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UNIVERSIDADE VILA VELHA

Bruno Olm Rezende


Imar Pimenta
Lívia Venturini
Luan Paradella

TPM – Manutenção Produtiva Total


Educação e treinamento

Vila Velha - ES
2021
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Bruno Olm Rezende


Imar Pimenta
Lívia Venturini
Luan Paradella

TPM – Manutenção Produtiva Total


Educação e treinamento

Relatório final, apresentado a


Universidade Vila Velha, como parte das
exigências para a obtenção de pontuação
bimestral.

Vila Velha, 12 de abril de 2021.

BANCA EXAMINADORA

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Prof. Emerson Scheidegger
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Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3

2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRIA DA TPM NO MUNDO E NO BRASIL.......................... 4

3. OS PILARES DA TPM ................................................................................................................. 5

4. EDUCAÇÃO E TREINAMENTO ................................................................................................ 6

4.1 FORMULÁRIOS E FERRAMENTAS................................................................................. 7

4.1.1 Matriz de Habilidades .......................................................................................................... 7

4.1.2 LPP – Lição Ponto a Ponto ................................................................................................ 8

4.1.3 5S .............................................................................................................................................. 9

5. ESTUDO DE CASO ................................................................................................................... 11

6. BARREIRAS DA IMPLANTAÇÃO DO TPM ........................................................................... 13

7. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 14

8. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 15
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1. INTRODUÇÃO

A metodologia TPM, formada por 8 pilares de sustentação, tem como objetivo


minimizar erros e falhas, evitando assim a instabilidade no processo, paradas
corretivas desorganizadas, prolongadas e constantes e atrasos de entrega por conta
de falhas na manutenção. Dessa forma, elevar ao máximo a produtividade e a
eficiência de um processo produtivo, consequentemente promovendo uma
manutenção produtiva total.

Para consolidação desses 8 pilares, é necessário a implantação do programa 5S,


que surgiu no Japão, para que assim os problemas possam ser identificados e
solucionados pelos colaboradores.

Figura 01: 5S

Para que ocorra o foco na manutenção dos equipamentos, é indispensável o


envolvimento dos funcionários, sendo necessário também uma mudança de postura
e mentalidade, a fim de que uma nova cultura organizacional seja estabelecida na
empresa que deseja alcançar o sucesso com a implantação da TPM.
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2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRIA DA TPM NO MUNDO E NO BRASIL

A origem da manutenção preventiva foi nos Estados Unidos e chegou ao Japão em


1950. Naquela época, a indústria japonesa esperava a falha da máquina ou
equipamento para aplicar a manutenção corretiva, que é uma manutenção não
planejada. Tendo assim um custo, perda de produção e um obstáculo para implantar
melhorias de qualidade.

Apesar da manutenção estar relacionada a grandes custos, com o passar do tempo,


as empresas passaram a encarar a manutenção preventiva como uma oportunidade
de melhorar e manter a produtividade em nível elevado. Com isso, surgiu a
necessidade de buscar ferramentas que auxiliavam na gestão da produção para
continuar com o alto nível de qualidade, e foi assim que a metodologia TPM foi
implantada.

Nos últimos anos, o modelo japonês de administração foi muito observado pelo
mundo ocidental, devido as ameaças que o mercado europeu e americano estava
sofrendo por conta dos altos índices de produtividade e competitividade. Tal modelo
se tornou referência para as empresas por conta da qualidade dos produtos, preços
competitivos, estabilidade no emprego, terceirização e parcerias, planejamento a
longo prazo e visão global.

Já no Brasil, a metodologia TPM chegou na década de 80, através das diversas


visitas do “pai” desta técnica, Dr. Seiichi Nakajima.

Na década de 90, as empresas norte-americanas gastaram mais de 600 bilhões de


dólares em manutenção, mas fazendo um comparativo com o território brasileiro
estima-se que seja 10% deste valor.
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3. OS PILARES DA TPM

A implementação do TPM é suportada pelas atividades de oito pilares de sustentação.


Cada pilar é responsável por desenvolver um subsistema de gestão, de forma
integrada aos demais subsistemas.

