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1. Quais são as principais vias de absorção dos medicamentos?

▪ Enteral: ❖ Oral; ❖ Sublingual; ❖ Retal


▪ Parenteral: ❖ Intravenosa; ❖ Intramuscular; ❖ Peridural e intratecal; ❖ Subcutânea;
❖ Intra-arterial ▪ Respiratória: ❖ Gases e anestésicos voláteis; ❖ Aerossóis
(líquidos/pós) ▪ Cutânea; ▪ Mucosas ▪ Outras

2. O que é biodisponibilidade?

Biodisponibilidade é uma palavra usada para descrever a porcentagem na qual uma dose do
fármaco chega ao seu local de ação. Também se aplica à velocidade e à extensão da entrada
do fármaco na circulação sistêmica.

3. Como a absorção pode ser influenciada por fatores fisiológicos, como pH e fluxo
sanguíneo?
Efeito do pH na absorção: a maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca. Como a
maior parte da absorção do fármaco pelo TGI ocorre por difusão passiva, a absorção é
facilitada quando o fármaco estiver em sua forma não ionizada mais lipofílica. De
acordo com o conceito de pH-partição, os fármacos que são ácidos fracos são melhor
absorvidos pelo estômago (pH de 1,0-2,0) do que pelos segmentos proximais do
intestino (pH de 3,0-6,0), e vice-versa para as bases fracas. Contudo, o epitélio do
estômago está recoberto por uma espessa camada de muco e a área disponível para a
absorção é pequena; já as vilosidades do intestino proximal oferecem uma superfície
extremamente ampla (cerca de 200 m2 ) para a absorção. Por essa razão, a taxa de
absorção de um fármaco pelo intestino é maior que a do estômago, mesmo que o
fármaco esteja predominantemente em sua forma ionizada no intestino e na forma
não ionizada no estômago (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016; WHALEN;
FINKEL; PANAVELLI, 2016). Os fármacos ácidos (HA) liberam próton (H+ ), causando a
formação de ânion (A- ) enquanto as bases fracas (BH+ ) também podem liberar um H+
. Contudo, a forma protonada dos fármacos básicos, em geral, é carregada e a perda
do próton produz a base (B) não ionizada. Um fármaco atravessa a membrana mais
facilmente se estiver não ionizado (Figura 3). Assim, para os ácidos fracos, a forma não
ionizada (HA) consegue permear as membranas, porém a forma ionizada (A- ) não
consegue. Com relação à base fraca, a forma não ionizada (B) consegue penetrar
através das membranas celulares, mas a forma protonada (BH+ ) não consegue.
Nesse contexto, a concentração da forma permeável de cada fármaco no seu local de
absorção é determinada pelas concentrações relativas entre as formas ionizada e não
ionizada. A relação entre as duas formas é, por sua vez, determinada pelo pH no local
de absorção e pela força do ácido ou base fracos, que é representada pela constante
de ionização, o pKa (Figura 4). O pKa é o pH no qual a metade da concentração das
moléculas do fármaco está em sua forma ionizada. Quanto menor o pKa de um
fármaco, mais ácido ele é, e quanto maior o pKa, mais básico ele é (WHALEN; FINKEL;
PANAVELLI, 2016).

Fluxo sanguíneo no local da absorção: os intestinos recebem um fl uxo de sangue


muito maior do que o estômago, portanto, a absorção no intestino é maior quando
comparada à absorção no estômago.

