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A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM.

Renan Bispo da Silva*

RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo explicitar a importância do lúdico no
processo de ensino - aprendizagem, tendo em vista a oportunização do desenvolvimento
pleno das crianças, uma vez que, por meio do lúdico, o profissional docente e também
os discentes enriquecem as práticas educativas na sala de aula. Para tanto, o educador
deve dispor categoricamente, de uma perspectiva de ensino que integre compromisso e
criatividade, objetivando conspicuamente uma considerável interação entre
professor/aluno e, sobretudo, visando concretizar uma práxis educativa emancipatória,
sobretudo, que considere avidamente as peculiaridades e possibilidades de cada
indivíduo, bem como o seu contexto cultural hodierno e experiências empíricas.

Palavras-chave: dinamização, ensino-aprendizagem, lúdico, professor, aluno.

_________________________
*-Acadêmico do 8° período do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás/Campus de Campos
Belos-Goiás/e-mail: renan88silva@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO

O processo de ensino de aprendizagem em sua essência deve primar


sistematicamente, pela concretude de condições favoráveis à construção cognitiva do
educando, ou seja, a construção do seu próprio conhecimento. Para tal fim, é precípuo
que o profissional docente seja partícipe desse processo, e através do desenvolvimento
de propostas metodológicas argutas, facilitem ao máximo a compreensão do conteúdo
ministrado em sala de aula.

Nesse sentido, proporcionar aos alunos assimilarem as atividades propostas de


forma lúdica e proveitosa legitima-se não apenas como uma prática que preconiza
apenas ato de divertir, ou uma conduta mais “light”, mas, sobretudo, a dinamização do
processo de ensino-aprendizagem de forma dialética, além do desenvolvimento de uma
técnica de ensino que alia efetividade prática e compromisso, considerando a todo
instante, as competências e limitações de cada aluno. Nessa perspectiva, é fundamental
que o professor esteja amplamente focado nessa proposta

Segundo os PCN`s (1998), “ao professor cabe planejar, implementar e dirigir as


atividades didáticas, com o objetivo de desencadear, apoiar e orientar o esforço de ação
e reflexão do aluno, procurando garantir aprendizagem efetiva”. Assim, é desejável que
este, enquanto facilitador do conhecimento esteja sempre propenso a se ajustar às
exigências da prática do ensino-aprendizagem, sobretudo, humanizando o conhecimento
e promovendo a auto-estima. Ou seja, precisa ser mestre da vida.

Desse modo, para a concretização de tal proposta é precípuo que a ação docente
se dê no sentido de provocar múltiplas interações entre as crianças, e que o aprender se
legitime de forma “gostosa”, estimulante. Em outras palavras, a prática de ensino-
aprendizagem deve despertar nas crianças o gosto pelo aprendizado, pelas novas
descobertas, sobretudo, pelo estudo e pela pesquisa constante. Daí a importância do
educador incluir o lúdico à suas práticas pedagógicas.

De acordo com os PCNs, a prática do ensino-aprendizagem na sala de aula


requer indubitavelmente uma preparação metódica e sistêmica por parte de toda
instituição escolar, e principalmente do profissional docente, a fim de possibilitar a
concretude do seu fundamental objetivo: subsidiar o aluno à construção do seu
conhecimento.
Nessa perspectiva, o uso de atividades lúdicas que dinamizem tal prática,
configura-se como um satisfatório meio de aprendizagem e assimilação dos conteúdos,
além de precípuo elemento na construção do sujeito crítico e capaz de intervir
deliberadamente no contexto ao qual está inserido.

Por conseguinte, faz-se necessário reiterar que o lúdico não deve ser considerado
somente um “passatempo” ou uma “diversão gratuita” para crianças, mas sim, uma
conduta de dinamização das atividades de ensino-aprendizagem que prime por uma
perspectiva de formação humana, que considere insofismavelmente o educando
enquanto agente do seu próprio conhecimento, para que este supere seus
espontaneísmos e participe ativamente de fato, do processo das relações sociais e
exercício da sua cidadania.