Existem 8 pilares da TPM, são eles:

Figura 02: Pilares do TPM


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4. EDUCAÇÃO E TREINAMENTO

A implantação do TPM requer um plano de gestão inicial de treinamentos, que


objetiva reduzir perdas por falha humana através das aquisições de habilidades,
autoestima e capacitações adquiridas pelos colaboradores. Para isso, o pilar de
Educação e Treinamento se responsabiliza pela gestão do controle do conhecimento
dos operadores, mantenedores e líderes inseridos no TPM.

O pilar de Educação e Treinamento possui quatro objetivos principais:

• Melhorar as habilidades pessoais referente à tecnologia e controle


de qualidade;
• Desenvolver funcionários multi-habilitados;
• Alinhar os funcionários com os objetivos organizacionais;
• Executar avaliações periódicas com a atualização das habilidades
dos funcionários.

Para obter resultados futuros, isto é, melhor utilização dos sistemas produtivos, maior
qualidade no produto produzido e custos minimizados, investir nas pessoas é a
melhor proposta.

Apesar de na maior parte do tempo, os treinamentos serem realizados no local de


trabalho (“on the job trainning” – OJT), é de muita importância assegurar que tenha
desenvolvimento de habilidades práticas, por ser mais eficiente que treinamentos
teóricos. Entretanto, o treinamento teórico continua sendo de suma importância, visto
que só assim é possivel considerar o que cada funcionário adquiriu de habilidade e
avaliar o que precisa ser reforçado.

Referente ao objetivo do pilar de Educação e Treinamento, encontra-se duas visões


distintas: na visão de WIREMAN (2004), o pilar não tem como objetivo capacitar os
operadores a tornarem-se mantenedores, mas sim capacitá-los a serem
cooperadores da equipe de manutenção, e por outro lado, o WILLMOTT e
MCCARTHY (2001) o pilar de Educação e Treinamento deve capacitar os
operadores a efetuarem reparos em seus equipamentos, auxiliando e, em alguns
casos, assumindo o papel de mantenedor.
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4.1 FORMULÁRIOS E FERRAMENTAS


4.1.1 Matriz de Habilidades

A partir do levantamento de necessidades e das habilidades atuais de cada operador,


uma matriz de habilidades é elaborada. Após a matriz ser feita e analisada, deve-se
fazer um cronograma de treinamentos.

Uma classificação em quatro níveis de habilidades e conhecimento foi desenvolvida


para avaliar o conhecimento e o desenvolvimento dos colaboradores.

Nível 1: Falta conhecimento teórico e habilidade prática - profissional


precisa ser ensinado;
Nível 2: Conhece a teoria, mas não a prática - profissional precisa de
treinamento prático;
Nível 3: Tem muita prática, mas não teoria - profissional tem
conhecimento mas não está apto a treinar outros;
Nível 4: Tem muito conhecimento teórico e habilidade prática - profissional
está capacitado para treinar outros.

Figura 03: Formulário


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4.1.2 LPP – Lição Ponto a Ponto

As LPP`s são documentos que se aplicam como um método de treinamento, visando


ensinar um determinado tema de maneira objetiva e rápida, facilitando a interação e
trabalho em equipe, desenvolvendo habilidades de comunicação e troca de
conhecimento entre os colaboradores, além de padronizar a execução das atividades.

Existem três tipos básicos de LPP’s, são elas:

• Casos de melhorias: Comumente essa aplicação compara o antes e o depois,


para que dessa forma o colaborador consiga notar as melhorias e se sinta
apto para replicar esse conhecimento a suas atividades.
• Casos de problemas: Utilizada em situações específicas, ou seja, eventos de
irregularidades. Serve para evitar e prevenir que ocorram erros, defeitos,
falhas ou até mesmo incidentes. Utiliza-se esboços ou imagens para
descrever os problemas e orientar os operadores a como evitá-los de maneira
clara e visual.
• Conhecimento básico: É utilizada para compartilhar conhecimentos das
atividades de TPM, da produção e de qualquer assunto técnico ou de
segurança. Sendo seu principal objetivo proporcionar que as atividades sejam
executadas de maneira assertiva.
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Figura 04: LPP – Lição Ponto a Ponto

4.1.3 5S

O 5S surgiu no Japão e é utilizada como base para que um sistema de qualidade seja
desenvolvido, vale ressaltar que é fundamental para a preparação na implantação do
TPM.

