Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO


COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
___________________________________________________________________

JOÃO VITOR ALVES DA SILVA

RELATÓRIO ANALÍTICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


E.T.E.C PROF. PEDRO LEME BRISOLA SOBRINHO

JACAREZINHO
2023
JACAREZINHO
2023

RELATÓRIO ANALÍTICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


E.T.E.C PROF. PEDRO LEME BRISOLA SOBRINHO

Relatório de Estágio Obrigatório


realizado na E.T.E.C Prof. Pedro Leme
Brisola Sobrinho, apresentado ao
Componente Curricular de Metodologia
e Prática de ensino de Biologia e
Estágio Supervisionado do Curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas
Universidade Estadual do Norte do
Paraná – UENP – Centro de Ciências
Humanas e da Educação – CCHE/CJ

Professor Orientador: Profª. Dra.


Carolina Borghi Mendes

JACAREZINHO
2023
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ...........................................................................................................
2.METODOLOGIA.........................................................................................................
3.RESULTADOS E
DISCUSSÕES................................................................................
3.1 Estágio de observação: a compreensão da realidade da escola pública e da
comunidade escolar.......................................................................................................
3.2 Estágio de observação: a organização do ato educativo do professor de Biologia
e as relações sociais objetivas......................................................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................
1.INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado tem por objetivo proporcionar ao aluno uma


vivencia da realidade onde exercerá sua futura função docente, pois é nele que
ocorre a relação do aluno de licenciatura com a realidade da educação básica.
Assim, cabe ao professor formador mediar o processo de análise dessa realidade,
para que o aluno de licenciatura saia de uma visão sincrética (desorganizada) do
real e consiga chegar a uma visão sintética (organizada, estabelecendo as relações
entre os diferentes determinantes) e crítica dessa realidade. Para isso as atividades
do estágio devem permear ações de análises críticas, questionamentos e práticas
de ensino com uma forte ligação às teorias educacionais vigentes.
Para Barreiro e Gebran (2006) o estágio deve ser entendido como espaço
em que os saberes pedagógicos não ocorrem de forma estanque, mas sim pela
interação entre as várias áreas de conhecimento. Os autores ainda argumentam
que o estágio deve propiciar aos estudantes não apenas a vivência em sala de aula,
mas também o contato com a dinâmica escolar nos seus mais diferentes aspectos.
Esse estudo compreende um relato reflexivo das experiências vivenciadas
durante a realização do Estágio supervisionado junto à “Escola Técnica Estadual
Prof. Pedro Leme Brisola Sobrinho, ao longo do segundo semestre de 2022,
observando as turmas de 2° e 3° ano Ensino-Médio e Ensino Médio Integrado ao
ensino Técnico, e toda fundamentação teórica foi preparado apoiando-se nos
fundamentos da Pedagogia Histórico-Crítica que norteou todo nosso processo de
formação durante a disciplina de Metodologia e Prática de Ensino de Biologia do
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Norte do
Paraná, tendo como Orientador: Prof. Dra. Carolina Borghi Mendes, e Supervisor:
Prof. Paulo Candido Martins.

