-tratos em geral se referem a fantasias e nas
dissociativas em experiencias reais, isso tem como consequência que na primeira
é necessário, por parte do terapeuta, interpretar os impulsos recorrentes, e
fantasias inconscientes e na segunda uma reconstrução do passado traumático.
Apesar de não ser citado por McWilliams, enxergo que a teoria de Winnicott
oferece um rico ponto de partida para pensar as personalidades dissociativas,
começando por seu modelo de inconsciente proposto em “O medo do colapso”,
uma lembrança em que o paciente “não estava lá para que ela lhe acontecesse”
(p. 74). Como se certas experiencias ultrapassam a capacidade egoica de
suportar tal situação e por isso deixa de ser integrado ao ego, porém permanece
orbitando aguardando o momento de integração, numa situação futura com um
ego mais fortalecido. Em situações como essa, o sujeito pode se utilizar de
“falsos selfs" para lidar com essa questões não integradas. Aqui estou “forçando
a teoria de Winnicott para esta leitura”, como disse, trazer um ponto germinal
para futuras pesquisas. Apesar de precisar incluir um dado que talvez invalide
minha proposta, uma das hipóteses trazida por Ian Hacking no livro “Multipla
personalidade e as ciências da memória” em que ele não traz essa leitura de
memórias não integradas, e sim um modelo em que cada personalidade que
assume no sujeito tem sua própria historicidade.
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