4. Quais são as principais diferenças na absorção de medicamentos por via oral e por
via parenteral?
Via oral A administração oral é defi nida pela deglutição do fármaco e sua absorção a
partir do lúmen do TGI. A ingestão oral é o método mais comumente usado Via Padrão
de absorção Utilidade especial Limitações e precauções Subcutânea Imediata, no caso
de soluções aquosas. Lenta e prolongada, no caso das preparações de depósito.
Adequada para algumas suspensões pouco solúveis e para instilação de implantes de
liberação lenta. Inadequada para grandes volumes. As substâncias irritantes podem
causar dor ou necrose. Intramuscular Imediata, no caso das soluções aquosas. Lenta e
prolongada, no caso das preparações de depósito. Adequada para volumes
moderados, veículos oleosos e algumas substâncias irritantes. Adequada para a
autoadministração (p. ex., insulina) Contraindicada durante o tratamento
anticoagulante. Pode interferir com a interpretação de alguns exames diagnósticos (p.
ex., creatinocinase). Ingestão oral Variável, depende de muitos fatores. Mais
conveniente e econômica; geralmente é mais segura. Depende da adesão do paciente.
A biodisponibilidade pode ser errática. Quadro 1. Algumas características das
principais vias de administração usadas para alcançar os efeitos sistêmicos dos
fármacos. Fonte: Adaptado de Brunton, Chabner e Knollmann (2016). (Continuação)
Farmacocinética I – absorção de drogas 5 para administrar os fármacos e apresenta
vantagens por ser o mais seguro, conveniente e econômico. Por outro lado, a
administração oral apresenta algumas desvantagens, podendo ocorrer a diminuição da
quantidade absorvida em decorrência das características de alguns fármacos, por
exemplo: fármacos com hidrossolubilidade reduzida podem causar irritação da mucosa
gastrintestinal, induzir vômito e inativação de alguns fármacos pelas enzimas
digestivas ou pelo pH gástrico (ácido); a presença de alimentos ou outros
medicamentos que podem alterar a motilidade e propulsão gastrointestinal podem
formar quelatos e interferir na absorção (como leite e tetraciclinas). A administração
por via oral também requer a colaboração do paciente (BRUNTON; CHABNER;
KNOLLMANN, 2016; WHALEN; FINKEL; PANAVELLI, 2016). Além disso, os fármacos
presentes no TGI podem ser metabolizados por enzimas da flora ou da mucosa
intestinais ou do fígado, antes que possam alcançar a circulação sistêmica. Ou seja,
quando o fármaco é administrado por via oral e absorvido no estômago e no intestino,
ele deve passar pelo fígado antes de entrar na circulação sistêmica, e o fígado pode
transformar o fármaco em uma forma inativa antes de entrar na circulação sistêmica.
Tal efeito é conhecido como efeito ou metabolismo de primeira passagem.

Vias parenterais A administração parenteral inclui a administração do medicamento no


leito vascular e extravascular. As principais vias de administração parenteral são a
intravenosa, a subcutânea e a intramuscular. Também pode-se utilizar a administração
intra-articular para obter alta concentração do fármaco no espaço articular em
quadros como artrite ou infecção da articulação. Na via intravenosa, o fármaco é
administrado diretamente na corrente sanguínea e, portanto, não há o processo de
absorção. Além disso, a biodisponibilidade da dose administrada é de 100%. Por outro
lado, a absorção a partir dos tecidos subcutâneos e intramusculares ocorre por difusão
simples ao longo do gradiente existente entre o depósito de fármaco e o plasma
(BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016). A injeção parenteral dos fármacos
apresenta algumas vantagens quando comparada com a administração oral. É útil na
administração de medicamentos em caso de emergência, em paciente inconsciente ou
com restrição de utilização da via oral. Além disso, em algumas situações, a
administração parenteral é necessária para que o fármaco seja liberado em sua forma
ativa, pois, se administrado por via oral, pode ser metabolizado no fígado antes de
atingir a corrente circulatória. A via intravenosa garante uma
biodisponibiFarmacocinética I – absorção de drogas 7 lidade mais rápida e precisa. No
entanto, a administração de medicamentos por injeção tem suas desvantagens, pois é
necessária a assepsia, em especial em situações em que há repetidas administrações
ou infusão contínua, como ocorre em infusão intravenosa ou intratecal. Também exige
técnica para uma administração segura e eficaz, há custo relacionado com a seringa e
pode ser dolorosa (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).

5. Como o fármaco atravessa a membrana de uma célula?

Para alcançar o local de ação, a grande maioria dos fármacos precisa atravessar as
membranas plasmáticas. As membranas celulares são relativamente permeáveis à
água. Por meio de difusão ou fluxo resultante dos gradientes hidrostáticos ou
osmóticos existentes na membrana permite a passagem da água para dentro das
células, mas o fluxo da água também pode transportar consigo as moléculas dos
fármacos. Os fármacos atravessam a membrana por processos passivos ou por
mecanismos envolvendo a participação ativa dos componentes da membrana (Figura
2). No transporte passivo, a molécula do fármaco penetra por meio de difusão
seguindo um gradiente de concentração, em virtude da sua solubilidade na camada
lipídica dupla. No caso dos compostos iônicos, as concentrações no estado de
equilíbrio dependem do gradiente eletroquímico do íon e das diferenças de pH através
da membrana, que influenciam de maneira diversa o estado de ionização da molécula
em cada lado da membrana e podem reter o fármaco em um dos seus lados
(BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016)

6. Defina: Forma farmacêutica, indicação e via de absorção e biodisponibilidade dos


seguintes medicamentos:

a) Tylenol gotas – liquido, via oral


b) Torsilax – solido, via oral, capsula dura
c) Toragesic SL – solido, via sub lingual
d) Ginocanesten pomada – semi-solido, via cutânea
e) Novalgina xarope – liquido, via oral

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