2.METODOLOGIA

O presente trabalho foi elaborado segundo uma abordagem qualitativa, a


partir do Relatório Analítico sobre o Estágio Supervisionado, seguindo as
modalidades de Observação, Participação e Regência, além dos registros e caderno
de campo apresentado à disciplina de Metodologia e Prática de Ensino de Biologia,
referente ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade
Estadual do Norte do Paraná, Centro de Ciências Humanas e Educação – Campus
Jacarezinho. O estágio foi realizado no período de 27/06/2022 à 09/12/2022, em
uma escola pública estadual, localizada no centro da cidade de Ipaussu – SP, com
alunos do 2º e 3º ano do Ensino Médio e Técnico.
A perspectiva adotada neste relatório articula-se à observação sistemática,
pois a intenção é buscar a descrição precisa da prática social singular que se refere
ao professor e seus alunos da educação básica no desenvolvimento das atividades
no espaço escolar, identificando os elementos mais significativos do ponto de vista
do estágio na concepção histórico-crítica.
Saviani, em sua obra “Escola e Democracia”, anuncia a sua teoria
pedagógica e faz um resgate crítico das teorias pedagógicas não-críticas, como a
Pedagogia Tradicional, a Pedagogia da Escola Nova e a Pedagogia Tecnicista, com
o objetivo de evidenciar o fato dessas correntes pedagógicas desconsiderarem os
condicionantes históricos, políticos e sociais, imbricados no processo educativo.
Tais perspectivas delegavam à escola o papel de equalização social, de
superação da marginalidade da sociedade, como se a educação fosse a salvação
dos problemas econômicos e sociais que o país vinha passando (SAVIANI, 2008).
Além dessa crítica, o autor problematiza o escolanovismo que ao romper com as
ideias da escola tradicional fez com que o foco da transmissão de conhecimento
cientifico se voltasse ao aluno, o qual passou a ser o centro do processo
pedagógico e o professor um mero facilitador desse processo. “Com isso, a
importância da transmissão de conhecimentos foi secundarizada e subordinada a
uma pedagogia das diferenças, centrada nos métodos e processos: a pedagogia da
existência ou pedagogia nova” (SAVIANI, 2008, p.52). E o tecnicismo que o método
de ensino desconsiderava a relação professor-aluno e o objetivo era adequar a
escola e os alunos para atenderem as necessidades desenvolvimento do meio de
produção capitalista, aprendendo apenas as técnicas necessárias para atuar como
mão de obra minimamente qualificada nas indústrias.
Essas perspectivas pedagógicas retiraram da escola o papel de socialização
da cultura humana; do professor, o papel mediador entre o saber cotidiano e o saber
científico; e do aluno, a possibilidade de se apropriar dos conteúdos produzidos
historicamente pela humanidade e, em decorrência desta apropriação, agir e
transformar a realidade. Ainda na mesma obra, Saviani levanta a discussão sobre
as teorias critico-reprodutivistas que, mesmo não levando em conta os
determinantes sociais para compreenderem o fenômeno educativo, não propunham
alternativas de superação à lógica do capital, pois para elas a “função própria da
educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se insere”, ou seja, a
escola seria reprodutora das relações estabelecidas na sociedade capitalista
(SAVIANI, 2008, p. 14). Assim como a pedagogia escolanovista, essas pedagogias
pós-modernas acabam promovendo o esvaziamento dos conhecimentos científicos
no espaço escolar, o qual passa a ser visto como um “espaço de negociação de
significados e conteúdos e não como espaço de transmissão-assimilação de
conhecimento” (MARSIGLIA, 2011, p.15). Por isso, falamos que essas pedagogias
pregam uma pseudodemocracia, pois não estão comprometidas com a
emancipação dos alunos por meio da apropriação dos bens culturais produzidos
pela humanidade, uma vez que valorizam os saberes cotidianos em detrimentos dos
conhecimentos científicos.
No contexto atual, a PHC vem como uma pedagogia revolucionária que
busca articular dialeticamente o processo educativo com a vida do homem na
sociedade e busca resgatar o papel social da escola na prática docente, que tem o
papel de socializar os saberes clássicos. Estes entendidos como conhecimentos
produzidos historicamente pela humanidade, que se firmam como fundamentais
para o desenvolvimento da cultura humana.
Dessa forma, só é possível a formação humana por meio da educação
escolar a partir de uma pratica docente compromissada com a qualidade e
quantidade de conteúdos científicos sistematizados que serão transmitidos e
apropriados pelos alunos (LIMA; BATISTA, 2016).
Sobre o papel do professor, segundo a PHC, Campos (2017, p.44) faz o
seguinte comentário:
O professor deve facilitar o acesso das massas ao capital cultural, e
não se conformar com o estado de alienação das camadas populares,
desmascarar os aparelhos ideológicos do Estado, fomentar uma
deslegitimação das desigualdades sociais, mas, acima de tudo, ter
compromisso com essas ideias depois de assumidas, resgatando a sua
identidade de educador e o papel nuclear da escola na socialização dos
saberes historicamente construídos e na internalização dos mesmos.
Logo, o professor, para a PHC, não é um mero coadjuvante no processo de
ensino e aprendizagem desses conteúdos, ao contrário, é ele quem deverá fazer a
sistematização desses conteúdos e encontrar a melhor forma de trabalhá-los com
seus alunos, sem esquecer da relação escola-sociedade nesse processo.
Por essa razão, espera-se que o professor tenha uma formação docente que vise a
um verdadeiro entendimento da práxis educativa, pois é diante do conceito de práxis
que se fundamenta a PHC e seus pressupostos para a transformação da prática
social.