É formada por 5 palavras e cada uma delas representa uma etapa da implantação da
ferramenta:
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- Seiri - Senso de Utilização

- Seiso - Senso de Limpeza

- Seiton - Senso de Ordenação

- Seiketsu - Senso de Saúde

- Shitsuke - Senso de Autodisciplina

Seu principal objetivo é melhorar a qualidade no local de trabalho. É composto por


ações onde o objetivo é desenvolver e manter hábitos e estimular pessoas a ter
comportamentos voltados para melhoria da qualidade em seu local de trabalho.

Com o uso dos 5S alcança-se a melhoria da qualidade, prevenção de acidentes,


melhoria de produtividade, redução de custos, conservação de energia, melhoria do
meio ambiente, melhoria do moral dos empregados, incentivo à criatividade,
modificação da cultura, melhoria da disciplina, desenvolvimento de equipe e maior
participação em todos os níveis.
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5. ESTUDO DE CASO

A empresa utilizada como base para o estudo prático do pilar Educação e


Treinamento da Manutenção Produtiva Total atua no ramo portuário como solução
logística na operação de contêineres, possuindo duas filiais no estado de São Paulo,
duas em Santa Catarina e uma no Pará. Atua no mercado desde 1997, no formato de
capital aberto, com o total de 1.920 funcionários, sendo 154 destes relacionados
diretamente a Manutenção. O estudo inicial foi conduzido pelas diretrizes dos oito
pilares da TPM, contudo, este dará ênfase ao pilar de Educação e Treinamento nas
práticas da empresa.

Quanto a cultura de desenvolvimento profissional por meio da educação corporativa,


foi respondido pelos responsáveis que dão foco aos treinamentos obrigatórios nos
exercícios de suas atividades, como relacionados a segurança padrão, NR11
(Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais), NR29 (Norma
Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário) dentre outros, não
possuindo quaisquer planos quanto ao desenvolvimento de seus colaboradores.

Como parâmetro inicial, é possível observar que o setor responsável pela aplicação
do pilar de Educação e Treinamento, se atém as obrigatoriedades legais, não
possuindo instruções técnicas frequentes ou conhecimento processual.

Num estudo a respeito do número total de falhas com os equipamentos durante a


operação, encontra-se que: 29,19% das falhas estão relacionadas ao Portêiner,
24,29% das falhas estão relacionadas ao Conjuntos de Transportadores, 17,63% das
falhas estão relacionadas ao Transtêiner, e 28,89% das falhas estão relacionadas aos
Equipamentos de Pátio. Sobre o Portêiner, responsável pelo maior número de falhas
dentre toda a atividade portuária, foi identificado que 50% das falhas estão
relacionadas ao erro operacional do colaborador.

Quando se analisa pesquisas científicas relatadas em artigos quanto a importância


da Educação e Treinamento para o sucesso operacional de empresas, é possível
encontrar com frequência tópicos de menor volume e objetividade nos benefícios do
pilar quando comparado a outros como “Manutenção Autônoma”. Não se encontram
com facilidade tabelas que relacionem os ganhos diretos com o investimento em
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educação corporativa, o que pode ocasionar aumento da desconfiança de executivos


na relação de custo-benefício e alto CAPEX direcionado ao setor.

Neste estudo de caso, portanto, pode-se analisar que pelo menos metade das falhas
do principal equipamento relatado na pesquisa da empresa portuária, poderia ser
evitado com o investimento em treinamentos operacionais, processuais e técnicos
aplicados com colaboradores que se relacionem diretamente com a operação e
manutenção do maquinário.

O investimento em treinamentos ainda tem como referência os que são considerados


obrigatórios para o exercício legal da função, o que condiciona seus operadores ao
resultado mínimo que pode ser gerado, e não o uso inteligente do maquinário de
modo a aumentar a produtividade, diminuindo o número de falhas e possuindo
conhecimento técnico suficiente para propor melhorias. O próprio desenvolvimento
profissional dos colaboradores também pode solucionar outros problemas, como o
alto turnover (rotatividade de pessoal), que aumenta o custo com Educação e
Treinamento, sobrecarrega o setor de Recursos Humanos e diminui o potencial
produtivo.
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6. BARREIRAS DA IMPLANTAÇÃO DO TPM

Para que tenha um bom processo de implementação da TPM, faz-se necessario o


apoio da alta administração, porém para algumas empresas isso pode ser uma
barreira.