Nas palavras da professora Rosiele Cazelo:

Tendo em vista a atual caracterização da sociedade e suas exigências,


percebe-se a necessidade de um sistema de ensino que corresponda às
expectativas e necessidades atuais e que busque desenvolver no
educando competências e habilidades necessárias ao pleno
desenvolvimento humano. Desta forma, torna-se necessário dinamizar o
processo ensino-aprendizagem, visando a melhoria da qualidade de
ensino, através da sensibilização para o desenvolvimento de valores
políticos, éticos, estéticos que devem inspirar a organização pedagógica
no sentido de fomentar a criatividade e a iniciativa. ( Rosiele Cazelo).

Como enfatiza Alves:

O lúdico proporciona alegria nos espaços em que se faz presente, ao


mesmo tempo em que possibilita a esperança de liberdade para o mundo
todo, sugerindo também que há outras possibilidades para a vida
humana. (ALVES, 1984, p.104).

2. A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS EDUCATIVOS NO DESENVOLVIMENTO


COGNITIVO DAS CRIANÇAS.

A prática de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem por meio de jogos


educativos e atividades lúdicas que de fato, ensejem o aprendizado efetivo dos alunos
não se resume apenas como mera atividade lúdica, mas significa possibilitar o
desenvolvimento cognitivo dos educandos, considerando suas potencialidades e
limitações.
A aprendizagem através de jogos como dominó, bingo educativo, palavras
cruzadas, jogo da memória, entre outros, permite que a criança faça da aprendizagem
um processo interessante e até divertido. Além de que, os jogos podem ser utilizados
para reforçar a parte teórica dos conteúdos ministrados pelo professor. Ou seja, uma
forma de aprofundar os conteúdos já trabalhados.

Inegavelmente, em seu planejamento o educador deve explorar profundamente


todo potencial dos jogos em sala de aula, proporcionando a interação social dos
educandos. Nesse sentido, faz-se conveniente afirmar que os jogos educativos não
apresentam somente um caráter recreativo e competitivo, na qual há um “vencedor” e
um “perdedor”, pois o seu verdadeiro objetivo é levar o aluno a aprender através dos
erros. Dessa forma, cabe ao professor mostrar a criança que o fato de não conseguir
concretizar o objetivo proposto pelo jogo não é sinal de derrota, e sim de aprendizagem.

Os jogos devem se integrar ao ambiente e à realidade dos alunos como recurso


interdisciplinar, como facilitador do trabalho do profissional docente e fundamental no
desenvolver da capacidade cognitiva e autônoma dos educandos, incitando nestes a
necessidade da pesquisa e a busca incessante pelo conhecimento.

Desse modo, educar através de jogos, é acima de tudo proporcionar uma


aprendizagem baseada na realidade do educando, proporcionando a efetivação de
interesses emancipatórios que de fato, considere os seus saberes concretizados através
de suas experiências e vivências.

O jogo para a criança é o exercício, é a preparação para a vida adulta.


A criança aprende brincando, é o exercício que a faz desenvolver suas
potencialidades[...] Enquanto a criança está simplesmente brincando,
incorpora valores, conceitos e conteúdos [...] A proposta é ir além do
jogo, do ato de jogar, para o ato de antecipar, preparar e confeccionar
o próprio jogo antes de jogá-lo, ampliando desse modo a capacidade
do jogo em si a outros objetivos, como profilaxia, exercício,
desenvolvimento de habilidades e potencialidades e também na terapia
de distúrbios específicos de aprendizagem.(LOPES, 2000, p. 35-36).

Nessa perspectiva, indubitavelmente, os jogos educativos devem preconizar a


interação do educando com o objeto do ensino (conteúdos), possibilitando a este o
desenvolver das suas potencialidades, de maneira espontânea e condizente com as suas
peculiaridades. Em outras palavras, o uso de jogos educativos na sala de aula deve se
legitimar enquanto subsidio efetivo para uma aprendizagem significativa, uma vez que,
jogando, o aluno assimila conceitos necessários a sua formação cognitiva, desenvolve o
raciocínio lógico e constrói suas experiências empíricas.