3.RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Estágio de observação: a compreensão da realidade da escola pública e da
comunidade escolar

O estágio de observação foi realizado na “Escola Técnica Estadual Prof.


Pedro Leme Brisola Sobrinho” localizado na Av. Antônio Carlos de Abreu Sodré,
1040 - Centro, Ipaussu - SP, 18950-000. Criada em 1948, sob a denominação de
Escola Artesanal de Ipaussu. Desde então, recebeu diversas denominações:
Ginásio Industrial (1965), Centro Estadual interescolar de Ipaussu (1976), EEPSG
de Ipaussu (1978), EEPSG Prof. Pedro Leme Brisolla Sobrinho (1980) e EtecSG
Prof. Pedra Leme Brisolla Sobrinho (1987). Foi incorporada ao Centro Paula Souza
em 1994, com o nome de Etec Prof. Pedro Leme Brisolla Sobrinho.
Nesse contexto, as mudanças curriculares que estão sendo implementadas
pelo Centro Paula Souza (CPS) nas Etecs do Estado de São Paulo desde o ano de
2018, em um novo formato de ensino médio integrado, deixando de ser integral
(ETIM) e sendo apenas em um período do dia, denominado M-Tec (Novotec
Integrado) em diversos eixos tecnológicos, que foi constituído na base da Lei nº
13.415 de 16 de fevereiro de 2017, sob origem da Medida Provisória nº. 746/2016
que trouxe expressivas mudanças, na qual a carga horária destinada ao
cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e
oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, abrindo espaços para
novos currículos que estão sendo implantados pelo CPS complementando a carga
horária com a parte profissional.
A escola é dotada de uma boa infraestrutura e recursos tecnológicos,
possuindo 20 salas de aula e 4 laboratórios de informática, um de ciências física e
química e um de gastronomia, um ginásio poliesportivo coberto além de auditório.
Todas as salas de aula possuem um computador para o professor e uma TV, onde
é projetada as aulas. A escola também atende alunos de cidades vizinhas, como,
Chavantes, Bernardino de Campos e Canitar que precisam utilizar de transporte
público ou de vans fretadas. A maior parte dos alunos é proveniente da classe
trabalhadora, apresentando um nível socioeconômico cultural muito diversificado,
onde a atividade predominante são agricultura, indústria e comercio, devido às
grandes usinas de açúcar e álcool da região, portanto o número de alunos de classe
média baixa é muito pequena, já alunos de classe média alta são mais comuns, pois
algumas escolas particulares da região não oferecem cursos do nível médio de
ensino como o Colégio Educacional Bambino, tanto a unidade de Ipaussu quanto a
de Chavantes que só oferecem cursos a nível Fundamental I e II.
Atualmente a escola funciona com três modalidades de ensino; Ensino médio
com ênfase em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Novotec integrado –
Habilitação Técnica profissional em período integral (M-Tec – PI); Ensino Médio com
Habilitação Técnica Profissional (Novotec Integrado). Foi acompanhado apenas os
2° e 3° anos tanto Novotec quanto apenas Ensino Médio, pois no 1° ano não havia
biologia em sua grade devido a grande demanda das outras matérias que compõem
o ensino técnico. Este novo currículo inclui 1.800 horas de disciplinas que são
obrigatórias e 600 horas que dependem do curso escolhido. No programa piloto, o
aluno estuda em um único período, manhã ou tarde, com carga horária menor que o
Ensino Técnico Integrado ao Médio (ETIM) que é na forma integral, ou seja, o aluno
estuda nos períodos manhã e tarde.
Segundo a reportagem do portal do governo do Estado de São Paulo,
explica-se os motivos da implantação desse novo currículo de Ensino Médio
Integrado, na qual, segundo informação da instituição, essa modalidade permite que
os alunos, tendo um período do dia livre, possam realizar estágios, trabalhar ou
desenvolver outras atividades. De acordo com a matriz curricular, em função da
redução da carga horária, o curso se realiza em um único período com 6 aulas
diárias, alterando a lógica do discurso de escola de tempo integral que era até então
utilizada como padrão de qualidade e formação integral do aluno.
Com as alterações no mercado de trabalho, devido às constantes mudanças
e avanços científicos e tecnológicos, estão cada vez mais elevadas as exigências
dos níveis de escolaridade e de qualificação profissional dos trabalhadores. Sendo
assim, o Estado tem o dever de formular e implantar políticas públicas voltadas à
ampliação das oportunidades de acesso à educação e ao trabalho, a fim de
impulsionar os processos de inovação tecnológica, colaborar para o aumento de
produtividade da economia, e favorecer melhores condições de inserção e
permanência no mercado de trabalho e de remuneração. Diante do exposto,
percebe-se a importância das instituições que oferecem essa modalidade de ensino,
pois as mesmas são fundamentais no processo de qualificar os trabalhadores e
inseri-los no mercado de trabalho competitivo e tecnológico, proporcionando um
melhor desempenho econômico do nosso país no atual contexto de globalização.
Além disto, as escolas técnicas são instituições públicas, sendo assim a
administração é uma tarefa que demanda competência, pois como escola pública,
exige uma gestão embasada nos princípios da gestão democrática e participativa.
Toda e qualquer organização necessita de uma prática administrativa que oriente a
busca de seus objetivos. E na educação não é diferente.
A gestão escolar apresenta extrema importância como um dos mecanismos
de melhoria da qualidade e desenvolvimento da educação. Compreende-se que o
ensino oferecido nas escolas se apresenta como sendo o principal meio capaz de
impulsionar a transformação da atual sociedade em que vivemos, com desigualdade
e problemas sociais.
A organização e a gestão escolar são dimensões que estão profundamente
articuladas, já que a escola não é uma soma de partes, mas um todo interligado que
busca articular as orientações dos poderes públicos e o pensar pedagógico à prática
do dia-a-dia, mediada pelo conhecimento da realidade e pela participação de todos
os atores envolvidos no processo educativo. Compreende-se que o diretor deve
assumir a liderança, assegurar a conquista dos objetivos da escola, planejar,
organizar o trabalho, coordenar os esforços e avaliar os resultados. Percebe-se a
relevância de uma gestão eficiente para a qualidade do ensino.

