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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

DEPARTAMENTO DE DIREITO
CAMPUS CÁCERES-MT

DIREITO CIVIL – INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS – RESUMO

Alisson Christian Magalhães de Lurdes


[1]

Cáceres – MT

[1] Acadêmico do curso de bacharelado em Direito da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Cáceres-MT.
A intepretação do contrato clássico era de que a sua constituição era imutável, seguindo a concepção
do princípio pacta sunt servanda – o contrato é lei entre as partes. Nesse período, é possível salientar que o
lado social não era disposto no contrato, o que muitas das vezes proporcionava injustiças e desigualdades.
Com a pós-modernidade, a doutrina e a lei, evoluíram no sentido de que os contratos poderiam ser
interpretados, com o efeito de alterá-los, serem revistos, de modo a equilibrar as relações contratuais, e
assim atingir a função social do contrato. Além disso, a Teoria Geral dos Contratos mudou também a
interpretação contratual, inserindo a interpretação ética dos contratos – boa-fé objetiva.
Nessa perspectiva, é necessário salientar o entendimento de Flavio Tartuce sobre a interpretação dos
contratos realizado entre as partes. A esse respeito, o doutrinador afirma que “os contratos devem ser
interpretados de acordo com a concepção do meio social onde estão inseridos, não trazendo onerosidade
excessiva às partes contratantes, garantindo que a igualdade entre elas seja respeitada, mantendo a justiça
contratual e equilibrando a relação onde houver a preponderância da situação de um dos contratantes sobre o
outro”. Nesse viés, se pode extrair o conceito sobre a função social do contrato, em que a interpretação é
direcionada para a proteção dos indivíduos vulneráveis.
Ademais, deve-se ressaltar boa-fé objetiva contratual. Nesse sentido, desde as negociações até a
formação contratual, o contrato deve seguir o princípio da boa-fé objetiva, ou seja, as partes contratuais
devem se comportarem de modo ético. Assim, as condutas dos agentes contratuais devem ser direcionadas
para um padrão de probidade, lealdade, justo, com o fim de que as partes não tenham danos e prejuízos. Por
outro lado, a concepção subjetiva está ligada com a conduta subjetiva do indivíduo. Essa linha da boa-fé
interpreta o contrato no sentido de convicção de uma pessoa no contrato se este é correto ou não – intenção
do sujeito contratual.
O Código Civil salienta no art. 113 que “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a
boa-fé e os usos do lugar da celebração”. Assim, o contrato sendo um negócio jurídico deve ser interpretado
entre as partes seguindo o princípio da boa-fé contratual.
Deve-se ressaltar que a boa-fé tem a função interpretativa de delimitar direitos subjetivos das partes
contratantes com efeito de extinguir cláusulas abusivas. É de suma importância também, os deveres anexos
ou invisíveis, em que são os desdobramentos da boa-fé objetiva. Assim, as prestações inerentes a todo
contrato são deveres anexo – cooperação, lealdade, confiança
Infere-se, portanto, que a interpretação contratual deve ser feito com base na boa-fé objetiva, sob o
aspecto de lealdade, cooperação, confiança, ética e outros deveres anexos, além de interpretar o contrato
visando as partes menos favorecido na sociedade.

Referência
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil. 4. ed. rev. atual. exempl. São Paulo: Método, 2015

[1] Acadêmico do curso de bacharelado em Direito da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Cáceres-MT.
[1] Acadêmico do curso de bacharelado em Direito da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Cáceres-MT.

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