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TRANSTORNO DE JOGO

1-IDENTIFICAÇÃO
Nome:
CPF:
Idade:
Solicitante:
Nº Inscrição no CRP:
Finalidade

2-DESCRIÇÃO DA DEMANDA

Juan, é um hispânico de primeira geração, casado, com 36 anos, que se apresentou a uma
clínica especializada em jogos de azar de um grande centro médico para avaliação e
tratamento.
Técnico de um time escolar suburbano de futebol, o sr. Juan tinha um filho de 5 anos. O
paciente negou ter histórico psiquiátrico ou de abuso de substância anterior. Ele estava vestido
de forma adequada e bem-arrumada, expressava-se muito bem, falava em tom e volume
normais e, durante o exame, apresentou função cognitiva preservada e inteligência na média.
O sr. Juan fazia apostas em eventos esportivos e jogos de cartas desde a infância e indicou,
durante a avaliação, que jogos com apostas “fazem parte de nossa cultura”. O passatempo
preferido de seu pai, e que também funcionava como alívio para o estresse, eram jogos de
pôquer com os amigos à noite, de modo que o sr. Juan se lembrava com carinho dos
momentos especiais entre pai e filho que compartilhavam. Para ele, o pôquer se tornou uma
atividade familiar que realizava com cada vez mais frequência para aliviar o estresse
relacionado ao trabalho. Ele adorava a excitação, o desafio intelectual e a competição.
Contudo, jogos de cartas não permaneceram sendo um passatempo inocente para o sr.
Juan. Ele começou a perder mais dinheiro do que podia gastar. Ao longo dos dois anos
anteriores, aumentou gradativamente a frequência e o risco de suas noites de pôquer. Quando
perdia, apostava ainda mais, convencido de que teria sorte na vez seguinte. Quando ganhava,
sentia-se fantástico e continuava a jogar, convencido de que estava em uma maré de sorte.
Embora as perdas fizessem com que se sentisse inútil, tolo e irritável, acreditava que
venceria se pudesse refinar sua estratégia. Sentia um impulso forte, quase constante, de
aumentar o ritmo dos jogos e recuperar o dinheiro que havia perdido. Quando tentava reduzir
o jogo, ficava irritável, obcecado, e logo retomava as noites de pôquer.
Quando o sr. Juan finalmente foi à clínica, já estava desesperado. Jogar pôquer todas as noites
levou a uma fadiga diurna e ao baixo desempenho em seu trabalho como técnico, que antes
ele adorava. Ele estava sendo consumido por pensamentos sobre a próxima partida de pôquer.
A esposa e o filho há muito ressentem-se do pouco tempo que ele lhes dedicava, mas ela
havia recém descoberto que ele gastara toda a poupança destinada à faculdade do filho e
acumulará uma dívida de R$ 30 mil no cartão de crédito. Quando ela ameaçou entrar com um
pedido de divórcio na justiça, ele sentiu-se triste, deprimido e resolveu buscar tratamento.

3-PROCEDIMENTOS
Pessoas ouvidas no processo:
Número de encontros:
Duração do processo realizado:

APRESENTAR OS RECURSOS TÉCNICOS CIENTÍFICOS UTILIZADOS ESPECIFICANDO O


REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO QUE FUNDAMENTOU SUA ANÁLISE,
INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÃO. CITAR AS PESSOAS OUVIDAS NO PROCESSO DE TRABALHO
DESENVOLVIDO, AS INFORMAÇÕES, NÚMEROS DE ENCONTROS OU TEMPO DE DURAÇÃO.

4. ANÁLISE

Se o excesso de jogo é um sintoma de um episódio maníaco, o diagnóstico de transtorno do


jogo não é estabelecido. Quando o episódio maníaco é o diagnóstico principal, o paciente
normalmente joga mais devido ao contexto de excitação e grandiosidade e irá exibir outros
sintomas de transtorno bipolar, como aumento da energia e redução da necessidade de sono.
Quando o jogo é usado como uma reação de enfrentamento mal adaptativa, o indivíduo tende
a se entregar a atividades de jogo principalmente durante estados negativos do humor, como
ansiedade e depressão. O clínico também deve ter em mente que as perdas no jogo podem
desencadear episódios de humor, geralmente transtornos da adaptação, embora transtorno
depressivo maior e mania ou hipomania comórbidos também possam ocorrer. Uma avaliação
da relação temporal entre os sintomas e a intensidade desses sintomas ajuda a estabelecer o
diagnóstico principal. Neste caso, o sr. Juan negou todos os sintomas maníacos.
5. CONCLUSÃO

O sr. Juan tem obsessão por jogar, apresenta um padrão recorrente de tentar recuperar o
prejuízo e tem jogado com quantias de dinheiro cada vez maiores. Ele mente para a esposa
sobre as perdas e colocou em risco seu relacionamento conjugal e o emprego. O sr. Juan
demonstra pelo menos cinco dos nove critérios do DSM-5 para Transtorno do jogo (quatro
entre os nove são necessários para o diagnóstico).
O sr. Juan foge um pouco à regra em sua negação de comorbidade psiquiátrica. Um
grande percentual de pessoas com transtorno do jogo também apresenta transtorno por uso
de substância, transtorno da personalidade, transtorno do humor e/ou transtorno de
ansiedade. Como uma avaliação precisa de comorbidade é essencial para decisões de
tratamento, é importante que o clínico investigue a possibilidade de que o sr. Juan esteja
dando menos relevância a outra sintomatologia.
O caso do sr. Juan é mais típico por ter um pai que também era um jogador. Muitas
pessoas com transtorno do jogo também relatam ter parentes de primeiro grau que jogam,
embora não esteja claro o grau em que o comportamento é aprendido ou herdado
geneticamente.

NA CONCLUSÃO INDICAM-SE OS ENCAMINHAMENTOS E INTERVENÇÕES, O DIAGNÓSTICO,


PROGNÓSTICO E HIPÓTESE DIAGNÓSTICA, A EVOLUÇÃO DO CASO, ORIENTAÇÃO OU
SUGESTÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO.

( Local – Data )

Nome do Profissional
CRP__/_____

RUBRICA-SE DA PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA LAUDA, ASSINANDO A ÚLTIMA


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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