3.2 Estágio de observação: a organização do ato educativo do professor de


Biologia e as relações sociais objetivas

Os conteúdos abordados pelo professor foram desde Cadeia e Teia


Alimentar, até a bioacumulação; Sistemática Filogenética; Reprodução Humana;
Genética clássica; Fisiologia Humana buscando relacionar com as práticas
cotidianas dos alunos e se adequando com a realidade de cada sala, pois eram
evidentes as dificuldades e facilidades que cada turma tinha de se trabalhar
determinado conteúdo. E os conceitos científicos e as explicações trazidas pelo
professor articulavam com as experiências cotidianas dos alunos, buscando a
compreensão e a articulação com a prática social. A teoria não é apenas aquela que
retrata ou faz constatação do existente, mas também é orientadora de uma ação
que permita mudar a realidade. Quanto à prática educacional, ela é entendida como
sendo sempre o ponto de partida e o ponto de chegada (SOUSA et al., 2014).
Para isso a necessidade do domínio, pelo professor, de instrumentos de
elaboração e de sistematização necessárias para a transmissão dos saberes, que
vão além do âmbito do conhecimento das Ciências Naturais, saberes capazes de
possibilitar a elevação cultural da massa em que está inserido e organizar a
hegemonia de um grupo, o que nos faz questionar o papel do professor como real
intelectual orgânico responsável por desenvolver o processo de ensino, tendo em
vista a orientação didático-metodológica proposta por Saviani  (2010), que leva em
conta a prática social como ponto de partida e de chegada do ato educativo, 
perpassando pela problematização dessa mesma prática atrelada aos conteúdos de
ensino, e pela  instrumentalização das/os estudantes, por meio dos conhecimentos
teóricos e práticos, possibilitando-lhes alcançar a catarse e o retorno à prática
social.
Na atualidade, a educação ainda apresenta inúmeras características de um
ensino tradicional, onde o professor é visto como detentor do saber, enquanto os
alunos são considerados sujeitos passivos no processo de ensino e aprendizagem.
Nessa lógica, com o passar do tempo o aluno perde o interesse pelas aulas de
ciências/biologia, pois muito pouco de diferente é feito para tornar a aula mais
atrativa e que motive o mesmo a aprender e construir seu próprio conhecimento.
O professor optou por utilizar recursos didáticos em que os alunos
conseguiam visualizar (imagens, animações, etc.) o que está sendo trabalhado, pois
dessa forma o professor consegue explicitar melhor o que quer trabalhar, e o aluno
consegue, através da visualização, uma melhor fixação do conteúdo. Como por
exemplo, as apresentações de Power Point, onde é possível associar texto,
imagens, animações, demonstrando o que está em estudo, tornando a aula mais
atrativa.
Os recursos utilizados geralmente são quadro e giz e assim a aula acaba
virando rotina, não chamando a atenção dos alunos para os conteúdos abordados.
De acordo com Souza (2007, p.112-113),
[...] utilizar recursos didáticos no processo de ensinoaprendizagem é
importante para que o aluno assimile o conteúdo trabalhado, desenvolvendo
sua criatividade, coordenação motora e habilidade de manusear objetos
diversos que poderão ser utilizados pelo professor na aplicação de suas
aulas.
Para que isso ocorra, faz-se necessário que o material que será aplicado
para os alunos esteja em consonância com o que vai ser ou já foi estudado, e
assim, é necessário um planejamento crítico, para que o professor saiba e consiga
usar de forma que seus objetivos sejam alcançados e o aluno consiga atrelar teoria
e prática.
Para grande parte dos educadores, a avaliação do rendimento escolar está
associada como um ponto de chegada, ou seja, é entendida como a etapa final do
processo de ensino e aprendizagem. Isso faz com que ela seja entendida como um
teste classificatório do conhecimento. É comum docentes ministrarem suas
disciplinas com base em um conteúdo e, a partir disso, elaborarem uma avaliação.
Essa avaliação parte do conhecimento do docente e do conteúdo. Para a pedagogia
histórico-crítica, o processo educativo deve ocorrer em sua totalidade, gerando uma
visão ampla e complexa, relacionando os conteúdos com o processo de formação
do sujeito (educando) com o cotidiano no qual ele está inserido (sociedade).
Os alunos também realizam avaliação antes do ensino do professor?
Parece-nos que isso não é um fato cotidiano. De maneira geral, o próprio
professor inicia seu trabalho sem se preocupar, especificamente, se os
alunos já possuem algum domínio prévio, empírico do conteúdo de sua aula.
Ainda que o diagnóstico não seja uma avaliação, mas apenas uma parte
dela, deveria se tornar um indicador importante no processo escolar, pois,
assim, os alunos teriam a oportunidade de evidenciar o conhecimento que já

