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Teoria da Gestão Educacional I – CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Prof. Leandro Gabriel

TEORIA DA GESTÃO EDUCACIONAL I

GESTÃO EDUCACIONAL DECORRENTE DA CONCEPÇÃO DO PROJETO


POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Modelos Básicos De Gestão: Tradicional e Democrático

No modelo de gestão tradicional, a concepção do Projeto Político-Pedagó-


gico (PPP) e a maneira como ele é desenvolvido não envolve a comunidade
escolar. Geralmente, a elaboração do PPP cabe à equipe gestora da escola.
Dessa forma, a comunidade escolar fica ausente do processo de construção
do PPP.
Já no modelo de gestão democrático, exige-se a participação direta da comu-
nidade escolar no processo de elaboração do PPP.
Para compreender melhor os modelos básicos de gestão, faz-se necessário
realizar um resgate histórico, não apenas com a finalidade de entender melhor
os processos evolutivos da Gestão Educacional e dos Processos Administrati-
vos ao longo dos séculos, mas também de perceber, de maneira significativa,
como esses processos interferem ativamente nos espaços educativos escola-
res da atualidade.
ANOTAÇÕES

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A produção: de baixa para média escala

A imagem acima ilustra uma Corporação de Ofício. Nela, havia uma produção
manual, também chamada de produção artesanal, com a presença do Mestre de
Ofício, geralmente representado pela pessoa mais velha da família.
As Corporações de Ofício tinham como objetivo o ensino de técnicas de pro-
dução de um determinado produto. Este processo produtivo era manual e estava
ligado às famílias, as quais se vinculavam a um tipo de produto, estabelecendo,
assim, uma lógica de subsistência.
ANOTAÇÕES

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Nessa imagem, pode-se perceber as grandes embarcações, na parte inferior,


e as fábricas, na parte superior. Com isso, tem-se a intensificação do comércio
e o desenvolvimento das fábricas, demonstrando um período de intensa Revo-
lução Industrial.
Quando se fala de passagem de baixa para média escala, é preciso retor-
nar ao Capitalismo Comercial, período em que houve a ascensão da classe bur-
guesa (esta teve origem na Idade Média e representa os comerciantes).
Como houve a intensificação do comércio, houve, também, a ascensão da
burguesia. A expansão do comércio foi o reflexo das grandes navegações, prin-
cipalmente entre o final do século XV e o início do século XVI. A partir desse perí-
odo, houve a queda do Modo de Produção Feudal e a ascensão do Capitalismo
Comercial.
Os processos produtivos, nessa época, ainda eram manuais, ou seja, de
baixa escala. Porém, com o crescimento da população, aumentou também a
demanda de consumo. Para atender a alta na demanda de consumo, foi neces-
sário intensificar o processo produtivo.
ANOTAÇÕES

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Com a Revolução Industrial (século XVIII), surgiram, na Inglaterra, as pri-


meiras máquinas a vapor, as quais substituíram, gradativamente, o trabalho
humano. As fábricas foram instaladas nos centros urbanos, isso deu origem ao
Êxodo Rural (migração dos trabalhadores rurais para os centros urbanos). Com
o Êxodo Rural, houve a intensificação da industrialização e da urbanização.
A Revolução Industrial, representa a mudança do processo de produção de
baixa para média escala. Após essa fase transitória da Idade Média para a
Idade Moderna, ou seja, o declínio do Regime Feudal para a ascensão do Capi-
talismo Comercial, houve, a partir da Revolução Industrial Inglesa, o processo de
produção de média para larga escala.
Para compreender melhor a transição de média para grande escala, faz-se
necessário relembrar as correntes: Taylorista e Fordista.

Na primeira imagem, pode-se perceber que cada trabalhador participa do


processo de produção em linha, ou seja, cada trabalhador é responsável por
uma tarefa específica. Essa é uma das características do Taylorismo, também
conhecido como Teoria da Administração Científica.
Na imagem à direita, pode-se observar um processo de produção sendo exe-
cutado por trabalhadores que seguem uma linha de montagem, responsáveis por
funções específicas, definidas e orientadas pela fábrica. Então, é possível obser-
var um processo da indústria automobilística a qual ilustra o Modelo Fordista.
ANOTAÇÕES

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O Taylorismo teve como precursor o engenheiro norte-americano Taylor. Já


o Fordismo teve como precursor o pai da Indústria Automobilística Ford cha-
mado Henry Ford. Taylor criou a obra Princípios e Fundamentos da Administra-
ção Científica, pode-se dizer que Taylor foi o pioneiro na associação dos estudos
no campo da Administração, tomando por base preceitos científicos.
Os Princípios e Fundamentos da Administração Científica contribuíram dire-
tamente para que Ford propusesse a intensificação da produção de automóvel.
Assim, houve o primeiro modelo de produção em larga escala.

Características presentes no Taylorismo e no Fordismo:

• Produção em linha.  CENTRALIZAÇÃO


• Produzir mais em menos tempo. 

• Eficiência produtiva.  DE

• Divisão de tarefas. 
 PODER
• Execução das tarefas de forma correta.

Na centralização de poder, há uma divisão técnica do trabalho. De um lado, o


trabalho manual e, do outro, o trabalho intelectual. Essa divisão intensifica o que
Karl Marx previa desde o final do século XIX: a divisão de classes e a exploração
do empregador frente ao trabalhador.
As características do Taylorismo e do Fordismo refletem diretamente no
espaço educativo escolar que, por sua vez, durante a segunda metade do século
XX, começaram a sistematizar os modelos de gestão, tomando por base os pre-
ceitos Tayloristas e Fordistas.
A escola começa a dividir funções como, por exemplo: Orientador Educa-
cional, Supervisor Pedagógico, Coordenador Educacional, Professores, Alunos,
Secretário etc. A escola se torna complexa e multifuncional, utilizando os precei-
tos Taylorista e Fordista.
A gestão democrática é descentralizadora e a gestão tradicional é cen-
tralizadora. Nesta, há lideranças autocráticas que centralizam as decisões.
Logo, pode-se dizer que a Teoria da Iniciação Científica e o Fordismo estão rela-
cionados ao modelo de gestão tradicional.
ANOTAÇÕES

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A gestão faz parte da administração. Gerir é uma das etapas investigadas


pela ciência administrativa. Assim:

• Administração: é o uso racional de recursos (materiais/humanos/financei-


ros) para a realização de fins determinados.
• Capitalismo: é um regime econômico e social, caracterizado pela proprie-
dade privada dos meios de produção e de distribuição, pela liberdade dos capi-
talistas para gerir os bens, no sentido da obtenção de lucro, e pela influência
dos detentores do capital sobre o poder político.

O Capitalismo Comercial faz correspondência ao Liberalismo, enquanto


modelo econômico incorporado ao modo de produção capitalista. O Liberalismo
tem duas bases importantes, são elas:
• O direito de todo cidadão à propriedade privada.
• A livre concorrência de mercado.
ANOTAÇÕES

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