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PROFESSORA: LUSSANE BATISTA DE MELO FILOSOFIA
ANO: 6° ANO TURMA: “A”
ALUNO (A): ___________________________________________________
PLANALTINA-GO, _____ de _______________________________ de 2023.
INTRODUÇÃO
Toda cidade é formada por espaços públicos e espaços privados. Os espaços públicos
não pertencem a alguém em particular, sua posse pertence a todos, enquanto os privados são
individuais ou de pequenos grupos.
Teoricamente, todos têm os mesmos direitos de acesso aos espaços públicos. São espaços
de livre circulação, por exemplo, ruas e praças. São espaços de lazer e recreação, como pista de
skate ou alguns parques de diversões. São espaços de experiência estética, de contemplação de
obras de arte, como um monumento em praça pública ou mesmo um jardim público. Assim, o
espaço público é um espaço democrático onde há direitos e deveres que se aplicam a todos.
Por outro lado, o espaço privado é aquele no qual o poder de decisão de alguns é maior
em relação a como ele será utilizado por elas e pelas outras pessoas. Também como em teoria,
na sua própria casa, cada um pode impor determinadas regras, por exemplo, determinando as
pessoas que são responsáveis por aquele local. O espaço privado é o espaço da intimidade, da
posse, das escolhas individuais ou, em pequenos grupos, o espaço da família.
Quais são os principais pontos em comum e os pontos divergentes dessas duas formas de
pensar o espaço? Qual é o papel de cada um desses lugares na construção das mais diferentes
pessoas?
A partir de agora veremos algumas abordagens sobre os espaços público e privado e qual a
sua importância para as relações sociais.
Figura 2. Hannah Arendt, filósofa política alemã que refletiu, entre outros temas, sobre a questão do público e
privado.
Figura 3. Alguns pensadores denominam os shoppings como “não lugar”, espaços de passagem no qual
não há sociabilidade.
Muitos estudiosos, como a socióloga Valquíria Martins, escreveu o livro Shopping Center:
a catedral das mercadorias, afirmam que o shopping center contribui para o declínio do espaço
público, pois, diante do descaso do poder público, ele passa a ocupar uma lacuna social –
transformando-se em uma mini-cidade, projetada para oferecer cultura, serviços, segurança, etc.
O acesso a essa mini-cidade é, entretanto, garantido a todos? Podemos considerar que o
shopping é um espaço público apenas por ser um espaço aberto?
Embora possamos pensar no shopping como um espaço público por ele ser um lugar de
“livre acesso”, esse tipo de espaço caracteriza-se como privado, pois pertence a um proprietário
– uma pessoa jurídica responsável pelo espaço, regulando horários de abertura e fechamento,
contratando funcionários, fornecendo segurança especializada, cuidando de questões
estruturais, etc. As normas que regem o funcionamento de um shopping são criadas pelo
proprietário. No entanto, tais normas devem levar em consideração as leis municipais, estaduais
e federais do país em que está inserido. Por isso, alguns classificam esse tipo de espaço como
público-privado, pois, embora seja um lugar de livre circulação, como uma praça ou parque
público, constitui-se como uma propriedade privada.
No Brasil, em janeiro de 2014, uma grande discussão sobre a questão da relação entre
público e privado em shopping aconteceu em decorrência dos “rolezinhos”. O termo “rolezinho”
tem sua origem na linguagem popular: “rolê”, que significa dar um passeio. Esse termo foi
utilizado para dar nome aos movimentos populares, marcados pela Internet para acontecer em
diversos shoppings do país, em protesto à repressão policial que aconteceu em um shopping em
Itaquera, São Paulo. O movimento, confundido com arrastão, se ancorava no direito de qualquer
pessoa de frequentar espaços como shopping, independentemente da classe social. Associações
comerciais, por sua vez, defenderam o direito de impedir a realização dos “rolezinhos”, com o
objetivo de garantir ordem e segurança dos demais frequentadores. A discussão abre espaço
para a reflexão sobre a desigualdade social que se manifesta, inclusive, em espaços como o
shopping. Se este reproduz artificialmente a vida na cidade, ele também reproduz suas mazelas,
como a desigualdade e a exclusão social.
Na cidade, outras formas de arte dialogam com espaço e fazem parte do cotidiano da vida
urbana: por exemplo o rap, o hip hop e o funk.