dominam; apresentar suas curiosidades, suas apreensões, a disposição ou


não para a aprendizagem. (GASPARIN, 2011, p. 1975).
Partindo dessa perspectiva, a avaliação deve fazer parte de todo o processo
de ensino e aprendizado, por isso, esses conhecimentos devem ser utilizados como
ponto de partida para a avaliação. Esse momento não significa realizar um
nivelamento ou diagnóstico de conhecimentos. Pelo contrário. Propõe-se uma
interação na a ação do docente visa perceber a realidade e o conhecimento da
escola em que atua. A pedagógia histórico-crítica considera que todos os sujeitos
envolvidos tem uma carga sócio-histórica. Desta forma cabe ao docente entender o
contexto social no qual está inserido. Desta forma o professor-mediador contribui
para que os conhecimentos cotidianos se tronem conteúdo formal. Ambos
aprendem: docente com os seus discentes que já são sujeitos sócio-históricos do
local e discentes que, a partir da medicação, constroem um novo conhecimento
formal através do conteúdo.
Desta forma o processo avaliativo para a pedagogia histórico-critica não está
pautado em um ponto final. Pelo contrário. A avaliação deve fazer parte de todas as
etapas do processo de ensino e aprendizado, sempre considerando os elementos
sócio-históricos e locais. É, portanto, entender a avaliação como algo que
pertencente tanto a professor quanto a educandos. Todos se avaliam
reciprocamente ainda que esta fato não seja registrado e a ele não sejam atribuídas
notas ou menções. Ressignificar o trabalho docente e o processo de ensino e
aprendizagem.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ensinar é a transmissão consciente do saber sistematizado e, portanto, tem
objetivos claramente pré-definidos e não se dá de maneira espontânea, mas, sim,
ocorre fundamentado em condições histórico-sociais de transmissão de conteúdos e
de mediação, isto é, do próprio processo de ensino.
Conforme os resultados obtidos, torna-se evidente a importância do estágio
supervisionado para a formação docente, pois é durante esse momento que o
licenciando tem o contato direto com a sua futura profissão, enxergando as
diferentes realidades do ambiente escolar e o exercício da docência. Além de exigir
uma postura reflexiva e crítica do sistema educacional e a destreza de perceber os
desafios que o professor enfrenta na sua prática docente. Além disso, temos a
oportunidade de desenvolver habilidades e a criatividade ao assumir a função
docente durante a regência, já que nesse momento ele pode construir e utilizar
metodologias ativas de ensino que visam deixar suas aulas mais dinâmicas e
interessantes para os alunos e, consequentemente, melhorar a qualidade da
educação. Com isso, o Estágio Supervisionado se constitui como uma etapa que
favorece tanto o crescimento pessoal quanto o profissional, pois ele contribui na
construção de valores e conhecimentos na vida do estudante.
REFERÊNCIAS

