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FACULDADE DE FARMÁCIA - UFJF

AULA PRÁTICA – FARMACOGNOSIA II

ALCALOIDES
Extração de Alcaloides com núcleo Aporfínico a partir de Matéria
Prima Vegetal
Considerações Gerais:

Dentre os metabólitos micormoleculares com potencial atividade biológica, com grande


interesse e aplicabilidade, encontram-se os metabólitos alcaloídicos. Apesar da complexidade dessa
classe de substâncias, alguns fundamentos são utilizados historicamente nos processos de extração e
purificação destas, a partir de diferentes fontes. Estes métodos são baseados da habilidade de
compartilhamento de par de elétrons não emparelhados do átomo de nitrogênio presente nas estruturas
químicas dos metabólitos alcaloídicas e nas questões de solubilidade das mesmas, em soluções
aquosas e solventes orgânicos.

As folhas de Peumus boldus Molina (Monimiaceae), o boldo-do-chile, possuem


diversos alcaloides derivados, principalmente, do núcleo aporfínico. Dentre os alcaloides isolados,
encontram-se a boldina, a isocoridina, a nor-isocoridina, a laurotetanina (Figura 1), entre outros. O
boldo possui propriedades colagoga, antisséptica, sedativa e diuréticas, além de ser estimulante
hepático. Geralmente é utilizado no tratamento de cálculos biliares, dor hepática, cistite, reumatismo
e, em especial, colelitíase acompanhada de dor.

Figura 1. Alguns alcaloides de Peumus boldus Molina (Monimiaceae), o boldo-do-chile

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Contribuição Lucas Cerqueira Avelar de Oliveira; Lais Aparecida Moreira
FACULDADE DE FARMÁCIA - UFJF

Objetivo:
Extração, sob refluxo, e fracionamento ácido-base dos alcaloides de Peumus boldus Molina
(Monimiaceae), o boldo-do-chile, segundo método da Farmacopeia Brasileira.

PROCEDIMENTO:

1) EXTRAÇÃO/FRACIONAMENTO: OBTENÇÃO DA FRAÇÃO ALCALOÍDICA

1. Pesar 1g da droga pulverizada folhas de Peumus boldus Molina em balão de destilação de


125mL, devidamente identificado.
2. Adicionar 1mL de ácido clorídrico 2M e 20mL de água destilada ao balão contendo a droga vegetal.
Homogeneizar. e adicionar pérolas de vidro.
3. Aquecer a mistura, brandamente, sob refluxo, por 10 minutos.
4. Deixar esfriar e filtrar o extrato aquoso ácido, através de algodão, para um funil de separação.
5. Alcalinizar o filtrado com solução de amônia 6M (usar papel indicador de pH).
6. Extrair o filtrado duas vezes, em funil de separação, com 20 mL de solvente orgânico
(diclorometano, clorofórmio, acetato de etila), em cada vez, com agitação moderada para evitar a
formação de emulsão.
7. Esperar a completa separação das fases e recolher a fase orgânica em um béquer limpo e
identificado, reunindo-as.
10. Retornar o extrato orgânico para o funil de separação e lavá-lo com 20 mL de H2O destilada.
11. Recolher o extrato orgânico em um béquer, limpo e seco, acrescentar Na2SO4 anidro. Deixar em
repouso por 3 a 5 minutos e filtrar através de papel de filtro para outro béquer limpo, seco e
devidamente identificado.
11. Levar a fração orgânica alcaloídica a resíduo.
12. Acondicionar adequadamente a amostra para posterior análise cromatográfica.

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Contribuição Lucas Cerqueira Avelar de Oliveira; Lais Aparecida Moreira
FACULDADE DE FARMÁCIA - UFJF

1g droga vegetal
(boldo)

1 mL HCl 2M/ Δ sob refluxo (10 min) /


Resfriar / Filtrar

Filtrado em funil de separação


NH4OH 6M (alcalinizar)
20 mL solv. Org. (AcOet ou CHCl3 ou CHCl2)

F.A. F.O.
Funil separação
20 mL do solv. org

F.A. F.O.

Reunir extratos orgânicos


Funil separação
20 mL H2O

F.A. F.O.

Secar c/ Na2SO4 anidro / Filtrar pp de filtro

Levar a resíduo

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Contribuição Lucas Cerqueira Avelar de Oliveira; Lais Aparecida Moreira

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