Os resultados provenientes da aplicação da metodologia são vistos a longo prazo e


não da noite para o dia, com isso algumas empresas adotam simplificações para
obter resultados mais rápidos ou implementam parcialmente o programa, e dessa
forma, não tem um resultado significativo. E, além disso, a implementação parcial
colabora para a falta de uma rotina bem definida, dificultando o alcance dos objetivos
programados, falta de treinamento e educação e falta de comunicação na
organização.

Antigamente, a baixa prioridade na manutenção era um problema, e hoje ainda


existem pessoas que não compreendem a necessidade de priorizar a manutenção
preventiva. Sendo assim, é comum ter colaboradores que ainda tenham uma falta de
comprometimento e envolvimento no processo, ou até mesmo pessoas que realizam
a sabotagem do programa para provar que ele nao funciona.

As empresas que possuem rotatividade dos colaboradores têm mais dificuldade para
implantar o TPM, pois como essa metodologia requer treinamentos para o bom
andamento da produção acaba prejudicando a afinidade e conhecimento dos
processos.
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7. CONCLUSÕES

A metodologia TPM é uma ferramenta de gestão onde seu objetivo é obter


eficiência máxima em seu processo produtivo. Um diferencial desse método
é que ele envolve todos os colaboradores para um mesmo objetivo, ou
seja, prevenção de perdas. Entretanto, ao mesmo tempo que o diferencial
dessa metodologia é envolver todos os colaboradores, isso também pode
ser considerado um empecilho, pois embora o conhecinhemento teórico
seja aplicado, precisa-se que as equipes e lideranças da empresa
compreendam e apliquem o método, para assim obter bom desempenho e
bons resultados.
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8. REFERÊNCIAS

AHMED, S.; HASSAN, M. H.; TAHA, Z. State of Implementation of TPM in SMI’s:


A Survey Study in Malaysia. Journal of Quality in Maintenance Engineering, v. 10,
n. 2, p.93-106, 2004.

AHUJA, I. P. S.; KHAMBA, J. S. Strategies and success factors for overcoming


challenges in TPM implementation in Indian manufacturing industry. In:
International Journal of Quality in Maintenance Engineering, v. 14, n. 2, p. 123-147,
2008.

BOHORIS, G. A.; et. al. TPM implementation in Land Rover with assistance of a
CMMS. In: Journal of Quality in Maintenance Engineering, v. 1, n. 4, p. 3-16, 1995.

JOHNSON & JOHNSON. Disseminação de TPM (The Signature of Quality). São


José dos Campos, 1999.

KARDEC, A.; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. 2 ed. Rio de Janeiro:


Qualitymark, 2002.

OSADA, T. Housekeeping, 5S’s: seiri, seiton, seiso, seiketsu, shitsuke. São


Paulo: Série Qualidade e Produtividade do IMAM, 1991.

PORELLI, Marina Therezo; JÚNIOR, Murís Lage: Análise da Gestão da Manutenção


em Empresa Portuária sob a Ótica da Manutenção Produtiva Total (TPM). ABEPRO,
2020. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_342_1753_40322.pdf> Acesso em:
06/04/2021.

ROYER, Rogério: Manutenção Produtiva Total: Implementação em uma empresa da


região sul do Brasil. ABEPRO, 2009. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2009_tn_stp_091_619_12853.pdf>
Acesso em: 03/04/2021.
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SUZUKI, T. New Directions for TPM. Traduzido do japonês por John Lotus.
Cambridge, USA, 1992.

VOTORANTIN CELULOSE E PAPEL (VCP). TPM - Manutenção Produtiva Total.


Jacareí, 1997.

WILLMOTT, P.; MCCARTHY, D. TPM: A route to world class performance.


Oxford: Butterworth-Heinemann, 2001.

WIREMAN, T. Total Productive Maintenance. New York: Industrial Press Inc., 2004

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