BARREIRO, I. M. F.; GEBRAN, R. A. Prática de Ensino e Estágio Supervisionado na


Formação de Professores. São Paulo: Avercamp, 2006.

BIANCON, M. L.; MENDES, C. B.; MAIA, J. S. da S. Estágio de observação


supervisionado em Ciências e Biologia: contribuições da pedagogia histórico-crítica.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei no 13.415 de 16 de fevereiro de 2017.


Brasília, DF: MEC, 2017.

CAMPOS, R. S. P. de. Ensino de Ciências e de Biologia sob a perspectiva histórico-


crítica na literatura científica. Debates em Educação, [S. l.], v. 12, n. 26, p. 225–241,
2020. DOI: 10.28998/2175-6600.2020v12n26p225-241. Disponível em:
https://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/7284. Acesso em:
15 dez. 2022.

CAMPOS, R.S.P. A perspectiva Histórico-Crítica e prática docente de ensino de


biologia. Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Ciências, Bauru, 2017. 181p.

GASPARIN, João Luiz. Avaliação na perspectiva histórico-crítica. In: X


Congresso nacional de educação – EDUCERE. Pontifícia Universidade
Católica do Paraná – PUCPR. 2011, Curitiba(PR)

SAVIANI, D. DUARTE, N. Pedagogia histórico-crítica e luta de classes na educação


escolar. Campinas: Autores Associados, 2012.

SANTOS, F.S. S. dos. Professores dos anos iniciais do ensino fundamental,


pedagogia histórico-crítica e ensino de ciências: investigando articulações.
Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência. Bauru-SP.
2015

SAVIANI, D. Formação de professores no Brasil: dilemas e perspectivas. Poíesis


Pedagógica, v. 9, n. 1, p. 07-19, 2011a.

SAVIANI, D. Escola e Democracia. Edição Comemorativa. Coleção Educação


Contemporânea. Campinas: Autores Associados, 2008. 112p.

SOUZA, Ana Paula Azevedo de; SILVA, Jean Rycard da; ARRUDA, Rodney
Mendes de; ALMEIDA, Laura Isabel Marques Vasconcelos de; CARVALHO; Edione
Teixeira de, 2014. A Necessidade da Relação Entre Teoria e Prática no Ensino de
Ciências Naturais. UNOPAR Cient., Ciênc. Human. Educ., Londrina, v. 15, n.esp, p.
395-401, Dez. 2014. Disponivel em
<http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/ensino/article/viewFile/454/423 >
Acesso em: 13 de dez de 2022.

LIMA, S.R.; BATISTA, E.L. A formação do professor e suas implicações na


educação do ser social. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 16, n. 68, p.
261-271, out. 2016. ISSN 1676-2584. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8643932.
Acesso em: 25/12/2022.

MARSIGLIA, A. C. G.; MARTINS, L. M. Contribuições da pedagogia histórico-crítica


para a formação de professores. Germinal: Marxismo e Educação em Debate,
Salvador, v. 5, n. 2, p. 97-105, dez. 2013. Disponível em: http://
www.portalseer.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/9702/7090 Acesso em
22/12/2022
.
MARSIGLIA, A.C.G. Origem e desenvolvimento da Pedagogia Histórico-Crítica:
Contribuições para a educação brasileira. Anais do X Seminário Nacional do
HISTEDBR, intitulado "30 anos do HISTEDBR (1986-2016): contribuições para a
história e historiografia da educação brasileira. Unicamp, Campinas, SP. 2016.
Disponível em: https://www.fe.unicamp.br/eventos/histedbr2016/anais/pdf/887-2711-
1-pb.pdf. Acesso em 15/12/2022. MARSIGLIA, A. C. G.; M

Você também pode gostar