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Arroz de Carreteiro
1. INTRODUÇÃO
Sendo o quinto maior país do mundo o Brasil é preenchido de uma diversidade de culturas
quase inigualável, sendo assim a gastronomia brasileira não poderia ser diferente. Com influências
de países colonizadores europeus, de escravos vindos da África e no próprio povo indígena, o Brasil
possui riquezas gastronômicas diferenciadas em todos seus estados.
Este trabalho tem por objetivo apresentar o aprendizado adquirido sobre a gastronomia
regional do Rio Grande do Sul. Possuindo uma herança europeia muito grande refletida em sua
gastronomia, uma paixão ao tradicionalismo gaúcho e um amor ainda maior ao churrasco, prato que
é consumido semanalmente, o Rio Grande do Sul possui um prato que fora sem sombra de dúvidas o
mais importante para o estado. O arroz de carreteiro, possui uma importância enorme para o estado,
e em maioria do território nacional. Sendo assim, o prato que fora escolhido para dissertarmos foi o
arroz de carreteiro.
Será feita a análise da história do estado, seu povo e quem eram os “carreteiros”.
Dissertaremos sobre vários pratos da região, sendo que nos aprofundaremos na história do prato arroz
de carreteiro e sua importância para a culinária do estado. Por fim será apresentada a ficha técnica do
prato, demonstrando como ele é reproduzido atualmente no século XXI.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Rio Grande do Sul situa-se no sul do Brasil, faz divisa com o estado de Santa Catarina
e os países Argentina e Uruguai. Desde a época colonial portugueses e espanhóis disputavam o
domínio de suas terras, ocorrendo assim várias missões jesuítas, para espalhar a religião aos povos
indígenas. Junto com os jesuítas foram os bandeirantes, levando com eles o gado para o estado.
O gado solto no estado, por não possuir predadores naturais acabou se reproduzindo em
nível elevado, fazendo com que seu uso como meio de transporte e alimento fosse elevada. Outro
ponto chave para proliferação bovina no estado foi a vegetação que beneficiava sua reprodução. “O
Pampa é o bioma restrito ao Rio Grande do Sul. Se define por um conjunto de vegetação de campo
em relevo de planície.” (GOUVEA; LENZ, 2018, p. 44)
Segundo Luzia Cezini:
A ocupação da região, além da feita pelos indígenas, deve-se em
grande parte ao movimento tropeirista, que criou caminhos que
partiam do Rio Grande do Sul em direção a São Paulo. Às margens
destes caminhos houve a instalação de vendas, pousadas, campos
para descanso de animais etc., o que possibilitou, a partir do século
XVIII, a formação de pequenas vilas e lugarejos. No século seguinte,
com eventos revolucionários que permearam a história do Sul do
Brasil, grupos remanescentes se instalaram na região, ocasionando o
crescimento e o desenvolvimento de algumas cidades.
Sendo parte da cultura gaúcha, junto com a churrasco e o chimarrão, o arroz carreteiro
ficou imortalizado não apenas no prato, mas em poesia. “Não tem mistério o feitio dessa iguaria
bagual/É charque, arroz, graxa, sal/É água pura em quantidade/Meta fogo de verdade na panela
cascurrenta/Alho, cebola ou pimenta, isso conforme a vontade” (BRAUN, 2000, p. 29).
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
Nos dias atuais, muitas vezes é utilizada a carne que sobrara do churrasco do dia anterior
ao invés do charque para fazer. Foi optado por fazer a ficha técnica do prato com ingredientes
tradicionais.
Ficha técnica do prato:
Fotos do preparo:
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao analisar o prato arroz de carreteiro, podemos sentir forte aroma de charque. O arroz,
ingrediente chave do prato não é sentido, participando apenas no paladar. Quanto aos sabores, por ter
sido frito levemente e desfiado, o charque não acaba ressecado e parte de seus líquidos são absorvidos
pelo arroz, acentuando ainda mais o seu sabor.
Por ser uma receita antiga, e feita através da necessidade de alimentação, o arroz de
carreteiro sofre muita alteração e inclusão de ingredientes, dependendo do estado em que é feito ou
até mesmo da receita passada por gerações de família.
É um prato de fácil preparação, tanto antigamente quanto nos dias atuais. Nunca fora um
prato de valores onerosos, ou estética moderna. A ideia principal por trás do arroz de carreteiro é a
de um prato para união de pessoas, seu modo de preparo possibilita a partilha do alimento.
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5. REFERÊNCIAS
BRAUN, Jayme Caetano. 50 Anos de Poesia. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes.
GOUVEA, Regina Luiza, LENZ, Talita Cristina Zechner. Geografia do Brasil. 1 ed. Uniasselvi.
TEDESCO, João Carlos. Colonos, carreteiros e comerciantes. A região do Alto Taquari no ínicio
do século XX. 1. ed. Porto Alegre: Edições EST.