Resumo do 4º Item do Programa (Receita Pública)

1. Definição
Aliomar Baleeiro define a receita pública como a “entrada que, integrando-se no
patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo,
vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo” 1. Corresponde à soma de
dinheiro percebida pelo Estado para a realização dos gastos públicos.

2. Fases Evolutivas
São consideradas as fases evolutivas da receita pública: a fase parasitária, referente à
antiguidade clássica; a fase dominial, da Idade Média; a fase regalista, do período
absolutista; a fase tributária, inerente ao modelo moderno de Estados-nações; e a fase
social, caracterizada pela intervenção estatal na economia por meio da extrafiscalidade.

3. Classificações
A receita pública pode ser classificada de duas formas. Na primeira, as receitas
públicas podem ser ordinárias ou extraordinárias. As ordinárias são periódicas e
compõem o orçamento do Estado de forma permanente. As extraordinárias são as que se
produzem de forma excepcional.
Na segunda forma, as receitas são separadas em derivadas ou originárias. As
derivadas são aquelas que tem origem na economia privada e são representadas pelos
tributos, pelos ingressos parafiscais e pelas multas. Já as originárias decorrem da
exploração do patrimônio estatal e compreende os preços públicos, as compensações
financeiras e os ingressos comerciais.

4. Receitas Originárias
Como já mencionado, as receitas originárias provêm da exploração dos bens e
serviços do Estado; são aquelas que o Estado aufere sem a necessidade e fazer uso do
seu poder de mando/império. Como aponta Harrison Leite “sua formação se assemelha

1
BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. 16. ed. atualizada por Dejalma de Campos.
Rio de Janeiro: Forense, 2002.
à relação jurídica privada, portanto, presente a bilateralidade” 2. Tem como uma de suas
principais características a não obrigatoriedade.
As receitas originárias são formadas pelos ingressos patrimoniais e ingressos
comerciais. Os ingressos patrimoniais, como o nome sugere, advém da exploração do
patrimônio público, mais precisamente dos bens dominiais do Estado, tais como os
imóveis residenciais e comerciais, as florestas, as estradas, as ilhas etc. Os ingressos
patrimoniais aparecem nas formas de compensações financeiras, participações especiais,
partilhas e preço público. Por sua vez, os ingressos comerciais representam uma espécie
de intervencionismo estatal na economia, aparecendo muitas vezes na forma de
monopólios, empresas estatais e loterias.

5. Receitas Derivadas
As receitas derivadas são obrigatórias e obtidas pelo Estado enquanto faz uso de seu
poder de mando. Elas aparecem em três formas: tributos, penalidades pecuniárias e
indenizações ou reparações de guerra. Nas receitas derivadas não há bilateralidade,
como nas receitas originárias, e sim a unilateralidade, o exercício da vontade do Estado.
As receitas derivadas dividem-se em ingressos tributários, parafiscais e extrafiscais,
e em multas e penalidades. Os ingressos parafiscais, por seu turno, diferenciam-se dos
tributários no que tange a sua destinação. Nestes, os ingressos são destinados a órgãos
paraestatais, não pertencentes ao núcleo da administração do Estado. Quanto aos
ingressos extrafiscais, Harrison Leite afirma que “apresenta uma dupla configuração: de
um lado a extrafiscalidade se deixa absorver pela fiscalidade, constituindo a dimensão
finalista do tributo; de outro, permanece como categoria autônoma de ingressos
públicos, a gerar prestações não-tributárias” 3. Por último, as multas e penalidades
também compõem o quadro das receitas derivadas e possuem natureza penal, podendo
ser aplicadas somente por um juiz, constituindo, assim receita derivada, pois são
provenientes da economia dos cidadãos.

Aluno: Leonardo Farias Prysthon Paiva

Matrícula: 15/0135530

2
LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 3. ed. Salvador: Juspodium, 2014.
3
LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 3. ed. Salvador: Juspodium, 2014.