Assim, é fundamental que o educador tenha em mente, que ao utilizar os jogos


com recurso didático, deve, sobretudo, significar as possibilidades cognitivas que a
criança traz, para que esta se sinta sujeito na construção do seu conhecimento,
ampliando ao máximo suas capacidades e potencialidades. Nessa perspectiva, cabe ao
docente compreender intrinsecamente a premente necessidade de que os jogos
educativos devem apresentar um caráter intencional, e de forma alguma casual.

Sob esse prisma, o educador deve utilizar os jogos consciente daquilo que
pretende alcançar, engendrando, sobretudo, propostas metodológicas interdisciplinares
que favoreçam o processo de socialização e interação entre todos os educandos e,
possibilitando ao máximo a propalação de um verdadeiro ambiente alfabetizador.

Pelo seu caráter coletivo e socializante, os jogos educativos contribuem não


apenas para o desenvolvimento cognitivo das crianças, mas também para a construção
da cidadania e da educação moral das crianças. Nesse sentido, a criação de um clima
favorável para o trabalho em grupo possibilita ricos intercâmbios comunicativos de
enorme valor social e educativo. Sob essa ótica, os jogos educativos revelam sua
importância no processo de interação e construção da personalidade da criança.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreendemos que inserir o lúdico no processo de ensino-aprendizagem é


fundamental na formação cognitiva, afetiva, emocional, e moral do educando, o que
exige indubitavelmente, competência, qualidade e principalmente intencionalidade por
parte do profissional docente. Dessa forma, este deverá estar preparado para com o
compromisso de oportunizar a participação efetiva dos educandos no contexto escolar,
mais precisamente nas atividades realizadas na sala de aula.

Para tanto, o educador deverá policiar-se das peculiaridades que engendram o


processo de ensino aprendizagem, uma vez que ciente das prementes dificuldades
encontradas no exercício da docência deverá proporcionar a socialização, a dinamização
e interação de todos.

Por conseguinte, como foi explicitado, a dinamização das aulas por meio de
jogos educativos compete-se como fundamental na construção cognitiva e moral dos
educandos, além de que, exige inegavelmente, uma capacidade crítico-reflexiva
altamente acurada por parte do educador. Este, por sua vez, deve considerar, sobretudo,
a identidade cultural e histórica dos discentes, proporcionando-os desenvolver um
conjunto de situações contextualizadas de ensino- aprendizagem, num processo
coletivo, e em consonância com uma perspectiva deliberada e emancipatória de
formação humana.

Vale ressaltar, que a obtenção de êxito na concretização dessa proposta


interdisciplinar, depende indubitavelmente das metodologias e práticas pedagógicas
utilizadas pelo professor na mediação da sua práxis educativa.

3. O BRINCAR

O ato de brincar constitui como instrumento inevitável na educação das


crianças na fase infantil. Além de favorecer a socialização, a imaginação e a autoestima,
auxilia na construção progressiva do conhecimento de forma dinâmica e lúdica.
Destarte, é importante que o educador utilize diversas brincadeiras com uma finalidade
pedagógica, pois além do divertimento propicia o gosto e o interesse em participar das
atividades.

REFERÊNCIAS

FERREIRA. Dinalba; TORRES, Paulo Sérgio. O educador e a criança na pré-escola:


Metodologias Motivadoras e Sedutoras. Disponível em: <
http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/O_EDUCADOR_CRIANCA.pdf
> Acesso em: 9 de Nov. 2010.

http://www.etecbarrabonita.com.br/proposta.html> Acesso em: 9 de Nov. de 2010.

LOPES, Maria da Glória. Jogos na Educação: criar, fazer, jogar. 3ª Edição.


São Paulo. Editora Cortez: 2000.
PCNs: Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental,
Brasília, MEC/SEF, 1998.

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